Becos da memória

Becos da memória Conceição Evaristo




Resenhas - Becos da memória


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Nado 18/06/2021

Esse livro é considerado um romance memorialista e tem uma grande importância dentro da literatura brasileira devido ao tema retratado que deve sempre ser discutido e difundido. Inacreditável que uma obra dessa potência levou mais de 20 anos para ser aceita e publicada por uma editora.
Durante a leitura de uma trama repleta de personagens e cuidadosamente entrelaçados pela autora, o leitor vai acompanhar a narrativa de Maria-Nova, que conta a história dela e de outras pessoas que moravam em uma favela prestes a ser desocupada. De forma categórica, @conceicaoevaristooficial joga diversos personagens no colo de quem está lendo, junto com histórias densas e fatos que caberá ao leitor absorver cada uma dessas partes e juntá-las como um todo. Afinal, aqui são narradas as memórias de toda uma comunidade e a sua mescla de individualidades.
O interessante dessa obra e ter também o peso de um prefácio bem minucioso o qual nos alerta que nenhuma dessas histórias são verdadeiras ou falsas, pois o intuito da autora é usar a sua peculiar forma de narrar um fato fictício com toda uma verdade que precisa ser cada vez mais levada ao conhecimento público.
Vale destacar aqui a forma com que Conceição Evaristo retrata as mulheres pretas com suas vivências e suas vozes como protagonistas, diferindo de uma infinidade de obras da literatura nacional que retrata essas mulheres com uma saturação de estereótipos inaceitáveis.
Confesso que as primeiras páginas me deixaram um tanto confuso devido a quantidade de personagens, mas no decorrer das páginas foi possível perceber pontos fundamentais costurados pela autora no qual era construída uma história única.
Felipe 18/06/2021minha estante
Nossa!! Eu fiquei tão chocado com esse livro. Uma das melhores leituras da vida!!


Nado 18/06/2021minha estante
Fantástico!!


Sinésio 18/06/2021minha estante
bela resenha
livro anotado!


Nado 18/06/2021minha estante
Obrigado!




Bookster Pedro Pacifico 31/01/2022

Becos da memória, de Conceição Evaristo
Com 75 anos, Conceição Evaristo é uma das principais escritoras nacionais. E foi por isso que escolhi essa obra para representar o Brasil no Bookster pelo Mundo. Não podemos esquecer, por sua vez, que a autora teve um reconhecimento muito tardio, em virtude de ser mulher, negra e de origem humilde em um país de ainda poucas oportunidades.

No livro, a autora consegue construir a memória coletiva do Brasil. De um país marcado pela miséria, pela violência e pelo sentimento de não pertencimento que recai sobre os marginalizados. Em um local ou data não revelados, acompanhamos um triste processo de desmonte de uma favela, de uma comunidade inteira, que se vê sem esperança e sem futuro.

E apesar de ter sido escrito há algumas décadas, o livro ainda se mostra
atual e denuncia uma realidade que pouco mudou nos grandes centros urbanos. É uma população que não bastasse ainda carregar um passado de sofrimento por seus ancestrais escravizados, se vê sem espaço na sociedade, como se pudesse ser facilmente descartada.

Mas o que a autora nos mostra é a humanidade que preenche todos os becos dessa comunidade. São personagens que precisam sobreviver com uma força que muitas vezes parece faltar. E apesar dos sonhos que todos levam consigo, o desespero parece ficar à espreita, rondando aqueles seres humanos.

A linguagem de Conceição é seca e direta, mas ainda assim consegue carregar uma poesia em suas palavras. O título do livro também é muito representativo. As histórias que nos são narradas na obra são fruto da memória dos mais velhos, que buscam nos cantos de seu passado os acontecimentos vividos pelos becos da favela.

Termino essa resenha com a definição de “escrevivência”, criado pela autora:

“O termo tem como imagem fundante as africanas e suas descendentes escravizadas dentro de casa. Uma das funções delas era contar histórias para adormecer os meninos da casa-grande. (…) Hoje a escrevivência das mulheres negras não precisa mais disso. Nossas histórias e escritas se dão com o objetivo contrário: incomodar e acordar os da casa-grande. Não estamos aqui para ninar mais ninguém nem apaziguar as consciências.”

