Guerra e Paz

Guerra e Paz Leon Tolstói




Resenhas - Guerra e Paz


380 encontrados | exibindo 196 a 211
14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 |


@livrando_com_manu 14/06/2021

Legal
Eu li essa parte no outro livro que tem a história completa dos quadrinhos, mas é bem legal
comentários(0)comente



Caroliny 11/06/2021

Arrebatador
Eu pouco sabia sobre a invasão à Rússia por Napoleão, sobre a guerra, a divisão de poder à época, a identidade russa frente à dominação francesa sobre a Europa... Depois de ler Guerra e Paz, sinto como se tivesse vivido cada detalhe junto aos russos, como se soubesse exatamente o que Tolstoi quis dizer com suas críticas às forças movimentadores da guerra.

A guerra foi sempre pra mim uma abstração, um conceito longínquo e misterioso. Principalmente do ponto de vista do Brasil, que sempre teve como princípio uma política exterior amigável e sem intromissões. Esse livro me faz compreender com profundidade o quão repugnante eram as intenções por trás dessas guerras, o quão injustas e mortíferas elas realmente eram, como se eu as tivesse vivido na carne.

Tolstoi era gigantesco. Não só sua descrição da guerra transcende o sensível, mas sua descrição do espírito humano também. A busca de seus personagens pela felicidade, pelo contentamento, o amor e o sentido da vida, essa luta infindável provocou em mim um sentimento enorme de sincera identificação, concordância e entendimento. Pierre e Andrei falam de tudo o que um dia senti, suas jornadas nos levam ao fundo do nosso coração, nossas tristezas e nossos questionamentos. Me sinto mais viva, satisfeita e renovada depois de conhecê-los, suas virtudes e seus inúmeros defeitos. A cada página lida, era como ler os diários de antigos amigos, ou como conversar com alguém que verdadeiramente enxerga o que eu enxergo, e que trava as mesmas batalhas dentro de si.

Não é à toa que essa obra é um clássico. Tudo o que se espera de um livro está dentro dela. Além disso, é a maior aula de história e relações internacionais que já tive. Não é nada maçante, mas a cada momento mais impressionante, chocante e arrebatador. Recomendaria a leitura a todo mundo, porque com certeza ao menos inesquecível era será.
Mírian 01/08/2021minha estante
Excelente a tua resenha! Valeu a dica!


Caroliny 01/08/2021minha estante
Vale muito a pena ler!! :)




Priscila 09/06/2021

Mais guerra do que paz!
O que dizer de um livro que se passou 5 anos em leitura? Esse foi o meu período de leitura, e não me arrependo de passar tanto tempo assim lendo, pois valeu a pena cada minuto de leitura.

Um livro gigante com uma história gigante.

Pensei que seria metade do livro guerra e a outra metade paz, mas a paz praticamente não se fez presente na história. Ler sobre guerra me deixa cansada, pode ser o motivo de tanta demora para concluir o livro, mas temos que parabenizar a escrita do autor. Mesmo sendo difícil a leitura dos períodos de guerra, Tolstói descreve com muita maestria os momentos da guerra, impossível não visualizar o que suas palavras nos dizia.

É um livro incrível que passaria outros cinco anos lendo. Vale a pena cada momento destinado a essa obra.
comentários(0)comente



Carol 08/06/2021

Impressões da Carol
Livro: Guerra e Paz {1869}
Autor: Liev Tolstói {Rússia, 1828-1910}
Tradução: Rubens Figueiredo
Editora: Cosac Naify
2528p.

É tarefa complicada falar de "Guerra e Paz". A começar por categorizá-lo: romance? ensaio? tratado político, filosófico, histórico, antropológico, sociológico? Enfim, é tudo isso e disso decorre a genialidade de Tolstói, que nos legou esse monumento da literatura russa e universal.

A ideia de Tolstói era escrever sobre os chamados dezembristas, de 1825. No entanto, ele achou por bem retroceder à Guerra Patriótica, de 1812 e, depois, retroceder ainda mais e tratar da Batalha de Austerlitz, em 1805. O livro que nos chegou abarca os anos de 1805 a 1820. Narra, minuciosamente, os eventos das Guerras Napoleônicas, com destaque às batalhas de Austerlitz e de Borodino.

