Resenhas - O Crocodilo

Wenqian 21/03/2023

O Crocodilo é dono do capitalismo ?
Duas histórias em um único livro, principalmente porque ambas têm o mesmo foco: o capitalismo e o "burguês". Sobre o primeiro conto, gostei da maneira que ele utilizou uma história um tanto cômica pra trazer o tema a tona. Outro fator interessante, é como os detalhes mais importantes da primeira história são alvos dos debates da segunda, que é escrita por experiências vivenciadas pelo nosso autor em sua viagem para a Europa, ou seja, tanto o capitalismo e a burguesia, quanto os matrimônios por interesse que eles carregam. Embora tenha sim a escrita à la Dostoiévski, cheia de sátiras, críticas e um humor peculiar, achei um livro maçante, principalmente porque ficam muitos rodeios, não tem nada muito "revolucionário" além das explicações que ele faz no final, que nem eram tão necessárias. Mas ainda assim, um bom livro, com uma proposta criativa de abordar um tema delicado.

Laura 10/03/2023

Quando me dei conta o conto tinha acabado. Assim, do nada!! Senti muita falta de uma continuação, achei que terminou de forma brusca.

Teresa Reis 26/02/2023

É Dostoievski né, não tem como ser menos do que ótimo
Todo texto dele é impressionante. Tem um ar de simplicidade e, ao mesmo tempo, tanta profundidade que talvez você se afogue.
No segundo conto desse livro, "notas de inverno sobre impressões de verão", o autor narra uma viagem que fez para a Europa. Ele descreve as suas percepções, principalmente sobre Londres e sobre Paris. A crítica mordaz presente faz pensar não só no desenvolvimento das sociedades modernas, seu funcionamento atual, mas também em como esse "mundo moderno" funciona hoje e como os países fora do eixo de riqueza "eua-europa" se situam cultural e socialmente frente a esse desenvolvimento (ele claramente não fala de eua, é incompatível com a época em que ele viveu, adicionei aqui por minha própria extrapolação dos conceitos que ele aborda). É um relato mais próximo, como se Dostoievski tivesse te entregado um diário de viagem particular dele para você ler.

pirocadeperuca 10/01/2023

as críticas em O Crocodilo são expressas de modo mais leve, mais cômico, em meio a um conceito absurdo. de leitura agradável, me é mais querido.
já Notas de Inverno, alem de ser maior, é até um pouco maçante. ainda assim, em diversos pontos, dosty maceta.
aqui um excerto:
"Roubar é feio, ignóbil, e leva às galés; o burguês está disposto a perdoar muita coisa, mas não perdoará o roubo, ainda que você ou os seus filhos estejam morrendo de fome. Mas, se você rouba por virtude, oh, então tudo lhe é perdoado! Você deseja faire fortune e acumular muitos objetos, isto é, cumprir um dever da natureza e da humanidade. Eis por que no código estão discriminados com toda a clareza os artigos referentes ao roubo por um motivo baixo, por algum pedaço de pão, por exemplo, e o roubo movido por uma alta virtude. Este último está protegido no mais alto grau, estimulado e organizado de modo extraordinariamente firme."

Lilian 06/01/2023

Primeiro em o Crocodilo achei super interessante o assunto e o sarcasmo que ele utiliza, me surpreendeu muito?.quanto as notas de inverno achei super fortes as críticas que ele faz ao burguês europeu, muito interessante esse ponto de vista.

Victor 30/12/2022

Excelente
É claro, Dostoievski está além do meramente banal, difícil seria encontrar texto dele que fosse apenas "bom". O crocodilo é um texto incompleto, que trás consigo a crítica aberta e satírica à ocidentalização industrial da Rússia Czarista. A ideia é desenvolvida nas Notas de Inverno sobre Impressões de Verão.

Divertido e ácido.

Jardim de histórias 28/12/2022

Notas de inverno sobre impressões de verão. 
 viagem profunda no pensamento do homem supérfluo sob influência europeia. Uma descrição crítica publicada em 1862/63 que mostra a cultura europeia atrelada aos grilhões do capitalismo, como uma classe proletária com delírios burgueses. Para aprofundar na história, é necessário voltar a Rússia no início século VIII durante o império de Pedro o Grande, que durante suas viagens a França, iniciou-se, o período de reforma modernista.
Com um olhar bastante crítico, Dostoiévski, não só direciona a sua crônica ácida de presunção pomposa europeia, mas também para figuras da própria Rússia, como poetas, críticos, figurões, sobrou até para Tolstói. Em geral, Dostoiévski transmite sua impressão de uma sociedade subvertida pela cobiça e consumida pela vaidade de um status quo da perfeição moral. Um verdadeiro retrato de uma burguesia que sobrevive da pilhagem assombrada pela classe operária e pelo fantasma do comunismo. Por fim, essa obra é considerada pela crítica, como um documento introdutório de seu período mais criativo. 

