Becos da memória

Becos da memória Conceição Evaristo




Resenhas - Becos da memória


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Biblioteca Álvaro Guerra 20/05/2022

“Becos da Memória” é uma coletânea de relatos dos moradores de uma favela às vésperas de um desfavelamento.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788534705202
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nath191 26/05/2022

Maravilhoso
O enredo de "Becos da memória" é construído a partir de fragmentos de acontecimentos aparentemente isolados mas que, como acontecem num mesmo espaço e tempo, juntos, constroem uma narrativa.
Os fragmentos são análises, pensamentos, observações e histórias vividas, ouvidas ou até mesmo tecidas por Maria-nova, uma garota de cerca de 14 anos (segundo meus cálculos), que coleciona selos e histórias. Por meio de sua perspectiva acompanhamos o processo de desfavelamento no qual ela e sua comunidade são vítimas. Conhecemos vários personagens, cada qual com sua história e individualidade.
Essa mistura de relato-ficção que nos sensibiliza, denuncia as injustiças sociais tão presentes na década de 80, quando foi escrito, na primeira metade do século XX, quando se passa, e que se faz presente ainda hoje.
Narrativas como dessas personagens, que sempre foram omitidas, oprimidas e sienciadas permitem uma reconstrução da história, permitem dar voz a populações marginalizadas. Esse livro ajuda a responder uma pergunta que sempre devemos nos fazer ao deparar com uma história sedimentada: quais narrativas eu apago quando reproduzo esse discurso?
Esse livro, com sua narração cativante, é muito mais que a história de Maria-Nova ou de Conceição Evaristo, é uma vitória no processo de emancipação política de um povo.
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Adri 02/06/2022

Entre as memórias a senzala e a favela
Na obra, Evaristo enfatiza as diversas memórias de moradores de uma favela que está passando por uma desocupação forçada. Por meio da vivência dos personagens, é possível refletir acerca de questões envolvendo o racismo, a desigualdade social, mas também a luta ancestral e a necessidades de superação. Entre a memória e a senzala os mais velhos contam sua trajetória de dor até chegar aos Becos da favela onde, agora, precisam desocupar. Embora haja dor e desesperança, a antítese se faz na esperança que alguns moradores carregam em meio a sua tristeza e ao abandono público e institucional que mais caem empurrá-los forçadamente para as margens da sociedade. Por meio de Becos da Memória é possível entender que da mulher preta nasceu o mundo, por meio da força da mulher que luta para prover a existência de seus filhos por meio do trabalho, há muito ds força da mulher africana que era centro de sua aldeia. Em Becos da Memória é possível perambular pela Senzala, pelas memórias, pela favela e pela ancestralidade.
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Gi Gutierrez 18/06/2022

Becos da Memória
Com personagens apaixonantes, Evaristo nos apresenta toda a complexidade humana em uma coleção de relatos . Um romance em que a favela, as vésperas do fim, se revela um importante protagonista.
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Tice 26/06/2022

Becos da Memória
Ao escrever, Conceição Evaristo dá voz e vez a uma história que continua, por vezes, silenciada. Becos da Memória é a certeza de que as angústias, perdas, tristezas e dores saem do buraco social, a boca escancarada no ponto de engolir uma classe que sempre foi maltratada, despreza pelos frios atos de injustiça e abuso de poder.
Uma leitura merecida de atenção e cuidados especiais.
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Fer Paimel 02/07/2022

Viva Conceição ??
Conceição traz orgulho à literatura nacional. Uma autora que faz da leitura e da escrita um verdadeiro ato de resistência.
Achei incrível como esse livro dialogou com ?Quarto de Despejo?, da Carolina Maria de Jesus, talvez não sem intenção.
O enredo se situa em uma comunidade objeto de desfavelamento, mostrando como essa população é avaliada social e politicamente.
O romance transita pela história de vários personagens muito bem escritos e muito reais, tornando a leitura agradável, pois direta, mas cheia de significado.
Não dei nota máxima, pois tive dificuldade em engatar na leitura inicialmente, já que não consegui, de pronto, separar bem os personagens; demorei um pouco para individualizá-los. Contudo, assim que a leitura pegou ritmo, foi difícil largar?
Quero ler ?Ponciá Vicêncio? da autora, agora :)
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Márcia 03/07/2022

