Calibã e a Bruxa

Calibã e a Bruxa Silvia Federici




Resenhas - Calibã e a bruxa


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nthnny 19/03/2021

Leitura necessária.
Honestamente, não sei nem como expor através de apenas uma resenha tudo o que esse livro me fez refletir. A sensação de vazio e de crises existenciais eram cada vez mais presentes a cada capítulo que eu terminava. Não é uma leitura leve; confesso que demorei mais tempo que imaginei para terminar essa leitura. Por fim, é inevitável ficar revoltada e desiludida depois das inúmeras reflexões a cerca da exploração, da perseguição às mulheres e à qualquer um que desafiasse ou fosse vulnerável às relações de poder no decorrer da história mundial.
Silvia é uma autora maravilhosa que ganhou minha admiração.
Dei 4,5 estrelas.
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Julia.Martins 13/05/2020

Que livro incrível!
Esse livro deveria ser leitura obrigatória para tod@s aqueles que querem entender onde e como começa a misoginia. A autora italiana nos conta, através do materialismo histórico, como a implantação do capitalismo construiu uma narrativa de punição, ódio e desrespeito contras as mulheres - que de trabalhadoras campesinas e independentes - passam a ser subjugadas e oprimidas. Leitura viciante, visceral e necessária.
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Gi Gutierrez 14/05/2020

Calibã e a Bruxa
Importantíssimo trabalho histórico para entendermos como foi cunhado o papel da mulher ao longo do tempo. Essencial para entendermos o que é ser mulher hoje.
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Kawa 03/07/2020

Calibã e a Bruxa nos deixa alertas para o fato de que as mulheres foram apagadas da história, sem nos deixar esquecer que grande parte do motivo por que foram (são) tão reprimidas é o potencial de organização e mobilização das mulheres.
10/10 uma leitura acadêmica não exaustiva e muito educativa.
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Ana 20/07/2020

Essencial
Livro essencial para se entender a acumulação primitiva do capital e a ?domesticação? das mulheres para o trabalho não remunerado, através da caça às bruxas.
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tbbrgs 10/10/2022

Superou minhas expectativas
Silvia Federici faz um percurso argumentativo através da história, remontando à transição do sistema feudal para o capitalismo e justificando como a subjugação do papel da mulher, associada à expropriação de terras na Europa, ao empobrecimento da população e à invasão da América foram fatores necessários para o que ela chama de "acumulação primitiva" (termo cunhado por Marx) e, consequentemente, para o nascimento do capitalismo. Assim, ela consegue estabelecer uma conexão entre a caça às bruxas (que nada mais foi do que uma guerra contra as mulheres) e a ascensão do sistema capitalista, tanto na Europa, quanto no Novo Mundo. Federici alega que, ao desumanizar as mulheres em julgamentos praticados, na maioria das vezes, sob tortura, a burguesia criou um "espaço de terror", em que as mulheres perderam direitos sobre seus corpos, sobre sua sexualidade e sobre a maternidade, tornando-se máquinas de produção e reprodução de força de trabalho. As bruxas foram, então, a medida que a burguesia era influenciada pelos pensamentos do racionalismo científico, da filosofia mecanicista e do cartesianismo, perdendo cada vez mais do seu espaço na sociedade (como curandeiras, parteiras, tecelãs, etc.) e de sua conexão com a natureza e com os animais, dando lugar a mulheres escravizadas ao seu papel de procriação e de donas de casa.

Ainda mais interessante é a forma como Federici conecta a caça às bruxas com o genocídio indígena ocorrido ao longo do século XVI, logo depois da invasão da América. Como uma das acusações contra as bruxas era a de adoração ao diabo, os europeus que chegaram à América, logo que se encontraram com os indígenas e viram seus modos, costumes e rituais tão diferentes, trouxeram essa tradição persecutória de sua terra natal para atacar a cultura indígena e, assim, poder catequizá-la. Então, as primeiras alegações que os colonizadores fizeram foram de que os nativos faziam pacto com o diabo, além de muitas outras relacionadas à bruxaria. Essa era, portanto, uma das formas de demonizar a cultura indígena, a fim de massacrá-la e, assim, impor a cultura europeia aos nativos da América.

