Marília 22/09/2021Me prendeu do início ao fim"Assim na terra como embaixo da terra" me prendeu na leitura do início ao fim. Que potência de narrativa! Comecei a história sem saber de nada, sem ter visto sinopse ou resenhas, mas quando li as primeiras páginas me senti tão intrigada e instigada que não parei até a última.
A história acompanha os presos e carcereiros de uma colônia penal totalmente isolada e caindo aos pedaços sem recursos nem para manter uma refeição completa para todos. Conforme vamos entrando na narrativa e lendo o relato do ponto de vista de cada um vamos percebendo que há algo muito estranho acontecendo por ali: a forma como o chefe, Melquíades, trata os encarcerados e como todos tem um medo anormal tendo a certeza que não vão sair vivos daquele lugar. O clima de tensão aumenta a cada página, mas não para por aí. Aqui temos o extremo da desumanização onde as pessoas são descartada como o lixo do lixo.
A aridez e a dureza estão presentes não só no espaço deserto no qual se encontra a colônia, mas também na forma de agir e de se comunicar dos personagens que muitas vezes se encontram em situações onde a única opção é agir como um bicho encurralado: sempre alertas e fugidios mas atacando brutalmente se ameaçados. Não é a toa que ganhou como melhor romance no Prêmio São Paulo de Literatura.
Recomendo para todos que gostam de um bom suspense e também estão procurando uma literatura nacional de alta qualidade!