Nesses capítulos da 'Guerra' e no posfácio - a bem da verdade, mais ensaio que posfácio, Tolstói nos apresenta sua interpretação da História, como algo fatalista, pouco importando a ação de cada indivíduo e da Guerra, como algo destituído de qualquer sentido.

Nos capítulos da "Paz", narra a sociedade russa, em especial, a elite, imersa nos costumes e na língua francesa, herança dos tempos de Catarina, a Grande. Essa elite que, diante da invasão Napoleônica, volta-se a um passado idílico, rural e tradicional. Qual o papel da Rússia? O que é ser russo? Qual o sentido da vida? São questões nas quais Tolstói se debruça, sem pestanejar.

Até aqui parece tudo muito sério e sisuso. Besteira! A escrita de Tolstói é maravilhosa - eu brinco que ele possui a retórica de um líder de seita e te convence de qualquer absurdo. Guerra e Paz é, antes de tudo, um livro que pulsa vida, com personagens incríveis e apaixonantes: Pierre, Denissov, Natasha, Hélène, Mária, Nicolai, o crush Andrei Bolkonsky etc.

Um belíssimo novelão! O leitor pode ficar ressabiado pelas mais de 2000 páginas e os nomes e apelidos dos incontáveis personagens. Mas, se eu posso falar num esforço que compensa, "Guerra e Paz" remunera o leitor com juros. Amo!

Essa #impressõesdacarol eu dedico ao @cesarmrins, do instagram @litrussa, que me acompanhou nesta releitura e me fez notar camadas do texto que eu antes havia deixado passar.
comentários(0)comente



nickolas.martinsb 05/06/2021

O retrato de um tempo
Guerra e Paz é um desses livros que condensa as principais características de um espaço-tempo: a Rússia do início do Séc. XIX. A escrita é fluida, precisa; os personagens são cativantes, altamente passíveis de empatia, desprezo, raiva, tristeza ou carinho. Seria impossível resumir a história além do já conhecido atentado de Napoleão à Rússia sem rebaixar o nível magnânimo desse livro: lê-lo não é uma coisa passageira, ou uma tentativa de diversão (apesar de, em muitas vezes, Tolstói nos proporcionar momentos cômicos), mas uma experiência de vida - de vida nossa e dos personagens.
Minha visão de mundo mudou com esse livro e, quando eu relê-lo mais para frente, talvez na velhice, com certeza mudará novamente. Ele nunca se esgota, nunca se esgotará, e o sentimento que me invade ao terminá-lo é paz, serenidade. Tolstói me pôs no mundo real e minha única angústia é não poder agradecê-lo por essa experiência.
Guerra e Paz é um hino à humanidade, sua leitura deveria ser prioridade universal.
comentários(0)comente



gimellomiranda 03/06/2021

Demorei muito para ler e confesso que, depois de ter lido Anna Karienina, estava com expectativas muito altas. É um ótimo livro, mas achei um pouco cansativo.
comentários(0)comente



Matheus.Konrad 02/06/2021

Finalmente
Achei que nunca fosse terminar kkkkkk, tirando o começo em que é muito difícil decorar o nome dos personagens (esse é um dos meus primeiros de literatura russa) gostei bastante até como as letras tem um tamanho bem bom parece que tu tá lendo muito mais do que tu lê mas mesmo assim a obra é gigante. Me senti lendo um Homero da vida.
comentários(0)comente



Juliana 02/06/2021

Inesquecível
Que livro maravilhoso. Ele tem um ritmo próprio. Demorei uns 5 meses para terminá-lo, mas não porque a narrativa fosse arrastada ou intrincada, pelo contrário... Tirando a dificuldade inicial de lembrar e reconhecer tantos personagens e seus nomes complicados a narrativa é fluida e prazerosa, mas tem seu próprio tempo... É preciso ter paciência. É uma história para se degustar aos poucos.
Já li outros livros longos na minha vida, mas esse foi diferente. Nesses 5 meses minha vida mudou totalmente. E não sei, acho que sempre que me lembrar de Guerra e Paz vou me lembrar também desses momentos.
Vou sentir falta da Natasha, do Bokonlski, dos Rostov, e outros. Tinha personagens com os quais eu não simpatizei no início e no fim estava apegada a eles. Esse é o poder da narrativa do Tolstoi.
Pontos importantes:
Essa tradução é primorosa.
É legal tentar anotar os nomes dos personagens, no início, para facilitar a leitura.
A ironia e rejeição que ele tem por Napoleão é divertidíssima.
Super recomendo essa edição, parabéns a todas as profissionais envolvidas (editora, tradutoras, revisoras são todas mulheres, achei muito legal).

