Entre Irmãs

Entre Irmãs Frances de Pontes Peebles




Resenhas - Entre Irmãs


74 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Denise Ximenes 02/01/2023

Guardem este nome: Frances de Pontes Peebles!
Uma literatura de altíssima qualidade e uma autora não reconhecida.

Misto delicioso daquela universalização do sertanejo de Guimarães Rosa com a leveza narrativa de Jorge Amado, junto com o feminismo despretensioso de Rachel de Queiroz e a denúncia da desigualdade social de Graciliano Ramos, Entre Irmãs fala do Cangaço e das conquistas femininas de forma leve e contundente ao mesmo tempo.

É bom demais participar de uma narrativa que humaniza cangaceiros ao mesmo tempo em que aponta a chatice da vida convencional daquelas mulheres que pertencem à sociedade do início do século XX. O pano de fundo fica por conta da época de Getúlio Vargas...

Gostei de tudo. Pra mim, essa autora pertence ao grupo dos melhores da nossa literatura. Só lhe falta uma coisa: reconhecimento.

Amei amei amei.
Joao 02/01/2023minha estante
Nossa!!! O seu segundo parágrafo já me deixou morrendo de vontade de ler esse livro heheh


Denise Ximenes 03/01/2023minha estante
Sem exagero, João! Sou professora de Linguagens e me pergunto por que essa autora não está na turma, por exemplo de Itamar Vieira Jr...


Joao 03/01/2023minha estante
Denise, que maravilha. Realmente, eu nunca tinha ouvido falar nela até ver algumas pessoas lendo aqui no skoob.
Infelizmente há muitos autores que beiram a genialidade e nós nunca conhecemos :/


Maria Claudia 15/01/2023minha estante
Maravilha!




Pedro 24/01/2022

Impecável
As descrições dos personagens, dos cenários, especialmente a caatinga, e dos costumes regionais da época, longe de ser maçante ou piegas, nos imiscui na história de uma forma que conseguimos vislumbrar com nitidez os ambientes e o psicológico das pessoas retratadas.
Patty 06/02/2022minha estante
Eu vi o filme e gostei muito! Já leu "em tempo de graça, em tempo de dor"?


Pedro 06/02/2022minha estante
Patty, eu cheguei a comprar por ter gostado demais da escrita da autora. Está na minha lista de metas e devo começar na próxima semana!


Patty 06/02/2022minha estante
Legal! Eu também comprei, mas não li ainda. Me avise se gostar!




Marcianeysa 21/11/2021

Perfeito
Fui ler esse livro sem grandes expectativas e eis que me deparei com uma história maravilhosa. O livro narra a vida de Emília e Luzia, duas irmãs que vivem no interior de Pernambuco, nos anos 20/30.
As duas irmãs são narradoras e história de ambas se completa e se cruza várias vezes.
A autora tem uma linguagem sensível e fluida, que nos leva a embarcar no tempo na qual se passa a história e a sofrer com os personagens.
Melhor livro que li em 2021.
Edson 21/11/2021minha estante
Nossa! Parece muito bom mesmo esse livro! Autora brasileira, nordestina, livro super premiado. Uma pena não ser muito divulgado. Me parece que "Torto Arado" segue mais ou menos essa linha, não? Eu também ainda não li Torto Arado. Bela dica de leitura!


Marcianeysa 22/11/2021minha estante
Isso, lembrou muito torto arado, só que achei a história melhor.


Edson 22/11/2021minha estante
Já entrou pra minha lista desde já!




San... 27/01/2018

Fico muito chateada e indignada com determinados "macetes" que induzem as pessoas a erro. No Brasil livro não é barato. No Brasil, para infelicidade nossa, há uma cultura feia de querer levar vantagem em tudo. Esse livro é muito bom e, quando o li, em 2011, sob o título "A COSTUREIRA E O CANGACEIRO" (procurem nas minhas resenhas e vão encontrar meu comentário na íntegra), afirmei que o livro era um sério candidato às telinhas, com premiação garantida, porque é realmente muito. Tão bom que a rede globo exibiu minissérie em 4 capitulos, de 02 a 05 de janeiro/2018, com Marjorie Estiano e Nanda Costa (ambas na capa do livro) como protagonistas. Mas vamos combinar, mudar o nome do livro (mesmissimo livro e mesmíssima autora), chega a ser, no mínimo, desonestidade com o leitor, que adquire um livro que, por ser muito bom, já pode estar fazendo parte de seu acervo, mas com outro nome. Isso não é correto. Fica o alerta.
Silvana (@delivroemlivro) 27/01/2018minha estante
Concordo!


Márcia Naur 27/01/2018minha estante
Revoltante! A Globo como sempre controlando tudo.


João 19/06/2019minha estante
a arqueiro só usou o nome original do livro em ingles é pegou embalo do filme fora que titulo é capa ficaram mais vendaveis




Núbia Cortinhas 25/07/2021

Uma aventura pelo nordeste durante a dec. 30
Um livro emocionante que traduziu a saga das duas irmãs num misto de emoções variando da adrenalina ao sofrimento, superação e amadurecimento das personagens diante de tantas dificuldades e nós aqui rindo, chorando e sofrendo junto com essa história muito bem escrita por essa autora. E já quero ler mais os livros dela!
Elaine 06/05/2022minha estante
Quero muito ler este livro e fiquei feliz que depois da série exibida na Globo eles retornaram a publicar este livro.


