Belas Maldições

Belas Maldições Neil Gaiman
Terry Pratchett




Resenhas - Belas Maldições


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Thamys 27/10/2018

Neil Gaiman + Terry Pratchett = Sucesso!
Ah Neil Gaiman… Sempre me surpreendendo. Embalada pela série “Deuses Americanos”, adaptação do livro homônimo, quando soube que outro livro dele seria adaptado para a TV, me peguei na curiosidade de ler a obra antes. Sei que não é o mais indicado, afinal sempre acontecem alguns cortes - muitas vezes comprometem a obra - e aumenta as chances de desgosto com a adaptação.

Para quem não sabe (o que duvido muito), a Amazon Prime em conjunto com a BBC serão os responsáveis por “traduzir” o livro para a TV. O eterno “Doctor Who” David Tennant foi escalado para viver o demônio Crowley e o ator Michael Sheen dará a vida ao anjo Aziraphale. Mas chega de falar da série e vamos para o livro.

Confesso que não conhecia a escrita de Terry Pratchett, mas a de Gaiman. Mas ainda assim, isso me instigou mais a ler o livro do que realmente me afastar. Como sabemos, Belas Maldições fala sobre o Apocalipse, o famoso fim do mundo propagado desde que nos conhecemos por gente. O chute inicial é dado através da troca de bebês - preparem-se, pois o Anticristo vem aí.- em um convento nada ortodoxo.

Em primeiro lugar, o que chama a atenção no livro é o humor escrachado e irônico. Confesso que me lembrou demais Guia do Mochileiro das Galáxias. E dou destaque as centenas notas de rodapé que além de complementar, por muitas vezes, acabaram se destacando mais do que o próprio capítulo para mim. Em alguns momentos, eu dava gargalhadas sobre as explicações de alguns termos.

Outro fator que me fez gostar dos livros foram, por motivos óbvios, os protagonistas Crowley e Aziraphale. É uma amizade divina, com o perdão da palavra. Não existe Crowley sem Aziraphale e nem Aziraphale sem Crowley. Conhecidos - e praticamente amigos - desde a Criação, é engraçada a interação dos dois. É tudo Inefável. E humano. Há tantas áreas cinzas na convivência dos dois que isso é o que mais encanta. Mas confesso que - talvez a minha preferência por bad boys tenha falado mais alto - Crowley acaba se destacando mais.

Partindo para a história em si, gostei de como o ritmo dela raramente cai. Mil coisas acontecem ao mesmo tempo: os Eles estão planejando algo, uma bruxa está lendo um livro - endereçado direta e exclusivamente a ela - chamado As Belas e Precisas Profecias de Agnes Nutter e há os Quatro Cavaleiros. Que depois dos protagonistas merecem o maior destaque nesta resenha informal.

Eles não são os co-protagonistas, mas a forma como são narrados é magistral. Principalmente Guerra e Fome. A forma como Pratchett - assim, imagino após ler algumas coisas sobre o autor - procurou narrar sobre estes dois é fantástica: eles simplesmente fazem acontecer. Não é preciso nenhum tipo de artimanha e trapaça. O poder deles é como um imã, tudo vai atrair para os que eles foram nomeados. É literalmente chegar e ver toda a magia surgir.

Por fim, Belas Maldições foi uma aventura fantástica. Me deixou mais ansiosa com a série - que inclusive já tem trailer da CCXP - e mesmo que haja cortes (com certeza terão) ainda será algo de puro deleite visual. Dou 5 estrelas pela irreverência e humor sarcástico, pelos protagonistas que me encantaram demais e pelos Quatro Cavaleiros.
ricardoramalho 10/05/2019minha estante
O humor é muito característico do Pratchett, leia a série Discworld, vc vai encontrar o mesmo tipo de humor e sacadas, além das dezenas de notas de rodapé.




Raquel Moritz 27/04/2017

Melhorias na nova edição da Bertrand :)
Desde que a Bertrand anunciou a nova edição de Belas Maldições, muitos leitores fizeram várias perguntas relacionadas ao conteúdo da obra.

A principal dúvida dos leitores é se a nova edição (14ª) traz algum conteúdo extra, mas não encontrei nenhum material além do próprio romance de Terry e Neil. Basicamente é uma nova impressão, com nova capa e alguns ajustes de texto.

Na primeira vez que li o livro em português (aquele da capa com o anjo, escrito "ROMANCE" na frente porque as pessoas confundiam o gênero do livro com frequência), encontrei algumas frases meio estranhas, traduzidas de maneira meio esquisita. No entanto, fiquei feliz por ver melhorias nessa nova edição. Outra coisa que vale a pena mencionar é que a nova edição atende ao Novo Acordo Ortográfico, então toda uma nova revisão foi feita para deixar o livro nos conformes.

Só fiquei triste que não tem mais as letras capitulares charmosinhas e o simpático aviso de armageddon existentes na outra edição. Talvez por isso, e pelo perfil de diagramação ligeiramente diferente, o livro ficou com algumas páginas a menos, mas está tudo lá, não se preocupem.

No link relacionado a esse post do Skoob tem o vídeo com os motivos para ler Belas Maldições + fotos da nova edição, pra quem quiser ver por dentro.



site: http://pipocamusical.com.br/2017/04/25/5-motivos-para-ler-belas-maldicoes/
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Dhiego Morais 04/05/2017

Belas Maldições: o Apocalipse é nesse sábado. Usem a melhor roupa =)
A minha primeira experiência com um livro de Neil Gaiman aconteceu há uns anos, com Um Oceano no Fim do Caminho, uma espécie de fábula muito interessante sobre infância e imaginação. Admito que eu desconhecia Belas Maldições, e, ainda mais, a escrita de Terry Pratchett. Quando soube do relançamento do livro pela editora Bertrand Brasil, corri para ler a sinopse e, inesperadamente, me percebi interessado na obra. Acabei por comprar ainda em pré-venda — o que eu raramente faço — e posso dizer: valeu muito a pena esse momento impulsivo.

Belas Maldições é um livro muito curioso; é o livro sobre os nossos dias finais — ou mais ou menos isso. De uma forma extremamente bem humorada, cheia de cinismo, ironias marotas e um sarcasmo dosado nos momentos certos, os leitores são encaminhados por uma estrada antiga e que só leva a um lugar: o Apocalipse!

“Dizem que o Diabo tem as melhores músicas. Isso é em grande parte verdade. Mas o Céu tem os melhores coreógrafos”.