Nota: 9,5/10

site: http://instagram.com/book.ster
Ricardo.Silvestre 31/01/2022minha estante
Suas resenhas são sempre um prazer de ler. Obrigado pela partilha.


Flávio 01/02/2022minha estante
???


Roberta.Ferreira 19/02/2022minha estante
Vou por na minha lista


Jeh.Rodrigues 22/02/2022minha estante
????????




Rosangela Max 29/05/2023

Um mergulho sobre a vida na favela.
Mais uma vez a autora me arrematou com sua escrita poderosa e com seu talento em criar histórias que retratam com perfeição a vida do pobre que só conhece o estado de miséria como forma de vida.
Incrível como um romance que foi escrita há mais de 4O anos se mantêm atual.
Os livros de Conceição Evaristo são profundos, poéticos e tristes, pois retratam o lado dos excluídos, dos desamparados, dos marginalizados. Um grupo que convive com a derrota, mas que sonha e luta por mudanças. Através de personagens magníficos, ela nos atinge ao mostrar-nos esta dura realidade.
Não tinha como não favoritar esta leitura.
Recomendo.
Yasmin V. 29/05/2023minha estante
Comprei recentemente, tô doida pra ler!


Biafort.Meireles 29/05/2023minha estante
Me deu vontade de ler


Carlinha PPinto 08/06/2023minha estante
Li Ponciá Venâncio e também fui arrebatada por Conceição.




Lais Porto (@umaleitoranegra) 16/11/2018

Becos da memória - memória e oralidade
Cada personagem no livro vai trazer à tona um tema diferente do outro, mas todos interligados, não apenas pelo mesmo local de moradia, pois todos moram na mesma favela que está sendo desocupada, eles trazem o elo de serem irmãos e irmãs, não de sangue, mas das memórias que carregam.

Conceição utiliza bastante da memória e da oralidade neste livro, em especifico Maria-Nova vai tendo as suas memórias ativadas através da oralidade, cada história que ela escuta, seja de tio Totó, Maria-Velha, Bondade, cada fala faz com que ela resgate a sua ancestralidade e assim vai ficando mais nítido o que precisa fazer pelo seu povo, e juntamente a isso vai criando uma força dentro dela.

Um personagem que chamou bastante minha atenção durante todo o livro foi a Morte, sim a morte física, e também mental. Tio totó é o que mais sofre com a morte, tanto pelas inúmeras perdas que ela fez ele ter, como pela resistência de não querer levar consigo o próprio tio Totó, era como se existisse uma birra entre eles, por mais que tio Totó quisesse morrer este não morria, não fisicamente, mas por dentro, mentalmente, espiritualmente, e a esperança, já tinham morrido faz tempo.

Outras vezes a morte chegou no momento certo, como no caso de Filó Gazogênia, no período que a favela estava sendo desocupada, quando as pressões já estavam mais apertadas, e a família de Filó também estava com a saúde bem debilitada a morte a leva, como se quisesse poupar de um sofrimento maior que seria ter que sair da favela e não ter para onde ir.

Outro episódio de morte que teve um efeito bem direto em tio Totó, foi o acidente com os homens-vadios-meninos, que depois de uma noite de ‘divertimento’, bebida, música, pegaram o trator e acabaram colidindo levando a morte de todos, essa catástrofe fez com que o desfavelamento parasse por algum tempo e aqui aproveito para falar sobre Negro Alírio, um dos personagens que mais tocou Maria-Nova, com ele a certeza de que precisava acreditar na mudança foi aumentando, pois via a sua luta constante onde quer que ele estivesse, ele foi um dos que lutou organizando o povo contra a desocupação da favela.

Acho que a resenha ficou um pouco depressiva falei de muitas mortes, mas espero que vocês entendam que não é apenas a morte, mas o que levou a acontecer, porque acontece tanto com o povo negro, porque aconteceu tanto no período da desocupação, qual o contexto histórico destas mortes, o livro é recheado de mortes dos mais diversas jeitos e modos, por favor, não se assuste com isso, não precisa ter medo, pode ler o livro sem receio, tudo vai ter um sentido e significado, pra mim teve.