Núbia Cortinhas 06/05/2022minha estante
Oi Elaine! O livro é muito bom, eu não lembro se foi no filme ou na série que eles colocaram certas coisas que não estava no livro, e detalhes que estavam no livro não colocaram nas telinhas... por isso prefiro o livro é mais rico.




Rosa Daré 25/11/2020

?Nos anos 1920, as órfãs Emília e Luzia são as melhores costureiras de Taquaritinga do Norte, uma pequena cidade de Pernambuco. Fora isso, não podiam ser mais diferentes.
Morena e bonita, Emília é uma sonhadora que quer escapar da vida no interior e ter um casamento honrado. Já Luzia, depois de um acidente na infância que a deixou com o braço deformado, passou a ser tratada pelos vizinhos como uma mulher que não serve para se casar e, portanto, inútil. Um dia, chega a Taquaritinga um bando de cangaceiros liderados por Carcará, um homem brutal que, como a ave da caatinga, arranca os olhos de suas presas. Impressionado com a franqueza e a inteligência de Luzia, ele a leva para ser a costureira de seu bando.
Após perder a irmã, a pessoa mais importante de sua vida, Emília se casa e vai para o Recife. Ali, em meio à revolução que leva Getúlio Vargas ao poder, ela descobre que Luzia ainda está viva e é agora uma das líderes do bando de Carcará. Sem saber em que Luzia se transformou após tantos anos vagando por aquela terra escaldante e tão impiedosa quanto os cangaceiros, Emília precisa aprender algo que nunca lhe foi ensinado nas aulas de costura: como alinhavar o fio capaz de uni-las novamente.?

Frances de Pontes Peebles nos presenteia com duas protagonistas que são verdadeiramente heroínas, cada uma a seu modo: Luzia, a Vitrola ? alcunha que ganhou após sofrer um acidente que deixou um de seus braços defeituoso, torto como uma vitrola, ? E Emília, uma jovem inconformada com sua condição social, uma matuta nas palavras da irmã, que deseja a todo custo ir para a cidade e ser como as mulheres que ela vê impressas nas páginas de sua revista favorita.

Tia Sofia me ensinou que eu não devo desperdiçar as minhas lágrimas. Luzia mostrou que as mulheres são ainda mais fortes do que imaginam. Emília me fez perceber que é preciso ter muita determinação para não ser levada pela maré das coisas tidas como fáceis, previsíveis.
Ari 25/11/2020minha estante
Eu vi a série que fizeram do livro, é interessante!


Rosa Daré 20/03/2021minha estante
Quero ver




Cah. 10/10/2021

Vale a pena ler esse livro ...
Demorei a ler esse livro por ser grosso e fui intercalando com outras leituras mas finalmente terminei. \o/

É um livro sobre duas irmãs nascidas no sertão e as dificuldades vividas no início do século 19 , Emília e Luzia. Porém Emília sonha em se casar e ter uma vida diferente da que leva, enquanto Luzia após cair de uma árvore ficou com uma deficiência no braço o que levam as pessoas a fazerem chacota dela e apelidarem de Vitrola, mas seu destino muda quando se encontra com os caganceiros o temido Carcará, ela faz uma escolha abandonar sua tia e irmã e partir com o bando para viver em meio a caatinga.

Acompanhamos essas duas irmãs em vidas totalmente diferentes ...

Eu fiquei triste pelo fim de Luzia, mas poderia ter tido um destino pior.

O que não gostei muito foi toda a política mencionada no livro, se tem um assunto que acho chato é a tal da política.
... 13/12/2023minha estante
Que engraçado, já eu acho que não te como escrever esse livro sem falar de política. Política tá em tudo. Sem o contexto socio-politico da época não haveria cangaço, não haveria a rodovia, os militares, o modo que Emília tem que se portar...




Nina 18/12/2017

No Nordeste do Brasil da década de 1920, Emília e Luzia são duas irmãs órfãs que foram criadas pela tia Sofia, uma costureira que ensina para as meninas a arte de costurar. As duas levam uma vida humilde e sem muitas perspectivas, mas tudo muda quando Luzia é levada por um grupo de cangaceiros. Sozinha e sem o apoio da irmã, Emília se casa com um herdeiro de uma importante família do Recife e vai viver entre a alta sociedade pernambucana. Com o passar dos anos, as irmãs se acompanham pelos jornais: Emilia aparece nas páginas sociais e Luzia nas manchetes policiais, ao lado do cangaceiro Carcará. Elas não podem ter contato direto porque Emilia deve proteger o segredo de que a fora da lei é sua irmã, mas o laço de amor entre as duas não se abala através dos anos, e elas fazem de tudo para proteger uma a outra.

