Romancista como vocação

Romancista como vocação Haruki Murakami




Resenhas -


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Fabio Shiva 25/12/2020

o chamado da escrita
Há três anos fui presenteado com este livro por minha querida amiga e editora Bia Machado. Fiquei tão feliz com o presente que acabei guardando para ler “em um momento especial”. Não sei muito bem que ideia foi essa, mas decidi que esse ano de 2020 pode ser definitivamente considerado “um momento especial”, sob qualquer perspectiva. E por isso é que finalmente me permiti a leitura de “Romancista como Vocação”. Como anotei muitas e ótimas citações do livro, melhor deixar que o próprio autor fale sobre sua obra. Arigatou, sensei Murakami!

“(...) a maioria dos romancistas (cerca de 92%, suponho), inclusive eu, pensa: ‘O que eu faço e escrevo está certo. Todos os outros escritores estão errados, em maior ou menor grau, exceto alguns casos especiais’, e leva o dia a dia com base nessa visão.”

“Escritores são basicamente egoístas, orgulhosos e muito competitivos. Se dois escritores estiverem juntos, a chance de eles não se darem bem será muito alta.”

“O escritor é aquele que tem necessidade de fazer o que é desnecessário.”

“Por mais que o slogan seja correto, que a mensagem seja bela, essas palavras se tornarão vazias se a força da alma e a força da moral não forem capazes de sustentá-las.”

“Todos os escritores têm o direito de experimentar as possibilidades da língua através de todas as formas imagináveis e ampliar ao máximo o limite de sua eficácia. Sem esse espírito aventureiro, nada de novo será criado.”

“É melhor que os leitores reajam de modo firme, mesmo que negativo, do que apenas de forma branda e banal.”

“(...) acredito que não seja necessário acrescentar algo próprio para encontrar um estilo ou um discurso pessoal e original; o necessário de fato é subtrair algo.”

“Há pessoas que analisam de forma sucinta e rápida as pessoas e coisas ao redor e em pouco tempo concluem: ‘Aquilo é assim’, ‘Isso é aquilo’, ‘Fulano é assim’, mas, em minha opinião, essas pessoas não levam muito jeito para escrever romances.”

“James Joyce afirmou de forma sucinta que ‘imaginação é memória’.”

“(...) todo texto possui margem para aprimoramentos. Por mais que o autor pense que está bem escrito e perfeito, o trecho pode ser melhorado. Por isso, quando vou reescrever, procuro me desprender ao máximo do orgulho e da arrogância e esfriar um pouco a cabeça. (...) Depois que o livro é lançado, procuro simplesmente manter o meu ritmo e não dar muita importância a críticas. Se me preocupar com todas as críticas, meu corpo não aguentará (é sério mesmo). Mas quando estou escrevendo preciso acatar com humildade e coração aberto as críticas e os conselhos que recebo de pessoas próximas.”

“Ou seja, o importante é o ato de reescrever. E acima de tudo, a decisão do escritor é fundamental. Pensar vou reescrever essa parte para que fique melhor, sentar-se à mesa e se concentrar para mexer no texto.”

“Geralmente o escritor que acabou de finalizar um romance está fora de seu juízo normal, com a cabeça quente e o cérebro cansado.”

“A opinião das pessoas representa a sociedade, e quem vai ler o seu livro, no final das contas, é a sociedade. Se você tentar ignorá-la, provavelmente ela também irá ignorá-lo.”

“Leio várias vezes a mesma frase para verificar a sua vibração, inverto a ordem das palavras e mudo os detalhes de uma expressão. Gosto muito desse trabalho de ‘bater com o martelo’. (...) O escritor Raymond Carver, que eu respeito muito, também gostava desse trabalho de ‘bater com o martelo’. Ele escreveu o seguinte, citando as palavras de outro escritor: ‘Sei que terminei um conto quando me pego tirando as vírgulas das frases e em seguida colocando todas elas de volta, no mesmo lugar’.”

