Ale Giannini 18/01/2024
Massacre em Jonestown
No dia 18 de novembro de 1978, James Warren Jones, o reverendo Jim Jones, ordenou o suicídio em massa de seus seguidores. No total, 918 pessoas morreram envenenadas por uma mistura de refrigerante e cianeto. Aqueles que não conseguiram beber a mistura, foram mortos a tiros, ou tiveram o veneno injetado por outros membros da seita. Centenas eram crianças e foram mortos pelos pais e familiares.
Jeff Guinn, autor de Manson, A biografia, fez mais um excelente trabalho, uma extensa pesquisa sobre a vida de Jim Jones, desde o seu nascimento até o dia do massacre. Guinn examinou milhares de documentos, entrevistou centenas de pessoas, viajou para várias cidades onde Jones viveu e o resultado é esse livro/ documento, escrito em estilo jornalístico, que gosto muito.
Jim Jones tem origens comuns a muitos seriais killers: pobreza, família disfuncional, religiosidade exercebada, abuso sexual, sinais de psicopatia na infância. Embora nada desses fatos sejam determinantes para que uma pessoa se torne um assassino em série, é interessante observar como elas sempre estão presentes nas biografias dos sociopatas.
Também chama a atenção que igrejas (e seitas), se unam à políticos conferindo poder, blindagem e dinheiro, em troca de votos. E que sempre escapem impunemente, quando as coisas são errado.
Indico para quem curte não ficção, estilo jornalístico, biografia, eventos históricos.
Trecho: Mais tarde, já em Jonestown, diria: "Eu comecei a detonar [Deus], destrocei aquele 🤬 #$%!& e depois o enterrei. [...] A gente brigava, e ela chorava. Um dia, lavando a louça, ela falou: 'Eu te amo, mas não diga mais nem uma palavra sobre o Senhor'. Mandei o Senhor se foder [...] acabamos brigando feio e ela atirou um copo em mim". p.65