Contos - Volume I

Contos - Volume I H. P. Lovecraft




Resenhas -


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Dafne 27/01/2018

Nota quanto à edição
Apenas uma nota para aqueles que desejam adquirir essa edição: a editora Martin Claret, por motivos expostos na introdução do livro, optou por "amortizar" algumas expressões e frases consideradas ofensivas.

Por "amortização" entenda-se, nas palavras Lenita Esteves (tradutora), que "os traços de alguns personagens que causam medo foram retirados quando se referiam a alguma manifestação racista do autor. Um personagem negro em "Herbert West" [conto do livro] perdeu as características que o assemelhavam a um símio, ao mesmo tempo que ganhou adjetivos elogiosos".

Não é segredo para nenhum leitor de Lovecraft que frases racistas e xenófobas são constantes ao longo de seus trabalhos.

No entanto, a decisão editoral tomada me fez levantar as seguintes questões:
1) Seria correto um tradutor alterar partes de um livro ou, como ocorre aqui, rescrevê-lo em alguns pontos?
2) Será que um leitor não tem o direito de conhecer o ponto de vista do autor sobre certos assuntos, para se posicionar criticamente não apenas sobre o autor, mas também sobre os temas debatidos?
3) Será que a referida "amortização", ao invés de, como explica a introdução, ser utilizada "em prol de uma convivência amigável entre as pessoas", justamente não relativiza a luta de certos grupos sociais, deixando de mostrar como foram cruelmente retratados ao longo da história?

Não pretendo estender neste comentário minha opinião sobre o assunto ou levantar polêmicas, porém, acompanho os trabalhos do autor há algum tempo, e o horror cósmico criado por ele é um dos meus subgêneros favoritos, sendo inegável que ele foi fonte de inspiração de diversos autores modernos (como Stephen King e Clive Barker).

Lovecraft tem hoje um lugar na literatura mundial, ele foi fruto de sua época e acredito que isso deve ser levado em consideração por seus leitores. Porém, também penso que, por mais problemática que seja sua obra, não é trabalho da editora "amortizar" o texto para que seja mais agradável a certas pessoas.

O racismo e a xenofobia são temas sérios que precisam debatidos, mas para isso, é preciso ver como eles se apresentam no dia a dia, neste caso, na literatura.

O horror invocado pelos monstros e entidades criadas por Lovecraft muitas vezes advém do simples fato destes serem totalmente incompreensíveis pelos protagonistas. Em um paralelo, é fácil perceber que o medo do desconhecido poderia explicar o desprezo do autor em relação a certa pessoas e grupos sociais. Isto porque, provenientes de culturas tão diferentes daquela em que o autor estava inserido, fossem igualmente incompreensíveis a ele.

Maria 27/01/2018minha estante
Se a editora não concorda com o texto a ponto de modificá-lo, não entendo por que quis publicar. E acho completamente desrespeitoso apagar o racismo e a xenofobia desse jeito, como se fossem pequenos defeitos do autor que podem muito bem ser ignorados.


Dafne 27/01/2018minha estante
Concordo plenamente Duda. Tenho certeza que algumas pessoas não lerão a introdução (o que é muito comum, considerando que as vezes são textos que revelam muito do enredo do livro) e nem sequer percebam que a alteração foi feita. No final das contas, uma pessoa pode muito bem achar exagerado chamar o autor de racista ou xenófobo depois de ler alguns dos contos.


Tulio Costa 27/01/2018minha estante
Concordo plenamnete com o que você disse. "Esconder certas coisas debaixo do tapete nunca fez bem algum". Agora uma dúvida: será que aquela edição gigante, de mais de mil páginas, com os contos do autor dessa mesma editora segue esse horrível padrão?


Dafne 27/01/2018minha estante
Pois é Túlio, fico com essa dúvida também, o livro não faz referência àquela edição gigante, acho que seria legal passar na livraria e ver o livro físico para confirmar antes de comprar. Sei que a editora Hedra tem um livro de contos dele, de mais ou menos umas 700 páginas, talvez seja a melhor opção.


Maria 27/01/2018minha estante
Sim! Eu só leio introdução porque não tenho problema com spoiler. Desse jeito vão realmente ficar sem entender as declarações sobre o preconceito do autor.


kaloskagathos 14/10/2020minha estante
@Túlio estou quase finalizando a leitura do livro "Grandes contos", que você se referiu no comentário. Ao longo da leitura pude notar diversas passagens racistas/xenofóbicas, acho que isso depende do tradutor. Espero ter ajudado, um abraço.


Louie 01/10/2021minha estante
Obrigada pelo aviso. Perdi a vontade de ler, pq concordo com tudo que disse.
Modificar o texto do autor me parece anti ético e não resolve o problema. Acredito que manter o racismo/xenofobia etc na obras é importante justamente para levantar um debate sobre. Seria muito melhor a editora adicionar uma introdução falando disso e levantando questionamentos.


