Léia Viana 01/09/2021
Muito mais que um gibi!
Não é apenas uma leitura de entretenimento;
Não é somente a respeito da vida privada de Maurício de Sousa;
Não é só uma leitura que conta a história dos quadrinhos no Brasil;
Não é só sobre a Turma da Mônica;
E sim, negócios, oportunidades, persistência, criatividade, negociação e muito, muito trabalho!
A Turma da Mônica fez parte da infância e adolescência de muita gente. Ler essa autobiografia foi, em partes, uma boa volta ao passado mas também muito aprendizado.
Está certo que o próprio Maurício avisou na abertura do livro: "Tudo que está na minha biografia é verdade, aconteceu mesmo, ou eu acho que aconteceu.", que uma autobiografia devemos colocar uma certa dúvida porque a pessoa conta o que ela quiser, mas ao ler essa obra "está teoria" dissipou-se completamente de minha mente.
Mauricio volta no tempo e começa a relembrar sua infância, como chegou aos jornais, o início de tudo em sua vida como desenhista, mas, esse livro tem muito mais do que uma pessoa narrando sua vida e carreira, tem uma verdadeira aula de negócios!
A persistência, além de saber perder, são uns dos pontos altos da narrativa. Para quem cursou administração, ou fez algum curso voltado para ADM/negócios lembrará do conceito: ganha-ganha, ganha-perde, perde-ganha, e terá diversos exemplos aqui dessa teoria na prática.
As negociações, assim como a ética (e a falta de ética, também), como visualizar as oportunidades, buscá-las, como o fator "sorte" é mais fruto da imaginação alheia do que a sua própria existência, estão na história de vida de Maurício.
Como o mercado reage a um novo produto, como as coisas são pensadas (e detalhes importantes às vezes passam despercebidos), e é preciso refazer tudo, como projetos que nascem com tudo para dar certo e são engavetados e esquecidos para sempre, como engolir frustrações e seguir adiante, como administrar a nossa vida pessoal para que ela não afete nosso trabalho, como lutar e manter-se vivo diante de gigantes nos negócios, como saber sair sem deixar as "portas fechadas" em uma negociação.
Enfim, é uma baita aula com o bônus da história dos quadrinhos no Brasil.