A obra desses dois grandes autores tem como prólogo o próprio Início, quando Anjo e Serpente conversam sobre a repercussão de determinado evento envolvendo uma maçã no mínimo proibida. O que aparentemente parece ser uma conversa sem importância demonstra, na verdade, muita sagacidade na composição de uma alegoria e desconstrução da figura de Bem e Mal. A cena entre criaturas inicialmente opostas abre brecha para questionamentos sobre a nossa real natureza, enquanto faz germinar a empatia por essa breve demonstração de uma inesperada amizade.

O livro pode ser dividido em três partes principais: O Início, Onze Anos Antes e o Presente. A segunda parte é a que dá o propósito de Belas Maldições existir, e isso envolve uma tremenda trapalhada de uma freira... ahn, bem... satanista.

O Anticristo finalmente veio ao mundo, e para que o Grande Plano Divino siga adequadamente, uma troca de bebês deve ser realizada em um convento pouco ortodoxo. O que não estava nos planos era o deslize de uma freira distraída, cujo erro pode ser capaz de ameaçar o próprio Armagedom.

“Era o começo da manhã de sábado, o último dia do mundo, e o céu estava mais vermelho do que sangue”.

Aziraphale é um anjo em meio expediente, dividindo o seu tempo cuidando de sebo na Inglaterra. Crowley é um demônio atuante na mesma região, ex-serpente, cheio de estilo, dono de um Bentley em que quase sempre toca Freddie Mercury. As duas criaturas convivem com os seres humanos desde o início dos tempos (ah, e por sinal, a Terra é libriana!) e enxergam na ameaça ao Apocalipse, uma aliança ímpar capaz de salvar o mundo da Grande Batalha entre Céu e Inferno, afinal, eles se apegaram demais àquele mundinho terreno.



Em sua busca por encontrar o verdadeiro Anticristo, Aziraphale e Crowley encontrarão Anathema, uma jovem ocultista, dona de “As Justas e Precisas Profecias de Agnes Nutter, a Bruxa” — guardem esse nome, sério, Agnes é uma das bruxas mais sagazes e marotas que eu já li —, um livro importantíssimo de profecias escrito no século XVII. Além disso, trombaremos no meio do caminho com um caçador de bruxas fanático por mamilos e seu iniciado, Newt; um Metatron irritado; Belzebu e outros demônios; os próprios Cavaleiros do Apocalipse; uma Médium à procura de um romance; os Eles; um entregador sem muita sorte e o Cão do Inferno que todos gostariam de ter. Tudo isso em uma trama divertida, com carros em chamas, explosões e um ou outro humano sendo devorado por demônios.

No meio do Caos que o maior evento que a Terra já viu sofre, os dias finais carregam reflexões sobre a nossa própria natureza, sofre a fé e sobre a consequência de vários atos, sempre com o toque imaginativo de Gaiman e o humor eloquente de Pratchett.

“O Inferno não era um grande reservatório de maldade, não mais do que o Céu, na opinião de Crowley, era uma fonte de bondade. Eles eram apenas lados do grande jogo de xadrez cósmico. Onde se encontrava a coisa em si, a verdadeira graça e a verdadeira treva da maldade, era bem no interior da mente humana”.



Belas Maldições está repleto de notas de rodapé, com explicações e comentários divertidos, que podem quebrar o ritmo em certos momentos, porém não deixam de ser fantásticos. A única ressalva de verdade fica por conta de uns erros de revisão que persistem mesmo nesta décima quarta impressão.

A jornada de anjo e demônio será um absurdo delicioso cheio de ironias, sarcasmo e momentos capazes de roubar gargalhadas, tudo travestido de diversão e seriedade quase indistinguíveis na medida em que as páginas voam. Hoje é quarta-feira e o mundo vai acabar no SÁBADO! Corram para comprar as melhores “brusinhas", afinal, o tempo promete ficar uma loucura em poucas horas!

site: http://www.intocados.com/index.php/literatura/resenhas/915-belas-maldicoes
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Delirium Nerd 16/06/2017

Belas Maldições, de Neil Gaiman e Terry Pratchett: O apocalipse é politicamente incorreto!
Belas Maldições (As Justas e Precisas Profecias de Agnes Nutter, Bruxa) é uma obra única, que reúne dois gênios da literatura fantástica inglesa em uma recontagem dos últimos dias na terra.

Dramatis Personæ:

Os 4 Cavaleiros do Apocalipse – Que se tornaram os 4 motoqueiros do apocalipse, numa sacada incrível. Fome, Guerra, Morte e… Poluição (se quer saber porque a Peste foi substituída, leia o livro!)

Os Eles – O núcleo infantil, formado por Adam (também conhecido como O Anticristo), Pepper, Wensleydale e Brian. Nas narrativas dos Eles, é impossível não associar com outras obras que mostram aventuras com um grupo de crianças, como Goonies, Stranger Things, Stand by Me e Et.

Os caçadores de bruxas – Newton Pulsifer e Shadwell são dois caçadores de bruxa que nunca viram uma bruxa na vida, nem nada parecido com isso. São vizinhos de Madame Tracy, uma meretriz e médium.

Cão – É o hellhound, descrito como Canino Satânico e Caçador de Gatos.

Anathema Device – Ocultista Prática (uma bruxa) e Descendente Profissional (mais uma vez, para saber do que se trata, leia o livro!).

Aziraphale e Crowley – Um anjo e um demônio que são amigos e gostam tanto da terra que não querem que ela se torne um palco de batalha entre o céu e o inferno e seja destruída.

Outros – Há ainda outros personagens que aparecem ao longo da história, como Metatron (a voz de Deus), os demônios Belzebu, Hastur e Ligur, tibetanos, aliens e alguns outros.

Os personagens descritos acima aparecem em uma lista logo no início da obra, portanto, fique tranquila porque não se trata de spoiler. O livro consegue conectar muito bem todos os personagens em uma história engraçadíssima e politicamente incorreta. Nas primeiras 50 páginas, a obra parece não funcionar e não sabemos onde está a voz de Neil Gaiman e nem a de Terry Pratchett. Mas logo em seguida há uma incrível melhora no texto e o humor, cheio de sacadas e tiradas no melhor estilo Douglas Adams, prevalece e funciona muito bem. Mas antes de falarmos da obra em si, vamos gastar algumas linhas sobre os autores, o processo de escrita e sobre o fato de ser politicamente incorreto.