No fim (desculpa é um spoiler) Maria-Nova tem um sonho e vê que todos os homens nascem do coração de Vó Rita uma senhora que pra Maria-Nova nunca parecia estar sozinha, conto isso para vocês perceberem que apesar de tanta morte, existe a esperança, existe a luta, vai sempre existir o nascimento e por isso não podemos desistir, ficamos desanimadas, tristes, angustiadas, mas não podemos desistir, não desistam, juntas podemos ser resistência, o povo preto junto é resistência.

site: https://leitoranegra.blogspot.com/
Isabella Freire 17/12/2018minha estante
Nossa, que linda resenha. Eu estava na dúvida se comprava mas vc me fez decidir!! Obrigada por isso.


Lais Porto (@umaleitoranegra) 18/12/2018minha estante
você não faz ideia de como estou feliz lendo seu comentário, eu que agradeço por essa devolutiva, desejo uma ótima leitura e depois me diz o que achou do livro :)


Andrielly.Karlla 04/02/2019minha estante
Que resenha maravilhosa!




Gabriel.Silva 28/08/2021

Conceição Evaristo é uma escritora negra e brasileira.Ela nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais.Mestre em Literatura Brasileira na PUC e Doutora em Literatura Comparada, ganhou o terceiro lugar no Prêmio Jabuti.

Becos da memória é um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira. Esse é o meu terceiro contato com uma das obras da Conceição, eu conheci os contos dessa escritora através do livro Olhos D'água, conheci o romance desta autora através do livro Ponciá Vicêncio e Becos da Memória é o terceiro livro que leio dessa autora contemporânea. Becos da Memória relata a complexidade humana, o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria.

Becos da Memória traz a personagem Vó Rita, uma personagem encantadora, forte e cativante. A Vó Rita relata "memórias" da sociedade brasileira. Não temos só a Vó Rita, mas várias personagens incríveis. Sem perder a delicadeza Conceição Evaristo relata questões importantes. Eu estou encantado pela escrita da Conceição Evaristo. A escrita dessa autora é sensível, simples e poética.

Conceição Evaristo precisa ser mais conhecida por nós leitores, cada vez mais eu sou apaixonado pelos livros dessa mulher. Que leitura agradável. Conceição Evaristo é uma das minhas escritoras favoritas. Se você ainda não a conhece, leia o livro Olhos D'água, são contos impactantes e depois da leitura desse livro com certeza você irá querer ler outros livros da Conceição Evaristo e vai se apaixonar e não irá se arrepender. Dei 5 estrelas e está FAVORITADO. Becos da Memória é um livro encantador, delicado, atual e muito necessário. Um livro importante para os dias atuais que estamos vivendo. Recomendo demais a leitura !!!!
dani 28/08/2021minha estante
Ótima resenha! Conceição Evaristo é maravilhosa. Também conheci a escrita dela pelo livro Olhos d'água.


Gabriel.Silva 29/08/2021minha estante
Muito Obrigado Dani ;)
Legal saber que você também gosta dessa autora incrível. O livro Olhos D'água é perfeito. Conceição Evaristo é maravilhosa mesmo




Marcele 12/07/2021

Conceição Evaristo
Essa obra foi meu primeiro contato com a autora e achei lindo! Pessoas reais e um ambiente frequente no país! Pessoas reais, com erros reais, desejos reais e situações desiguais!
Tavares 15/07/2021minha estante
Faltou avaliar hehe


Marcele 02/08/2021minha estante
Avaliado




Felipe 28/11/2020

Um livro Necessário
Se alguém me perguntar como descrever esse livro em uma única palavra, eu diria “necessário”. Necessário para nos lembrar (sim! ainda precisamos ser lembrados) que os negros são sempre subjugados nesse país, são eles que moram nas favelas, que passam fome, não possuem saneamento básico, moradias dignas, saúde, educação etc.

Conceição Evaristo nos transporta para os becos de uma favela para nos mostrar o dia a dia daqueles moradores. Com um texto extremamente sensível e ao mesmo tempo forte, ela vai nos mostrar a realidade das pessoas que não tem muito e que tentam a cada dia, apenas sobreviver.