Silvia Federici faz muitas outras reflexões pertinentes em seu estudo, por isso recomendo muito a leitura completa do livro, que vale a pena pela desconstrução que faz da história e de teorias como a marxista e a foucaultiana. Seus argumentos são fortes e bem embasados, mas se eu fosse elencar aqui todos os que me surpreenderam, infelizmente não caberia: a autora é sempre certeira em suas justificativas. Assim, posso dizer que Calibã e a bruxa é um livro que definitivamente superou minhas expectativas.
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duda 09/02/2022

Leitura importantíssima pra entendermos melhor sobre o que foi a caça as bruxas na sua real definição e não pela forma que a cultura midiática nos apresentou quando eramos crianças. nos faz refletir sobre a condição de mulher desde a idade média e como o capitalismo afetou nossa posição na sociedade até os dias atuais. o uso de imagens é extremamente certeiro, suas reflexões nos abrem os olhos para coisas que normalmente não são ditas, com certeza sou uma pessoa diferente depois dessa leitura, muito ansiosa para ler os outros trabalhos da autora.
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Nai 04/06/2020

Calibã e a Bruxa
RESENHA: CALIBÃ E A BRUXA
Escrito por Silvia Federici e Lançado originalmente em inglês (2004) e aqui no Brasil (2017) Calibã e a Bruxa é capaz de te embrulhar o estômago e de te deixar pasmo com o que um sistema é capaz de fazer com o ser humano. Me refiro ao sistema capitalista, o qual a autora faz a crítica mor, afirmando que  a discriminação contra as mulheres na sociedade capitalista não é o legado do mundo pré-moderno.
O título desta obra tem inspiração numa peça de Shakespeare, "A tempestade". Para que possamos compreender o lugar "destinado" às mulheres a autora trás as nuances da história feudal e a inverídica transição à sociedade capitalista. Digo inverídica, pois a própria autora afirma ao revelar que o atual sistema foi implantado forçosamente às custas de muito sangue e sofrimento, principalmente das mulheres. Aqui você encontrará uma conexão com os escritos de Marx e compreenderá a pré-história do capitalismo ou se preferir, a acumulação primitiva necessária ao desenvolvimento deste sistema perverso e desigual. Ao ler Federici pude sentir arrepios e tristeza ao passo que avançava as atrocidades
acometidas não só às mulheres mas também aos índios, negros e aos pobres. Parece com  a atualidade, não é?
O pior é que a caça às bruxas (assunto mais enfático do livro) ainda existe!
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Rodrigues 30/08/2022

Silvia Federici é muitíssimo inteligente.
Nesse livro, Silvia vai falar sobre a transição do feudalismo para o capitalismo, em um ponto de vista feminista.
Mas o ponto de chegada é a inquisição,
onde a autora vai exclarecer diversos assuntos e eventos que foram escondidos, ou não foram contados, relacionados a época de caça as bruxas.
Além do texto em si ser muito amplo e completo, a edição também é maravilhosa.
Tem diversas imagens e pinturas, que auxiliam muito na visualização do texto.
E ainda podemos conhecer e apoiar as tradutoras desse livro (Coletivo Sycorax), oque é fantástico.
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Vanessa - @livrices 20/06/2019

Necessário
Calibã e a Bruxa é uma obra de não-ficção que aborda a transição de feudalismo ao capitalismo e como a caça às bruxas foi essencial para consolidação do novo sistema econômico baseado na acumulação primitiva, fato este que o Sr. Marx praticamente ignorou em suas análises.

Mais do que um livro feminista, Calibã é um livro de história e cheio de citações, dados e bibliografia. Federici inicia explicando os primórdios das relações servis na Europa, a semente da revolta e a luta pela terra comum, passando pela consagração das ~ tradições ~ inventadas pelos senhores feudais e positivadas em leis, dando origem aos cercamentos, a proletarização e o surgimento dos hereges.