A historiadora aqui só tem uma coisa a dizer sobre esse livro: simplesmente fantástico! É a história do Brasil recontada pelo olhar dos que sempre estiveram à margem da política e que clamam por dignidade nos sertões corroídos pela miséria, seca e fome. E para melhorar o que já está muito bom, o livro traz como pano de fundo a verdadeira face da presidência de Getúlio Vargas, um governo paternalista que desejava, mais do que atender às necessidades de seu povo, impor suas vontades.

E em meio a esse confronto entre os interesses do governo e as necessidades do povo, surge a figura do cangaceiro, que divide opiniões como justiceiros ou simples bandidos. Carcará, o líder do bando, se encanta com a sagacidade de Luzia e ela acaba sendo “voluntariamente” sequestrada, já que vislumbra um futuro menos tenebroso ao lado do bando do que à mercê do bullying social em que vive. É impressionante acompanhar o dia a dia de Luzia entre eles, enfrentando as terras áridas e o machismo imperante.

Essa vida não é como as roupas. Não podemos vesti-la hoje e tirá-la amanhã. Mesmo que tivéssemos terras, ninguém nos chamaria de fazendeiros. Continuaríamos sendo cangaceiros. Pior: cangaceiros que desertaram. Vargas continuaria querendo a nossa cabeça (...) Não há escapatória para gente como nós.

Vivendo em Recife, era de se esperar que Emília tivesse um futuro melhor, mas a garota acaba cercada por uma sociedade hipócrita e sem escrúpulos, que ameaça sufocá-la com seus segredos. O casamento não é o que ela esperava e Emília acaba mais sozinha do que nunca.

Com uma excelente narrativa e um enredo genuinamente brasileiro, Entre Irmãs me surpreendeu muito! O livro é ficção, mas todo o contexto histórico é verdadeiro e nos mostra a vida difícil no nordeste e as limitadas alternativas de sobrevivência, além de mostrar a verdadeira face do governo ditatorial e populista de Getúlio Vargas.

É um livro longo, mas o requinte dos detalhe é o que o torna tão excepcional. Descrições das pessoas, terra, roupas, comida, contos populares, superstições e tradições simplesmente me levaram a sentir como se estivesse vivendo no Brasil da década de 30. Fascinante, trágico, esperançoso e valioso em cada página, está muito mais que recomendado.

Todo mundo já deve saber mas não custa ressaltar: Entre Irmãs foi adaptado para os cinemas com Marjorie Estiano e Nanda Costa nos papéis das irmãs costureiras. Infelizmente o filme não teve tanto sucesso de bilheteria, mas vai virar minissérie da Globo agora em janeiro, então teremos uma excelente oportunidade de acompanhar a saga na telinha.

site: http://www.quemlesabeporque.com/2017/12/entre-irmas-frances-de-pontes-peebles.html
comentários(0)comente



Ponci 17/04/2024

OBRA-PRIMA
Uma saga familiar onde a distância e o tempo transformam duas irmãs em completas desconhecidas.
A autora conseguiu montar um arco das protagonistas com tremenda maestria.
Emília, que sonhava com a vida na capital e com as roupas das famosas revistas de moda se vê, no decorrer da trama, perdida no meio daquilo tudo que ela sempre sonhou. Vivendo casada, no Recife, numa boa casa e sendo um ícone local da moda, para desgosto da sogra, percebe que sente falta da vida simples que vivia em Taquaritinga.
Já Luzia, que nunca ousou sequer sonhar em sair do sertão, se mostra uma mulher forte e destemida, chegando a liderar o bando de cangaceiros.
Um livro incrível e uma aula sobre história do Brasil. Frances de Pontes Peebles brilhou muito aqui.
Gostei também do destaque dado ao Degas, um homem muito falho, mas muito humano, e ao Dr. Duarte e suas teorias malucas sobre os assassinos.

Apesar de a minissérie ser muito boa, tendo as maravilhosas Marjorie Estiano e Nanda Costa nos papéis principais, a história foi muito alterada.
comentários(0)comente



Galáxia de Ideias 11/01/2018

Um misto de sentimentos

De um lado, Emília. A jovem sonhadora e apegada às revistas femininas, dona de cachos bem definidos e curvas que a tornavam cobiçada pelo universo masculino na pequena cidadezinha onde vivia, da qual tinha em mente sair assim que encontrasse o amor de sua vida. Do outro, Luzia. Aventureira e devota à seus santos, a garota desajeitada que recebia dos moradores da mesma cidadezinha o apelido de Vitrola, devido ao braço torto que provinha da queda de uma árvore. Para a primeira, casar-se com alguém que a amasse e a quem pudesse amar de volta, era a grande meta. Já para a segunda, esta não era uma opção. Além do amor e habilidade pela costura, a única coisa que as irmãs mantinham em comum era, talvez, o amor uma pela outra.


"Duas meninas, uma ao lado da outra. Ambas de vestido branco. Ambas com um missal nas mãos. Uma delas tinha um largo sorriso no rosto. Seus olhos, porém, não combinavam com a felicidade rígida que a boca expressava. Pareciam ansiosos, na expectativa de algo. A outra tinha se mexido no momento em que a foto foi tirada e estava, portanto, fora de foco. A menos que se olhasse bem de perto, e que fosse alguém que a conhecesse, ficava difícil saber exatamente quem era."