Os Autores e o processo de escrita:

Se você não esteve em coma nos últimos 30 anos, então com certeza sabe quem é Neil Gaiman, portanto não falaremos sobre ele aqui. Terry Pratchett, amigo de Neil, é igualmente talentoso e genial, mas não é tão conhecido no Brasil. Ele é autor de dezenas de livros da série Discworld e tem cerca de 100 obras publicadas. Morreu em 2015, com apenas 66 anos.

Belas Maldições tem o nome dos dois na capa, como coautores. Ao pegar uma obra assim, ficamos sempre curiosas para saber quem escreveu o quê e qual foi a participação exata de cada um na construção da história. Bem, isso é impossível de saber, mas podemos ter uma ideia. Segundo Neil Gaiman, Pratchett escreveu cerca de 60 mil palavras focou mais na história principal e ele, 45 mil e focou mais nas pontas soltas e no que fazer com elas. No entanto, ao longo do processo, esses papéis foram invertidos e um chegou a escrever notas de rodapé nos textos do outro, ao ponto de no fim não ficar claro quem escreveu o quê.

Já Pratchett diz que escreveu 2/3 da obra, mas como ele mantinha os disquetes (estamos falando dos anos 90!) com os originais e conversava diariamente com Gaiman por telefone, fazendo um brainstorming sobre a obra, é meio que impossível saber quem surgiu com tal ou tal ideia e contribuição. Ele diz ainda que quem escreveu a obra foi uma criatura chamada Terryandneil. “No fim, foi um livro feito por dois caras, que dividiram o dinheiro igualmente e fizeram por diversão”, conclui. Mas ele ainda enumera 3 pontos sobre sua participação na obra (em tradução BEM livre nossa):

Eu tive que [escrever]. Neil Gaiman tinha que continuar com Sandman – e eu podia dar um tempo de Discworld.
Uma pessoa tem que ser o editor geral, e fazer todo o corte, troca, alteração e, como eu disse antes, fui eu, por um acordo – se isso fosse uma graphic novel, seria Neil o editor, pelas mesmas razões que eu sou o editor desta novela.
Eu sou um bastardo egoísta e tentei escrever mais para ter mais texto antes de Neil.
Belas Maldições é uma obra politicamente incorreta – mas, isso é bom?

Ao pensarmos nas palavras “humor politicamente incorreto”, só vem coisa ruim à mente, não é mesmo? Este termo é muito utilizado por criaturas como Danilo Gentili, Rafinha Bastos e seus fãs como se fosse uma justificativa para fazer agressão e disseminar ódio e preconceitos em forma de humor. Falar dos limites do humor é algo que pode ser bem mais complicado do que parece. Pois o que pode ofender uma pessoa pode ser algo bobo para outras.

Para ilustrar essa complexidade, citamos duas (co)criações femininas e com protagonistas femininas repletas de humor politicamente incorreto, mas que não são imbecis e nem têm discursos de ódio. Unbreakable Kimmy Schmidt, série da Netflix, cocriada por Tina Fey e com Ellie Kemper como protagonista, aborda temas como racismo, homofobia, estupro, sequestro e feminismo através de um humor escrachado, exagerado e, muita vezes, crítico.

Outro ótimo exemplo é a (infelizmente ainda bem desconhecida por aqui) série Portlandia, cocriada por Carrie Brownstein, da banda de riot grrrl Sleater-Kinney. A série é composta por vários sketchs por episódio, com personagens que se repetem em alguns, e é uma sátira ao modo de vida atual, cheio de hipsters, yuppies, hippies, veganos, ativistas e por aí vai. O humor é uma sátira, muitas vezes bem ácida, sobre tudo e todos. Entre as personagens mais queridas estão um casal de lésbicas que é dono de uma livraria que só tem livros de feminismo radical. A série usa e abusa de estereótipos de gênero e faz MUITA piada com isso. Já dedicaram grande parte de um episódio, por exemplo, ao senso comum de que feministas são peludas – com participação de ninguém menos que KD Lang, que incorpora uma lésbica com trejeitos masculinos – ou seja, fazendo piada consigo mesma. Vale lembrar ainda que Carrie Brownstein é assumidamente bissexual e já namorou uma garota por anos (a colega de banda Corin Tucker).

Fazer humor politicamente incorreto é, de certo modo, também saber rir de si mesmo e das coisas em que acredita. Em Belas Maldições este tipo de humor perpassa toda a obra. Não perdoam nada nem ninguém. Há piadas e situações com tudo e todos – e sobra principalmente para os ingleses, muitas vezes tratados como burros, sistemáticos e atrasados. Em algumas críticas, e até mesmo na contracapa, há comparações com o humor de Monty Python. Isso se deve a algumas situações completamente nonsense ao longo da história. Mas é algo bem dosado e que não chega aos pés do grupo de comédia inglês.

Leia na íntegra:

site: http://deliriumnerd.com/2017/06/12/belas-maldicoes-gaiman-pratchett/
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Ane 19/06/2017

Admito que apesar de ser fã de literatura fantástica tenho uma espécie de relação de amor em ódio com o autor Neil Gaiman. Por outro lado, nunca tinha lido nada do autor já falecido, Terry Pratchett. Então quando vi Belas Maldições pensei; “porque não?”, afinal com uma sinopse um tanto quanto peculiar que prometia no mínimo algumas gargalhadas, a história merecia uma chance. Para minha surpresa me deparei com uma narrativa deliciosa, irônica e completamente inusitada.

Acredito que não exista uma única religião no mundo que não pregue de alguma forma o Apocalipse. Por esse motivo, Neil Gaiman e Terry Pratchett foram extremamente felizes ao construir uma narrativa com o tom certo de humor político incorreto, aquele que debocha de coisas sérias sem ter a necessidade de ofender ninguém. As situações descritas em Belas Maldições não somente fazem com que você dê aquela parada e reflita suas próprias atitudes, como também dê risada de suas crenças e de si mesmo.

Gostei muito da forma como os autores trabalharam esse eterno duelo entre o bem e o mal. A grande sacada deles aqui foi justamente mostrar com um leve toque de sarcasmo o quanto nós somos simplesmente humanos. Ou seja, que até mesmo uma pessoa com as melhores intenções pode semear a maldade e vice-versa. O modo como Neil Gaiman e Terry Pratchett usaram as imperfeições humanas para construir um enredo criativo é sem dúvidas um dos pontos altos do livro.