Ricardo.Daniel 02/01/2022minha estante
Obrigado pelo seu comentário, ganhei esta edição, vou ler e correr a traz de traduções mais confiáveis ou tentar ler o original.
Como dizem: "O tradutor é um traidor"




DeniseSC 24/10/2023

Bom, com ressalvas
Foi meu primeiro contato com a escrita do tão famoso Lovecraft, sempre ouvi falar do Chamado Cthulhu e o horror cósmico que é sua marca registrada, por isso adquiri essa trilogia de contos para começar a entender sua obra.
Gostei muito do estilo de escrita e narração, os últimos contos realmente me fisgaram e me geraram desconforto e vontade de saber o desfecho.
Infelizmente Lovecraft também é conhecido por ser racista e xenofóbico, e isso está evidente nos contos, qualquer pessoa que não seja um inglês ou um colono estadunidense de origem inglesa vai sofrer preconceitos, sejam italianos, poloneses, povos originários e negros.
O conto A Rua foi o mais indigesto para mim, onde ele exalta características nobres, honradas e mais elegantes aos colonos ingleses, e de como essa origem se prende as casas e aos elementos da Rua, e de como ela se volta contra uma população imigrante que "denegriu" a imagem pitoresca e digna de outrora.
Por conta disso atribui a nota de 3,5 para a obra, a qualidade e cuidado da Edição da Martin Claret, e mesmo com o disclaimer inicial da tradutora alegando ter apaziguado certos termos racistas, demonstra o teor da obra, que em certos contos mais que outros, perderam a beleza para mim.
Ainda pretendo ler as outras obras do autor, mas vale a ressalva para quem tem interesse na leitura
Eduardo Rockwell 04/11/2023minha estante
O único motivo que me impede de ler o autor é exatamente esse, o teor racista e xenofóbico que dizem que eu vou encontrar. Mas pretendo um dia ler nem que seja UM conto, já que vivem me recomendando.


DeniseSC 06/11/2023minha estante
Concordo plenamente, por mais que ocorra inevitavelmente um revisionismo, tem contos que são pautados puramente no racismo, entretanto por saber que ele já faleceu e sua obra já caiu em domínio público, dei uma chance.




Fabio Pedreira 17/12/2017

Contos - volume I
Olá pessoal, hoje vim trazer para vocês a resenha do primeiro livro do H. P. Lovecraft que eu li na vida, é o volume 1 de alguns contos publicado pela Martin Claret.

Apesar de gostar de livros de terror e ter Stephen King como meu autor favorito nesse tipo de literatura, meu gosto por esse gênero literário é recente, coisa de um ano mais ou menos. E apesar de conhecer autores clássicos como Edgar Allan Poe, Mary Shelley, Bran Stoker e o próprio H. P. Lovecraft, só agora é que eu parei para ler seus livros. Mas vamos ver se eu comecei com o pé direito.

Esse volume 1 contém dez contos os quais eu farei um pequeno resumo de cada um, sem spoilers obviamente e logo depois farei algumas considerações sobre o que achei. E o primeiro conto trata-se de...

A fera na caverna:
Esse primeiro conto retrata um sujeito que estava fazendo uma expedição com um grupo em uma caverna, mas acaba se separando do seu guia e adentrando cada vez mais na caverna. O problema é que ele logo acaba percebendo que talvez não esteja sozinho na escuridão daquele lugar. Um dos melhores contos do livro na minha opinião.

A rua:
Esse conto merece um cuidado especial devido a alguns detalhes importantes sobre o autor e eu falarei mais sobre isso no final. Mas em “A rua” o autor nos traz como uma determinada rua da cidade vai se transformando com o tempo e perdendo suas características, porém, nunca esquecendo de quem ela era.

O que vem da Lua:
Aqui vamos descobrir um sujeito que não é muito fã da Lua, e de tanto ficar contemplando-a, digamos assim, não percebeu as coisas que existiam ao seu redor.

O perverso Clérigo:
Mais um conto meio sinistro no qual o personagem principal mexe onde não devia (como sempre) e acaba despertando coisas que ele não entende e que deveriam continuar “dormindo”. Quem mandou meter a mão onde não deve?

Ele:
Não, aqui não temos um conto sobre aquele personagem das Meninas Superpoderosas, mas talvez seja quase. Pois aqui temos um sujeito que adora passear e apreciar as partes antigas da cidade, imaginando suas histórias, até que conhece um sujeito que revela ter observado ele há algum tempo e o convida para conhecer partes da cidade que poderiam agradá-lo. Aposto que você correria com um convite desse, mas o personagem principal aceita, e bem, ele descobre lugares muito mais antigos do que poderia imaginar.

Ar frio:
Nesse conto nosso personagem principal está ruim de grana e acaba encontrando uma pensãozinha barata para morar. Lá ele descobre que no andar de cima do seu apartamento vive um grande médico. Porém, o sujeito aprecia muito uma temperatura bem baixa, mantendo seu quarto sempre muito resfriado. Por que será?

Os ratos na parede:
Aqui temos mais um grande conto do livro. Nele o personagem principal resolve restaurar a antiga moradia da família. Família está que não tem uma boa reputação devido a acontecimentos passados. Essa casa também tinha um sério problema com ratos, como o próprio título sugere, o problema é que apenas o personagem principal e seus gatos conseguiam escutar as criaturinhas. E, para não considerá-lo louco, ele chama ajuda de amigos e outras pessoas para ajudá-lo, o que acaba levando-os a fazerem uma descoberta meio sinistra.