Giovanna1920 26/12/2022

Gostei
Crítica ao capitalismo, mas com uma pegada divertida. É um conto de fácil entendimento e que pode ser lido rapidamente. Muito bom, apesar de ser uma obra inacabada.

Davi 29/07/2022

O Crocodilo
Uma inteligente crítica à ocidentalização/europeização da cultura russa, ou mesmo da cultura oriental em geral; como um jacaré que engole um homem, que se mantém vivo nas entranhas do animal.

Noanony 01/06/2022

Resenha
Segunda obra que leio de Fiódor Dostoiévski, dentre todas gostei mais do conto do crocodilo mesmo. Nada muito surpreendente.

Liz 20/05/2022

Bem bom
Gostei do livro. É bem crítico. Em ?O crocodilo? há críticas bem claras à prevalência do princípio econômico sobre o ser humano e, em síntese, é muito tranquilo de ler. Gostei particularmente das ?Notas de inverno sobre impressões de verão?, a narrativa de Dostoiévski sobre sua viagem à Europa é crítica, mas ainda assim um relato de viajante muito bom de acompanhar.

Jaqueline 30/04/2022

Mesmo tendo pesquisado antes sobre as duas histórias para entender melhor o contexto e o momento histórico em que elas ocorriam, a leitura foi extremamente difícil para mim. Normalmente gosto de elementos fantásticos, porém em O Crocodilo eles eram tão absurdos que acabaram dificultando um pouco a minha compreensão do aspecto satírico utilizado na crítica a sociedade da época. Já em relação às Notas de inverno sobre impressões do verão, senti que o autor quis trazer muitos elementos que acabaram tornando a leitura cansativa e até mesmo confusa em alguns momentos. Da cronologia que fiz até agora, definitivamente essa foi uma das leituras que menos gostei.

Fernanda M. 11/12/2021

1ª Impressão



O Crocodilo


Fiódor Dostoiévski


O modo de produção capitalista avançou do mundo liberal até a Rússia.


E não seria estranho que um dos maiores nomes da Rússia, o grande Dostoiévski, se incomodasse profundamente com a dualidade na qual se encontra a sociedade Russa da época (1860);


A saber: uma sociedade agrícola com princípios comunistas e voltada para o campo, contra uma possibilidade de ingresso do ?capital? estrangeiro, fortalecendo uma indústria nascente, e com fortes traços burgueses.


Quando aquele homem foi engolido por aquele animal gigantesco, ele provocou uma série de eventos e de questionamentos até então nunca possíveis. Por que um crocodilo atrai os olhares nessa pequena história, e revela-se tão metafórico? As meras semelhanças sobre o medo do desconhecido o vazio do animal e a forma como ele devora as pessoas deixa o espaço para dúvidas:


O homem se deixa capturar pelo capitalismo, ou o capitalismo atrai o homem?

A vida humana pode ser negligenciada em função do princípio econômico do lucro?

O modo de vida capitalista influencia em que medida as relações pessoais?


Como sempre, por meio de leitura de fácil compreensão e algumas boas ironias, Dostoiévski nos leva às grandes reflexões e quiçá muitas mudanças.


Foi inédito e sem precedentes. Não só o fato em si, mas as reações em torno disso.

Uma crítica social, ilustrada na figura de um homem comum, engolido por um animal nada comum.


O crocodilo quer e vai tentar devorar as presas sem dó e sem piedade! Não seja devorado...

Julio.Argibay 10/06/2021

Crocodilo europeu
Eu li este conto e fiz a resenha já tem algum tempo, eu acho q sumiu do aplicativo. Mas a estória eh muito boa, ele se utiliza do realismo fantástico, acho bem diferente do que o escritor se propõe. Foco na psique dos personagens. Eh interessante novas propostas de um autor tão visceral que joga seus personagens no limite da razão. O segundo conto também se destaca. O autor viaja pela Europa e conta como foi esta experiência através de uma ótica extrangeira.