O Muro

O Muro Jean-Paul Sartre




Resenhas - O Muro


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Fabio 25/02/2024

"O insólito encontro com a morte"
"Eu passei o meu tempo imitando a eternidade e não tinha entendido nada."

"O Muro" (Le Mur) é um compilado de contos do filosofo e escritor, Jean-Paul de Sartre. Publicado em 1938, as vésperas da Segunda Guerra Mundial. Em cinco contos concisos, Sartre, nos apresenta, amplas questões de cunho político, filosófico e social, que denotam toda a vertente contemplativa do autor, e que, imprime na obra, sem floreios a sua obsessão as causas libertárias, os pensamentos progressistas e a militância política.

Tratarei somente sobre o conto principal, que intitula a obra, pois o intuito é manter o padrão sucinto das resenhas, para não cansar o leitor, e para manter a tradição em não haver delongas, porém, não obstante, a profundidade do incipiente, talvez destoe das usual, e alongue o que normalmente já é um tanto prolixo. Destarte, de antemão peço desculpas e suplico paciência e perseverança aos amigos leitores.

Narrado em primeira pessoa, somos apresentados a Pablo Ibbieta, um homem condenado à morte por ser membro da "Brigada Internacional" (Grupo de voluntários progressistas da Europa), que lutava contra a força repressora do general espanhol Francisco Franco, num esforço de preservar a Espanha como república, e manter a liberdade constitucional, a livre expressão e os direitos individuais.

A partir da visão de Pablo, somos apresentados aos jovens, Tom Steinbock e Juan Mirbal, que identificados como ativistas, são condenados à morte por fuzilamento, sem direito a ampla defesa ou julgamento justo. Acompanhamos então, a angústia dos três homens, que atravessam a última noite, e o prévio sofrer pelo fatídico destino, que os aguarda ao raiar da aurora.

Sartre, exauri cada um dos três personagens ao limite, e nos arremessa a uma narrativa tensa e inquietante, repleta de simbolismos e ilações morais, e a todo momento nos remete a olhar para dentro (eu interior), e a refletir sobre a vida e seus significados, sobretudo, somos obrigados a olhar para o destino final, com o intuito claro de nos mostrar, que a iminência da morte, altera radicalmente o olhar para a vida.

O elenco de "O Muro" é distinto e cada qual do trio, representa um signo dentro de um sodalício, e evoca a individualidade do ser pensante, que reage ao o ambiente que o cerca, e quando seus atributos são provados pelos reveses, sobressai o cerne do indivíduo, que em suma é incontestável. Enquanto um se entrega ao desespero e decai, outro a indiferença e se abandona, o terceiro aparta-se o que não é palpável e apega-se ao que licito da matéria, e de todos é o que mais se agarra a existência. Mas é em Pablo Ibbieta, que podemos vislumbrar traços do famigerado personagem Meursault (O Estrangeiro) de Albert Camus.

"O Muro", é um conto de narrativa poderosa e intensa, cenas marcantes e diálogos vigorosos, e que, esmiúça e contrasta os aspectos do mundo interior e exterior, isto é, coteja a consciência do que é material, e evidencia os fenômenos sensoriais, e as reações tanto físicas como emocionais dos personagens, dando-lhes extrema vivacidade e veracidade.

Trata-se de um texto de caráter filosófico e intelectual onde o Sartre, destrincha os pressupostos existenciais e ontológicos da fenomenologia, mesmo que de forma bem sensível e sucinta, porém, ele (autor), utiliza-se de seu poderoso texto para nos impor severamente o pensamento revolucionário, de cunho anárquico, e apropria-se da arte para promover o ativismo político.

A priori, podemos observar em "O Muro", vestígios da filosofia heiderggiana e da fenomenologia de Husserl, mas é o existencialismo sartriano do "Em-si" e "Para-si" que impera nas páginas do conto, de forma intrínseca, de que o ser é nada além daquilo que é, portanto: o ser é, aquilo que é, e, aquilo que é em si.

Em suma, "O Muro", é um conto harmônico, profundamente reflexivo, que tem o poder de ecoar violentamente na mente daquele que o lê, transmitindo o tempo todo realidade e urgência, e evoca a necessidade de se olhar para dentro antes de olhar para fora e, compreender a si mesmo, e entender os próprios ruídos, e os sentimento indizíveis do próprio interior, para só depois, contemplar o mundo que o cerca, e aqueles que o habitam.