O modelo Pickman:
Aqui temos a história de um sujeito que não tinha seus quadros bem recebidos pelas galerias de arte ou outros locais devido ao que era pintado nele. Criaturas sinistras e situações que retratavam a maldade das profundezas de sabe-se lá onde. Porém, o pintor convida seu amigo (o narrador do conto) a ir a uma casa nos confins da cidade no qual ele consegue as inspirações para seus quadros. Chegando lá o narrador se depara com uma mistura de fascínio e terror. Fascínio pois os quadros são de uma realidade tremenda e terror devido ao seu conteúdo, e se não bastasse isso ele descobre uma certa fonte de inspiração que é no mínimo sinistra.

A gravura da casa maldita:
Este conto é também o conto da ilustração da capa do livro. Aqui um sujeito, para se proteger da chuva, corre com sua bicicleta para uma pequena casa no topo de uma colina (galera sem noção). Aparentemente ela parece estar abandonada e o jovem começa a investigar o local, descobrindo um livro raro aberto em uma determinada gravura. A casa parece estar ocupada e realmente está. Logo surge o dono que não fica nem um pouco irritado com a “invasão” do jovem e logo os dois começam a conversar, o problema é que parece que os gostos do anfitrião parecem ser um pouco suspeitos.

Herbert West reanimador:
Aqui temos o último e o maior conto do livro. Nele temos a história de 2 médicos que, com o passar dos anos, vão se especializando em reanimação de corpos, e claro que tudo isso de forma ilegal já que a universidade proibiu seus estudos. E com isso os dois sujeitos passam a desenterrar corpos e fazer experimentos na surdina, sempre aprimorando as técnicas de ressuscitação, porém, claro, no fim algo muito errado vai acontecer.

Bom, e aí, comecei com o pé direito? Sim e não. Sim porque os contos são muito bons e eu não posso negar; contudo, não porque eu senti falta dos contos mais famosos do autor, aquele pelo qual todo mundo conhece, o famoso Cthulhu. Então mesmo que tenha sido um bom começo fiquei com a sensação de faltar algo. Mas não se enganem, pois isso não quer dizer que eu não tenha gostado bastante, pois gostei. Agora devo fazer umas considerações e que inclusive vai acrescentar o que disse sobre o conto A rua.

Não sei se todos sabem mas Lovecraft era um sujeito racista e xenofóbico, coisa que era refletido em seus contos, inclusive com palavras racistas em seus contos. E isso fez com que a editora optasse por, como eles mesmo falam, uma tradução de “amortecimento”, ou seja, a retirada de algumas palavras descritivas que tem um alto teor de preconceito. Isso quer dizer que alteraram o texto original? Sim e não.

Sim porque retiraram essas palavras e, então, tecnicamente, o original foi perdido; e não porque apenas isso foi mexido tendo o resto sua tradução original mantida. Sinceramente é algo que eu entendo completamente e concordo, mas sei que tem pessoas que vão reclamar em relação a isso. O livro já inicia com uma introdução sobre o autor e depois sobre essas decisões de tradução, o que eu acho uma coisa boa.

E isso reflete no conto “A rua” pois a mudança que o autor sugere que a rua sofre é justamente o fato de ela perder seus moradores “brancos, de origem” para dar lugar a moradores “negros e de outros locais”. É um conto em que você percebe claramente como o autor tinha preconceitos.

Mas o livro é impecável. A Martin Claret está de parabéns pela edição, com ilustrações no começo de cada conto, um trabalho gráfico impecável. Tamanho da fonte, papel, tudo aquilo que você quer ver tem aí. Os contos também são muito bons, gostei bastante do livro todo e quero ler mais, tanto sobre o autor quanto outros autores clássicos.

Bom, eu como comecei com King que tem influência de Lovecraft e, agora que o li, irei passar para Poe que é a grande inspiração do autor desse livro. Adiós e até a próxima. Fique com esse livro de 5 estrelas e aproveitem.
Nicole 14/02/2018minha estante
Adorei sua resenha! É ótimo quando alguém faz um "resuminho" de cada conto, assim dá pra ter certeza de vale a pena ou não ler o livro ;)




Gabriela 09/10/2020

Escolha ruim de livro ou autor superestimado?
Comecei a leitura do livro com uma expectativa enorme e positiva sobre o autor, afinal, todo mundo o elogia. Gradativamente notei que a leitura seria entediante e não senti uma única sensação que me remetia a medo ou suspense.
Li que a edição perdeu seu encanto por "culpa da tradução ter retirado trechos racistas", mas sinceramente se algo precisa do racismo pra ser bom, que tipo de autor é esse?
Previsível, entediante e realmente... A cara do " terror americano". Hp Lovecraft influenciou muito nas histórias sombrias dos EUA, isso é inegável. Porém, eu consigo dar mais mérito aos outros autores/diretores que aproveitaram dessa inspiração do que do conteúdo em si.