Em uma das passagens deste livro, Maria-Nova, uma das personagens, faz uma comparação entre favela e senzala e o bairro rico com casa grande. Achei essa parte extremamente triste pois nunca tinha pensado por esse lado. A favela é visto como um lugar onde não se deve ir, um lugar que segrega as pessoas e destinado a uma população negra em sua grande maioria. Triste admitir, mas qual seria a diferença entre a favela e a senzala?

Devemos refletir sobre essas questões e entender que os negros precisam se ver representados na política, da cultura, na televisão, nas artes em geral para que eles saibam que podem e devem ocupar todos os espaços. Eles não são diferentes de nenhum outro, seja branco, índio ou amarelo.

Outra característica desse livro é a narrativa, a forma como ele foi dividido. A autora abriu mão dos conhecidos capítulos, deixando a história livre e solta como as nossas memórias são. Um vai e vem de lembranças e emoções.

Super recomendo a leitura desse livro para aquelas pessoas, que assim como eu, acreditam que o mundo pode melhorar, que o mundo pode ter jeito, basta olharmos para o outro, entender a necessidade do outro. Empatia!
edu basílio 28/11/2020minha estante
aplausos pela resenha lúcida e justa, felipe! =)
se tiver a oportunidade, recomendo a você a leitura de "garota, mulher, outras" (premiado no booker prize 2019). é denso e poético. eu apreciei muito! ^^


Felipe 30/11/2020minha estante
Obrigado Edu, já vou acrescentar na minha lista esse livro com toda a certeza. =D




Leituras do Sam 18/08/2017

BECOS DA MEMÓRIA - Conceição Evaristo

Os caminhões "chegavam de manhã e até tarde da noite levavam as famílias".
É com a pressa de quem está sendo deslocado de um lugar para outro, sem necessariamente saber qual é esse outro, que a narradora de Becos da memória solta "as vozes, os murmúrios, os silêncios, o grito abafado que era de cada um" dos moradores da favela em processo de desfavelização.
Não é atoa que o Conceição Evaristo intitula seu romance de becos, pois a estrutura narrativa é feita de becos, assim como a favela é. Escuros, inconstantes, frágeis; iguais, mas diversos e como a memória, construídos de fragmentos de coisas que restaram, sobraram do que um dia foi novo.
Através da criança Maria-Nova (filha da Maria-velha) que hora se confunde com a própria Conceição, vamos entrando nos barracos e na vida das pessoas que neles habitam. As histórias ouvidas puxam à memória outras tantas que se desejavam esquecer, mas que se esquecidas, levariam consigo quem são hoje. para a menina que ouve e vê tais histórias não há outra saída se não escreve-las.
Com muitos momentos de extrema beleza e outros de igual tristeza o abismo social, a senzala do passado que encontra na favela sua nova configuração de agora, o racismo, a violência estrutural e a relação classe-gênero-raça vão sendo desenhadas e denunciadas.
Trabalhei em um processo de "desfavelização" e ao ler essas memórias, quase que consegui nomear os personagens fictícios com os nomes dos personagens reais que conheci, tamanha é a força da escrevivência presente em Becos da memória
Sem glamurizar e muito menos sem desumanizar a favela, as pessoas que lá vivem, Evaristo entrega um livro que pode ser ouvido enquanto se lê de tão poético e realista.
Um baita livro!

@leiturasdosamm
Ricardo Tavares 28/09/2017minha estante
Uma história que fala de várias histórias que se entrelaçam em relatos de pessoas que moram em um favela que está sendo removida. Fala de vida, de morte, de sentimentos, pessoas pobres e miseráveis tentando superar as agruras da vida no dia a dia de um baita desmonte do seu espaço de vida. É certamente um romance digno e célebre que merece ser lido.




Charleees 21/08/2023

Escrevivências...
Em Becos da Memória, Conceição traz para sua literatura e para sua ficção lembranças de sua infância - para nós leitores, não há como separar onde é ficção e onde é realidade, nem ela, espera que isso aconteça.

Conceição costura essas memórias envolta numa linguagem poética, mas sem perder a crueza daquela realidade em que as personagens estão inseridas.