Resenha completa no blog ;)

site: https://goo.gl/pDXrFi
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Luciane.Gunji 25/06/2017

Resenhista Lucas Gonçalves para o blog Pitacos Culturais
Belas Maldições é um livro escrito por Terry Pratchett e Neil Gaiman, retratando de maneira original e engraçada um tema que é um tanto quanto polêmico: o Armageddon na visão católica cristã, com muitas situações divertidas e contextualizadas para os dias atuais.

Essa é a 14° reimpressão de um livro que foi escrito nos anos 90. Os autores modificaram situações, locais e personagens para a realidade atual. E já que mencionei, essa nova edição relançada pela Bertrand Brasil (selo do Grupo Editorial Record) está com a tradução atualizada e com modificações na capa para ficar mais moderna e condizente com o mercado atual.

A história começa com profecias de Agnes Nutter de que o mundo vai acabar num sábado. Aliás, no próximo sábado e ainda por cima antes de um jantar. Isso é um grande problema para Crowley, o demônio mais acessível do Inferno e conhecido também como ex-serpente (que seduziu Eva e Adão no Jardim do Éden) e seu velho amigo Aziraphale, anjo genuíno e dono de livraria em Londres.

Eles gostam daqui de baixo (ou, no caso de Crowley, daqui de cima). Portanto, eles não têm outra alternativa senão encontrar e matar o Anticristo, a mais poderosa criatura do planeta. O problema é que o Anticristo é um garoto de 11 anos e, ao contrário de tudo o que você já possa ter visto em algum filme, é um garoto que adora seu cachorro, se preocupa com o meio ambiente e é o filho que qualquer pai gostaria de ter.

A narrativa tem muitos personagens, porém, ambos os autores conseguem desenvolver bem todos eles. Não tenha medo com os nomes de tantos personagens, pois logo no inicio haverá um Dramatis Personae, um Guia com nomes e habilidades de cada um.

Em algumas partes, a história me lembrou um pouco do Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams. Finalizando, Belas Maldições é um livro divertido, com um tema original e escrito por ótimos autores. Ah, de acordo com uma notícia divulgada pelo site Omelete, a obra de Terry Pratchett e Neil Gaiman será adaptada para a televisão pela Amazon Studios e BBC Studios. O jeito é aguardar!

site: https://pitacosculturais.com.br/2017/06/25/belas-maldicoes-pratchett-terry-e-gaiman-neil/
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Suka - Pensamentos & Opiniões 09/07/2017

Um livro que contara sobre o fim do mundo de uma forma diferente, irônica e engraçada.
Sim! O Armagedom está chegando e será num sábado de acordo com as profecias de Agnes Nutter, profecias essas deixada para sua descendente Anathema, que teve que conviver com esses enigmas desde a infância e passou a entendê-las melhor e a aguardar que as profecias se concretizem.
Por outro lado, Aziraphale (um anjo) e Crowley (um demônio) estão na Terra há milhares de anos e por estarem juntos a tanto tempo tornaram-se amigos e passaram a questionar as decisões e escolhas de seus superiores, incluindo o apocalipse.
Eles gostavam de viver na Terra e não queriam que chegasse ao fim, então ele irão partir em busca do Anticristo, o responsável pelo fim do mundo, na tentativa de que o apocalipse não se cumpra, porém o tempo está passando e incidentes acontecem.
Já o jovem Anticristo, um garoto de 11 anos é completamente diferente do que se pode imaginar.
Se o mundo irá chegar ao fim? Bem só lendo o livro para saber.
Os autores conseguem trazer uma história apocalíptica de forma engraçada e diferente de tudo que já li sobre o tema.

site: www.suka-p.blogspot.com
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 13/07/2017

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
A maior parte da história se passa na Inglaterra, onde moravam o anjo (e proprietário de um sebo em meio período) Aziraphale e Crowley, a serpente que tentou Eva no paraíso, ambos com aparência humana. Talvez vocês já tenham ouvido falar que a imortalidade é solitária, e após tantos séculos na Terra, servindo como olhos, respectivamente, de Deus e do Diabo, Aziraphale e Crowley acabaram se tornando amigos (daqueles que se encontram no tempo livre para comer alguma coisa e bater papo).

"Mas ele o conhecia havia milhares de anos. Eles se davam bem. Quase compreendiam um ao outro. Às vezes suspeitava de que tinham muito mais em comum entre si do que com seus respectivos superiores. Ambos gostavam do mundo, para começar, em vez de vê-lo simplesmente como o tabuleiro onde o jogo de xadrez cósmico estava sendo jogado." (página 213)

Só que a vida pacata de ambos na Terra poderia estar com os dias contados, pois, segundo profecias, o Armagedom, a luta final entre o Céu e o Inferno, iria acontecer em breve, tudo por causa do Anticristo.

Mas, o que aconteceria se o Anticristo, o filho do Diabo, tivesse sido criado numa família humana, sem saber de sua real origem e do seu destino? Foi exatamente isso o que aconteceu, por causa de uma confusão na maternidade. Crowley deveria ter entregue o bebê Anticristo para uma freira satanista daquela maternidade, que o trocaria pelo bebê de uma família que o criaria sob as influências satânicas. Porém, ouve uma confusão e o Anticristo foi parar numa família sem ligação nenhuma com as forças infernais, sendo, inclusive, nomeado como Adam.

De qualquer maneira, quando o Anticristo completasse onze anos, seus poderes aflorariam espontaneamente, e esse dia chegou. Como ele usaria seus dons? O fim do mundo realmente aconteceria ou Aziraphale e Crowley poderiam fazer alguma coisa? Para descobrir, você tem que ler o livro.

"Uma turba frenética, reduzida a um estado de fúria pura pelo hábito que Agnes tinha de sair por aí sendo inteligente e curando pessoas, chegou à casa dela certa noite de abril para encontrá-la à espera, sentada com seu casaco." (página 180)

Só uma pessoa não precisaria ler o resto da história: Anathema, uma descendente de Agnes Nutter, a última bruxa da Inglaterra, morta na Inquisição, não sem antes conseguir escrever seu livro de profecias que, quando bem interpretadas, contavam fatos que aconteceriam no futuro. Anathema, assim como seus antepassados, dedicava a vida a desvendar essas profecias, e seu caminho se cruzaria, em algum momento, com o de Aziraphale, Crowley, o Anticristo, um caçador de bruxas e tantos outros personagens interessantes criados pelos autores.

