A noite da espera

A noite da espera Milton Hatoum




Resenhas - A Noite da Espera


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Luiz 31/12/2017

A longa espera da minha obsessão
Nunca duvidei que a alma de Brasília estaria na mistura entre arquitetura, imigração e política. E sempre acreditei que só a literatura explicaria essa alquimia.

Comecei a ler ?A Noite da Espera? com essa expectativa. Mas quando terminei vi que ainda não foi dessa vez que alguém conseguiu desvendar esse segredo.

Em entrevista que concedeu ao Estadão, Hatoum explica que o livro foi um resgate do próprio passado, a partir das lembranças de quando estudou em Brasília no final dos anos 60.

Se foi mesmo, bom pra ele. Literatura muitas vezes mesmo é voltada para dentro.

Mas eu pelo menos fiquei na mesma. O livro em nada me ajudou a responder as perguntas que me intrigam desde que cheguei por aqui. Obsessão que durante anos compartilhei com alguns amigos ? intrigados como eu. Mas que hoje parecem indiferentes a eles hoje em dia. Talvez Clarice estivesse certa quando escreveu que essa cidade pensada não passa de ?um passado esplendoroso que já não existe mais?.

De qualquer forma, achei a narrativa seca. Os personagens secos. Um visão seca do passado.

Será que era isso mesmo? Ou o autor que não teve paciência pra procurar um pouco mais de sensibilidade nos personagens e fatos daqueles tempos?

No começo de uma cidade onde tudo era possível.

Definitivamente Collor e Dilma, citados no livro, não são o espelho pra refletir a sensibilidade daqueles tempos.
vmcataldi 01/01/2018minha estante
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Jorge 04/11/2018minha estante
Concordo que faltou sensibilidade no desenvolvimento.




Káh 21/05/2020

O espaço de Hatoum
O que me deixou surpreendida na primeira obra que li de Milton Hatoum foi a presença significativa do ambiente, contando também a história. Da pra sentir a secura de Brasília.
Alê | @alexandrejjr 08/06/2020minha estante
Que interessante o teu comentário a respeito do livro. Vou prestar atenção nesse detalhe sobre a "presença significativa do ambiente".


Káh 11/06/2020minha estante
?




Eduardo 15/08/2020

Não sei exatamente o que dizer, se fosse possível eu daria 3,8 estrelas.
Nathan 27/09/2020minha estante
E arredondou pra baixo? Que sacanagem pow... Depois o professor te reprova com 4,9 e vc reclama...




Toni Nando 14/09/2018

Deixou a desejar
Esperava ser enredado:/
Jorge 04/11/2018minha estante
Eu idem. Muito fraco.




Debora 26/04/2020

Primeira parte de uma trilogia
O livro acompanha a vida de um grupo de jovens tentando existir numa Brasília em construção em plena ditadura militar. É esta época que está ali retratada.
Ansiosa pelo próximo livro, para entender como Martin chegou a Paris.
Leticia 09/11/2020minha estante
Débora, vc seguiu a trilogia?




Felipe Assunção 14/04/2020

Orgulho manauara!
Como manauara (Hatoum também) me sinto arrependido de só estar conhecendo agora o seu trabalho de forma mais íntima. É meu primeiro contato com o autor, mas já pretendo ler tudo dele. Sua escrita cativa de uma forma!

Um professor meu - curso antropologia - respondeu um status meu sobre a minha leitura dizendo que Milton é um dos maiores escritores brasileiros. Em outro lugar li algo dizendo que ele é o maior autor brasileiro vivo.
Eu amei que mesmo em um contexto que poderia se passar apenas no centro-oeste brasileiro, Hatoum coloca o norte, Manaus e Amazonas no enredo de forma que me trouxe nostalgia, trazendo uma cultura através de alimentos e linguístico. Hoje moro em Roraima e me peguei em vários momentos nostálgicos sobre a minha cidade natal.

É triste como esse contraste da ditadura - que deveria ser um passado distante ? se encontra tão próximo da nossa política atual.
Renato 26/04/2020minha estante
Olha, também teria orgulho se fosse manauara. Hatoum é (na opinião desse reles leitor) o maior escritor brasileiro vivo! Dois Irmãos me cativou. Cinzas do Norte me conquistou definitivamente. Agora estou imerso na trilogia "O Lugar Mais Sombrio".