“‘Teria feito melhor se tivesse tido mais tempo.’ Fiquei estupefato ao ouvir isso de um amigo escritor. Ainda fico, quando me lembro disso. [...] Se não conseguimos escrever da melhor maneira dando o máximo de nós, então para que escrever? No final das contas, a satisfação de termos dado o melhor e a prova desse trabalho são as únicas coisas que podemos levar para o túmulo. Eu queria ter dito para o meu amigo: pelo amor de Deus, vá fazer outra coisa. Deve haver maneiras mais fáceis e talvez mais honestas para que você ganhe seu sustento. Ou, senão, apenas faça o melhor usando as suas habilidades, seus talentos, e não justifique nem dê desculpas. Não reclame. Não explique.” (Raymond Carver, “On Writing”.)

“Nem é preciso dizer que quem julga as obras são os leitores, e que seu valor é revelado pelo tempo.”

“Acredite na sua sensação mais do que em qualquer outra coisa. Não importa o que os outros digam; a opinião alheia não tem importância. Tanto para o escritor como para o leitor, a sensação é o melhor critério.”

“Para que os escritores realizem uma atividade criativa por vários anos, seja escrevendo romances ou contos, é imprescindível que tenham força para persistir.
Então, como conseguir essa força?
A minha resposta é uma só, e bem simples: ter um bom condicionamento físico. Adquirir grande e permanente força. Fazer do seu corpo o seu amigo.”

“Por isso, mesmo quando pensava: Hoje estou cansado. Não quero correr, logo depois tentava me convencer: De qualquer forma, é algo que tenho que fazer e corria praticamente sem pensar nas razões para tanto. Essa frase é como um mantra para mim: De qualquer forma, é algo que tenho que fazer.”

“Entretanto, quando preciso escrever romances, consigo manter a mente firme por cerca de cinco horas por dia, sentado à mesa. E essa força – pelo menos a maior parte dela – não é inerente a mim; ela foi adquirida através de treinamento.”

“O conhecimento técnico decorado mecanicamente, e não adquirido de modo sistemático, se perde com o tempo, sendo sugado para algum lugar – um lugar escuro, como um cemitério do conhecimento.”

“(...) cheguei a pensar de forma exagerada: a aula de educação física serve para fazer com que os alunos odeiem esportes.”

“Mas, quando a sociedade já perdeu seu vigor e a sensação de estagnação está presente em todo lugar, quem sofre mais os seus efeitos, quem recebe a sua influência de forma mais clara, é o sistema de ensino. Ou seja, é a escola, a sala de aula. As crianças são como canários num poço de mina: sentem esse clima impuro antes de qualquer outra pessoa.”

“De qualquer forma, acho que a maior parte das pessoas que adoravam a escola, daquelas que se sentem tristes porque não podem mais frequentá-la, não se torna romancista.”

“O oposto extremo da imaginação é a eficiência.”

“(...) para mim, a capacidade dos personagens de fazer a narrativa avançar é mais importante do que o fato de eles serem verossímeis, despertarem a curiosidade e serem imprevisíveis. (...) Quando o romance começa a deslanchar, os personagens começam a se mover por conta própria, o enredo se desenvolve sozinho e, como resultado, tem início uma situação bastante feliz em que o autor simplesmente escreve o que está se passando na sua frente, diante dos seus olhos.”

“E imaginação é como o sonho. No sonho, tanto o que temos acordado como o que temos dormindo, quase não possuímos opção. A única alternativa é seguir o fluxo.”

“Acho também que o ato de escrever romances representou para mim uma espécie de autocura. Afinal, todo e qualquer ato criativo visa, em maior ou menor grau, a uma autocorreção.”

“Aprendi uma lição depois que me tornei escritor e passei a lançar livros regularmente: Independentemente do que escreva e do estilo da escrita, sempre haverá alguém para criticar. (...) É fácil criticar (pois basta a pessoa falar o que lhe vem à cabeça sem sequer precisar se responsabilizar por isso), mas, se aquele que é criticado levar a sério tudo o que falarem, ele não vai aguentar.”

“Eu simplesmente tive que aceitar que no mundo existem pessoas que falam coisas sem pensar direito, sem fundamento, conforme o que lhes der na telha.”

“A narrativa, originalmente, é uma metáfora da realidade, e as pessoas, para não serem deixadas para trás pelo sistema que as cerca e que está em transformação, ou para poderem alcançá-lo, necessitam estabelecer no próprio interior uma nova narrativa, ou um novo sistema de metáfora.”