"- Largue a arma - disse Anathema, ao seu lado - ou vou lamentar o que terei que fazer em seguida.
Bem, é verdade, pensou ao ver o homem ficar rígido de terror. Se ele não deixar cair a arma, vai descobrir que isto é um graveto, e aí eu realmente terei que lamentar ser baleada." (página 301)

É meio complicado para mim classificar o livro, mas creio que ele se encaixe na fantasia. Também não consigo estipular uma faixa etária para o público alvo, visto que há personagens de diferentes idades e que certamente cativarão públicos diferentes. O que me fez solicitar o livro da parceria com o Grupo Editorial Record foi a curiosidade de conhecer a escrita do Neil Gaiman, além de ter visto alguns comentários que diziam que era uma história com humor, e eu amo histórias divertidas. E eu lhes digo, é sim uma história com muitas partes engraçadas, daquelas que nos arrancam gargalhadas.

Vi em algum lugar que "Belas Maldições" é um livro que faz humor com o sagrado, e concordo com isso, mas em nenhum momento esse humor me pareceu ser desrespeitoso. Além disso, os autores nos fazem refletir sobre o que há de bom e de ruim no ser humano, e em como podemos ou não ser influenciados por espíritos do mal. Aqui temos os Quatro Cavalheiros do Apocalipse nomeados como Morte, Guerra, Fome e Poluição. Excetuando-se a Morte, não seriamos nós mesmos culpados pelos outros três? Não seríamos capazes de impedir a guerra, extinguir a fome e acabar com a poluição?

"E tinha um conjunto completo de Bíblias Infames, nomeadas individualmente a partir de erros tipográficos.
Entre essas Bíblias estava a Bíblia dos Injustos, assim chamada devido a um erro do impressor que o fizera proclamar, em Coríntios 1, "Não sabeis que os injustos herdarão o Reino de Deus?", e a Bíblia dos Sem-Vergonha, impressa por Baker e Lucas em 1632, onde a palavra não foi omitida do sétimo mandamento, tornando-o: 'Cometerás Adultério.' Havia a Bíblia das Botas de Canaã, a Bíblia da Ressurreição do Lazarento, a Bíblia dos Peixes Caminhando Sobre as Águas, a Bíblia de Charing Cross e o resto. Aziraphale tinha todas." (página 49)

"Belas Maldições" foi uma leitura que eu gostei muito e que recomendo. A boa escrita dos autores permite que visualizemos os cenários com facilidade, e foi interessante (para mim, que tinha acabado de ler outro livro ambientado na mesma cidade) ver como Londres e arredores foi retratado.

Além do humor, os personagens são um dos destaques da obra: as cenas em que Aziraphale e Crowley apareciam eram as minhas favoritas, por mim, poderiam ser só os dois narrando toda a história! E olha que normalmente eu não curto muito tramas com anjos e demônios, hein?! Era muito legal ver dois amigos com suas semelhanças e diferenças, e como suas ações poderiam estar certas ou erradas, dependendo do ponto de vista. Demorei um pouquinho para simpatizar com o Adam e sua trupe (sim, como muitos garotos de onze anos, o Anticristo tinha um grupinho bem interessante de amigos), mas minha opinião sobre ele mudou bastante ao longo da leitura. Enfim, todos os personagens são interessantes e tem seu momento de destaque.

"- Por que eu?
- Você obviamente é um privilegiado - disse Hastur, malicioso. - Imagino que nosso Ligur aqui daria o braço direito por uma chance dessas.
- É isso mesmo - concordou Ligur. O braço direito de alguém, pelo menos, pensou ele. Havia muito braço direito por aí; não fazia sentido desperdiçar um dos bons." (página 25)

Acho que "Belas Maldições" poderia até virar um filme (de fato, vai virar uma série), que com certeza causaria muitas risadas no início. O desfecho da trama para mim foi imprevisível, eu não fazia ideia do que aconteceria nos capítulos finais, mas tenho que comentar como os últimos parágrafos da obra foram singelos, bonitos, poéticos. Emocionante, de "deixar o coração quentinho''!

"Depois de um ano, Newt percebeu que obviamente não tinha o rosto que combinava com cortes de cabelo. O melhor que Newton Pulsifer poderia esperar após um corte de cabelo era ficar com o cabelo mais curto." (página 186, confesso que me identifiquei com o Newt nesse ponto)

Eu gostei da combinação de cores e fontes da capa (olhando as internacionais, não achei nenhuma mais bonita que a brasileira, e não entendi muito bem a ideia da capa de uma edição nacional mais antiga [aí ao lado]). As páginas são amareladas. A diagramação é simples e boa, com margens, letras e espaçamento de bom tamanho. Há alguns erros de revisão.

Por hoje é só, fica a minha super recomendação de leitura para quem procura uma leitura divertida e com uma trama interessante. Meu primeiro contato com a escrita do Neil Gaiman foi ótimo, quem já tiver lido outras obras dele pode deixar indicações aí nos comentários.

site: https://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2017/07/resenha-livro-belas-maldicoes-terry.html
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Gramatura Alta 21/07/2017

BELAS MALDIÇÕES é uma reedição, a décima quarta, de um grande sucesso de Gaiman, desta vez em parceria com Pratchett. Como o livro foi escrito em 1990, ele foi revisto pelos autores e teve alguns detalhes atualizados para os dias de hoje.

A história do demônio Crowley, a serpente que convenceu Adão a morder a maçã, e do anjo celestial Aziraphale, o encarregado dos portões do paraíso, que convivem pacificamente e tentam impedir o fim do mundo por interesses próprios, é recheada de referências, sarcasmo, indiretas, bizarrices, piadas, entre outras muitas coisas, que tornam a leitura uma tarefa prazerosa, mas cansativa.

Cansativa, porque existem muitos personagens, a maioria deles com indicações dúbias de quem são, ou o que fazem, conversas de duplo sentido, referências que se misturam entre a ficção e a realidade, muitos nomes estranhos, etc., obrigando o leitor a uma atenção maior no que está lendo.

Prazerosa pelos mesmos motivos. É impossível não rir e se espantar exatamente com tudo o que está no parágrafo acima. É divertido procurar no texto o que os autores realmente querem dizer, quem realmente são os personagens e o que realmente irá acontecer.