O destino é o muro. O muro separa os vivos dos mortos, mas não faz distinção entre os bons e maus, só os trata da mesma maneira. O muro não julga, só acolhe, recebe e não questiona. O muro é o estágio final, aquele de vislumbra o último instante, o último suspiro, a última lagrima. O muro não condena, só recebe o condenado e também o algoz, e por fim, mostra que além do muro não há esperança, somente prova, que o iminente destino está na ponta de uma bala.
Mel 25/02/2024minha estante
Suas resenhas me fazem querer ler o livro em questão. Sensacional, meu gêmeo, como sempre!! ?


Fabio 25/02/2024minha estante
Minha linda, muito obrigado pelo imenso carinho, paciência e companheirismo!???
Sua opinião é muito importante para mim, e você sabe disso!?
Eu fico imensamente feliz que tenha gostado da resenha?????


Duda.bae 25/02/2024minha estante
Sempre muito bom com as palavras hein, Fabio?! Ótima resenha!!!?????
Já estudei um pouco de Sartre anos atrás, sobre o existencialismo. Não sabia que ele tinha um livro de contos, interessante!! ?


Mel 25/02/2024minha estante
Fico muito feliz que minha opinião é importante para ti, meu querido!! Nossa parceria é eterna! ???


Cris 25/02/2024minha estante
Parabéns pela resenha!


Fabio 25/02/2024minha estante
Dudinha, fico feliz que tenha gostado da resenha!???
Muito obrigado minha querida pelo carinho! ?
Duda, esse é terceiro livro de contos que eu leio do Sartre, mas eu só encontrei esses livros porque eu estudei os existencialismo satriano, em alguns pormenores, mas já adianto que tais coletâneas não são famosas, e muitas delas nao tiveram novas edições , e estão em uma linguagem bem arcaica, o que distacia ainda mais o leitor de tasi obras.


Fabio 25/02/2024minha estante
E como é importante, minha querida! ?
E sobre a nossa parceria...empresto as suas palavras!!!! Eterna!!!????


Fabio 25/02/2024minha estante
Cris, muito obrigado!?
Muito feliz, que tenha gostado da resenha!!! ?


-Rafaela 25/02/2024minha estante
Mais uma resenha impecável, parabéns Fábio! ?


Regis 26/02/2024minha estante
Gosto muito de livros que falam da eminência da morte nos dando um novo olhar sobre os pensamentos dos personagens. Sua resenha está perfeita, Fábio! ?????? ?


Duda.bae 26/02/2024minha estante
Entendi Fabio, eu tinha até pesquisado algumas obras dele algumas semanas atrás, mas pesquisei bem por cima, e realmente não vi sobre contos.
Imagino que deva ser então uma leitura mais complexa ??


Mariana 26/02/2024minha estante
Meu querido, que preciosidade em forma de texto??! Parabéns pela resenha maravilhosa, por tudo tão conciso, gracioso e cheio de vida. ???????????????? Esse último parágrafo ???? Brilhante meu caro!!


Fabio 26/02/2024minha estante
Rafinha, muito obrigado pelo carinho e presença de sempre!?
Fico feliz que tenha gostado da resenha!!!?


Fabio 26/02/2024minha estante
Regis, minha querida, muito obrigado!???
Eu também gosto muito dessa temática, Regis, e ao meu ver, é o tipo de texto que mais nos remete a uma profunda reflexão!?


Fabio 26/02/2024minha estante
Dudinha, ao contrário, essa coletânea é a menos complexa que já Li do Sartre. Se quiser, depois eu te passo os melhores contos!!!


Fabio 26/02/2024minha estante
Mari, minha querida e grande amiga, muito obrigado!!!???
Sua opinião é muito importante e saber que gostou da resenha, faz toda a diferença!
Obrigado demais!!??
Sobre o último parágrafo, foi só um devaneio em meio a leitura do primeiro conto!?


Mariana 26/02/2024minha estante
Eu nem penso na possibilidade de não gostar de uma resenha sua para início de conversa! Sempre uma honra poder opinar em textos tão magníficos! ? Por favor, continue devaneando meu querido ?????


Fabio 27/02/2024minha estante
Obrigado Mari!!!???


Isis Costa 27/02/2024minha estante
Que resenha incrível!