Desde à morte dos pais, quando ainda eram crianças, Emília e Luzia viviam com a tia Sofia. Suas vidas giravam em torno de tecidos, religião e economias que precisavam ser feitas para a boa vivência do trio. A chegada de cangaceiros à cidade, de um cangaceiro em especial, pode ser, entretanto, o que está prestes a virar a vida de Luzia ao avesso. Emília, por outro lado, encontrará a chance com a qual tanto sonhara de mudar-se para a cidade grande... mas a promessa de uma vida melhor pode se tornar apenas mais um de seus grandes arrependimentos, mais tarde.


"Emília fora negligente com a própria vida. Vivia tão ansiosa para deixar o interior que escolheu Degas sem analisá-lo, sem avaliá-lo. Nos anos que se seguiram à sua fuga, tentou consertar os erros inerentes àquele começo apressado. Certas coisas, porém, nem valia a pena consertar."


Após anos separadas e vivendo vidas que eram ainda mais distintas do que qualquer uma delas poderia imaginar, as irmãs serão novamente ligadas por algo muito mais forte do que os laços de sangue... e que as manterá unidas, ainda que fisicamente sigam distantes, pelo resto de seus dias.







Entre irmãs foi um livro que me despertou um misto de sentimentos contraditórios do início ao fim. Horas me apaixonei, horas me senti um tanto entediada.

Considero um dos pontos mais positivos do enredo as descrições feitas a cerca dos lugares e da época. Dá para notar que foi tudo muito bem pesquisado antes de ser descrito, a riqueza de detalhes nos cenários e pessoas nos levam diretinho à década de 1930 e tornam as cenas muito gostosas de serem lidas. O livro também aborda temas atuais e bastante interessantes, aos quais não nomearei para evitar spoilers, mas que incrementam as páginas. E, por fim, a lealdade, que é um sentimento constantemente presente no decorrer da história e que me despertou grande admiração.

As personagens da história, por outro lado, foram a cereja que faltou no bolo para mim. Não consegui me apegar ou cativar seriamente por nenhuma delas, embora tenha sentido um certo carinho por Emília e Luzia (principalmente pela segunda) ao longo dos capítulos. Mas penso que elas poderiam ter sido trabalhadas de forma mais aprofundada. Talvez, essa falta de profundidade que senti nos personagens, seja justamente o que me levou a cochilar em algumas partes. Confesso que também senti falta de um romance bem construído. Eu já imaginava que esse não seria o foco da história, claro, mas ainda assim fez falta. O único casal no qual eu comecei a enxergar pitadas de romance foi muito pouco desenvolvido para que eu pudesse, de fato, criar emoções relacionadas a isso.

É um livro de escrita super fluída e agradável, o que novamente o fez subir em meu conceito.

Posso concluir que entre irmãs, apesar de não estar em minha lista de favoritos, é um bom livro e vale a pena ser lido, especialmente por aqueles que curtam romances ricos em detalhes históricos.

site: http://www.rillismo.com/2017/11/resenha-entre-irmas-por-frances-de.html
comentários(0)comente



Leninha Sempre Romântica 19/01/2018

Quando soube da publicação desse livro fiquei completamente eufórica, ainda mais quando vi que ele seria adaptado para o cinema, com duas atrizes que admiro e acompanho. Só que boa leitora como sou não podia ler o livro depois de ver o filme, gosto sempre de comparar, ver as diferenças propostas na história e tal. Então, assim que recebi o livro já passei na frente na leitura, porém... tive alguns contratempos e não consegui ler de imediato, então o filme foi lançado, a vontade de ir no cinema era imensa, mas resisti bravamente.

Comecei a ler por partes, já que a história é bem descritiva e de certa forma forte.

Ler Entre Irmãs foi mais que um presente, o livro é um riqueza em forma de páginas e mais páginas, onde o amor fica em segundo plano e a narrativa envolve o leitor de tal maneira que fica impregnado na gente.

Emília e Luzia são duas mulheres completamente diferentes, uma é doce e sonha com um grande amor, e em ser uma dama da sociedade, enquanto a outra só quer viver no seu cantinho, costurando e amando sua irmã. Mas o destino faz das suas graças e acaba afastando essas duas pessoas que só tem uma a outra na vida.

Luzia é levada por um grupo de cangaceiros e acaba descobrindo um mundo totalmente diferente. Já Emília tem seu sonho realizado ao conhecer Degas, um homem da cidade que pode transformar sua vida, tirá-la do sertão e finalmente tornar seu sonho em realidade.

Acho que a maioria das pessoas ou assistiu ao filme, ou a minissérie apresentada pela Globo no começo do ano, mas se não leu o livro sinto informar, você perdeu muita coisa. O livro é rico em detalhes e alguns fatos que foram retirados do filme que por menor que tenha sido fez aquela diferença. Se você já se decepcionou com alguma adaptação sabe do que estou falando.

