Pedro Octávio 31/12/2020Hoje eu vou falar um pouco sobre uma reflexão que tive durante uma releitura.
Recentemente, com o projeto #querodarkcomvocê, reli a HQ Meu Amigo Dahmer da @darksidebooks e minha dupla foi a @lumoteca (que liberou resenha dessa HQ hoje). Depois de lermos, tivemos uma discussão super interessante e vou abordar um pontos aqui.
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Derf Backderf, o autor dessa HQ recorre a sua própria memória e às lembranças de seus amigos mais íntimos acerca da vida do Canibal de Milwaukee, Jeffrey Dahmer. Nessa obra veremos então, os comportamentos que apontavam o indício do que viria a ser os traços marcantes da vida de Dahmer: pais ausentes, distanciamento social, sexualidade reprimida e gostos peculiares tais quais o ato de dissecar animais.
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O mais interessante dessa leitura foi, entretanto, perceber que as memórias evocadas pelo autor e seus amigos revelavam o contrário: não existia uma amizade entre eles e Jeffrey. Afirmo isso pois percebemos que Dahmer nada mais era que um alívio cômico a esse grupo, sendo incluído apenas quando conveniente e deixado de lado quando não era.
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Com certeza ninguém nunca espera que seu “amigo”/colega saia na televisão anos depois sendo taxado como serial killer, assim como grande parte dos adultos não veem um adolescente como potencial psicopata. Dessa forma, todo esse descaso em conjunto do ambiente e das relações interpessoais, tem uma certa parcela de culpa (que não redime as ações do psicopata) na construção de uma pessoa (seja ela psicopata ou não).