Citando diversos acontecimentos que se entrelaçam e se reforçam, a autora nos explica como se deu a politização da sexualidade pelo controle de natalidade/comportamento e perseguição de mulheres livres (e da homossexualidade), que culminaria na caça às bruxas, nos séculos XV-XVII.

O Estado e a igreja movimentaram todos os seus esforços na direção da criminalização da pobreza e insubordinação das mulheres com o objetivo não só material e econômico, de exclusão e reprodução social, mas também simbólico, no sentido de perpetuação do sistema patriarcal, com a naturalização de aspectos diabólicos femininos e o reforço da família tradicional, cuja mulher era provedora de mão-de-obra (novos trabalhadores) e serviço doméstico não remunerado.

O livro é extremamente interessante justamente por ligar todas as ideologias presentes à época que culminaram na inferiorização feminina, inclusive as correntes filosóficas que faziam a separação razão X corpo. Esse capítulo (3), dialoga MUITO com o livro 24/7 Capitalismo Tardio e os Fins do Sono! Federici defende que a teoria mecanicista serviu de instrumento ao capitalismo por meio do disciplinamento dos corpos e a transformação das potencialidades do indivíduo em força de trabalho.
O ataque ao corpo como fonte de todos os males e sua consideração como ~apenas uma coleção de membros~ (Descartes - Discurso do Método, 1634), contribuiu para a assimilação, pelos dominados, da dependência de condições externas para operar e assim consolidou o controle e dominação da classe dominante sobre o mundo natural, ou melhor, sobre a natureza humana. A bruxa de ontem é o(a) comunista de hoje: aquela que se revoltava contra o sistema, que questionava seu lugar na sociedade, que assumia posturas ditas masculinas e reforçava a luta de classes. Em suma, bastava questionar a verdade absoluta ditada pelo Estado.

site: https://www.instagram.com/p/BxqHcI0DY0l/
Izamara Ferreira 05/05/2020minha estante
Que resenha!!!




Bruna 12/02/2019

Perfeito, sem defeitos
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Delirium Nerd 29/01/2018

O terror contra os corpos das mulheres a serviço do capital, ontem e hoje
As bruxas não são necessariamente uma figura desconhecida dos nossos dias. Elas são tema de filmes, histórias em quadrinhos, músicas, contos infantis, festas e obras literárias. O chapéu preto e pontudo, o vestido comprido da mesma cor, a vassoura, o caldeirão e o gato por companhia compõem o imaginário simbólico de um dos arquétipos femininos mais conhecidos e explorados – seja para se referir de forma caricata e estereotipada às mulheres, seja para, numa releitura, colocar a bruxa como uma figura sedutora e mística. Não são estas, porém, as facetas exploradas pela historiadora feminista Silvia Federici, autora de Calibã e a Bruxa – Mulheres, corpo e acumulação primitiva, traduzido pelo Coletivo Sycorax e lançado neste ano no Brasil pela Editora Elefante, em um projeto gráfico e editorial de encher os olhos.

O nome do livro é uma referência a dois personagens da obra “A tempestade” (1610-1611), de William Shakespeare: Calibã, um homem negro escravizado e descrito como “selvagem” e “deformado”, e sua mãe, a bruxa Sycorax, que no livro de Federici são tomados como os símbolos do racismo e da misoginia que sempre andaram de mãos dadas com o capitalismo.

A perspectiva que interessa a Federici, e que é contada em 418 páginas repletas de referências e análises aprofundadas e dialogadas com outras obras e autores, é a história de como a construção da figura da bruxa está intimamente ligada à história da origem do capitalismo, cujo objetivo era transformar os corpos femininos, por meio de um processo de aterrorização, em máquinas de produzir crianças, os futuros trabalhadores responsáveis por manter a nova ordem econômica em funcionamento.

Tal trabalho historiográfico, diga-se de passagem, foi monumental: Federici trabalhou em Calibã e a Bruxa por quase 30 anos, e decidiu-se pelo tema após viver na Nigéria em meados dos anos 80, em um momento em que as terras comunais daquele país passaram por um processo de cercamento semelhante ao ocorrido no período entre a crise do feudalismo e o advento do capitalismo.