Não tem como não se sentir em meio à Caatinga junto de Luzia e os cangaceiros, sentir toda a sua revolta, seus medos, e vê-la usar de toda a sua coragem para se manter viva num ambiente inóspito. E não tem como não ver pelos olhos de Emília o quanto seus sonhos eram vagos, pequenos diante de tudo pelo que viveu depois que saiu do sertão e o quanto ela precisava aprender em meio à sociedade que a tratava como uma reles nordestina pobre e sem classe.

E temos tanto para descobrir nessa história, tantas nuances que vão deixando o leitor apaixonado, hipnotizado e refém dessa história única e enriquecedora. Eu amei cada página e me senti mortificada com o seu final.

Não entendo como as pessoas ainda preferem os filmes, já que os livros são tão ricos, tão mais profundos do que eles. Então, sendo assim, deixo aqui meu conselho: quer realmente conhecer a história de Luzia e Amélia? Leia Entre Irmãs, garanto que você vai se apaixonar.

site: http://www.sempreromantica.com.br/2018/01/entre-irmas-frances-de-pontes-peebles.html
comentários(0)comente



thamirisdondossola 19/01/2018

Entre irmãs
"Entre irmãs", livro de Frances de Pontes Peebles, publicado pela editora Arqueiro, é um livro sobre família e laços que, mesmo com a distância e as consequências da vida, jamais são cortados.

Emília e Luzia são irmãs e moram com a tia Sofia, por conta da morte de seus pais. Elas são as melhores costureiras de Taquaritinga, uma cidadezinha simples do interior. As irmãs se amam, mas são completamente diferentes uma da outra. Emília quer se casar com algum homem sensível e cavalheiro da capital e sair logo do lugar onde vive. Já Luzia, por ter um braço deformado, não tem muitas esperanças para a sua vida, então passa seus dias costurando e rezando pela felicidade da irmã e pela saúde da tia.

De repente, a vida dessas duas moças muda completamente. Luzia é levada pelo bando de cangaceiros liderados pelo Carcará e sua vida começa a mudar completamente enquanto ela se transforma em uma cangaceira também. E pouco tempo depois, com a irmã desaparecida e a morte da tia, Emília se vê realizando seu sonho de se casar e se mudar de Taquaritinga, mas todas as coisas não são como ela esperava.

Emília e Luzia ficam sabendo da vida uma da outra por meio dos jornais. Enquanto Luzia tem a visão de que Emília se tornou uma mulher respeitável para a sociedade, Emília se dá conta de que a irmã agora é uma das líderes do bando do Carcará.

"- Eu fecho o meu corpo - disse ela então, e o lado esquerdo do rosto do Carcará se ergueu num sorriso." (p. 92)

"Entre irmãs" é um livro recheado de detalhes, e boa parte desses detalhes são baseados em histórias que realmente aconteceram, como por exemplo, o fato de os cangaceiros existirem. A história é, de modo geral, muito bem construída, tão bem construída que eu vibrava muito a cada ponto bem amarrado pela autora. É um livro longo, então detalhes são uma consequência, e apesar de amar imensamente essa história, algumas vezes os detalhes me entediaram um pouquinho.

A princípio, eu me senti atraída apenas pela história de Luzia, seu relacionamento com Carcará, sua evolução no bando de cangaceiros. Luzia é a minha favorita, não há como negar, e ela é uma personagem extremamente bem construída, minha nossa! Mas, com o decorrer das páginas, Emília foi se mostrando uma personagem muito especial também. Depois de casada, ela se envolveu com questões dos direitos das mulheres e o feminismo é bastante exposto por meio das ações de Emília (além, é claro, de também ser exposto por meio de Luzia, afinal, ela é a primeira cangaceira mulher). Isso e outras atitudes suas me fizeram admirar Emília também.

"- Os homens de verdade assumem a responsabilidade pelo que fazem. Não ficam botando a culpa na sorte. Ou nas mulheres." (p. 280)

Depois que você entra na história de "Entre irmãs", é quase impossível largar o livro, tudo é muito instigante, o leitor precisa saber o que vai acontecer com Emília e Luzia, se elas vão se reencontrar algum dia, como estão vivendo, se estão felizes, se pensam uma na outra. E tudo isso em meio a muita política, com a eleição de Getúlio Vargas, e medo, com o bando de cangaceiros do Carcará, que faz uma série de ataques em várias cidadezinhas.

"Entre irmãs" também aborda o problema que é a seca, a violência exagerada, o preconceito e também o bullying (com Luzia sendo chamada de “vitrola”), além de abordar o amor e como ele se constrói em situações inusitadas, a importância que uma irmã tem para a outra e mais uma porção de temas em suas 572 lindas páginas.