Fabio 27/02/2024minha estante
Isis, muito obrigado!?
Estou lisonjeado!?


@Francielly 27/02/2024minha estante
Resenha incrível, parabéns, amigo! ????


Fabio 27/02/2024minha estante
Obrigado, Fran minha querida!!!?????????


Aline.Rodrigues 28/02/2024minha estante
Ah, eu amo os contos deste livro!


Fabio 28/02/2024minha estante
Aline, eu também gostei muito, sobretudo o primeiro, que impactou demais!




Fernanda 21/07/2021

O muro: Jean-Paul Sartre
Resenha completa no blog:

https://modoliterario.blogspot.com/2021/07/resenha-o-muro-colecao-classicos-de.html

site: https://modoliterario.blogspot.com/2021/07/resenha-o-muro-colecao-classicos-de.html
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Gabriel 07/12/2011

Nesse livro Sartre nos contempla com cinco contos nos quais:
- O muro: narra as ultimas horas de um homem e seus dois companheiros, presos por motivos políticos e nas horas precedentes de sua execução.
- O quarto: onde uma esposa não abre mão de acompanhar seu marido, mesmo este com uma doença mental degenerativa.
- Erostrato: um homem enojado dos seres humanos decide fazer algo grandioso e célebre.
- Intimidade: onde outra esposa, que aguenta problemas de seu marido ha alguns anos possui o dilema se deveria larga-lo ou não.
- A infância de um chefe: o conto, de todos, o mais existencialista, onde é acompanhado amadurecimento de um futuro chefe que herdará a industria de seu pai, desde a sua infância até o momento em que este ultrapassa definitivamente a barreira que o separava da vida adulta. Nesta são acompanhadas também suas duvidas, dilemas, questões existenciais e desvirtuamentos políticos.
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jota 31/05/2020

Minha avaliação: 4,5/5,0 – MUITO BOM
Cinco histórias mais ou menos curtas compõem este volume: O Muro, O Quarto, Erostrato, Intimidade e A Infância de Um Chefe. Foram escritas por Jean-Paul Sartre (1905-1980) às vésperas da Segunda Guerra Mundial e trazem temas que lhe são peculiares, quer dizer, suas histórias entrelaçam literatura e filosofia. Aqui, sobretudo, ele trata dos muros reais e existenciais que permeiam nossas vidas: eles podem ser um paredão de fuzilamento, as paredes de um quarto escuro, os obstáculos que se interpõem num relacionamento, a dificuldade de comunicação entre as pessoas, o preconceito etc. Isso posto, acho desnecessário apresentar Sartre mais a fundo: se aqui ele aparece como ficcionista, é muito mais conhecido como filósofo existencialista (a existência precede a essência), um patrimônio da cultura francesa. Mas é preciso dizer também que Sartre escreve muito bem, claramente, mesmo quando trata de coisas abstratas: seu texto flui, o leitor não fica entediado nunca. Ou quase nunca, pode ser...

Em O Muro, as paredes de uma cela cerceiam a liberdade de uns poucos prisioneiros durante a guerra civil espanhola (1936-1939). A um deles, Pablo, é oferecida a liberdade desde que informe aos guardas franquistas (leia-se fascistas) o esconderijo de outro combatente que desejam capturar. Os demais prisioneiros serão mortos contra um muro (paredão de fuzilamento). Pablo tem de escolher entre trair o amigo, entregar seu esconderijo, ou morrer fuzilado. A escolha é um dos temas centrais da filosofia sartreana (mesmo quando nada escolhemos estamos fazendo uma escolha, a de não escolher) e essa história termina não filosoficamente, mas ironicamente... [Avaliação: MUITO BOM]

O Quarto conta uma história da burguesia francesa: Eve é casada com Pierre, que transformou-se num alienado e a chama de Agathe. Os pais dela foram contra o casamento e agora querem que Eve se separe do marido, que Pierre seja internado num sanatório. Ele passa a maior parte do tempo num quarto escuro e entre coisas reais e outras tantas imaginárias vai vivendo sua vida. Os pais acreditam que a filha não o abandona porque eles se dariam muito bem na cama. O casal vai convivendo com os muros que se ergueram entre eles mesmos (seus conflitos) e entre eles e os pais de Eve (suas imposições). Sartre retrata uma situação, não explica como as coisas chegaram a esse ponto ou irão terminar, não há revolta nem reviravolta... [Avaliação: BOM, quase MUITO BOM]

Em Erostrato temos o estranho e insignificante funcionário Paul Hilbert como personagem, um sujeito fraco, medroso e de poucos contatos sociais. Sexualmente a coisa é pior ainda: ele não se relaciona com ninguém, paga prostitutas para se exibirem, humilha-as e goza na cueca ou então se masturba em frente a elas. Um dia conhece a história de Erostrato (ou Heróstrato), um grego que querendo tornar-se ilustre não achou nada melhor a fazer do que incendiar o templo de Éfeso, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Hilbert pensa então que pode fazer algo parecido para ser reconhecido e valorizado. Tem um revolver e pretende matar alguém, porque acredita que todos já estão mortos mesmo (palavras de Sartre). Primeiro pensa em matar uma família a passeio, depois, num banheiro público atira num homem e, acuado, reserva uma bala para se matar. Como escreveu alguém, viver é destruir, derrubar as paredes e os muros que aprisionam: no caso, a porta de um banheiro... [Avaliação: MUITO BOM]

Intimidade, quarto texto, é sobretudo uma história existencialista, trata principalmente do relacionamento entre um jovem casal, Henri e Lulu, que não vai muito bem. Henri é impotente, e uma amiga dela a aconselha a deixá-lo, gozar a vida melhor. Mesmo que tente fazer isso, e Lulu faz, ela não consegue esquecer completamente Henri. Lulu passa por diferentes estágios: esposa, amante, amiga, porém as coisas ficam meio confusas nessa história. Mas seu início é antológico, não resisti e o transcrevo aqui:

“Lulu dormia nua não só porque gostava de se acariciar com as cobertas, mas também porque lavagem de roupa custa caro. A princípio Henri protestou; não se deve dormir nu, isto não se faz, é nojento. Acabou, porém, por comodismo, seguindo o exemplo da mulher; ele era correto como uma estaca quando se achava no meio de outras pessoas (admirava os suíços e particularmente os genebrinos, achava-os altivos porque eram impassíveis) mas negligenciava as pequenas coisas, por exemplo, não era muito asseado, raramente mudava de cuecas; quando Lulu as punha na roupa suja, não podia deixar de observar o seu fundo amarelado à força de roçar contra o rego das nádegas. Pessoalmente, Lulu não se incomodava com a sujeira: dá um ar de intimidade, cria certos sombreados familiares. No côncavo dos cotovelos, por exemplo. Não gostava dos ingleses, dos seus corpos sem personalidade, sem nenhum cheiro. Sentia, porém, horror às negligências do marido, porque refletiam um carinho excessivo por si próprio. De manhã, ao acordar, ele se sentia sempre terno, a cabeça cheia de sonhos, e o dia claro, a água fria, o pelo áspero das escovas lhe faziam o efeito de brutais injustiças.” E por aí vai, mas não tão divertido como nesse início, e se complica um pouco depois, porque a existência humana é complicada... [Avaliação: BOM, quase MUITO BOM]

Finaliza o livro uma narrativa bem mais longa do que as anteriores, uma novela mesmo, segundo alguns especialistas, A Infância de Um Chefe. Sartre conta aqui não apenas a infância de Lucien Fleurier, um filho da pequena burguesia industrial francesa dos anos iniciais do século XX, também sua juventude. Como o pai, ele pretende ser um chefe, no caso, dos operários da indústria paterna em uma cidade do interior da França. Ao contrário do pai (que pensava que um chefe devia fazer-se obedecer e amar), Lucien pensa erradamente que os filhos dos proprietários devem ser sempre chefes e os filhos dos operários, operários como os pais, ou seja, cada qual nasce para ser o que já lhe foi determinado antes. [Assim, Lucien parece pensar que haveria um “muro social”, o destino impedindo a mobilidade das pessoas.]

Mas antes que se chegue a esse ponto temos toda a infância do pequeno Lucien, que é tratado como uma bonequinha pelas amigas da mãe. Mais tarde, jovem, é deflorado por um homem mais velho, um pensador que admirava e por isso aceitou o ato, mas depois, aflito, pensa ser um pederasta, coisa que não deseja ser nem assumir, o que o envergonharia profundamente. Já estudante em Paris, ao beijar Maud, uma garota e depois ter com ela relações sexuais e gostar, assume que não, não é homossexual. Por essa época também admite seu profundo antissemitismo (junto com amigos, chega a espancar um judeu na rua, sem que ele lhes tenha feito qualquer coisa), o que o torna ainda mais antipático ao leitor. E a alguns colegas, em outro episódio, quando se recusa a apertar a mão de um brilhante estudante judeu numa festa.

Lucien pensava também que queria se casar cedo, com uma moça de pele clara, casta, virgem, com quem teria muitos filhos (com Maud não, ele diz que ela transava com todo mundo). E se impacientava para poder continuar a obra do pai, assumir a chefia da indústria: será que o sr. Fleurier ainda viveria muito ou morreria logo? Por fim, deixaria crescer um bigode... Resumidamente, e muito, assim era o personagem Lucien Fleurier. Sartre, ao contrário, não era racista, antissemita, e mesmo que tivesse algumas ideias em comum com o filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976) quanto ao existencialismo, escreveu um famoso ensaio publicado em 1946, A Questão Judaica, em que discutia o racismo e o condenava, claro. O antissemitismo estava arraigado à sociedade francesa à época da invasão nazista ao país. [Avaliação: texto MUITO BOM, embora muito longo]

Lido entre 23 e 30/05/2020.

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Grabas 06/08/2022

Releitura, é um bom livro com um desfecho surpreendente. Claro que há certas coisas nas entrelinhas ?
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Liliane 20/07/2021

O que é o muro, senão uma construção sólida, bloco a bloco, por etapas, sobre bases, ao longo de um determinado tempo e sequência, horizontal e verticalmente? A estética, perfeição, durabilidade, solidez de um muro, diz-se muito de como esses blocos foram colocados, cuidadosamente em ordem e sintonia, ou não. Diante disso, ouso dizer que somos muros, com bases construídas desde infância, com valores, conceitos bem estruturados (ou não) o que irá interferir positiva ou negativamente no ajuste de nossa personalidade. Me preparando para resenha completa, já sabendo que ficarei regurgitando este livro, na tentativa de digerí-lo por inteiro... Que livro magnífico!
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Ranya.Fernandes 03/12/2021

É um livro dividido por contos, cada conto uma história diferente, um tipo de morte diferente, não só a morte literal, mas a do ser. É intrigante é angustiante, uma leitura um pouco densa, porém boa e um livro pra discursão em diversos temas, relacionamento, o ser, o outro, o eu, angústia, e por aí vai.
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Bruna 25/10/2022

Acredito que tenha sido meu primeiro contato com obras de Sartre. Confesso que ainda estou no processo de assimilar todo o que foi lido. Sao contos, queria ter lido mais sobre uns e menos sobre outros, mas todos com seus muros estabelecidos entre o personagem e a sua vida. Quantos muros nos levantamos também em nossas vidas?
Isa 25/10/2022minha estante
Fui inspirada e comecei ?


Bruna 26/10/2022minha estante
Fico feliz! Depois me conta o que achou.. boa leitura.




kkkaue 06/12/2020

Boas histórias
Sartre nos conta algumas histórias diversificadas sobre como age o ser humano em alguns dilemas existenciais.
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Pedro 05/01/2011

Muito bom.
Maravilhosa a maneira como o autor penetra no pensamento dos personagens no conto O Muro. Ele faz com que viajemos junto com ele pelos meandros da mente humana e de sua enorme capacidade de raciocinar entre o bem e o mal. Faz-nos sentir como se fôssemos os personagens. Muito bom.
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Carol 08/08/2013

Maravillhoso!
Um fato muito comum em (quase) todos os contos do Sartre, é que os personagens, depois de terem percebido a insignificancia da vida, depois de teram aceito que eles são os únicos responsáveis por seus atos, são inundados pela vida, que toma conta de seus atos e pensamentos, os obriga a aceitar, do nada, as coisas como elas são.
E, de fato, a vida é assim. É mais fácil aceita-la. Já que nada tem importancia, que importancia tem perder a autonomia de seus atos (ou pelo menos a consciencia disso)?
Talvez isso seja um processo natural, assim como perder o espírito jovem revolucionário, onde pouquíssimos conseguem mante-lo.
É impossível chegar a uma idade avançada com niilismo. Se se chega, é porque não era um niilismo genuíno.
Ou talvez Sartre escrevesse finais assim para controlar a onda de angústia de seus leitores, e evitar uma febre de suicídios como ocorreu com Goethe, no lançamento de Werther.

