Maiani - @minhavidaforadeorbita 21/03/2019Iniciei essa leitura sem ler a sinopse e consequentemente, sem expectativas. Não esperava uma história divertida (não sei o que isso pode dizer sobre o meu humor, mas dei muita risada!) e que coloca o ser humano em seu devido lugar; Somos apenas uma poerinha nesse Espaço gigantesco, então, vamos baixar a bola!
A leitura demora um pouco para entrar no ritmo, porque primeiro temos as explicações e apresentação ao universo em questão. Mas essa é uma parte essencial nesse livro, entender o que está acontecendo e que diabos é essa Zona. Depois, conhecemos nosso protagonista Redrick, ou apenas Red, que me lembrou, e muito, o típico brasileiro (esse livro é russo, mas ele me pareceu muito tupiniquim), que faz o que pode para sobreviver, inclusive se tornar um Stalker.
Acompanhamos como essa cidade foi modificada após a visitação de alienígenas, os grupos sociais que surgiram, as formas de controle para os artefatos que foram deixados para trás. Na verdade, esse controle excessivo me lembrou muito a política do período em que o livro foi escrito (Guerra Fria). Um diálogo em específico que ocorre perto do final do livro tem um teor filosófico maravilhoso, que pra mim, chegou a ser catártico em alguns aspectos.
O que mais me intrigou ao longo da leitura, foi o desinteresse dos alienígenas pela Terra. O sentimento é de que não significamos nada, ou pior, que eles nos viram como seres inferiores, assim como enxergamos certos animais, por isso não somos dignos de sua atenção. A explicação para o título do livro foi genial e aumentou ainda mais esse sentimento de desamparo intelectual dos humanos.
Os nomes que eles dão para os cacarecos e os eventos relacionados a Zona são muito bons! Alguns exemplos são Careca de mosquito, oco, olhos de carangueijo e caldo da bruxa. Mas em alguns aspectos, achei que o livro peca por não apresentar maiores detalhes sobre coisas estranhas que estão acontecendo no mundo em decorrência dessa visitação.
Essa é uma leitura muito boa, um scifi soft, focado nos humanos, e não na parte científica no pós contato.