A miséria, o alcoolismo (que é a única forma de não encarar de frente tanta agressão por parte de um estado omissor, de uma sociedade que os coloca sempre à margem, da fome), a violência (tanto por parte, novamente, do estado, quanto deles próprios, que não sabendo de quem é a culpa, acaba descontando nos próprios companheiros), o desfavelamento, que querem empurrar para mais longe aqueles que Carolina Maria de Jesus chama de "trastes velhos", são os temas que Conceição traz à tona.

"Eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos."
- Carolina Maria de Jesus | Quarto de Despejo

Mas há também ali, pessoas como Bondade que não recebeu essa aucunha atoa, que faz o bem e ajuda a todos que podem, Vó Rita que amparou uma mulher doente e que sorri e fala com todos, sempre sendo um contraponto para Maria Nova que é acostumada sempre com os rostos tristes, a feição judiada de tantos problemas...

Conceição tem uma escrita potente, forte, acho que só o romance Torto Arado do Itamar Vieira Junior me deixou com um nó na garganta igual. São temas de um Brasil pouco falado, pouco discutido, mas que é o Brasil de milhões e milhões de brasileiros.

Viva Conceição Evaristo! Viva Carolina Maria de Jesus e Viva Itamar Vieira Junior!
Mano Beto 28/03/2024minha estante
Li olhos d'água e achei muito tenso e maravilhoso ao mesmo tempo. Este está na minha lista também!




sekaihon 04/05/2021

todas as estrelas do mundo pra esse livro
a escrita da Conceição é espetacular. ela é fluida e acessível e poética de uma maneira que nunca li antes. e a construção desse romance é feito tal como uma colcha que se conta um pedaço depois se conta outro e aos poucos esses retalhos vão se juntando e criando uma história completa e profunda. é absurdo o quanto de sentimento que tem no que ela escreve. e o quanto de tristeza também. porque é triste. e é real. e o que mais me impressiona é o quanto esse livro diz "você não pode fingir que não está vendo essa realidade e ignorar como meu povo vive. eu to te mostrando, não vou deixar você fingir que isso não tem importância". e acredito que seja exatamente o objetivo do livro. mostrar. contar. e ela faz isso muito bem. Conceição Evaristo é absolutamente necessária na literatura brasileira. esse livro é incrível.
tomperadinha 04/05/2021minha estante
CONCEIÇÃO EVARISTO SUPREMACY




Rosana Miyata 16/09/2021

Um livro maravilhoso! A temática e alguns pontos da história me fizeram lembrar dos livros "Torto arado" e "O avesso da pele". Nesse caso, é muito triste ver que uma história escrita a tanto tempo ainda reflete a realidade. A escravidão apesar de abolida ainda permanece viva na sociedade. É uma leitura muto sensível e necessária principalmente para aqueles que estão mais distantes dessa realidade das favelas. Apesar de todo o sofrimento e lutas que esta obra aborda, o livro fala sobre humanidade e compaixão. Recomendo!
Jerlich 16/09/2021minha estante
Vou colocar na minha lista.