Neil Gaiman e Terry Pratchett nunca disseram quanto cada um escreveu da obra, existem relados diferentes deles mesmos, dependendo da época e dependendo de quem pergunta. O que é igual nas respostas, é que eles trocaram muitas ideias por telefone, criando, aos poucos, todas as sequências da narrativa. Isso, de certa forma, explica um pouco o quanto ela é confusa em certos momentos, e o quanto alguns diálogos acabam se tornando desnecessários para a trama. O que fica parecendo é que os autores estavam se divertindo, fazendo os personagens trocarem ideias que eles mesmo tinham, mas sem ser conclusivo para a história.

Apesar de todo humor negro existente em BELAS MALDIÇÕES, a mensagem final que o livro entrega, independente da religião do leitor, uma vez que os personagens são todos da Bíblia, é universal. O que os autores passam é que uma pessoa não nasce má, ela se torna má, devido a diversos fatores, como sua educação, sua família, seus amigos, o que acontece de ruim com ela, enfim, devido a todas as influências negativas que recaem sobre ela durante a vida. Mesmo o anticristo, alguém que deveria ser o inferno encarnado, como foi criado acidentalmente por uma família de boa índole, se tornou alguém bom. Até seu cachorro, que é uma cria demoníaca, torna-se um animal dócil que conquista o leitor.

BELAS MALDIÇÕES, apesar de possuir vários trechos confusos e cansativos, é uma leitura ímpar, diferente e inspirada, uma crítica sobre nossa sociedade, nossa religião, nossos costumes, nossos preconceitos, nossas esperanças e sobre o quanto somos facilmente influenciáveis.

site: http://www.gettub.com.br/2017/07/belas-maldicoes.html
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Karini.Couto 29/07/2017

Olá leitores queridos, como estão? Mais uma resenha para vocês e hoje de nada mais nada menos que de um livro de Neil Gaiman que eu adoro junto com Terry Pratchett.

"... Não é possível adivinhar o inefável, é o que sempre digo. Existe o Certo e existe o Errado. Se alguém faz o Errado quando lhe dizem para fazer o Certo merece ser punido. Ahn."

Pelo que eu li a respeito essa é uma reedição de um livro já lançado muitas e muitas vezes e que fez muito sucesso. Então nós temos em mãos uma nova edição linda e atualizada para os dias atuais e em parceria com Pratchett e claro com alterações das edições anteriores.

O livro nos trás algo bem interessante falando sobre os dias desde o começo, ou seja, quando tudo foi criado. Quem não conhece a história de Adão e Eva, da serpente e etc.? Pois é .. Esse livro fala sobre isso de uma forma moderna e muito mais interessante até.. Nessa história temos Crowley que é a serpente que fez com que a tentação da maçã ocasionasse no começo do pecado e de muito mais coisas que se seguiram. Temos também um anjo que é responsável pelos portões do paraíso, cujo nome é Aziraphale.

Bom, a história se passa em vários momentos, mas principalmente na Inglaterra onde Aziraphale, o tal anjo que também é dono de um sebo e Crowley vivem pacificamente e podem ser inclusive considerados amigos, já que em seus momentos vagos se encontram como tal, para jogar conversa fora, comer e fazer coisas "normais". Eles não tem mais a mesma forma de antes, são normais, aparência humana e se misturam em meio a todos os outros.. E a eternidade pode ser um presente, mas também uma maldição, talvez isso fez com que cada um deles, representando respectivamente Deus e o Diabo tenham pensamentos que até mesmo muitas vezes se combinem, mesmo que com interesses diferenciados, tudo parece possuir um mesmo fim.

A tranquilidade está ameaçada pelo tão conhecido Anticristo.. E claro, como não se trata de uma história tão comum, mas moderna, o dito cujo é um jovem normal ou quase, por assim dizer, nasceu em um ambiente familiar humano. Isso tudo ocorreu por questões passadas que irão entender quando ler a história, o Anticristo deveria ter sido criado desde sempre para o mal, mas foi criado em uma família normal.. Confusão é o que não falta em Belas Maldições, podem acreditar! Mas mesmo assim, segundo uma certa profecia aos onze anos esse jovem, não importando onde foi criado seria clamado por seus poderes e isso ocorre, como dito.. Mas a principal questão é: E se a serpente não for tão demoníaca? E se o Anjo não for tão angelical ou guerreiro? E principalmente se o Anticristo não for o "capiroto" programado para ser? Então, teríamos uma série de incertezas e uma história completamente sem um final pré determinado por profecias.. Como o Fim dos tempos e do mundo!

Então o fim do mundo vai chegar? Adam será mesmo um Anticristo capaz de destruir tudo e todos? A Serpente e o Anjo são capazes de impedir algo, assim como parecem estar determinados? Esses são os principais mistérios que envolvem todo o enredo.

Mas existe uma pessoa capaz de saber exatamente o que estaria por vir, independente de quaisquer confusões ou incertezas e ela é descendente da última bruxa da Inglaterra morta na inquisição, que deixou um livro de profecias que deve ser interpretado, pois nele está todo o futuro e Anathema agora é a única capaz de saber o que está por vir.. E tantos outros personagens interessantes irão entrar nesse enredo e juntos transformar uma história que conhecemos de uma maneira em outra completamente nova e interessante!

O que eu achei? Amei demais a história! No começo confesso que foi difícil engrenar, mas depois que engrenei fui e não pude nem parar para comer até saber como isso tudo iria terminar.

A história mistura muitas coisas entre ficção, fatos que fazem parte da história da população cristã, personagens únicos e carismáticos e muito sarcasmo, situações engraçadas e até mesmo os quatro cavaleiros do apocalipse!

Acreditem, vocês irão amar!

site: http://www.pslivros.com.br/
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Cheiro de Livro 02/08/2017

Belas Maldições
Só o fato de ser escrito por Neil Gaiman e Terry Pratchett já deveria ser razão suficiente para qualquer pessoa ler Belas Maldições (Bertrand Brasil, 349 páginas, traduzido por Fábio Fernandes). Se essa não é uma razão forte o bastante, você deveria rever seus conceitos, mas mesmo assim vou tentar te convencer.

Bom, Neil Gaiman é autor de vários livros incríveis, entre eles a série de HQs, “Sandman”, do livro “Deuses Americanos” (que virou série), entre muitas outras obras. Já Terry Pratchett se alimenta da mesma fonte de humor de Douglas Adams e é responsável pela excelente série (de livros) “Discworld”.

Se você curte o humor ácido dos ingleses com pitadas de nonsense no melhor estilo Monty Python, nem precisa continuar lendo a resenha, basta correr e ler Belas Maldições sem medo. Mas se ainda precisa de mais incentivo, vamos lá.

