cintia gomes 22/02/2023Como mensurar, Silvia Frederici?Acho que se me deixassem, e se eu porventura tivesse com neurônios menos queimados pela relação que tenho com minha própria vida e sono, talvez eu pudesse escrever sem parar sobre tudo que foi levantado nessa pesquisa, e acho que esse é o pulo do gato da coisa.
Aqui, por mais que alguns gostem de ressaltar, mas não parem para pensar o óbvio, quando se trata de uma pesquisa tão profícua quanto Silvia nos apresenta, há um despertar de inquietudes que nos acompanham, estruturadas e amarradas com elementos diversos, sejam fontes primárias ou secundárias, objetos iconográficos ou histórico sociais e culturais, enredada com uma honestidade e escrita didáticas que cativam, até mesmo, quem não tenha muito repertório marxista, mas que sempre enriquece ler ou reler quando se tem.
Este, para mim, é um estudo preliminar de um apontamento importantissímo, seja histórico ou da fundação de nossas atuais dinâmicas de estrutura social. Silvia, aqui, com destreza, APRESENTA uma tese, e se atém àquilo que promete, mas sem deixar de tentar esticar um pouco de seus panos para mostrar que ainda tem muita manga pra tecer nessa história, e que gostaria de ver em outros de seus trabalhos, ou, como aqui demonstra, pois Calibã e a Bruxa é também, dos frutos da discussão aqui proposta.
Sem dúvidas, um livro muito bem escrito, muito bem trabalhado, com propostas e discussões interessantissimas, que vale ser encaixado como uma das referências a se consultar posteriormente. Simplesmente animada para ler quaisquer outras publicações da autora.