A delicadeza de Evaristo
Como assim eu ainda não tinha lido Conceição Evaristo? Imperdoável! Paguei a dívida para com essa escritora incrível, que usa o termo ?escrevivência? para definir sua escrita que é vida, que traz para seu texto as vozes de seu povo, tão prenhe de reconhecimento e lugar social igualitário. De uma sentada, praticamente, li esses três livros. O primeiro foi ?Becos da Memória?, uma narrativa que nasceu ainda nos anos 1987/88, mas que levou 20 anos para ser publicada. Foi o primeiro a relatar sua escrevivência e o de que mais gostei; uma narrativa de sua origem numa favela, contando histórias dela e dos seus; uma história emocionante e dura de ler, que escancara a desigualdade social gritante do Brasil. Me lembrou muito ?Quarto de despejo?, de Carolina Maria de Jesus?. Os dois próximos foram ?Olhos D?água? e ?Insubmissas lágrimas de mulheres?, coletâneas de contos. O primeiro, um clássico da autora, também duro de ler; histórias de mulheres pretas, de mulheres que sangram, de vidas costuradas com ?fios de ferro?. O segundo vai nessa mesma linha. Conceição Evaristo saiu em busca de histórias de mulheres, histórias doídas, que te fazem fechar o livro entre uma e outra para engolir em seco, que te faz sentir aquele amargo ao se colocar no lugar dessas mulheres. Como diz a própria autora ?Da voz outra, faço a minha, as histórias também?. Ou: ?Ao registrar estas histórias, continuo no premeditado ato de traçar uma escrevivência?.
Escrever: é o que também quero fazer em breve, quando a minha vida for só minha. Quantas ideias tenho, arrisco a ver um certo talento, mas escrever demanda tempo, pesquisa, o tempo que a institucionalização do meu trabalho me tira. Escolhi, nesse momento, doar esse meu tempo ao outro, aos meus alunos, pra fazê-los crescer e se tornarem ?Conceições Evaristo".
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Kivi 09/07/2022

A escrevivência de uma potência
Esta obra é perfeita, encantada com a escrita que dá uma sensação de que todas aquelas histórias estão caminhando juntas e o quanto a Conceição consegue abordar inúmeros assuntos através desses personagens plurais.
O quão dolorido ver essas histórias e saber que condiz com a realidade de muitos corpos marginalizados na nossa sociedade, uma luta diária para sobreviver em um mundo que tudo está contra eles, corpos os quais a simples existência causam desconforto e são postos como inferiores, o lixo da sociedade. Uma obra viciante que atingiu meu coração de inúmeras maneiras.
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Raí 18/05/2024

   Becos da Memória é um livro essencial para todos. O livro narra diversas histórias de diversos membros (principalmente os mais velhos, filhos de escravos), conta como estes chegaram até a favela, as mazelas vividas por eles, suas dores e perdas ao longo da vida.
  A autora traz como pauta o desfavelamento, mas outras pautas são debatidas, como, por exemplo, fome, precariedade da saúde (coisa que é muito evidente na narrativa de Maria-nova), a falta dos órgãos governamentais, a desigualdade econômica, a apartação social, entre outros.
  Maria-nova (narradora em primeira pessoa) nos passa uma visão muito ampla das dificuldades vividas por todos que vivem na favela, mas o que me toca é a não perda da esperança diante de tantas dificuldades passadas. A alegria, união, respeito e a diversidade é evidente.
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giovanna.guadalupe 25/07/2022

becos da memória é contagiante! aborda a dura realidade racial brasileira, no entanto, consegue ser doce e afagar o peito com a rotina popular e ditos de esperança.
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Rodriguinho @literario.rojo 31/07/2022

"Becos da Memória é uma criação que pode ser lida como ficção da memória. E como a memória esquece, surge a necessidade da invenção." 

A autora Conceição Evaristo nos apresenta o que ela intitulou como ESCREVIVÊNCIA, que é a escrita que surge por meio do nosso cotidiano, lembranças e experiências de vida. 

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Em Becos da Memórias temos um dos mais importantes romances memorialistas da contemporaneidade da nossa literatura nacional, na narrativa os personagens estão em um intenso processo de desfavelizacão, onde são pagos a população uma mísera quantia em dinheiro para que se retirem daquele espaço e construir suas vidas em outro lugar. Os personagens são construídos através de seus profundos relatos de vida em meio a favela. 