Decepção é a palavra pra descrever esse livro.
Guto 13/02/2022minha estante
Sei que essa resenha já faz tempo, mas, como fã de Lovecraft e atual leitor da edição em questão, devo dizer: a exclusão do racismo não necessariamente estraga a obra de Lovecraft, apenas tira parte daquilo que compunha seu universo literário tão pessimista. Entretanto, essa coletânea é fraca, não pela falta do preconceito supracitado, mas pela escolha de contos secundários que pouco condizem com aquilo que consagrou H. P. Lovecraft como um escritor grandioso: eu recomendaria qualquer outra edição.




Alan Martins 07/09/2017

Edição que faz jus à grandeza do autor
“O máximo horror muitas vezes paralisa a memória de uma forma misericordiosa”. (LOVECRAFT, H. P.. Os ratos na parede. In: Contos, volume 1. Martin Claret, 2017, p. 115)

Quando se fala em literatura de terror, um nome que não podemos esquecer é o de Howard Phillips Lovecraft. Autor clássico do gênero, é uma inspiração para qualquer autor atual. Suas obras marcam um tipo de terror cósmico, de algo que vem de fora, que é estranho. Esta edição reúne dez contos de temáticas distintas, porém sempre com algo em comum: uma situação estranha e assustadora que envolve os protagonistas. Preparado para conhecer um pouco sobre o horror clássico?

ÍCONE DE UM GÊNERO
A vida de Lovecraft foi marcada por complicações desde sua infância. Sofreu várias perdas, como a de seu pai, que teve um surto psicótico e foi internado. Já na vida adulta, enfrentou diversos problemas financeiros. A morte de seu grande amigo, e também escritor, Robert E. Howard, o afetou profundamente. Seus últimos anos foram conturbados, pois sofria de um câncer no intestino delgado, o que o levou a óbito, de maneira precoce.

Hoje consideramos Lovecraft como um dos grandes nomes da ficção de terror, porém nem sempre foi assim. Veio obter fama apenas após sua morte. Em vida, escreveu para diversas Pulp Maganizes, que publicavam literatura de fantasia e terror. Os temas que abordava em suas obras variavam entre profecias antigas, influência extraterrestre e ficção científica. Ficou conhecido por ser o criador do ‘Mito de Cthulhu’.

Possui uma escrita considerada controversa devido sua aversão à etnias não-Anglo-saxônicas. Seus personagens, de etnias distintas à caucasiana, são descritos de forma pejorativa e estereotipada. Todavia, também criticava aqueles que eram contra a ciência, não possuindo um conservadorismo científico. Apesar disso tudo, trata-se de um autor que todo fã de literatura de terror deveria conhecer.

“Há quem diga que as coisas e os lugares têm alma, e há quem diga que não; não me atrevo a dar meu próprio parecer a respeito, apenas falarei da Rua”. In: A rua, p. 33

CONTOS VARIADOS
Os contos presentes nessa edição possuem temáticas variadas. Uma semelhança entre eles, que pode ser citada, é uma revelação final, surpreendente. Não diria que são histórias que dão muito medo, mexendo com a imaginação, podendo lhe causar pesadelos. São contos criativos e imaginativos, carregados de mistérios e marcados pelo perigo do desconhecido.

Por exemplo, temos um conto onde o protagonista está perdido numa caverna escura e percebe a presença de uma figura estranha, ameaçadora. No final dessa história, teremos um grande plot-twist. O último conto, que pode ser considerado uma novela, fala sobre um jovem médico que busca reanimar os mortos. Para isso, realiza diversas experiências com a ajuda de seu maior amigo. Essa é uma digna história de terror, pois o resultado desses experimentos é perturbador, assim como seu desfecho.

Se comparado a autores clássicos, o terror de Lovecraft é um pouco mais gráfico e violento. Algumas situações podem causar pavor pela descrição de uma cena grotesca. O autor gosta de chocar. Mas são choques rápidos, os contos são curtos e de leitura rápida. Mesmo se tratando de um gênero literário menos erudito, temos que elogiar a escrita de Lovecraft, que é muito precisa nos detalhes, sem enrolação. Ele chega ao ponto de forma magistral.

Pode-se notar sua influência em diversos filmes e livros atuais. Um dos autores que mais gosto de ler é Stephen King. Ele admite abertamente que Lovecraft é uma de suas inspirações e isso fica claro em suas obras, principalmente em seus contos. Sua importância para o terror, de maneira geral, é imensurável. Ao lê-lo, percebemos sua criatividade e sua inteligência, com várias referências à obras antigas e personagens históricos, que existiram de verdade, o que traz certo realismo aos seus escritos, deixando-os mais instigantes.

