toledo 02/05/2021
Do sci-fi non-sense à perda de identidade
Se eu precisasse definir o quarto livro do Guia do Mochileiro das Galáxias em uma única palavra, ?medíocre? seria, talvez, a mais exata. Trago aqui a definição da palavra no Google:
?Medíocre
adjetivo
1. de qualidade média, mediana; que não é bom nem mau: obra medíocre.?
Em ?Até mais, e obrigado pelos peixes?, Adams deixa de lado a ficção científica e tenta emplacar um romance que é raso e sem graça. A narrativa louca, as falas irônicas e os acontecimentos non-sense que sempre se encaixam no final (marcas registradas na série) estão ausentes, fazendo o livro nem parecer parte da saga em si.
?[...] E é nesse ponto da história que os leitores ansiosos para saber o que Marvin e Ford Prefect andaram fazendo durante todo esse tempo deveriam pular para os últimos capítulos? (p. 101) e se o fizerem, saibam que não perderão muita coisa.
Nessa obra, o foco é apenas em Arthur e sua paixonite aguda, deixando de lado todos os outros personagens. Ford aparece poucas vezes e é mais uma muleta para a história do inglês e Marvin, nosso querido robô depressivo, tem um papel minúsculo e triste. Zaphod e Trillian são apenas citados e a conclusão da história dos dois não é nem explicada... algo que espero muito que seja desenvolvido no último livro.
Uma série que começou excelente (sou perdidamente apaixonada pelos dois primeiros livros, diga-se de passagem) e foi se perdendo no terceiro e quarto livros.
Torço para que o último seja melhor.