Luiza 30/10/2020

Livro muito tocante e poético. Tem um tom melancólico que se estende até para as partes alegres e uma narrativa gentil até para as partes mais cruas e brutais. Adorei conhecer a história dos personagens da favela e percebi uma preocupação em retratá-los como indivíduos, com suas próprias ideias, traumas e lembranças, e não como um bloco homogêneo, várias unidades que se confluem em uma mesma mistura de miséria e desespero, que é como sinto que os favelados muitas vezes são retratados. Adorei também a escrita da autora, tão delicada, tão pungente, tão sensível, tão envolvente. Ela conseguiu fazer cada personagem da história único e interessante da sua própria maneira. Mas não só os personagens, a ambientação e o clima da trama também foram muito bem escritos, de modo que saí do livro com o sentimento de que conheci mesmo aquela favela e conheci o sentimento de morar ali. Achei todas as críticas sociais muito pertinentes e mesmo aquelas críticas que já estou cansada de ouvir me chegaram com certa novidade, por causa da sua inserção na boca de uma personagem que a relacionava com outras personagens e aspectos da sua vida que eu já começara a ter como amigos íntimos e conhecer como minha. Tais críticas também me apareceram no texto como novas por causa da forma que a autora as escrevia, com certa poesia e significação de palavras para além do denotativo. Adorei como foi abordado o tema do trauma geracional dos personagens negros, com o conceito do “banzo”. Achei também que a opção por escrever a história por meio de fragmentos, com recordações que iam e voltavam, ao invés de capítulos convencionais, muito acertada, pois isso trouxe a sensação de uma história contada como se fossem memórias desorganizadas e retiradas de forma aleatória dos “becos” do cérebro da narradora, bem como memórias que são recontadas, como aquelas mais fortes, que nossa cabeça sempre relembra de tempos em tempos. Além disso achei que a estrutura de fragmentos combinou com a escrita da autora, que tem um aspecto poético com intenção sutil. Achei linda e representativa a forma com que ela relatou o definhamento do Tio Totó no mesmo ritmo da extinção da favela, na demonstração de perda de vida do sujeito com a extirpação do seu lugar no mundo. Há também uma passagem tão genial chegando na reta do final do livro, contando como se dá o ciclo de ódio e violência dos moradores da favela entre si, que me trouxe lágrimas aos olhos. Fiquei também a leitura inteira intrigada pelo mistério da personagem Outra, ajudada pela emblemática Vó Rita mas rejeitada por todos os demais moradores, e gostei da revelação no final, apesar de ter errado em todas as teorias que tinha formado na cabeça. A personagem da Maria-Nova também é ótima, me chamou atenção a conexão feita mais de uma vez entre “ler” e “crescer” com relação à ela e a passagem que eu acho que mais retrata a Maria-Nova (e também o que o livro significou pra mim) é quando se diz da menina: “Fatos estavam acontecendo, muitas coisas ela percebia, mas só conseguia um melhor entendimento, por meio das narrações que ouvia. Ela precisava ouvir o outro para entender.”. É uma leitura que indicaria para toda e qualquer pessoa.
Luiza 30/10/2020minha estante
[Livro lido em outubro de 2020]




Gabriel 28/02/2020

Livro incrível...
Que livro incrível! A narrativa sincera e muito poética da autora me deixaram com o coração ora apertado e noutras aquecido. Livro lindo e de leitura muito importante!

?O rio como a vida, levava tudo de roldão. Levava rápido, era só Deus piscar os olhos, deixar de vigiar a gente um tiquinho só e o rio vinha bebendo, engolindo tudo.?

?A tristeza tem orelhas grandes e ouvidos fundos, basta a gente dar uma gargalhada alta, que a orelhuda escuta e vem logo tristezando atrás da gente.?
Gustavo 26/03/2020minha estante
Ola, Gabriel !

Estou interessado na aquisição deste livro a tempos , e infelizmente nao venho obtivendo êxito em encontra-lo . Voce teria o interesse em troca-lo uma vez que ja leu o mesmo ?




Lucas.Araujo 18/10/2018

Incrível!
Sei que sou chato na hora de avaliar livros. Sou chato pra caceta! E sou assim, pra que quando me depare com um livro desses tenha estrelinhas suficientes para fazer minha avaliação... Que livro incrível! Que narrativa linda! A sinceridade somada a poética e a sensibilidade da autora me deixaram boquiaberto... Que sensação gostosaler algo assim... Estou sem palavras!
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Erica.Coimbra 30/10/2019

vidas favelizadas
a autora é fantastica. mas que discorrer sobre a vida das pessoas em situação de miseria. ela vai além. ela fala sobre seus sonhos, gostos, vivencias e como cada uma faz a tecedura da sua vida em meio a miseria, frustrações e desejos. denuncia o abuso de autoridade, a falta de politicas publicas e a ineficiencia do estado não a partir do macro, mas do impacto no individual e que atinge o todo. uma das mais importantes caracteristicas da autora é a partir da historia e vivencia de cada pessoa se consegui construi a teia que forma a favela. não somente a vida de joão ou de maria, mas a vida de varios joãos e das varias marias que vai nascendo e morrendo o tempo inteiro, sem que a esperanca de um futuro melhor morra com eles.
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