“Refleti, de forma trivial, que há uma boa dose de patologia na personalidade de uma pessoa eminente que decaiu na vida”. In: Ar frio, p. 83

SOBRE A EDIÇÃO
Esta edição traz alguns contos inéditos e outros presentes na grande coletânea de contos de Lovecraft ‘Grandes contos’, da própria Martin Claret. A tradução ficou por conta de três grandes nomes da tradução no Brasil, profissionais muito competentes. Uma delas deixa claro, na introdução do livro, como Lovecraft é um autor importante para o gênero do terror, assim como ele foi uma pessoa extremamente conservadora. Por conta disso, as tradutoras e a editora resolveram modificar algumas passagens que poderiam ser consideradas racistas, como situações onde personagens são comparadas a símios. Essas mudanças não retiram o brilho das obras, muito menos distorce o enredo. É apenas uma questão de bom senso por parte delas (há partes onde esse tipo de comparação ainda está presente).

Um livro muito chamativo esteticamente. Em capa dura, com acabamento em Soft Touch, que dá uma textura aveludada à capa. Utilizando cores chamativas, o projeto gráfico impressiona. Miolo em papel Pólen Soft de excelente gramatura. As páginas são grossas, quase não dá para ver o que está escrito na página de trás. Boa diagramação, fonte de bom tamanho. E detalhe: a cor da fonte é o marinho, que combina e se harmoniza com as cores utilizadas no restante do livro.

Com um texto bem revisado, temos uma bela introdução à obra lovecraftiana. Boa empreitada da Martin Claret, que, aparentemente, trará outros volumes com mais contos do autor, alguns presentes em ‘Grandes contos’, outros ainda inéditos.

“A arte mórbida não me choca, e quando um homem tem o gênio que Pickman tinha considero uma honra conhecê-lo, independentemente da direção tomada por seu trabalho”. In: O modelo Pickman, p. 132

CONCLUSÃO
Fãs de Lovecraft e de terror vão adorar essa edição. O volume apresenta os contos ‘A fera na caverna’, ‘A rua’, ‘O que vem da lua’, ‘O perverso clérigo’, ‘Ele’, ‘Ar frio’, ‘Os ratos nas paredes’, ‘O modelo Pickman’, ‘A gravura da casa maldita’ e ‘Herbert West – Reanimador’. São histórias rápidas e fáceis de ler, que irão divertir, apavorar e entreter.

Edição caprichada, digna à importância de Lovecraft para a literatura. Você teme o desconhecido? Em caso de resposta afirmativa, esse é um livro que vai te apresentar situações aterrorizantes, tirando-o do conforto, além de prender sua atenção com o clima de mistério. Muito mais do que recomendado.

“A idade é mais caridosa para com esses personagens que, apesar de sua alma elevada, são incompletos, cujo pior vício é a timidez, e que são enfim ridicularizados por todos em virtude de seus pecados intelectuais […]” In: Herbert West – Reanimador, p. 181

Minha nota (de 0 a 5): 4

Alan Martins

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Leticia 23/12/2017

Sempre gostei do genero horror mas ate entao nunca tinha lido nada de Lovecraft.
Passei minha adolescencia procurando por suas obras em bibliotecas publicas, mas nao encontrava. E como na epoca eu nao tinha acesso a internet, as obras que eu conhecia do autor eram muito poucas (Um Sussurro nas Trevas e Nas Montanhas da Loucura).
Quando vi essa edição muito linda da Martin Claret nao resisti.

O livro traz 10 contos, dos quais só conheço "Herberth West - O Reanimator" que inspirou o filme Reanimator, um terror trash que eu gosto muito!

Uma breve introdução nos informa que Lovecraft era racista e xenofóbico, reflexos da época em que vivia também, entao a tradutora alterou muitas palavras consideradas insultos hoje em dia (como nigger, que nao é nem falado nos EUA por ser muita ofensiva.)
Confesso que só notei isso no conto A Rua.

Enfim achei o livro mediano.

Gostei bastante do conto Ar Frio, Os Ratos nas Paredes e Herberth West.
Nao que nao tenha gostado dos outros (apesar de achar O que Vem da Lua bem bobo), mas nao achei que foram contos perturbadores e inesqueciveis.
Talvez esperasse mais pelo fato dele servir de inspiração para Stephen King o qual admiro bastante.

Vou ler mais obras do autor, mas achei que esse livro não começou direito para mim ,que nunca havia lido nada dele.
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Geórgea 26/12/2017

Contos: volume I
Dez dos melhores contos, do criador do monstro Cthulhu, estão reunidos nesse primeiro volume, que não economiza em luxo e bom gosto. Completamos, em 2017, oitenta anos desde que ele deixou o mundo dos vivos e foi para o mundo daqueles de quem sempre falou. Entre uma mistura de ficção com personagens reais, temos aqui, uma boa amostra do que esse homem tão singular era capaz. A tradutora fez, em acordo com os editores, algumas alterações em algumas palavras (que poderiam ser ofensivas para muitas pessoas, dada algumas ideologias do autor) e também uma mudança estrutural no último conto presente no livro que intitula-se “Herbert West – Reanimador”.