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Um personagem que tenho como  destaque é o de Maria Nova que com sua inteligência circula entre os vários becos e vai ouvindo esses relatos e a mesma guarda em sua memória para futuramente registrar o que viveu na favela e para que isso não se perca no esquecimento.

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A autora apresenta muitos outros personagens e nos mostra a complexidade humana e seus desafios sem perder o lirismo com uma escrita delicada e forte sobre nossa sociedade.
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Karla578 01/08/2022

Em cada beco, uma memória.
Minha segunda leitura desse livro. Li ano passado e abaixo minha resenha:

Livro sensacional. Mostra de maneira crua, mas, ao mesmo tempo, poética, a vida dos periféricos, favelados.

Mostra o desfavelamento, numa tentativa de jogar pra baixo do tapete a "feiúra" da pobreza e miséria.

Conceição Evaristo traz, com seus muitos personagens, várias reflexões sobre nossa própria vida e sociedade.

O que ela retrata está ao nosso lado, mais próximos de nós que imaginamos. Triste!
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emillebraga 09/08/2022

escrita maravilhosa.
mais um livro da Conceição que leio e penso em como sua escrita é genial! esse foi o primeiro dela que li que narra uma história "única", com várias vozes narrando e integrando o livro, os outros tinham contos separados (mesmo que dialogando em alguns pontos). enfim, becos da memória conta sobre as vivências e a vida daqueles que estão sendo forçados a saírem de seu lugar de moradia e deixando um pouco de si tbm nesse processo (por conta do valor afetivo que é estabelecido com esse local e todas as outras pessoas que ocupam esses becos e se constituem uma família). é uma leitura que envolve a gente, mas também dói por cutucar e nos fazer olhar para feridas e temáticas que, mesmo que o livro não tenha sido escrito recentemente, são contemporâneas. indico muito, até então é o meu favorito da autora!
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Fabi 28/08/2022

Personagens sofridos, lidando com miséria diariamente, aliás, de geração em geração. Aos poucos vamos conhecendo cada um dos personagens, e imaginando quais daquelas situações foram de fato vividas ou presenciadas pela a autora Conceição Evaristo. A temática do livro (os percalços de moradores de uma favela) me fez lembrar "Quarto de Despejo: diário de uma favelada". Recomendo a leitura, precisamos cada vez mais ler suites e autoras negros.
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Gui 25/09/2022

Uma leitura necessária.
O livro Becos da Memória de Conceição Evaristo traz em sua narrativa marcada pelas experiências e vivências de pessoas pobres, pretas e periféricas, a complexidade das condições extremamente vulneráveis a qual estão submetidas, por conta de um sistema estruturalmente racista.

Conceição através de uma narrativa construída em cima de muitas vidas pretas, nos apresenta ao cotidiano desses personagens, que carregam em si suas histórias, que são marcadas pelo sofrimento, fome, precariedade, violência e tantas outras coisas que infligem aos corpos negros.

"Busquei escrever a ficção como se estivesse escrevendo a realidade vivida, a verdade. Na base, no fundamento da narrativa de Becos está uma vivência, que foi minha e dos meus".
Becos da Memória foi escrito a partir de uma voz que antecede a escrita, buscando a fala de quem conta, o que Conceição nomeou de escrevivência, sendo a vida que se escreve na vivência de cada pessoa.

A história nos introduz a uma personagem que é a voz narradora por trás da narrativa, uma garota chamada Maria-Nova, que mora com sua família em uma favela, cheia de dificuldades, mas que em seus becos encontram-se as memórias-lembranças de resiliência, a dor que se transforma em combustível para encarar a vida e assim   modificá-la, "a dor de Tio Totó significava para ela um compromisso de busca de uma melhor forma de vida para si própria e para os outros".

Maria-Nova nos ambienta ao dia a dia dos moradores da comunidade, que além de enfrentarem uma vida árdua, por conta da falta de assistência, precisam lidar simultaneamente com o temeroso desfavelamento, que suscita o medo iminente de saírem de suas casas em direção ao desconhecido, causando-lhes a sensação de não pertencimento, "era um medo que talvez viesse de situações mais concretas, como a mudança de um local que de certa forma amávamos e criamos como nosso".

Em meio a tantos acontecimentos ruins Maria-Nova se fortalece, tomando consciência da importância de reverter aquele cenário de penúria, se preenchendo dos relatos de dor de seus antepassados, e toma a decisão de ser escritora com objetivo de reverberar "uma história viva que nascia das pessoas, do hoje, do agora".
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