Jardel47 23/03/2024

Os anos de chumbo
Eu demorei a iniciar essa leitura porque pensava que traria detalhes sórdidos das torturas, o que iria mexer comigo , mas na verdade o livro consegue transmitir ao leitor todo as angústias e medo da época , mas sem entrar no mérito propriamente dito ?
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Renato Zanotte 17/12/2017

Resenha no site O Que Tem Na Nossa Estante
http://www.oquetemnanossaestante.com.br/2017/12/a-noite-da-espera-resenha-literaria.html?m=1
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Raony 18/12/2017

Nove anos sem lançar um romance. Foi só eu falar que acabei os Hatoums ele foi lá e PÃ. Livro novo. Ok. Desafio aceito. Comprei. De novo fui seduzido pela capa e comprei o livro físico, não o e-book. Achei que era só rabiscos abstratos, mas é um bote e um remo. Como os do Martim, no Paranoá.

É quase um romance epistolar, dos quais não sou muito fã. Sei lá. Acho uma saída mais fácil. Deve ser só impressão de quem nunca escreveu ficção de respeito, mas prefiro meus romances contínuos mesmo. Dai ele mescla as anotações e cartas com recordações e tem várias lacunas. Lacunas temporais nos registros, lacunas na lembrança e no que o narrador sabe.

Parece que não gostei, mas é o contrário. Gostei bastante. Li em duas sentadas. Sou o Martim. Sem os dramas familiares, a disciplina de estudos e o conhecimento artístico, ou seja, praticamente tudo que define o Martim. Mas sou o Martim na indecisão e na acomodação de dar raiva. Nesse marasmo de estar à deriva. Dormindo no bote, o remo inútil.

Primeiro romance dele que não dá vontade de ir pra Manaus. Porque não tem Manaus. Só Brasília (e Paris, um pouco). Mas não dá vontade de ir pra Brasília também. Principalmente aquela. A Brasília sob a ditadura.

Então tá aí, Hatoum. Li tudo seu. Your move.
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Na Literatura Selvagem 19/12/2017

Minha estreia com a escrita de Hatoum
Recentemente lançado pela Companhia das Letras, o primeiro livro da trilogia O lugar mais sombrio, do escritor manauense Milton Hatoum é um romance de formação ambientado na época da Ditadura militar aqui no Brasil. A noite da espera é sobre os anos em que o personagem Martin passa a viver com o pai em Brasilia, após a separação deste com sua mãe, que havia deixado o casamento para viver um amor com um artista.

O narrador nos relata suas memórias durante esse período, seus amores, o contexto político que fervia no país naqueles anos, bem como o envolvimento de seus amigos com a revolução anti-militarista. Conhecemos a vida de Martin pelo seu ponto de vista desde os anos de escola até o momento em que ele ingressa na faculdade.

leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2017/12/a-noite-da-espera-primeiro-livro-da.html
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Fernando 06/01/2018

Mergulho no passado - alerta para o futuro
A conexão com o novo romance de Milton Hatoum foi imediata. Bastaram umas poucas páginas para que eu me visse transportado para um cenário muito familiar: meus anos na universidade, em tempos de ditadura militar. É verdade, meu curso de graduação coincidiu com o último dos governos militares, o período da 'abertura'. Ainda assim, testemunhei o clima de desconfiança, às vezes medo, em que transitávamos pelo campus, que se dizia infestado de dedos duros e em que até pessoas politicamente neutras e inexpressivas podiam tornar-se vítimas casuais da repressão. Ao contrário de minha vivência - em que os estudantes voltavam a sair das sombras e a enfrentar a ditadura (então, já não tão dura) e em que respirávamos alguma esperança de dias melhores - Milton Hatoum descreve o período em que o país submergia de vez na ditadura, com a edição do Ato Institucional número 5, que sequestrou, de vez, a liberdade de expressão no Brasil. Infelizmente, o romance traz também um alerta não explícito: o clima que vivemos, hoje, no Brasil será o prenúncio de um novo período ditatorial? Leitura cativante.
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Betinha 10/01/2018

A noite escura
A resenha de hoje é sobre o magistral “A noite de espera”, romance que abre a trilogia “O lugar mais sombrio”, de Milton Hatoum. É o meu primeiro contato com a obra do autor e estou absolutamente encantada, já querendo ler todos!