Se você procura ou gosta de histórias intensas, "Entre irmãs" é o livro ideal. Também é uma fonte de conhecimento sobre costumes e o que estava acontecendo no Brasil nos anos de 1920 e sequência. É um livro incrível, com uma história arrebatadora que pode prender o leitor de uma forma inexplicável. Leia! Apenas assim você entenderá a grandiosidade desta obra.

site: http://thamirisdondossola.blogspot.com.br/
comentários(0)comente



mabelslivros 09/02/2018

📚 RESENHA: Entre irmãs 📚

Mais uma leitura concluída e talvez eu não tenha palavras suficientes para descrever esse livro. "Entre irmãs" traz para os leitores uma história acima de tudo de força, mas também de garra e coragem. Imaginar a vida e os sofrimentos retratados nesse livro de forma tão realista, deixa os leitores sem fôlego. Muitas vezes me peguei sentindo na pele, o sol escaldante, a seca impiedosa, outrora a repreensão feita por uma sociedade que só sabe julgar.
A saga das irmãs Emília e Luzia começa na pequena cidade de Taquaritinga do Norte, uma pequena cidade do Agreste de Pernambuco. As duas irmãs órfãs vivem com a tia, seus pais morreram quando elas ainda eram pequenas. Emília e Luzia eram consideradas as melhores costureiras da região, aprenderam a profissão com a tia Sofia, mas elas queriam mais.

Emilia era a mais sonhadora das duas, sonha em viver na capital, longe daquelas terras secas. Queria sua própria casa, possuir luxos, um marido que fosse cavalheiro. Já Luzia perdeu muitos de seus sonhos depois de ter caído de um pé de manga e ficado com o braço deformado. Ela passou a ser A Vitrola - apelido que ganhou pós acidente -, sabia que nunca se casaria, que estava destinada a viver ali para sempre.

Mas a vida das duas muda completamente depois que chega à cidade um bando de cangaceiros liderados pelo Carcará, um homem temido por todos. Luzia segue caminho com os cangaceiros, passando a viver embrenhada na caatinga, comendo e bebendo quando tinha, vivendo do pouco que conseguia achar, aprendendo a lutar, a se esconder, a atirar, ganhando a confiança dos homens. Luzia agora não é mais a Vitrola, agora é a Costureira, temida e respeitada.

Já Emília, casa-se com o filho do respeitado criminologista Dr.Coelho e vai morar em Recife. Mas a vida dela assim como a de Luzia não será nada fácil. Aprenderá a se vestir, a se portar, a ser uma dama, tudo sobre o olhar atento da sogra. Vivendo sempre com constantes julgamentos e muitas vezes com medo.

A vida das duas volta a se cruzar. Mesmo depois de tantos anos, o respeito e o cuidado entre as duas prevalecem. O laço mais forte que pode existir.


site: https://www.instagram.com/p/BdQ3UxylEjz/?taken-by=colecionandolivros
comentários(0)comente



Ana 22/02/2018

Quando eu terminei de assistir Entre Irmãs — no formato de minissérie que passou na Globo —, fiquei tão mexida com a história das irmãs Luzia e Emília que não consegui parar de pensar na adaptação por muito tempo. Foi só um tempo depois que me toquei que o filme/minissérie foi baseado em um livro, publicado originalmente como A Costureira e o Cangaceiro, e que minha querida editora parceira havia relançado essa obra tão maravilhosa. Hoje, dias após ter finalizado a leitura, ainda penso nas melhores costureiras de Taquaritinga do Norte com um aperto no peito.

Emília e Luzia são duas jovens do interior de Pernambuco que foram criadas pela tia Sofia após a morte precoce dos seus pais. As irmãs não podiam ser mais diferentes: além das características físicas totalmente opostas, enquanto o sonho de Emília é se casar um cavalheiro e se tornar uma dama da sociedade para ir embora de uma vez do lugar onde vive, Luzia já aceitou o seu destino desesperançoso. Após um acidente ainda criança, a jovem ficou com o braço deformado e, obviamente, para os padrões daquela época — a história se passa nas décadas de 20 e 30 —, não despertava o interesse de nenhum rapaz.

Porém, a vida das irmãs toma um rumo totalmente diferente quando um bando de cangaceiros invadem Taquaritinga do Norte. Antônio, o Carcará e líder do grupo, se encanta com a personalidade de Luzia e resolve levá-la consigo. Não gosto muito de dizer que ela foi obrigada a acompanhar os cangaceiros, porque a todo momento Peebles deixa claro através dos pensamentos da personagem que ela foi por livre e espontânea vontade — até hoje não decidi se foi por medo de um dia ficar sozinha ou se foi porque ela também se encantou pelo Carcará.

Algum tempo depois da partida da irmã, tia Sofia acaba morrendo de desgosto. Sozinha e sem perspectiva nenhuma, Emília é "salva" por Degas Coelho, um estudante de Direito que mora em Recife e é da uma família extremamente respeitada na Capital. Assim, apesar de as coisas não acontecerem exatamente como ela imaginava, Emília se casa com Degas e, num piscar de olhos, se torna a sra. Coelho. Com uma narrativa em terceira pessoa que intercala os pontos de vista entre as duas protagonistas, vamos acompanhando os percalços de Emília para se integrar à sociedade ao mesmo tempo em que Luzia vai se tornando a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros.