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2020/12/romancista-como-vocacao-haruki-murakami.html



site: https://www.facebook.com/sincronicidio
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Francisco.Guimaraes 16/06/2023

Escreva para você
Sou muito reticente com essa enxurrada de livros "como escrever". Mas quando encontramos um gênio de verdade falando sobre o ofício da escrita, é impossível não prestar atenção. No caso do Murakami, é uma conversa fluida sobre o fazer literário sem firulas, sem soluções mágicas, sem apelos comerciais. Tirei dele o melhor conselho que já recebi nesse mundo da escrita: escreva para você.
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Abduzindolivros 06/03/2022

Que gostoso ler sobre os processos criativos desse romancista. Não o conhecia, mas fiquei com muita vontade de ler o que ele escreve...
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Luana-ARL 12/03/2021

Todo aspirante a escritor deveria ler
Uma escrita leve e fluída, o autor faz uma explanação sobre sua carreira e sua visão como romancista. Apesar de ser de uma cultura muito diferente e ter mais de 65 anos é impressionante como sua experiência reflete o que vemos no meio literário ainda hoje no Brasil. Esse livro é tipo "bate e depois assopra" para quem se sente atraído por esse meio.
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Carolina 23/11/2023

"Mas em última análise, me considero um romancista."
"Um escritor deve ser uma pessoa livre antes de ser um artista. Fazer o que gosta, quando gosta, do jeito que gosta: essa é a definição de pessoa livre para mim. Prefiro ser uma pessoa comum e livre a me tornar um artista e me preocupar com a opinião dos outros, sujeitando-me a formalidades inconvenientes."

Nessa obra Harumi Murakami nos conta atraves de sua vivência como escritor, como se tornar um romancista e/ou como ele mesmo se tornou um romancista. Além da aula que nos é dado, Murakami também nos fala sobre a importância da escrita, citando várias referências e diversos estilos na literatura. Esse livro é autobiografico e conseguimos viajar através do tempo com o escritor, onde ele fala sobre seu primeiro romance, seus romances mais famosos e seus trabalhos como tradutor. Ler e conhecer sua história, fez com que a minha vontade de continuar embarcando em suas obras só aumentassem, ter conseguido passar por essa linha do tempo de como foi criado obra por obra.

Como a própria descrição do livro diz, essa obra foi escrita na linguagem fluida de Murakami e um convite a todos que desejam conhecer o mundo dos romancistas, bem como uma declaração de amor ao ato da escrita.

"Eu gosto do ato de escrever romances. Por isso sou muito grato por poder viver praticamente só disso, e acho que tive bastante sorte. De fato, se uma sorte excepcional não tivesse sorrido para mim em determinado momento da vida, eu não estaria onde estou hoje. Penso isso de verdade. Talvez não tenha sido sorte, mas um milagre."
AndrAa58 24/11/2023minha estante
??? bela resenha




Mariana Dal Chico 23/04/2024

Romancista como vocação foi meu primeiro contato com Haruki Murakami, esperava encontrar um texto mais voltado para a escrita, por isso acabei me decepcionando um pouco com a leitura.

O autor apresenta algumas dicas sobre o ato de escrever, mas esse não é o foco do livro, por isso acredito que fãs do autor irão aproveitar muito mais a leitura que eu. “… percebi, que não havia necessidade de usar palavras difíceis nem belas expressões para impressionar as pessoas”

O autor também aborda é que todo o tipo de leitura é necessárias, as boas e as ruins, são através delas que você vai criar uma bagagem indispensável para um romancista. E isso é algo que concordo, precisamos ter a experiência de ler coisas boas e ruins, o importante é amadurecer e usar as informações com sabedoria. E afinal, o que é bom ou ruim? Quem determina essa sentença? Mas aí já é assunto para outro dia.

Em alguns momentos o autor é excessivamente defensivo sobre críticas que foram feitas à ele, deixando a impressão que ele está falando sobre aquilo apenas para se defender.
Mais um ponto negativo que me incomodou muito foi a repetição de que ele é um escritor profissional há 35 anos.

