Gaby Lemos 26/01/2022
I was raised to hate Jude
Eu fui educada para odiar a Jude. Isso é o que eu ficava pensando depois que terminei o livro. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para eu me conectar a personagem.
Eu me considero uma feminista, eu sou a personagem principal da minha história e navegadora do meu destino e ainda assim ver uma mulher tão forte e com tão pouca delicadeza me pegou de surpresa. Nós, mulheres, fomos educadas para esperar que haja uma delicadeza, um "Quê" de feminino e frágil em cada mulher e a Jude não tem isso. Ela não abaixa a cabeça, ela não tem medo de enfrentar as adversidades, seus medos ou o ambiente hostil. Tem pouca delicadeza nela e eu demorei um pouco para entender que essa falta de delicadeza ocorreu porque ela não pode se dar ao luxo de fraquejar, de ser frágil. Ninguém vai salva-la ou resolver seus problemas ou respeitá-la. Ela tem que fazer isso, ela tem que tomar o que deseja e sufocar os medos dela para conseguir o que acha que precisa para se sentir segura, respeitada e poder livremente sentir que pertence a um local.
Uma vez que eu terminei o livro, eu tinha que saber como a trajetória dela continuava, o que viria a seguir, como ela ia lidar com o poder que conseguiu.
O livro é instigante, cria um universo tão lindo que você nem quer sair.
Diferente de vários livros que criam seu próprio universo, não há falhas de criação aqui. Você conhece as regras, os componentes, a etiqueta. Tudo é explicado de forma muito natural e intuitiva.
As descrições de roupas e locais são breves, mas dão uma ideia clara do ambiente, deixando um espaço perfeito para imaginação, como qualquer livro bom de fantasia deveria ser.
Uma das melhores leituras para iniciar o ano!