Frances de Pontes Peebles conseguiu, com maestria, intercalar o real com o ficcional. Isso porque, apesar de todos os personagens terem sido criados pela autora, ela inseriu fatos históricos que realmente aconteceram, como a Revolução de 1930 (movimento que chega ao poder encabeçado pelo político gaúcho Getúlio Vargas), o direito do voto feminino até mesmo a atividade da frenologia, uma teoria que dizia que era possível determinar o caráter e o grau de criminalidade das pessoas pela forma da cabeça. O mais legal de tudo é que em nenhum momento essas informações se tornaram cansativas, tudo era parte essencial da história de Luzia e Emília.

E por falar nas protagonistas, é impossível falar delas sem citar da força que ambas carregam consigo. Luzia, de longe minha personagem preferida, enfrenta não só o machismo dos cangaceiros — em certo ponto, acaba conquistando o respeito de todos —, mas também a caatinga, que era tão impiedosa quanto os homens. Emília, apesar de não passar fome ou sede, acaba se vendo mais sozinha que nunca, pois o casamento não é nem um pouco o que ela esperava. Além disso, tem que enfrentar, a todo momento, uma sociedade hipócrita e cheia de segredos.

Preciso confessar que, no começo, achei muito estranho o fato de a editora ter alterado o nome da obra, principalmente por minhas partes preferidas serem as relacionadas à Costureira e o Carcará, mas o título Entre Irmãs é realmente muito mais pertinente. Apesar de estarem separadas, vivendo vidas totalmente opostas, Emília e Luzia nunca deixavam de pensar uma na outra. Era uma sensação diferente e emocionante vê-las acompanhando a vida de cada uma apenas através dos jornais. O amor, a preocupação, o sentimento de cumplicidade e confiança nunca deixaram de existir, e é justamente por isso que, ao meu ver, o livro juntava a vida das duas.

No Brasil, o cangaço é considerado como um fenômeno de banditismo, por causa dos crimes e da violência extrema cometidas pelos bandos. Mas, pelos olhos de Luzia, eu só conseguia enxergar seres humanos tão frágeis quanto quaisquer outros, que sentiam fome, frio, dor e tristeza. Na maioria das vezes, eles só queriam justiça, e eu conseguia entendê-los. Apesar da matança e da crueldade, eu não conseguia ficar contra o bando de Carcará. Para ser sincera, eu sentia ódio dos políticos por caçarem o bando, ódio das pessoas que julgavam, ódio de quem queria medir a cabeça do Carcará, de Luzia e do resto dos seus seguidores para comprovar o mau-caratismo deles.

Apesar das quase 600 páginas, a leitura flui muito naturalmente. A escrita de Peebles é tão ágil que, quando a gente percebe, 100 páginas já se foram numa velocidade incrível. A história em si não foi nenhuma surpresa para mim — aliás, a adaptação de Breno Silveira segue quase fielmente a saga criada por Frances, o que eu amei —, mas ainda assim me surpreendi. A partir dos detalhes, Frances de Pontes Peebles apresenta uma trama tão bem alinhavada quanto as costuras de Emília e Luzia.

site: http://www.roendolivros.com.br
comentários(0)comente



Driely Meira 01/03/2018

Um tesouro que deve ser lido por todos <3
Ela vai conseguir o que quiser. Vai fazer tudo o que puder, mas companheiros, sempre vai ser mulher! – página 305

Criadas pela tia, as irmãs Emília e Luzia não poderiam ser mais diferentes. Bela, morena e moderna para a época. Emília só queria se casar com algum cavalheiro (e não com os rapazes locais brutos e sujos) e se mudar para a capital (Recife). Já Luzia não tinha tantos objetivos na vida; sofrera um acidente quando criança e aleijara um de seus braços, o que significava que nunca iria se casar, então ela não se esforçava como a irmã. Na verdade, Luzia simplesmente fazia o que sentia vontade de fazer, era livre.

Tudo muda quando o grupo de cangaceiros do temido Carcará (conhecido por arrancar os olhos de suas vítimas) aparece em Taquaritinga do Norte e humilha o coronel local, além de levarem Luzia consigo. Ela havia chamado a atenção do capitão daquele grupo, e como logo a tia morreria e Emília iria embora, o que sobraria para ela? Sendo assim, Luzia aceita seu destino e acaba indo para o meio da caatinga com aqueles desconhecidos temidos por todos.

Por mais que eu estivesse doida para ler este livro quando ele foi relançado pela editora, enrolei MUITO para lê-lo, o que me dá até vergonha, pois a editora havia me dado um e-book de cortesia, mas eu queria porque queria ter o livro em mãos, então acabei comprando-o e só então o li. O início demorou um pouquinho para me envolver; a história começa no ano de 1935, quando Emília já está vivendo “outra” vida, e se preocupa com o destino da irmã. Depois voltamos no tempo e acompanhamos as meninas durante a infância, e como a história apresenta o ponto de vista de ambas (em terceira pessoa) é muito fácil perceber que uma inveja a outra.