Nesse romance de formação, acompanhamos Martim desde os 16 anos, quando seus pais se separam e ele precisa mudar para a recém-inaugurada Brasília. Após vários anos, o jovem está exilado em Paris e rememora trechos de sua vida por meio de anotações, diários, bilhetes e cartas trocadas com mãe, o pai, os avós e os amigos.

“Minhas anotações são um modo de conversar com ela, de pensar nela. Coloquei dentro do caderno a folha de papel dobrada e amassada, com apenas duas palavras: Querida mãe’.
Talvez não lhe conte o que aconteceu entre sexta-feira e ontem.”

Logo no início eu me perguntava: por que esse garoto meio bobo e inocente foi parar no exílio? Não consigo encontrar um momento específico da obra em que Martim desperta para a realidade da ditadura. Ao mesmo tempo em que ele parece consciente dos abusos de poder e do perigo que correm muitos de seus amigos, fica alheio ao comportamento estranho do pai.

Considero cruciais para a evolução do personagem: o motivo da separação de seus pais, seu progressivo distanciamento deles (cada um por motivos diferentes) e a sua amizade com os jovens filhos de funcionários de diversos escalões do governo.

A primeira dica sobre a personalidade do pai é dada no começo do livro.

“Na última visita do tio Dácio à Rua Tutóia, Rodolfo interromper uma conversa sobre poetas e fotógrafos, e disse que o progresso e a civilização eram um triunfo da engenharia. Tio Dácio negou essa frase com sorriso irônico, depois disse que vários engenheiros, médicos e cientistas foram também grandes artistas.”

Os jovens amigos estão envolvidos com diversas manifestações artísticas: teatro, literatura, fotografia... É revelado aos poucos quem cada um deles é e seu papel na resistência à ditadura e às violências diárias vivenciadas pelos personagens.

"Algemou-a e enganchou no pescoço dela o polegar e o indicador, feito uma forquilha. O motorista do Dauphine foi arrastado até a frente da Veraneio, o clarão dos faróis o segava enquanto ele se defendia dos socos e pontapés; a moça magra foi arrastada até o clarão, depois o corpo amolecido e ensanguentado do motorista do Dauphine foi jogado no porta-malas da caminhonete, a moça e os policiais sentaram o banco traseiro e a Veraneio tomou o rumo do bicho do Eixo Rodoviário."

Martim passa por uma prisão, manifestações e tentativas de traição, mas nada parece afetá-lo tanto quanto a ausência de sua mãe. É essa separação o fato mais recorrente na obra. Ele sente tanto sua mãe e isso parece tão incompreensível para o garoto que, até o momento, não compreende porque ela se distanciou.

"Várias vezes me perguntou por que Lina não me dizia onde morava, e essa é a pergunta que eu tenho feito o tempo todo para mim mesmo. O sítio no mato não deve ser um lugar inacessível."

Não quero revelar muito sobre a história porque a maior parte das conclusões às quais cheguei foram construídas durante a leitura e nos dias posteriores a ela. O livro voltou ao meu pensamento diversas vezes por algum tempo. Só posso dizer que mal posso esperar pelos próximos volumes e pela continuidade da história de Martim. Adoro romances de formação e romances históricos e Milton Hatoum falou diretamente comigo em cada página desse livro.

Recomendo muito, muito. Leiam e me contem o que acharam ;)

site: http://pacoteliterario.blogspot.com.br/2018/01/resenha-noite-de-espera.html?m=1
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PorEssasPáginas 29/01/2018

Ano passado eu conheci a escrita de Milton Hatoum com o maravilhoso Dois Irmãos. Ainda em 2017, a Companhia das Letras lançou seu novo livro e é claro que eu solicitei para resenha. Chegou lindo, maravilhoso, cheiroso e autografado! ♥

Temos aqui um personagem peculiar, Martim. Primeiramente, o encontramos em Paris, no exílio. Logo, ele começa a contar sua história, voltando no tempo dez anos antes, com suas anotações, desde a época em que seus pais se separaram quando tinha 16 anos. Quando a separação ocorreu, Martim acreditava que moraria com a mãe, mas acabou indo morar com o pai e ambos se mudaram para Brasília.

Em Brasília, Martim se envolve com jovens de um grupo de teatro, jovens com presença em manifestações artísticas, muitas delas contra a ditadura. Durante o livro, eu não tinha muita ideia de como Martim foi para o exílio, justamente por ele ser um elemento mais “apático” desse grupo e até alheio quanto aos acontecimentos da ditadura.

