Manu 02/10/2021
Para que serve o sangue, senão para ser derramado?
Candyman. O temível assassino, que poderia ter a alcunha de ser o primeiro slasher sobrenatural das narrativas do horror foi escrito pelo britânico e multalentoso Clive Barker e publicado como conto em 1984. Em 1992, a famosa e popular adaptação cinematográfica chega aos cinemas, com Candyman sendo interpretado ide forma icônica por Tony Todd.
Com o conto, Clive Barker quis brincar um pouco sobre nossas crenças em lendas urbanas. O que faz uma lenda urbana se manter viva senão pela transmissão contínua de forma oral pelas pessoas através de gerações e gerações? A existência de uma lenda se dá pela crença de indivíduos nela. E, se você não a conhece, não queira descredibilizar algo que não envolve você ou sua cultura.
É o que acontece com a protagonista da história, Helen. Ao estudar sobre pichações e suas simbologias, descobre sobre misteriosos assassinatos na região periférica de Spector Street, na Inglaterra. Por escutar os casos de "boca-a-boca" por moradoras do local, Helen fica fascinada em querer descobrir se existe realmente um assassino que possui um gancho no local da mão.
Com um ritmo ágil, a curta história é muito envolvente e traz um filme arrepiante. Não espere muito desenvolvimento do Candyman na história, saiba que a proposta do conto não é contar a história de origem do assassino. Desfrute apenas do poder sugestivo da narrativa e da forma que Barker faz nos pensar sobre como as comunidades esquecidas vivem com suas próprias particularidades e que devemos respeitar o que para nós é desconhecido.