Ao longo do livro, vamos acompanhando Emília vivendo em Recife, no meio de famílias tradicionais e novas, tentando se encaixar numa sociedade que a vê apenas como a garota que veio do interior, e que poderia ter morrido por causa da seca. Ela sofre num casamento sem amor (haviam se casado porque ambos precisavam daquele casamento), vive com pessoas que a criticam o tempo todo, e pensa na irmã perdida para o cangaço, imaginando o que Luzia estaria fazendo, e se ainda estava viva. Depois que a irmã se foi, a tia de ambas (Sofia) morrera de desgosto, deixando Emília sozinha e desamparada.

“Uma boa costureira tem de ser corajosa. ”

Já Luzia passa fome, cansaço e sede no meio da seca da caatinga, onde aprende o que pode beber, comer e usar para curar doenças e infecções. Ao mesmo tempo em que tem a afeição e o interesse do Carcará, ela também possui o ódio e desgosto de outros cangaceiros que acreditavam que ter uma mulher no grupo dava azar, e mesmo após conquista-los aos poucos com seus bordados e sua coragem, ela ainda precisava mascarar seus sentimentos e não deixar transparecer muitas coisas, ou seria deixada de lado.

Eu custei a gostar de Emília, enquanto Luzia me conquistou desde o início. Talvez seja por ter se machucado e depois ter sido tachada de “Vitrola” – por causa da deformação do braço, - mas eu sentia uma afeição muito grande por Luzia, e gostava até mesmo de alguns dos cangaceiros. Acho que isso pode ter a ver com o fato de eu ter adorado a novela Cordel Encantado (rede Globo, 2011) e ter gostado dos cangaceiros de lá...haha’ mas eu simplesmente adorava os momentos em que a história focava em Luzia, e torcia muito para que ela conseguisse levar uma vida tranquila e decente depois de tudo aquilo.

Já com Emília foi um pouco mais difícil. Entendi que ela queria deixar a cidade fofoqueira para trás e recomeçar num lugar grande, onde seus sonhos coubessem, mas no início ela me pareceu um pouco fútil, e eu só fui começar a gostar dela quando vi que Emília lutava pelo o que acreditava, e até sufragista virou, participando de movimentos que lutavam pelos direitos femininos ao voto, e também tentou criar um negócio só seu, o que me deixou orgulhosa. Além disso, era ela quem se preocupava com os atos do marido (Degas) infiel e da irmã (conhecida agora como Costureira, tanto por ser ela quem fazia bordados nas roupas de seus companheiros como por ser ótima atiradora) cangaceira, o que era um fardo e tanto.

Sentiu um estremecimento de raiva. Estava habituada a ser objeto de falatórios – tanto em Taquaritinga quanto no Recife, as pessoas faziam fofocas a seu respeito. De um modo geral, porém, era por causa dos seus próprios atos, não dos de outra pessoa. Agora parecia que Degas e a Costureira podiam fazer o que bem entendessem, ao passo que a ela só restava se preocupar com as consequências. – página 480

Esse livro é simplesmente incrível, não acredito que haja outra palavra para descrevê-lo. Eu não sou fã de muitas descrições, mas Frances me conquistou com sua escrita, e eu me apaixonei pela história. Além de mostrar a relação linda (e verdadeira) entre as irmãs, o livro também mostra a pobreza e os problemas causados pela seca no Nordeste, passa pela Revolução de 30, a ditadura Vargas, a seca de 1932, a quebra da bolsa de NY em 1930 e alcança até mesmo o início da Segunda Guerra Mundial, quando Vargas se aproximou de Hitler, e depois seu suicídio. O livro traz também o movimento feminista sufragista, além de um costume horrível da época que consistia em cortar a cabeça de cangaceiros para medir seus crânios – acreditava-se que quando a pessoa possuía um crânio maior, isso demonstrava sua criminalidade.

Me afeiçoei tanto às personagens que, quando o livro estava acabando, comecei a me sentir angustiada e melancólica, pois não queria me despedir das irmãs, e não queria aceitar que uma delas não conseguiria alcançar tudo aquilo que merecia, mas assim como fez com o restante do livro, a autora criou um final maravilhoso. Se eu chorei? Claro. Quis ler tudo de novo e torcer para que o desfecho houvesse mudado? Ô se queria, mas consegui aceitar e até vi um pouco de poesia na maneira como a história de uma delas acabou, foi um desfecho maravilhoso, e Entre Irmãs entrou para os livros favoritos da vida.

Me arrependo um pouco por ter enrolado tanto para lê-lo, mas acho que não poderia tê-lo feito em melhor época. Emília e Luzia me inspiraram com sua força, coragem, determinação e ambição. Elas sabiam o que queriam e foram atrás, conquistaram respeito em meio a um ambiente totalmente machista (ambas) e mostraram o que podiam fazer. Claro que não aprovei todas as ações de Luzia, principalmente depois de anos no cangaço, mas até um certo ponto, eu a entendia. Essa é uma história que eu não vou esquecer tão cedo, e é uma história que merece ser lida e apreciada por todos.

“Já que vivo das armas, vou morrer pelas armas, não é?”


site: http://shakedepalavras.blogspot.com.br
comentários(0)comente



74 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR