Nattacha.Iank 25/01/2023
Filosófico, mas...
Sempre gosto de leituras que abordam sobre o tempo, prefiro àqueles que o retratam de uma forma não convencional. Após ler Biblioteca da Meia-Noite e ficar devastada, minha amiga Juli resolveu me dar mais uma facada metafórica: Como Parar o Tempo.
O livro fala sobre o tempo? Sim. Mas acredito que o fator decisivo é como lidamos com ele. Com as perdas, os amores, o luto, a falta de esperança, a solidão. É o caso do Tom, um homem atemporal, fadado a ver seus amores indo, enquanto ele fica com sua maldição, a permanência. Tive muitos trechos de reflexão, grifei vários diálogos e fiz longos debates comigo mesma e quem me conhece sabe que gosto de coisas que impactam, então não poderia dar uma nota menor, porque a leitura conseguiu me tirar da zona de conforto.
Sobre o desenrolar da história e pela magnitude na qual o livro iniciou confessor que esperava por um final mais adequado, mais impactante. Foi muito simples, como se estivesse faltando, vejam só, tempo para finalizar. De modo geral não decepciona, mas deixa com uma sensação de poderia ter me entregado mais, visto o tanto que me entregou até aqui.
Sentimentalmente falando, gostei muito da delicadeza para retratar a arte ao longo dos séculos, um toque de charme e de comédia ao caracterizar alguns "personagens" da história. Sem contar da delicadeza com a música, principalmente com o alaúde (não pude deixar de pensar em como o instrumento é poético).
Deixo aqui o trecho mais marcante pra mim:
"Existi por anos sem ela, mas foi apenas isto: existência. Um livro sem palavras."