A partir daí, acompanhamos as memórias de Martim, seu crescimento e amadurecimento quanto ao amor, amizade e traição. A ausência da mãe de Martim é sempre muito sentida por ele em praticamente o livro todo e existe um mistério a respeito do paradeiro da mãe dele que não sabemos como decifrar.

(...)

O livro é narrado em primeira pessoa, por Martim, algumas vezes intercalando sua narrativa no exílio, em 1978, mas a maioria narrando os fatos do período de 1968 a 1972, quando ele é obrigado a tomar uma decisão devido a um acontecimento no final do livro.

Eu gostei muito da leitura, a narrativa de Milton Hatoum continua fluida e poética, seus personagens parecem tão vivos que parece que nós os conhecemos de fato. Não tem tanta ação, mas mantém um foco histórico bastante importante, por se tratar de uma época de repressão. O trabalho da editora com o livro também está perfeito, a capa não poderia ser outra, e a sensação é que a capa é um tipo de 3D, parece que você vai tocar a tela verdadeira, adorei!

***Resenha completa no blog!***

site: http://poressaspaginas.com/resenha-a-noite-da-espera
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Angelo Pessoa 14/04/2018

É o (quase) menor do MELHOR!
Fazer uma avaliação de um livro do Milton Hatoum é muito perigoso. Ele É o que há de mais importante na literatura contemporânea brasileira. PONTO. Ganhei o livro de presente (Jack Mascarenhas, te amo!). Dizer que o autor do INESQUECÍVEL 'Dois irmão' derrapou na narrativa, dá medo. Sou fã, desde o sublime 'Cinzas do norte'. Não podemos esquecer, neste momento, que este romance faz parte de uma trilogia e, portanto, devemos esperar os outros dois para fazer uma melhor avaliação. Concluindo: gostei do livro e espero que ele se aprofunde mais em seus personagens que ficaram num limbo. Penso que avaliar um livro de um autor que possui o encantamento da narrativa neste momento, o primeiro livro de uma trilogia, é pensar pequeno. Milton Hatoum dispensa elogios. Há uma superficialidade que espero tornar-se densa ao longo da trilogia. E, também, acho que ao sair de seu habitat, Manaus, (que passei a amar depois de seus livros), pode ter causado um desvio de 'paixão'. Consideremos esta fuga. Milton Hatoum é o que há de melhor, mesmo num livro quase menor.
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Cheiro de Livro 29/05/2018

A Noite da Espera
Milton Hatoum conquistou meu coração de leitora com “Dois Irmãos” e desde então tento ler tudo o que ele escreve. Quando vi que ele estava lançando o primeiro volume da trilogia O Lugar Mais Sombrio corri para a livraria e comprei “A Noite da Espera”. Demorei alguns meses para conseguir chegar nele, um pouco por culpa da pilha interminável de livros e um pouco por que não estava no espirito de mergulhar nos anos de chumbo da ditadura militar, mesmo que só na ficção. É interessante como fatos de impõe e os documentos da CIA mostrando que Geisel e Figueiredo sabiam e aprovavam as mortes nos porões da ditadura me empurraram para o livro de Hatoum.

Martim é um adolescente paulistano que com a separação dos pais se muda para Brasília no final dos anos de 1960. Rodolfo, o pai, é um engenheiro que apoia o regime e quer crescer e ser respeitado. Lia, a mãe, se casa com um artista e desaparece da vida do filho, envia algumas cartas apenas. Martim passa seus anos de formação em meio a truculência do Estado e a estudantes que lutam contra uma ordem que seus pais apoiam ou servem.

Todo o livro é contado pelas anotações que Martim fez de um período que vai de 1968 até 1972. São anotações que mostram a discrepância entre o que viviam os jovens de Brasília e seus pais, muitos deles funcionários do governo, mostram também as tensões na UnB. O mais chocante do livro é ver que muita das questões debatidas são de uma atualidade aterradora. As posições políticas, o radicalismo, as duvidas sobre a crueldade do regime, todas questões que deveríamos ter superado e que ressurgem nesse ano eleitoral, infelizmente.

“A Noite da Espera” não é dos melhores livros de Hatoum e ao mesmo tempo é apenas o começo de uma trilogia sobre uma época que não deveríamos esquecer jamais e muito menos tentar apagar todo o seu terror.

site: http://cheirodelivro.com/a-noite-da-espera/
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