Mas não, não quero meu vazio preenchido com comodidade.
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profa_ana_paula 22/06/2022

O significado do muro
Foi meu primeiro livro de Sartre, e achei uma leitura incômoda. O livro é composto por cinco contos, os quais tem uma ligação através do significado do ?muro? em cada um deles. Vou aguardar as aulas do Clube dos Pensadores para ver se consigo entender melhor a obrigada, não me sinto à vontade para tecer críticas porque acho complexo comentar um livro assim de maneira crua. Certamente não é um livro para leitores pouco experientes e acho que só estudando mais sobre o autor se pode pensar em um compreensão mais sensata.
Bruna 25/10/2022minha estante
Ola, faz parte do Clube do Samer Agi?


profa_ana_paula 27/10/2022minha estante
Oi, sim!




Bruno 'Empathy' Kuhn 12/03/2016

5 contos com seus respectivos Muros.
“Bem posso suportar um pouco de dúvida: é o preço que se tem de pagar pela pureza”. Tive que retirar uma frase do livro pra poder demonstrar o quão interessante e profundo ele é. Fantástico, extremamente 'cru', personagens extremamente complexos e bem-definidos. Nunca vi personagens tão profundos, tão bem criados, principalmente em "A Infância de Um Chefe", em que enquanto o personagem passa pela infância e puberdade, pode-se observar o 'amadurecimento' de uma personalidade terrivelmente egocêntrica e baseada em diversos traumas e conflitos internos. Simplesmente uma viagem aos diversos Muros que dividem pessoas, seja por visão de mundo, ideologia, sanidade e ou condição social; de qualquer forma, ainda são muros. E o desespero humano que acompanha cada pessoa que se depara com tais muros é algo palpável no livro, demonstrando diversos pontos de vista de forma neutra, deixando livre o pensamento do leitor. A leitura é desafiadora, mas garanto que vale a pena quando se entende o sentido.
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Heitor.Hissao 10/11/2022

A guerra vai muito além das trincheiras
Assustador pensar que o Hideaki Anno copiou completamente o final de A Infância de Um chefe em Evangelion.

Saindo de piadas sobre coisas mais atuais, gosto muito da prosa do Sartre em cada um dos contos; sua escrita em alguns momentos consegue ser até simples demais, mas nunca cai em preguiça ou apenas um estilo corriqueiro (o estilo corriqueiro encontrado em alguns livros, bom ressaltar, não é tratado por como demérito), de certa forma ele deixa o pesado conteúdo ser acessado de forma mais fácil.

Porém, isso não deixa o tema dos contos mais leve, e aí mora a genialidade do livro. Cada conto acompanha a mudança de realidade que estava existindo no pré-guerra, é até engraçado pensar que o primeiro se passa na Espanha em plena guerra civil e os outros apenas se passam na vidinha pacata burguesa de Paris. O Muro, primeiro conto, serve como evidência mais direta do que o livro se trata, e depois nós vamos entendendo esse anseio do momento que circulava nos franceses.

Como diz nos extras das orelhas e atrás do livro, o escritor realmente conseguiu nos mostrar aquele momento crucial da humanidade juntando todas as questões e filosofias que ali surgiam. A guerra vai muito além das trincheiras.

(O comentário ficou bastante vago, ainda pretendo escrever algo mais profundo sobre esse livro)
MaiorAbandonado 08/07/2023minha estante
Fala Heitor, gostaria que você desenvolvesse mais essa parada aí do d'A infância de um chefe no Evangelion. O que foi copiado? Tem alguma referência que mostre essa ligação? muito me intriga o existencialismo de Evangelion. Abraços,


Heitor.Hissao 12/07/2023minha estante
Primeiramente, evangelion tem claras referências nas ideias existencialistas de Sartre.

O último conto fala de um menino sem identidade, filho de um pai ausente q só trabalha, q é criado para ser um chefe e vive a vida com isso. Reprimido sexualmente e socialmente.

O final desse conto é uma descrição quase metafisica sobre a individualidade dele e as decisões da vida do personagem, me lembrando muito o final de Evangelion.




Fernanda Sleiman 19/10/2020

Um livro curto mas carregado de um conteúdo que nos deixa a pensar semanas
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