No geral, é um bom livro, escrita simples, direta, que me mostrou um pouco mais sobre quem é Murakami e me deixou curiosa para ler algo de ficção de sua autoria.
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Estêvão 03/04/2021

Romancista como vocação, de Haruki Murakami, como o título sugere, é mais uma daquelas obras que temos um escritor falando sobre escrita, sobre sua trajetória profissional, entre outros temas desse universo. Aqui, o escritor japonês faz isso de uma forma pessoal, evitando ao máximo teorizar ou soar academicista, e isso é o melhor e o pior desse livro.

Melhor porque deixa tudo mais acessível, informal, a leitura flui bem. Para quem é gosta de seu trabalho, saber como começou a carreira, como trabalha ao escrever um livro, o que pensa de alguns temas, como prêmios literários, por exemplo, certamente tem aqui informações curiosas e interessantes.

No entanto, essa mesma proposta deixa as coisas sem uma condução organizada, com o autor entrando em assuntos paralelos que apenas deixam o livro inchado – um exemplo disso é o capítulo sobre escolas –, expondo sua opinião sobre temas que não se relacionam com o que se espera encontrar em uma obra como essa.

Além disso, a arrogância com que emite algumas opiniões se torna tão evidente que fica difícil separar o conteúdo da pessoa que escreve.
É por não dosar objetividade com opiniões contundentes que o livro descamba para uma série de falas que demonstram um amargor, uma frustração e, por que não, uma raiva ao discutir alguns temas, como prêmios literários, a relação com os críticos, uma dificuldade em lidar com opiniões contrárias que revelam bastante do autor.

Outro ponto que me marcou durante a leitura foi a forma defensiva com ele muitas vezes se coloca, iniciando constantemente seus parágrafos fazendo menção a “seus 35 anos de carreira” ou a “seus vários romances publicados”. Isso não só busca ser uma forma de se afirmar como escritor, como seria argumento de autoridade, o curioso é se citar para isso.

Enfim, como disse, é difícil falar desse livro sem falar do seu autor, até por a obra ter esse tom mais pessoal, quase que como um diálogo, o que faz com que as coisas que diz – poucas, mas algumas interessantes – se percam em sua amargura, rancor e arrogância.
phddelavia 28/08/2022minha estante
Eu resumi o livro assim: é sobre um escritor que não se importa com críticas mas escreve um livro inteiro chorando sobre isso. Muito hipócrita e arrogante como vc disse.




Bárbara Vitoriano 18/03/2022

Uma aula de escrita e de vida.
Ler as histórias de vida de outros escritores e seus processos criativos são verdadeiras aulas de escrita e de vida.

Além dos conselhos, das técnicas e dos aprendizados sobre o ofício em si, também vemos os bastidores, o caminho, a luta, as tentativas, os desafios, as vitórias e tudo o que passaram. Posso dizer que, com raras exceções, o caminho não é fácil pra ninguém.

Neste livro em especial, o autor Haruki Murakami fala sobre como a escrita entrou na sua vida, sem qualquer pretensão, ele não tinha o sonho de ser escritor, mas de repente não sabia viver sem aquilo. Suas escolhas intuitivas ou muito bem pensadas o levaram a ser um dos escritores mais lidos atualmente, com diversas obras e como ele mesmo diz, podendo viver da escrita há mais de 35 anos.

Há uma mistura em seus relatos de paixão e razão, sempre! Ele encontra o equilíbrio, faz escolhas sábias sobre mercado literário por exemplo, mas não planeja seus romances, onde deixa que boa parte seja levado pela intuição.

A lição que fica é que, em um sonho, no trabalho ou na vida, não podemos esquecer nenhum dos dois. 🤭

site: https://www.instagram.com/barbaravitoriano/
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isabelha 18/11/2020

Sua mensagem foi respondida.
Quando Murakami diz que respondeu todos os e-mails que recebeu durante certo período de tempo, entendo o porquê desse livro. É uma espécie de resposta a todas nossas perguntas acumuladas com o passar dos anos.
Ele nos apresenta abertamente ao seu processo criativo, passo a passo. Rebate as critícas a sua obra, de forma bem humorada mas também com o sentimento de cansaço. Brinco que esse livro é uma espécie de rede social do autor, aonde ele se expõe cautelosamente e agradece pelo apoio e carinho de todos que trilham essa jornada com ele.
Para os amantes de Murakami, essa obra é essencial.
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Fabio Henrique 16/05/2017

Aquém da expectativa
Ainda que tenha interessantes observações, esse livro peca pela falta de profundidade.