"Parecia exprimir a ideia de que todas as aspirações à felicidade foram postas em nós não para serem satisfeitas, mas para nos atormentarem."
comentários(0)comente



Otto 28/05/2021

Um Everest!
O que falar sobre Guerra e Paz? É uma experiência única que exige do leitor uma dedicação e entrega tão grandes quanto a recompensa ao final dessas infinitas páginas. Ao longo da leitura eu não pude deixar de associar o livro ao processo de escalar o Monte Everest.

Escalar o Everest, antes de mais nada, precisa de um conhecimento sobre alpinismo e um gosto pessoal forte acerca da atividade. Demanda coragem de enfrentar aquele obstáculo de colossal tamanho e decidir ir até o final. Pede calma e atenção a cada metro andado. Mas acima de tudo, eu imagino que o Everest tenha mais a oferecer do que cobrar. Para o alpinista, o ápice do esporte; um caminho mais de autoconhecimento, sobre suas capacidades físicas e psicológicas, de apreciação do processo até o topo do que o topo propriamente dito; uma forma de se obrigar a enxergar o mundo de uma forma diferente e não menos importante, uma paisagem absurdamente única que literalmente rouba o ar.

Foi esse o poder que Guerra e Paz exerceu, e exerce, sobre mim, ao apresentar essa pintura lindíssima de uma Rússia que tenta se fazer ao máximo européia, ocidental, francesa e esquece sua essência, sua língua e suas raízes orientais até se ver invadida por Napoleão(que como Liev nos mostra, nada tinha de genial) e só então desperta para a realidade vigente daquele período e as repercussões internas de sua sociedade. Sociedade essa que se vê muito bem representada nas figuras de Pierre, Andrei, Natacha, Nikolai, Boris, Dolohkov, Karataiev e outros tantos, que pela assombrosa capacidade de interpretação e síntese da alma humana, se vêem como que despidos, peça por peça, lâmina por lâmina, pelas palavras hábeis de Tolstói. Este livro é uma aula, sobre sentimentos e vivências acerca dos mais variados temas que nos é possível experenciar: amor, medo, morte, doença, traição, decepção, perdão, guerra, vida e prazer. E além disso, é uma aula de história das melhores e que não deixam a desejar nem por um capítulo sequer...é sobrenatural!

Se eu só puder fazer um bem no dia de hoje, que seja o bem de recomendar Guerra e Paz a vocês...vai por mim, não vão se arrepender!
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Izabella 19/05/2021

Escrevendo essa resenha 2 meses depois de ter finalizado o livro. Eu tinha(tenho?) certo receio de ler classicão (livros clássicos com grande número de páginas) que eu li. Nem me lembro bem porque comecei esse. Mas não me arrependo. Pelo contrário, foi uma experiência que me mudou como leitora. Até hoje me pego pensando na história e nos personagens. E sinto saudades. Nunca pensei que iria gostar tanto, porque não gosto muito de ler nada com a temática de guerra, mas esse é muito mais sobre as pessoas envolvidas e os seus desenvolvimentos, do que a guerra em si. Claro que a guerra é importante e é o cenário de fundo, mas foram as histórias pessoais que mais mexeram comigo.
Como foi meu primeiro livrão (de novo, número de páginas) e com nomes russos, anotei todos os nomes que iam aparecendo e ia deixando os mais importantes. Fui fazendo pequenos resumos conforme ia lendo também, para não me perder na história.
Foi uma ótima experiência, e pretendo relê-lo algum dia (não em breve, pois estou com projetos de ler outros livrões), e com toda certeza quero ler mais de Tolstoi.
comentários(0)comente