Aqui temos diversos contos que nos levam para outras dimensões e fazem com que confrontemos diversos monstros. Dentre eles, está um conto chamado “A fera na caverna” onde um pobre homem se perde do seu grupo durante uma exploração e tem seus maiores medos enfrentados ao se deparar com uma grande revelação, com uma narrativa onde o autor revela aos poucos aquilo que temos mais medo. Também teremos a história de uma rua, mas não é uma simples rua, é a “Rua”. Quase como se fosse um ser, que sobreviveu a gerações e permanece apenas observando tudo que acontece a sua volta. Sentiremos essa rua pulsar, quase como se fosse uma veia da cidade. Por vezes, também ficaremos confusos com os acontecimentos presente em “O perverso clérigo”, teremos um objeto misterioso e várias dúvidas. Dentre elas: o que ele fez? quem é ele?

“Há quem diga que as coisas e os lugares têm alma, e há quem diga que não; não me atrevo a dar meu próprio parecer a respeito, apenas falarei da Rua.”

Alguns contos são carregados de uma atmosfera de perversidade e terror. “Ar frio” fará você sentir medo da menor corrente de ar gelado que passar por você, em outros momentos você interpretará barulhos ao anoitecer como as legiões de pequenos caminhantes que permeiam “Os ratos nas paredes”. O que você faria ao entrar em uma casa aparentemente abandonada que possui um livro com uma gravura apavorante? É isso que você descobrirá em “A gravura da casa maldita”. E, se você sempre quis brincar de Deus com a natureza, encontrará na história de Herbert West muito mais do que você esperava. Diversos são os contos presentes aqui e cabe a você ter coragem de conhecê-los.

Minha Opinião

Admiro Lovecraft há muito tempo. Nesse volume, encontrei contos desconhecidos. Alguns, gostei logo de cara e fiquei completamente absorta no que estava acontecendo, outros não prenderam tanto a minha atenção e acabei não gostando tanto. Os contos mais curtos, em sua maioria, foram os que menos me agradaram. Creio que nos contos mais extensos, o autor consegue descrever melhor, envolver o leitor e fazer com que ele sinta-se parte daquilo que está lendo. Que ele sinta, juntamente com os protagonistas, os efeitos de se aventurar sozinho em uma caverna, em adentrar em casas abandonadas ou até de bancar o Deus.

O livro está impecável. Lindo demais. O projeto gráfico foi extremamente ousado ao combinar cores alegres e vibrantes a histórias tão sombrias e, que geralmente remetem a algo mais escuro e sem vida. Essa combinação foi diferente de tudo que eu já vi por aí quando o assunto é Lovecraft. Gostei muito de como casaram as cores e a tipografia que usaram no miolo com uma cor pendendo para o roxo. Ele também conta com lindas ilustrações, principalmente na entrada de cada capítulo e que serve para remeter ao assunto que o conto apresentará. Além, é claro, de ser capa dura, edição de luxo. Esse é um daqueles livros que ficam em posição de destaque na estante.

“É um equívoco pensar que o horror está inextricavelmente associado com o escuro, o silêncio e a solidão.”

Já começamos completamente perdidos em suas histórias. Ele conduz a narrativa de uma forma única, que é marcante. Lovecraft já possui a sua marca, ele é capaz de transformar coisas banais no pior dos nossos pesadelos. A própria forma do autor se expressar, é algo que registramos como sendo algo que só ele faz. Ele é capaz de criar o pânico apenas com as palavras. Ele faz com que os personagens se dirijam diretamente ao leitor, quase como se fôssemos seus confidentes. É quase palpável a sensação de estarmos realmente frente a frente com essas figuras. Essas memórias e a intimidade empregada por eles torna tudo isso mais real.

Por muitas vezes, descobrimos a identidade do nosso interlocutor lá pelo final da narrativa. E em nenhum momento nos questionamos da veracidade dos fatos apresentados, pois essas pessoas sabem tantos detalhes, que são tão minuciosos e sórdidos, que duvidar é o último dos nossos pensamentos. Os narradores desses eventos, são quase saudosos compartilhando suas lembranças. O que ajuda a transportar o leitor para aquele momento. Outro ponto interessante de observar é a ausência de mulheres nos seus contos. Mesmo com duas tias ajudando na sua criação e tendo uma mãe que o vestia de mulher, Lovecraft, sempre foi muito conservador quando o assunto era o sexo oposto.

“Não adianta eu tentar lhe dizer como esses quadros eram, porque o terror hediondo e blasfemo, bem como a inacreditável repugnância e fedor moral, vinha de toques simples que ficavam muito além do poder classificatório das palavras.”

Dentre meus contos preferidos, com certeza está “Os ratos na parede”, que conta a história de uma família que muitos julgam ser amaldiçoada, assim como a sua casa. Acontece que seu último herdeiro acaba por financiar a restauração dessa casa e decide mudar-se para lá em 1923. Em uma atmosfera de superstições e antigas histórias, observados esse pobre homem questionando-se sobre a sua própria sanidade. É isso que os seus personagens passam, a sensação de estarem no limite, abatidos e desesperançosos após presenciarem coisas que vão de encontro as suas crenças, a tudo aquilo que eles conheciam.

