Kennia Santos | @LendoDePijamas 03/05/2018"Ainda estamos debaixo do mesmo céu." Título: Ainda Sou Eu
Autora: Jojo Moyes
Classificação: 4/5
Em busca de uma nova direção para sua vida, Louisa Clark parte de Londres, sua cidade natal, rumo à Nova York. Através da ajuda de seu amigo Nathan, ela consegue uma vaga para trabalhar como assistente de Agnes Gopnik, uma imigrante polonesa que costumava trabalhar como massagista, até se apaixonar por seu cliente e... bem, se casar com ele. Os Gopnik são riquíssimos, possuem toda uma reputação, o apartamento deles se localiza em nada mais nada menos que na Quinta Avenida.
"Mas eu o amava. E ele me amava. Aí ele... bem, ele escolheu dar fim à própria vida. Então isto é meio que minha tentativa de recomeço." (p.11)
Lou é jogada nesse mundo envolto de luxo, e se sente perdida, porém permanece determinada em seu recomeço. Ela se dedica ao máximo no trabalho, e antes que perceba, está inserida na alta sociedade nova iorquina. Em um evento social importante onde a presença dos Gopnik é fundamental, ela conhece Joshua Ryan, um homem intimidante e ao mesmo tempo acolhedor, que lembra Lou de seu passado.
"Agora acho que preciso me desafiar. Preciso saber do que sou capaz se parar de baixar a cabeça." (p.103)
De repente ela se vê dividida: A Lou de Londres que desfilava com orgulho usando sua meia -calça de abelhas e looks inusitados completamente característicos e a Lou de Nova York, que possui regras de vestimenta, horários para tudo e até mesmo se exercita (!!!!!!!!!!!!!)
"Temos que agarrar as oportunidades quando podemos." (p.175)
Ela tenta manter um equilíbrio entre os dois lados e um relacionamento à distância, Lou passa a carregar segredos que não são seus, tenta fazer o melhor para todos e ser melhor... mas como tudo na vida, nada fica em oculto, e por mais que você tente mentir para si mesmo e dizer que as coisas estão de um jeito mesmo sabendo que elas não estou... uma hora a sujeira debaixo do tapete vem à tona, e cabe a nós decidir como lidar com a avalanche de consequências disso. Será que finalmente Louisa Clark vai conseguir encontrar seu lugar nesse mundo?
"Eu me tornei uma sombra, de tal forma que às vezes me sentia quase evanescente -útil apenas em relação a outra pessoa." (p.205)
Em "Ainda Sou Eu", Jojo Moyes FINALMENTE nos apresenta o desfecho da história de Louisa Clark. (Sorry, mas eu ainda sou daquelas que pensam que não deveria ter passado do primeiro). Aqui encontramos uma Lou determinada e se encontrar, não-obstante de todas as dificuldades e diferenças postas no caminho.
Bom, vamos lá. Eu sei que existe gente que ama a Lou, se identifica, entende e blá-blá-blá.. mas esse nunca foi o meu caso. Eu acho ela ok. Ela é corajosa e tudo mais, porém tende a me irritar com grande parte de seu comportamento. E nesse livro não foi diferente.
MEU DEUS GENTE. Uma mulher de vinte e tantos anos ficar checando o facebook de uma mulher que ela acha estar dando em cima do namorado dela A CADA QUINZE MINUTOS basicamente, é demais pra mim. Isso é comum em romances adolescentes, mas pera lá né. A cada cena dessa, minhas mais sinceras reviradas de olhos.
Sem contar que, a cada vez que eu achava que ela estava dando um passo a frente, na próxima página ela se revelava dando dois para trás. Na fase pós-luto eu até entendo, mas existem LIMITES para esse tipo de atitude. Se se torna frequente, a pessoa nunca sai do lugar. Lou é muito DEVAGAR com tudo, e isso (uma coisa pessoal minha) ME DÁ NOS NERVOS, sério.
Mas o livro é bem real, entendem? Mostra o quanto as pessoas podem demonstrar uma coisa e serem tão sem caráter que chega a dar dó. Mostra que os erros não definem alguém. Mostra que sair da sua zona de conforto é necessário para você se autodescobrir.
No fim das contas o livro foi uma experiência agradável, principalmente por que o final foi bem bacana e Lou tem o que precisa e o que merece. Ela finalmente se dá conta de quem ela é sem rótulos, expectativas ou exigências. Ela finalmente consegue atingir o "APENAS VIVA, CLARK."
"O segredo era garantir que qualquer um que eu permitisse caminhar ao meu lado não tivesse o poder de decidir quem eu era nem que me prendesse como uma borboleta em uma redoma. O segredo era saber que sempre se poderia dar um jeito de se reinventar mais uma vez." (p.394)