dialogonoslivros 17/05/2021

Se eu tivesse que ler apenas um livro em toda minha vida, seria esse!
Ah, Tolstói, que sorte tive eu em ler suas obras...
Em 2016 assisti a série da BBC e gostei muito, fiquei curiosa para saber mais sobre o livro. Porém ao descobrir que a obra facilmente passava das 1000 páginas, decidi que não o leria. Entretanto Guerra e Paz nunca saiu da minha cabeça, ficou guardado na minha memória e martelava minha mente de vez em quando. Ano passado resolvi procurar uma resenha sobre o livro, e encontrei a resenha da Isabella Lubrano do canal "Ler antes de morrer", na resenha a Isa comentou que se tivesse que ler apenas um único livro a vida toda, esse livro seria Guerra e Paz. Fiquei ainda mais fascinada por esse livro, porém não me considerava uma leitora madura o suficiente para encará-lo. Em Agosto de 2020 tive o primeiro contato com Tolstói em Anna Kariênina, depois li A morte de Ivan Ilich, então finalmente criei coragem para encarar o monumental Guerra e Paz.
Como explicar esse livro? É um livro histórico sim, não há dúvidas. Recheado de documentos e cartas oficiais escritas por Napoleão, pelo Czar Alexandre I, pelos generais da época. Retratando nos mínimos detalhes os períodos entre 1805 e 1812 das Guerras Napoleônicas. Mas Tolstói foi além, ele retratou a guerra mostrando seus absurdos, escancarando seus horrores e crimes (que até a época do livro, não eram vistas e consideradas).
"O que motiva milhares de pessoas a matarem seus semelhantes?" a pergunta ressoa o livro inteiro, e não faltam tentativas de explicá-la.
Mas além de tudo isso (que já poderia ser o suficiente), Tolstói costura em sua trama personagens fictícios que participam direta e indiretamente destes acontecimentos históricos. Cada personagem antagônico ao outro: Andrei, o jovem e belo herói de guerra, sempre tentando agir corretamente. Muito íntegro e sempre muito firme em suas escolhas; Natacha, sonhadora, obstinada, sedutora, cheia de vida, um raio de luz que ilumina a vida de todos ao seu redor; e em contrapartida Pierre, inseguro, temperamental, depressivo, com um enorme coração mas quem toma as piores decisões. Nikolai, Mária, Sonia, Deníssov, Petya, Dolokhov, Hélene, Anatole...
Acompanhamos os personagens tornando-se adultos, vivendo seus dilemas, suas dores, paixões, indecisões, lutos... tudo enquanto são atravessados pela guerra. É impossível não se identificar com algum elemento, alguma cena, algum sentimento.
Para finalizar, Guerra e Paz aborda TODOS os assuntos que permeiam a vida humana: vida, morte, luto, dor, doenças, nascimento, fé, religiosidade, aborto, família, a busca desenfreada pela felicidade, ambições, caridade, amor, ódio... Guerra e paz.
O nome não trata só dos períodos de guerra e paz em que a sociedade russa viveu no início do século XIX, trata também da guerra e da paz das nossas mentes, da incansável busca por respostas que movem a humanidade.
Meu conselho é: reserve um tempo da sua vida para ler essa obra. Você não irá se arrepender!
comentários(0)comente



Nivia.Oliveira 15/05/2021

Período do episódio (1805-1820)
Tolstoi, que se alimentava de Homero e Goethe, cria essa Ilíada moderna para nos contar sobre o povo Russo: das almas vazias da alta sociedade (em paz na véspera da guerra) e das almas pobres, desanimadas, inquietas mas resilientes e mais interessantes.
Os protagonistas André, Pedro e Kutuzov estão desconfortáveis nesse mundo corrompido, cada um à sua maneira, como a divisão da alma de Plantão: razão, coração e fúria.
Para mim foi surpresa personagens russos que só falavam francês. Mas descobri que eles amavam os franceses desde que emigrantes chegaram ao país e após a Revolução Francesa, a França ficou na moda. Paradoxalmente, o país teve que enfrentar o próprio ídolo: Napoleão Bonaparte, liderados por um Czar, Alexandre I, que era um Hamlet coroado.
Concordo com o romancista francês Flaubert que Tolstoi “repete-se” com seus insights filosóficos sobre a civilização humana, pouco convincentes (que deixam o livro denso) mas acredito que o autor queria, como um professor, garantir que entenderíamos seu motivo para escrever Guerra e Paz: que é essa força invisível que dirige as pessoas tanto para o bem quanto par ao mal?
Essa pergunta, que ronda todo o livro, me inquietou também. Afinal, o que movimenta homens e nações para transformar o mundo em guerra? Que é essa força imperceptível que faz o mais fraco virar o jogo? Qual é a força que faz líderes mover massas humanas por um ideal?
A triste cena do saque de Moscou demonstra como o interesse individual se sobrepõe ao coletivo, tão em voga ultimamente.
Gostei também das mulheres nesse livro. Numa época em que os homens encabeçavam a política e o governo, as mulheres (donzelas, princesas, esposas submissas e damas da corte), são elas, as subordinadas que são sábias: não fazem a guerra. Fiquei pensando em que pontos houve “pitacos” de Sofia, a esposa de Tolstoi já que era ela que datilografava os manuscritos do marido.
Em suma: queremos a guerra e a paz e ambas estão dentro de nós. Às custas do nosso livre arbítrio, escolhemos a dor ou a felicidade.
No meu insta @niviadeoliver fiz o resumo em 5 obras de arte. ;) Te espero lá.