Em vez de abordar mais detidamente os aspectos ligados à construção de um romance, Murakami passa a maior parte do tempo falando de eventos da sua carreira literária - com digressões, por vezes, desnecessárias.

Há vários momentos em que lugares comuns se misturam a passagens bem desinteressantes - como a análise do autor sobre o sistema educacional japonês.

Outros autores se arriscaram em projetos parecidos e se saíram muito melhor.
Diego Lops 11/09/2017minha estante
A expectativa foi toda sua, jamais prometida pelo autor.
Falar que o livro não é o que você queria que ele fosse é o pior tipo de crítica possível.
E a passagem sobre o sistema educacional japonês pode não ser uma análise sociológica acadêmica, mas traz dados e uma visão que raramente se encontram em outras fontes.
"Outros autores se arriscaram em projetos parecidos e se saíram muito melhor."
O projeto do livro é Murakami falar sobre seu processo de escrita. Que eu saiba, nenhum outro escritor fez um livro melhor que esse, visto que nenhum outro pode ser Murakami. De novo, está julgando o livro pela sua expectativa enviesada, não pelo que o livro é.
Mas é normal: às vezes o leitor fica aquém do livro.




Thiago.Reis 04/07/2020

Uma conversa com Murakami
O livro é uma exposição leve do processo criativo e da história profissional do autor. Como ele decidiu escrever aos 29 anos e como se mantém nesse concorrido mercado? Como ele cria suas histórias? Fácil de ler e curtinho, deve interessar especialmente a quem já é fã do japonês e quer entender melhor suas obras. Nesse sentido, vale também ler o ótimo "Do que eu falo quando eu falo de corrida", também auto biográfico, que trata da relação Murakami com a corrida de rua.
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Carlos Eduardo 02/09/2021

Gostei
Murakami sem dúvidas é um de meus escritores favoritos, principalmente por sua habilidade de imersão. Romancista como vocação é quase um bate papo com o Autor. Aqui, ele traz alguns aspectos de sua rotina e de sua história e ainda mostra várias de suas opiniões sobre o mundo da literatura. Gostei bastante, contudo, em certos pontos, achei um pouco repetitivo, por isso deu quatro estrelas.
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Eduardo Mendes 09/01/2022

Simpático
Ganhei Romancista Como Vocação de presente de aniversário como forma de incentivo a começar a escrever meus próprios textos. Dar o primeiro passo e jogar suas ideias pro mundo ainda parece bastante assustadore caótico, mas o livro me ajudou com diversas lições que um aprendiz a escritor precisa saber.

Tendo lido apenas um conto de Haruki Murakami anteriormente, a experiência de receber dicas de um autor quase desconhecido pra mim foi muito interessante, já que eu não tinha nenhum apego emocional ou nostálgico como aconteceu quando li “Sobre a Escrita” de Stephen King.

Comecei a leitura sem muita expectativa e aos poucos me vi diante de um escritor carismático, gentil, humilde e bastante dedicado. Seu texto é enxuto e de uma simplicidade ímpar, mas nem por isso deixa de transmitir os pensamentos mais ousados do autor.

A primeira dica de Murakami logo no começo do livro foi talvez a mais importante, e me fez querer ler autores fora da minha zona de conforto e fora dos temas que me agradam, pelo simples exercício de aprender e perceber diferentes formas de se contar uma história.

Ele diz: “Em minha opinião, quem quer ser escritor precisa ler muito, antes de qualquer coisa. Peço desculpas pela resposta bastante trivial, mas acho que a leitura é o treinamento mais importante e indispensável para quem quer escrever”.

Romancista Como Vocação não é um manual de escrita, Murakami escreve livremente sobre temas diversos e que contam seu ponto de vista, compartilhando sua experiência como escritor mundialmente famoso.