Em “O modelo Pickman”, encontrei uma verdadeira história de horror. Uma história digna de Lovecraft. Onde um homem era capaz de pintar em seus quadros pesadelos inimagináveis. Ele era capaz de pintar o terror e retratá-lo com maestria. Aqui encontrei a verdadeira facete do autor. E entendemos o motivo dele ser considerado por muitos um revolucionário do gênero de terror. A descrição esmiuçada, de algo que apenas habitava a mente desse escritor, é surreal. Ele possuia parcos recursos naquela época e, mesmo assim, conseguia transportar todos para o seu mundo. Um mundo apavorante, é verdade, mas tão rico em detalhes que fazem até o mais corajoso tremer.

Recheado de contos maravilhosos, com uma beleza fora do comum. Esse é um livro que não pode faltar na estante dos adoradores de Lovecraft. Você tem curiosidade em saber qual o motivo que leva esse homem a ter essa reputação? Então, esteja preparado para adentrar em um mundo onde o surreal é apenas mais uma coisa banal.

site: http://resenhandosonhos.com/contos-volume-1-h-p-lovecraft/
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Joi | @estantediagonal 25/04/2018

A primeira experiência com Lovecraft a gente nunca esquece!
Mais conhecido pelas obras em que apresenta ao leitor divindades ancestrais, como a de nome O Chamado de Cthulhu, que anos depois virariam parte da mitologia lovecraftiana, os Mitos de Cthulhu, nesta edição publicada pela Martin Claret, encontraremos dez contos de temáticas distintas, menos conhecidas até para os fãs do autor, mas igualmente perturbadoras.

A fórmula para estes contos variam, mas todas as histórias conservam o grande clímax para o final. A narrativa é toda feita em primeira pessoa ou pelo protagonista ou por um narrador que viveu todos os fatos. A leitura é rápida e a maioria dos contos são curtos, e, consequentemente, nem um pouco arrastados, principalmente por Lovecraft gostar de descrever muito bem as cenas perturbadoras e mais chocantes, ou seja, preparem-se para leituras objetivas.

A Fera na Caverna, A Rua, O Que Vem da Lua, O Perverso Clérigo, Ele, Ar Frio e A Gravura da Casa Maldita são os contos mais curtos da edição e por este motivo os mais dinâmicos em relação a ação e desfecho. Dentre todos, um dos que mais me chamou a atenção foi A Fera na Caverna que apresenta ao leitor um final surpreendente. É ele também que abre o livro, dando um pequeno aperitivo do que eu, como leitora de Lovecraft de primeira viagem, poderia esperar da imaginação do autor.

Os contos mais longos, como Os Ratos na Parede, O Modelo Pickman e Herbert West Reanimador me prenderam mais a atenção por ganharem maior espaço para um aprofundamento. Por este motivo, em todos, me senti realmente imersa a história e instigada pelos fatos. Todos eles apresentam um certo perigo em relação ao desconhecido e a atmosfera de mistério permeiam todas as páginas. H. P. Lovecraft consegue prender o leitor do início ao fim, mesmo com certos trechos mais rebuscados, as histórias são tão fáceis de ler e de serem compreendidas que a leitura se mostra muito mais enérgica.

O debate levantado pela tradutora Lenita Esteves, professora e pesquisadora da área, no texto de introdução, também foi uma ótima porta de acesso para os novos leitores de H. P. Lovecraft. Além de apresentar uma breve história sobre a vida do autor e suas obras, ela detalha muito bem a importância que a imaginação do autor teve em tempos onde o ceticismo era tão enraizado. Outro levantamento da tradutora é direcionado justamente para a tradução dos contos e a liberdade que ela precisou tomar, juntamente com a editora, para apresentar ao leitor contemporâneo histórias mais aceitáveis. Lovecraft para quem não sabe, foi um grande conservador e possivelmente racista e xenofóbico, por este motivo, passagens de seus contos que descreviam personagens de formas pejorativas precisaram ser alteradas, mas claro, sem distorcerem os enredos.

Achei de estrema importância, a tradutora, trazer este tipo de questionamento e falar abertamente sobre a a ética do amortecimento quando estamos falando de autores e obras que foram escritas em outros tempos, com outros tipos de pensamentos, principalmente na real situação em que vivemos hoje. Sem dúvidas é um texto que vale a leitura não só por apresentar todas estas curiosidades sobre o autor, mas também para que entendamos um pouco sobre o trabalho de um tradutor e as dificuldades que eles podem encontrar pela frente.

Mais do que recomendado, sejam bem-vindos ao mundo lovecraftiano e deixem que o mistério e o medo do desconhecido lhes entretenham e lhes assustem. Tenho certeza que vai valer a leitura.

> Confere a resenha completa que fiz de H. P. Lovecraft: Contos - Volume I lá no ED!

site: http://www.estantediagonal.com.br/2018/01/resenha-h-p-lovecraft-contos-volume-i.html
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maria @mariandonoslivros 14/07/2018

Amortecimento?
Este foi o meu primeiro contato com o H.P. Lovecraft. Gostei da maioria dos contos apresentados no livro, principalmente O Modelo Pickman, A fera na caverna, Os ratos nas paredes, Ar Frio e A Rua. A edição ficou impecável, tecnicamente falando. As cores e as ilustrações trouxeram um aspecto diferente e inovador, principalmente por não serem eventualmente utilizadas em livros do gênero terror. A linguagem é mais rebuscada, por isso em alguns momentos, ela se tornou cansativa, mas não menos empolgante. Me fez ficar ainda mais curiosa pelo subgênero horror cósmico.

