spoiler visualizarSilene.Monteiro 06/02/2019
Ou Isto ou Aquilo
Resenha da Obra Literária “Ou Isto, ou Aquilo” de Cecília Meireles
Por: Silene Aparecida Monteiro de Oliveira
Sobre a autora
Cecília Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro. Perdeu os pais quando era ainda muito jovem, e por isso, foi criada pela avó. Teve uma vida marcada por tragédias, como a perda de seus pais, todos os irmãos, e o suicídio de seu primeiro marido.
Teve três filhas chamadas Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, e foi casada duas vezes.
Seu primeiro poema, “Espectros” foi publicado aos 18 anos de idade. Essa obra era composta por sonetos simbolistas. A longo de suas publicações, a autora foi tendo bastante reconhecimento, pois teve influências não apenas modernistas, mas no classicismo, romantismo, parnasianismo, surrealismo e realismos.
Foi uma mulher à frente de seu tempo, pois já nos anos 20, lutou pelo direito das mulheres, pela imprensa livre e pela educação. Durante sua vida, realizou palestras e conferências sobre diversos assuntos relevantes pelo mundo, tais como: educação, literatura brasileira, teoria literária e folclore.
Em 9 de novembro de 1964, o mundo ficou órfão de Cecília Meireles, devido a um câncer.
Suas obras foram reconhecidas internacionalmente, e dentre os prêmios mais importantes, destacam-se:
• Prêmio de Poesia Olavo Bilac
• Prêmio Jabuti
• Prêmio Machado de Assis.
Sobre a obra
“Ou isto, ou aquilo”, foi uma de suas últimas obras, publicado em 1964, no mesmo ano de sua morte. Para compor os 56 poemas desse livro, a autora usa toda sua sensibilidade, e brinca com as palavras, expressões, trava-línguas e cantigas de roda, típicas do universo infantil. É um livro encantador, cheio de sonoridade, ritmo e rimas. A autora explora a fantasia, imaginação, e a imprevisibilidade, que são partes inerentes do universo da criança. Todos os poemas nesse livro, retratam fielmente situações pertencentes às crianças e inclusive, à sua própria vida.
.Cecília Meireles possuía o dom de escrever e cativar todos os públicos. Para ela, as crianças tinham que ter acesso a obras de qualidade: “Um livro de literatura infantil é, antes de mais nada, uma obra literária. Nem se deveria consentir que as crianças freqüentassem obras insignificantes, para não perderem tempo e prejudicarem seu gosto. Se considerarmos que muitas crianças, ainda hoje, têm na infância o melhor tempo disponível da sua vida; que talvez nunca mais possam ter a liberdade de uma leitura desinteressada, compreenderemos a importância de bem aproveitar essa oportunidade. Se a criança, desde cedo, fosse posta em contato com obras-primas, é possível que sua formação se processasse de modo mais perfeito” (MEIRELES, 1979, p. 96). Cecília Meireles
O poema que dá nome ao livro, “ou isto, ou aquilo”, traz a escolha, como temática. A difícil decisão de ter que escolher entre uma coisa ou outra, é constante, e faz parte da vida de todos.
A opção por uma coisa, implica na renúncia de outra, por isso, temos sempre a impressão de que estamos perdendo algo, e temos medo de perder algo melhor:
“É uma grande pena que não se possa
Estar ao mesmo tempo em dois lugares!”
Assim, a inevitabilidade da escolha, gera certa angústia, e incerteza:
“Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro”
“mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo”
Ao ler essa obra extremamente sensível, pude perceber que a própria autora empresta à ela, um pouco de sua experiência de vida: Suas Aventuras, desventuras, sabores e dissabores. Mas, sobretudo, sua singular maestria, e seu talento ímpar como poetisa.
Ao abrir esse livro, abre-se também, um leque riquíssimo de infinitas possibilidades, da beleza e do medo do que é imprevisível, e acima de tudo, da simbólica inocência da criança que habita em cada um de nós.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.todamateria.com.br/cecilia-meireles/
http://files.linguaportuguesaemacao.webnode.com.br/200000029-ec143ed0e4/INFANTIL%20-%20Cecilia%20Meireles%20-%20Poesias%20Do-Livro%20Ou%20Isto%20Ou%20Aquilo.pdf
(MEIRELES, 1979, p.96). Cecília Meireles