Leia a resenha completa no link abaixo:

site: http://deliriumnerd.com/2017/09/29/caliba-e-a-bruxa-resenha/
Layanne 07/06/2019minha estante
Kd a nota?




Lud 23/05/2022

Que livro perfeito! Estou apaixonada na escrita da autora! Achei sensacional em como ela consegue ser acadêmica, com referência de tudo que está falando, mas ao mesmo tempo é uma escrita clara, fluida. Quis ler aos poucos pra aproveitar melhor, absorver cada pedacinho. Aprendi demais com essa leitura. É revoltante em muitos momentos, o quanto a autora vai nos mostrando como as mulheres foram perdendo alguns direitos que elas tinham antes. Mas pra mim, esse é o maior exemplo de como a história que aprendemos é sempre apenas a versão dos vencedores. Tem muita coisa que só hoje, com muita pesquisa, vamos descobrindo outros lados, outras versões, do que efetivamente aconteceu. E esse livro é uma preciosidade sobre isso, um lado da história que a maioria das pessoas nunca cogitou antes.
Vamlirynna 23/05/2022minha estante
Esse livro é perfeito!!


Carina143 23/05/2022minha estante
Não consegui terminar ele. Vou tentar dar uma segunda chance.


Lud 25/05/2022minha estante
Sério? Eu adorei! Assim, fui lendo devagar pra absorver bem, mas adorei muito. Só que é um assunto que muito me interessa também, tem isso.


Carina143 25/05/2022minha estante
É, eu peguei pq o assunto também muito me interessa mas tava bem difícil continuar. Não dizer exatamente o porquê disso. Mas vamos ver, sinto que se eu terminar, vou achar foda também haha




Vivi 11/07/2021

Acompanhamos aqui através da história feudalismo/ capitalismo as injustiças que acontecem desde que o mundo é mundo de classes sociais. As revoluções de camponeses as separações homens x mulheres no trabalho. E muita coisa que são carregadas até hoje.
O capitalismo e a servidão.
E através de uma visão marxista para a compreensão da história .
Mulheres que trabalhavam na terra por igual. Servos que se deslocavam em busca se trabalhos e terra. Crises na fase da Peste negra.
Terras eram a guinada para se ter lucro ou seja algo na vida.
Abortos eram considerados bruxaria . Mulheres com idades avançadas tb eram rotuladas. Eram consideradas uma espécie de ameaças ao lucro.
O termo corpos rebeldes tb foi utilizado aqui. Era o caso de gays ou mulheres que não geravam mais.
A " caça as bruxas " era a escravidão tudo que era contra ao sistema da época. Índios escravos x " adoradores do demo". Que tb foi atribuído as mulheres entituladas bruxas. Ah algumas críticas não se tornam diferentes dos momentos atuais.
Pra quem quer acompanhar acontecimentos através da história. É um prato cheio. Apesar de todas as passagens senti falta de mais pesquisas e acho que algumas coisas ficaram no ar. Mas não deixa de ser um ótimo livro pra começar.
?As acadêmicas feministas desenvolveram um esquema interpretativo que lança bastante luz sobre duas questões históricas muito importantes: como explicar a execução de centenas de milhares de "bruxas" no começo da Era Moderna, e por que o surgimento do capitalismo coincide com essa guerra contra as mulheres. Segundo esse esquema, a caça às bruxas buscou destruir o controle que as mulheres haviam exercido sobre sua própria função reprodutiva, e preparou o terreno para o desenvolvimento de um regime patriarcal mais opressor. Essa interpretação também defende que a caça às bruxas tinha raízes nas transformações sociais que acompanharam o surgimento do capitalismo. No entanto, as circunstâncias históricas específicas em que a perseguição às bruxas se desenvolveu ? e as razões pelas quais o surgimento do capitalismo exigiu um ataque genocida contra mulher
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