Contudo, ao pesquisar mais sobre o autor, me deparei com um histórico nada saudável: Lovecraft tinha pensamentos e falas inteiramente racistas e xenofóbicos, e os deixava claro em sua escrita. Porém, a tradução quis "passar um pano limpo" e mudou várias partes ao longo do livro. Fiquei extremamente chateada e desapontada. Não acredito ser correto. Os temas que foram "amortecidos" poderiam ter sido expostos. Assim, poderiam ocorrer debates importantes. O leitor (felizmente) tem o direito de ter sua própria opinião. Enfim. Foi algo que me deixou extremamente infeliz como leitora e pessoa.

Mas... não deixem de conhecer o H.P. Lovecraft. Ele contribuiu (e muito) com o gênero terror e inspirou diversos autores modernos (como Stephen King e Clive Barker). Fora que suas histórias são impressionantes e te fisgam até um último ponto final.

Uma ótima leitura.
Beijos de luz, Maria ノ゚ο゚)ノミ★゜*。・+☆
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Luiz Carlos 25/04/2019

Introdução a obra
Esse livro foi minha primeira experiência com a obra de H.P.Lovecraft, o livro é composto por uma coletânea de pequenos e surpreendentes contos a primeira impressão foi realmente muito boa. Posso dizer que correspondeu às minhas expectativas iniciais e aumentou a minha curiosidade de conhecer mais a fundo a obra e ler os mesmos contos com outras traduções, tendo em vista que a responsável pela tradução informa que houve mudanças em algumas palavras e tentativas de não perder o sentido das expressões, o que creio pode ter interferido no impacto do texto e deturpado, de certa forma, as palavras do autor.
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Antônio 20/09/2019

Lovecraft: contos 1
Apesar da coletânea trazer contos menos conhecidos , acredito que eles mostram a qualquer leitor porque Lovecraft é um grande nome na ficção de horror mundial.
A edição da Martin Claret está indizível de linda, e com um baita prefácio esclarecendo a influência do autor e seu lamentável racismo.
Começando pelos 2 contos que não gostei, temos: " A rua",conto mais destoante dos outros para mim(não provoca a sensação de medo) e também o que deixa mais visível o preconceito do H.P. " O que vêm da Lua" ,acho que não precisava estar aí.
" A fera na caverna", que abre o livro, é o auge de como a concisão e gradualidade da narração podem alcançar o medo. "Ele", achei bem místico.
"O peverso clérigo", têm uma pegada sobrenatural. " Ar frio", é um conto de ficção cientifica da boa. " A gravura da casa maldita" gostei muito pq traz um livro verdadeiro como fundo da história.
Não que sejam mais eficientes em dar medo mas os contos mais extensos dão uma dimensão mais acessivel pro leitor.
São eles " Os ratos nas paredes" , "O modelo Pickman" e "Hebert West- reanimator". Os três melhores do livro.
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HonorLu 13/12/2019

Primeiro contato
Fico feliz em ter pego esse livro emprestado antes de fazer qualquer investimento neste autor. De fato, ele traz muitas diretrizes para o gênero de ficção científica e terror, mas ainda questiono a qualidade de algumas de suas obras. Pretendo sim continuar lendo, mas com calma. Gostei do livro, apesar de muita coisa nele ser previsível, talvez eu me sinta assim por já estar saturado de tanta produção que usou Lovecraft como referência. Ele é bastante original. Saio desse livro com muitas referências a aprendizados para própria produção de escrita. Enfim, recomendo a leitura!
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Marcus Oliver 04/03/2020

Excelente!
Sou um fã convicto de Lovecraft e este é uma perfeita reunião de seus contos de horror cósmico mais famosos. Perfeito para os iniciantes em horrores Lovecraftianos.
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Dani 15/07/2020

Bom, mas nem tanto
Este livro foi meu primeiro contato com o autor. Sempre tive muita curiosidade em ler algo do Lovecraft, mas nunca foi uma prioridade. Ganhei este livro de aniversário, e finalmente decidi ler.

Não sei ao certo o que achei da obra em geral. Alguns contos eu gostei muito, e outros não via a hora de acabar. Admito que as vezes nem parecia que era o mesmo autor que tinha escrito todos os contos.

Em questão a edição: ela está impecável! Diagramação perfeita e que fez minha leitura fluir mais. Porém, não gostei do fato de, durante a tradução, terem ?amortecido? algumas partes dos contos (todos sabemos que o Lovecraft era um tanto quanto racista e algumas partes do conto poderiam ser muito ofensivas), feito isso, achei que tirou um pouco da personalidade do autor.

Meus contos favoritos da obra foram: Ar frio, A fera na Caverna, O perverso Clérigo, Os ratos nas paredes e O modelo Pickman.

Em geral, até que gostei do livro. Pretendo ler mais alguns contos do autor (que sejam mais conhecidos), pra ter uma opinião final sobre o que acho dele.
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