Ele fala sobre as características dos romancistas, relação com o público, processo de criação, a relação com prêmios literários, e o mais interessante é que Murakami consegue despertar no leitor um senso de confiança e respeito pela literatura e por si mesmo, sempre valorizando que cada pessoa tem seu próprio estilo e que não existe fórmula mágica.

Já engatei em seguida outro livro do japonês que fala sobre o tema, o também ótimo "Do que eu falo quando falo de corrida".


site: https://jornadaliteraria.com.br/romancista-como-vocacao/
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kleris aqui, @amocadotexto no ig 29/09/2017

É, de fato, um presente para fãs, jovens romancistas e aficionados por literatura
(Esta resenha teve corte de quotes e imagens do livro; visite o link para conferir)

Trabalhar com livros é se envolver com sonhos de muitos. Expectativas. Universos compartilhados. Na literatura então, temos um vasto campo de mundos e entremundos para os quais somos transportados. Ao longo do fazer literário, surgem aqui e acolá alguns livros que se dedicam a tais passeios – é, aliás, um tipo de viagem que curto muito – e Romancista como vocação, do Haruki Murakami, é um desses livros.

Geralmente de ensaios, essas leituras trazem reflexões sobre uma experiência da vida literária. Há aqueles que brinquem, que pautem uma discussão mais séria, uns mais técnicos, outros que voam alto demais... Lembro-me de um trecho de O céu de Lima (Juan Gómez Bárcena), também da editora Alfaguara, que mencionava livros/guias para escritores, comumente ignorados por eles mesmos, por não curtirem as supostas “amarras” ali descritas (o que pode, não pode, dentro da literatura).

Mas, por mais que você não conheça o trabalho do Murakami (como eu), com certeza Romancista como vocação não está dentre estas categorias. Sua humildade, carisma e senso nos entregam uma leitura bem equilibrada do ofício de romancista.

Acho que o que mais gostei neste livro foi esse caráter sóbrio para tratar do escritor em termos de vocação e trabalho. Minha sensação foi de ter lido uma resposta para uma interrogação “bem bomba” (como costumo fazer lá na coluna), um desafio que o autor aceitou de boa – ou pelo menos uma conversa bem informal, com direito a suco e biscoitos, no sofá de sua casa. Murakami me pareceu esse hospitaleiro.

Com diversas pautas (características dos romancistas, início de carreira, prêmios literários, o fazer literário, as dúvidas mais comuns, a relação com o público, fatores exteriores à criação, fronteiras físicas e não físicas, hábitos de leitura no Japão, e outros), Haruki desenvolve os tópicos, conta diversos causos, aprendizados da carreira, dá seus pitacos, e não deixa de assumir suas ideias. Diversas vezes ele me pôs a pensar sobre situações com autores e certos conflitos, além de algumas atitudes “pé no chão” quando se trata de seguir seu próprio caminho.

A maneira com que Haruki escreve, desperta fácil nossa percepção, confiança e respeito. É ousado, resiliente até, sem deixar de ser simples. E sua realidade não está tão distante da nossa, desde as flores às falhas que o mercado de publicação possui.

Gostosinho de ler, Romancista como vocação é um livro curto que vai num sopro. É, de fato, um presente para fãs, jovens romancistas e aficionados por literatura (texto de orelha). Vale, inclusive, deixar muitos marcadores ao lado. Você vai precisar.

Murakami me ganhou totalmente; só falta mergulhar em um de seus livros de ficção pra confirmar minha impressão. Agora, com mais de 30 anos de produção criativa, quem diz que sei por onde começar?

Deixe uma leitora no skoob espiar...

site: http://www.dear-book.net/2017/06/resenha-romancista-como-vocacao-haruki.html
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Ana Tambara 19/02/2021

Sr. Murakami é humilde.
"...romancistas são pessoas que constroem o próprio mundo dentro da mente, um após o outro". p. 121.

Livro muito bom e didático sobre a escrita, não dei 5 estrelas, porque o autor se repete muito em certas partes.
Adoro o Murakami e sua literatura. Foi bom saber um pouco mais dele, recomendo o livro para aqueles que como eu gostam da obra do autor.
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