Vitória 08/02/2023
Tive meu primeiro contato com o Bernard Cornwell há mais de 10 anos, com as crônicas de Artur, numa época em que eu praticamente só lia romances de cavalaria. Não peguei mais nada dele de lá pra cá, mas continuava tendo ele como referência de um dos meus autores favoritos por ter gostado tanto daquela trilogia. Não sei se foi o fato de eu ser hoje uma pessoa completamente diferente da que era na época em que li outras obras dele, ou por essa não ser tão boa mesmo, mas isso aqui não chega nem perto de ser o que o rei do inverno foi.
Vou começar pelo que me agradou. A fórmula aqui é claramente a mesma usada em outros livros do Cornwell e na trilogia de Kingsbridge do Ken Follett, e só isso já me agradou muito. Eu gosto desses romances de aventura, ambientados muitos séculos antes da gente, em que a galera tem que ficar andando de um lado pro outro pra resolver algum bo, e acho melhor ainda quando tem umas batalhas no meio. Tudo isso o Cornwell sabe fazer muito bem. A trama é interessante, a escrita é muito fluida (tanto que, mesmo nos momentos em que eu estava odiando o livro, eu ainda conseguia lê-lo numa velocidade ótima) e as batalhas, como sempre, são descritas de um jeito fácil e claro pro leitor.
Meu maior problema também vai ser onde eu mais vou comparar esse livro com o rei do inverno. Ao contrário do que aconteceu lá, aqui eu não consegui me apegar a personagem algum. O Thomas é um chato, e foi difícil suportá-lo por mais de 400 páginas. O jeito com que ele reclamava de toda mulher nesse livro me incomodou demais, mas não sei se poderia esperar algo diferente de um romance medieval escrito por um homem (e aqui me bateu uma vontade danada de reler as crônicas de Artur pra ver se o autor faz o mesmo lá). O romance foi fraquíssimo, o cara bate o olho na menina e quer ficar com ela pelo resto da vida, além de ter sido muito fácil, sem dificuldade alguma pra que eles ficassem juntos. Agora me pergunto se o tanto que eu cadelei por Derfel e Nimue na trilogia do Artur foi verdade ou só coisa da cabeça de uma criança fanfiqueira de 12 anos (e por favor, não leiam esse negócio com essa idade).
Foi um livro mediano, que com pouca coisa diferente poderia ter ficado muito melhor. Acho que vou dar mais uma chance pra essa trilogia e ler o segundo, mas, se continuar no mesmo ritmo, sou capaz de abandonar. Nem a minha alma de fofoqueira me fez ficar curiosa sobre o destino do Thomas, e o fato do livro ter se desfeito na minha mão enquanto eu lia também não ajudou muito nisso, parece até que o universo tá mandando sinais pra que eu pare com essa palhaçada.