O livro, escrito em 1990, fala sobre o fim do mundo eminente, o que incomoda o anjo Aziraphale e a serpente (na verdade um demônio) Crowley. Ambos vivem na Terra há muito tempo, por séculos, já se acostumaram com os humanos e inclusive um com o outro e não querem que tudo acabe. Ao mesmo tempo precisam ficar de olho no anticristo, um menino bem normal, filho de um Diplomata americano que mora na Inglaterra (referência direta ao filme “A Profecia”). Só que, na verdade, eles perderam o anticristo de vista, que é um menino chamado Adam, que mora com os pais numa cidade pequena na Grã-Bretanha e se diverte com seus poderes, mas não chega a ser um menino completamente do mal. Ao mesmo tempo, os Cavaleiros do Apocalipse chegam na Terra: Guerra, Morte, Fome e Poluição, porque a Peste se aposentou desde que foi inventada a penicilina.

Essas três histórias se entrelaçam com um senso de humor bem peculiar e delicioso, criando uma história recheada de humor negro e muita crítica sobre os seres humanos, além de cair em um dos estilos favoritos de Gaiman, mostrar que nem tudo é preto ou branco, que nem sempre o mal é completamente mal e nem o bem é puro e bom.

Com certeza esse é um passeio louco por uma história bem divertida, contada por quatro mãos maravilhosas, o que torna um privilégio a nós, leitores poder ler e participar dessa experiência imperdível. O mais incrível, é que mesmo que tenha sido lançado em 1990, quase 30 anos atrás, o livro é muito atual com uma história que não envelhece.

site: http://cheirodelivro.com/belas-maldicoes/
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vinicius.fagundes.93 10/08/2017

Belas Maldições
Eu realmente não sei porque eu demorei tanto tempo para ler alguma coisa do Neil Gaiman. Talvez porque de tanto ouvir falar que os livros deles são incríveis, eu estava com medo de que todo esse hype acabasse levantando demais as minhas expectativas e eu acabaria me decepcionando com o livro. Mas com Deuses Americanos vindo pra TV, eu sabia que era só uma questão de tempo até eu pegar um livro dele. Então eu fico muito feliz de poder dizer que eu amei Belas Maldições demais.

Belas Maldições é uma colaboração do Neil Gaiman com Terry Pratchett, autor da série Discworld. No livro, o fim do mundo finalmente vai chegar. E isso é um problema para o anjo Aziraphale e o demônio Crowley, que simplesmente se acostumaram a viver entre os humanos, e não querem se desfazer dos confortos da vida na Terra. Portanto, os dois partem em uma missão para impedir o apocalipse, o que significa encontrar o Anticristo, a mais poderosa criatura da Terra. O problema é que o Anticristo é uma criança de 11 anos.

Belas Maldições é completamente, sem sombra de dúvidas, uma comédia. O livro tem uma das narrações mais divertidas que eu já li, e não faltaram momentos que me fizeram rir. Não só na própria narração, como também nos diálogos e até mesmo nas notas de rodapé, toda página tem pelo menos um detalhe que não deixa o humor do livro cair. Tudo isso tornou Belas Maldições uma leitura muito divertida, do tipo que você lê 100 páginas sem nem perceber.

Apesar de ser focado principalmente na comédia, o livro não sacrifica o desenvolvimento dos personagens pelo humor. Aziraphale e Crowley fazem uma dupla de “protagonistas” muito interessante porque apesar de estarem literalmente em lados opostos de uma guerra, eles tem coisas em comum o suficiente para formarem uma aliança, que em certos ponto se torna uma amizade, apesar de nenhum dos dois querer admitir. A química e os diálogos dos dois são responsáveis por alguns dos momentos mais legais do livro.

Os outros personagens do livro são todos incrivelmente bem construídos, e acrescentam muita coisa pro enredo. Adam, o tal Anticristo, é um personagem que parece simples, mas vai ficando mais complexo a medida que o plot se avança. Além disso, ele e a gangue de amigos dele são alguns dos personagens infantis mais realistas que eu já vi em um livro. E outros coadjuvantes como a bruxa Anathema Device, e os caçadores de bruxas e os caçadores de bruxas, Shadwell e Newton Pulsifer são muito divertidos também.

Mas o que mais me agarrou em Belas Maldições não foram os diálogos engraçados ou os personagens divertidos, mas sim a mensagem que o livro meio que esconde por entre os acontecimentos do fim do mundo. Enquanto Aziraphale e Crowley estão correndo tentando encontrar o Anticristo, o livro tem momentos mais calmos em que os personagens discutem sobre a natureza do ser humano, e se nós somos inerentemente bons ou ruins. E apesar de não parecer, um livro sobre o julgamento final consegue ser bastante otimista em relação a moralidade dos seres humanos.

Belas Maldições é um daqueles casos raros em que a hype é, pelo menos na minha opinião, completamente merecida. Um enredo animado, com personagens muito bem explorados, que consegue levantar questões complexas sobre a moralidade das pessoas sem se tornar uma leitura pesada e enfadonha. Um ótimo começo pra minha jornada nos livros do Neil Gaiman (e talvez do Terry Pratchett também) e o melhor livro que eu li até agora em 2017.

P.S.: De acordo com os boatos da internet, Belas Maldições vai virar uma mini-série da BBC, com o próprio Neil Gaiman como showrunner, e eu não poderia estar mais animado.

site: http://laoliphant.com.br/resenhas/resenha-belas-maldicoes-terry-pratchett-neil-gaiman
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ViagensdePapel 28/08/2017

Após ler meu primeiro livro do Neil Gaiman, há pouco tempo atrás, tenho que confessar que fui pega, como tantos outros, pela maravilhosa escrita do autor. Por esse motivo não hesitei em requisitar Belas maldições à editora e posso dizer que estou positivamente surpresa com a leitura. Apesar de se tratar de um livro sobre o apocalipse, trazendo demônios, anjos e até o anticristo à história, a trama tem um quê de bom humor que me conquistou, e posso dizer até que traz um certo tom reflexivo, pra um leitor mais atento.

Belas maldições narra a história de um anjo, Aziraphale, e um demônio, Crowley (a serpente que tentou Eva), não só tendo a aparência, mas vivendo como humanos. Eles são, respectivamente, representantes de Deus e do diabo, seus olhos aqui na Terra e, após anos de convívio, são companheiros um do outro. Poderia até dizer amigos, que se dão muito bem e apreciam a vida confortável que possuem aqui na Terra. Porém, de acordo com as profecias, o fim do mundo está chegando para mudar isso e ambos, anjo e demônio, decidem se juntar para impedir o Armagedom que acontecerá a forma do Anticristo – um menino de 11 anos que foi trocado na maternidade e não faz ideia de seu papel nisso tudo.

É difícil dizer exatamente o que mais me chama atenção nesse livro: os personagens icônicos, o humor irreverente, a trama inusitada.. São tantos os elementos cativantes nesse livro que fica difícil eleger o que eu mais gostei. O conjunto da obra é algo grandioso, com uma mistura das coisas mais inusitadas e improváveis que você vai ler sobre o fim do mundo. Aposto que você, assim como eu, jamais pensou que o Armagedom pudesse ser tão engraçado.

O livro é dividido em partes e sua narrativa varia o ponto de vista entre os diversos personagens que os autores criaram. Além de que, ele conta com um narrador onisciente cujo papel é nos divertir imensamente com sua ironia acerca acontecimentos pré-apocalipse. Os personagens são inúmeros (o que pode até confundir alguns leitores), mas cada um é tão instigante à sua maneira que nos vemos ansiosos por mais. De fato, os autores criaram representações extremamente inusitadas sobre as grandes estrelas do apocalipse. Os cavaleiros do apocalipse merecem um destaque especial: Fome, Guerra, Morte e Poluição (a peste resolveu sair do ramo após a invenção da penicilina) foram muito bem representados na forma de motoqueiros (temos até uma mulher!) que apreciam bastante uma ironia e destroem o mundo aos poucos.



Leia a continuação da resenha, acesse o link abaixo:

site: http://www.viagensdepapel.com/2017/08/06/resenha-belas-maldicoes-de-neil-gaiman-e-terry-pratchett/
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gabilemos 12/09/2017

Um Anjo, um Demônio e o Apocalipse.
Existem livros que você tem muita vontade de ler, mas não consegue ler porque 1. O livro já estava esgotado e 2. Livros em inglês são caros. Graças aos deuses esses dois fatores se dissiparam rapidamente graças a globalização e a internet salvadora de almas perdidas (ou seria aquela que condena?).Belas Maldições (ou Good Omens) é parte desse tipo de livro. Neil Gaiman já é um autor bastante conhecido (Olá Sandman!) com o público tupiniquin, entretanto poucos conhecem a sua primeira obra literária, que é esse livro que entitula esse post maravilhoso.

Terry Pratchett já é conhecido desse blog, já resenhamos Pequenos Deuses e eu fiz o pacto de fazer resenhas de todos os livros dele lançados no Brasil (Vai dar trabalho e essa é a enésima promessa literária que faço esse ano, tenho que dar conta!). A sua escrita é algo diferente do usual, a maioria dos livros de Discworld não são separados por capítulos (Tiffany Dolorida é a exceção aparentemente). Ver um livro dele fora do Mundo do Disco é algo a parte, deve ser apreciado com muito prazer e calma.

Ver dois autores de calibre juntos é algo meio assustador, poucos são os livros feitos em conjunto que já li,acho que esse é o primeiro. A temática bíblica não é algo que domino com propriedade,nunca li a Bíblia e não tenho a menor vontade (podem me julgar,mas é minha vontade, então…). O livro assume uma personalidade mais Pratchettiana,por assim dizer, a estrutura do livro aparenta ser as do Discworld, mas tem momentos que diverge bastante, assim, eu denomino Belas Maldições uma obra de Terry Pratchett e Neil Gaiman e não ao contrário, como preza as regras alfabéticas daqui.

O livro acompanha dois personagens: Aziraphale, um Anjo e Crowley, um Demônio. Ambos estão presentes na terra desde o Começo, e vivem vidas mundanas desde então.Até que eles recebem a notícia que o Anticristo irá nascer, e consequentemente o Apocalipse. Junto a isso conhecemos um livro que contém profecias perfeitamente corretas de uma Bruxa chamada Agnes Nutter, e também uma troca de bebês. O plot do livro é bem simples, seu diferencial está no núcleo de personagens, sejam eles humanos ou Cavaleiros do Apocalipse. O livro tende a apresentar cada um em seus momentos de atuação, sem contar que ele contemporaniza alguns conceitos como um dos Cavaleiros não ser o que era antes, culpa da Idade Média.Eles tem suas apresentações bem dinâmicas,mostrando seus ambientes de trabalho e como se adaptaram aos tempos atuais e globalizados, e temos a participação de um cavaleiro beem famoso que também está no Mundo do Disco.

Nessa narrativa ela alterna entre os núcleos, seja o dilema entre Bruxas e Caçadores de Bruxas, Demônio e Anjo. É interessante como os contrapontos são trabalhados no decorrer da obra, embora queria ter visto mais momentos de diálogo entre Crowley e Aziraphale para observar como eles se relacionam no decorrer das eras na terra. O livro dosa bem questões de reflexão, mais centrado na última parte entre alguns personagens chave, e as profecias de Agnes Nutter são bem dosadas no enredo,sem exagerar já que esse elemento não é o plot principal, e sim o caminho para tal.

O questionamento sobre quem tem o real controle de nós mesmos é algo interessante, ver até que ponto o Anticristo queria ter aquele poder e o quão seriamos imaturos com tanto poder. A parte final do livro deixa boas reflexões acerca disso e até rever alguns contextos de vida mesmo. Experimentar o fim do mundo como meio de rever suas escolhas de vida deve ser experiência obrigatória para todo mundo.

O livro é meio que vendido como “descendente direto de O Guia do Mochileiro das Galáxias”, parte disso eu discordo, o Guia tem certos problemas de enredo, as vezes parece ser uma aleatoriedade complexa, sem contar que os personagens são pouco detalhados. Então, só o aspecto cômico pode ser atrelado às duas obras. O projeto gráfico da nova edição é pobre em relação a primeira edição lançada no Brasil,e se compararmos as edições inglesas, que tem duas capas (um para Crowley e um para Aziraphale) a diferença é gritante.

O livro já está com uma adaptação, feita pela BBC e Amazon (produzida pelo Gaiman), e conta no elenco Michael Sheen como Aziraphale e David Tennant como Crowley. Estréia está prevista para 2018!




site: http://wondergeek.com.br/belas-maldicoes-de-neil-gaiman-e-terry-pratchett/
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