site: https://www.instagram.com/niviadeoliver/?hl=pt-br
dialogonoslivros 17/05/2021minha estante
Oi Nívia, nossa concordo com vc e com Flaubert sobre as repetições. Especialmente no final do livro em que ele faz uma síntese de tudo. Eu lia e pensava: "mas ele já falou isso". Mas assim como você também tive a impressão que Tolstói queria ensinar, como se ele tivesse exposto tudo que tem no livro para depois dizer: entendem agora que há um problema com a sociedade?
Vou segui-la no instagram!


de Paula 18/05/2021minha estante
Obviamente ele se alimentava dos gigantes da literatura, por isso a obra de Tolstoi é tão incrível. Sei que a densidade dos comentários são cansativas, mas são essas análises que incomodam e fazem o leitor refletir, pensar sobre a dinâmica da guerra e da paz e porquê elas continuam a acontecer, embora nos tornemos cada vez mais evoluídos. Não tem como não ser tocado pela obra, nem deixar de perceber o que você analisou sobre o contexto platônico que rege os heróis da história, suas motivações representam a essência humana da forma mais pura possível. Parabéns pela resenha! Infelizmente não tenho ig para segui-la, mas tenho certeza que fez reflexões pontuais sobre a relação da obra literária com obras plásticas.




Elane.Correa 15/05/2021

Tolstói: o historiador
Romance misturado a fatos e personagens históricos, no qual o autor critica demasiadamente os historiadores por exaltarem alguns "heróis" que segundo ele são totalmente dispensáveis, uma vez que os fatos históricos ocorreriam com ou sem essas personalidades. Então, por não confiar no que é divulgado nos livros de história, ele busca fontes originais do período da invasão napoleônica à Rússia, e acaba por contar a história do seu ponto de vista. O autor faz uso de seus personagens para reflexões filosóficas acerca da vida e da morte, tais como: "a morte é um despertar".
Seus personagens principais fazem parte da aristocracia russa, muitos príncipes e princesas (bem diferentes dos contos de fadas), condes, etc. bem humanos, demonstram toda a hipocrisia, intrigas e baixezas das quais são capazes para manter as aparências e seus status perante a sociedade. Mas também há espaço para as paixões arrebatadoras, amores e finais felizes entre dois casais principais, os quais acabam por reunir em um único núcleo familiar as famílias que no início da história pertenciam à núcleo distintos.
comentários(0)comente



Tatiana.Junger 13/05/2021

Obra completa
À ocasião da primeira leitura, eu devorei os dois volumes - lembro ter finalizado em menos de 1 mês.
Dessa vez fui aos pouquinhos - em parte por hoje estar vivendo uma fase bem mais “ocupada“ da vida, em parte por sentir necessidade de ir com calma (afinal, dessa vez, eu já sabia o final mesmo, né).
E esse novo ritmo me ajudou a tirar mais das passagens sobre política, filosofia, história e natureza humana. Engraçado que, na memória, eu até lembrava que o Tolstoi entrelaçava o enredo fictício com ensaios, mas não me recordava dos conteúdos refletidos.
Embora ele passeie por assuntos diversos, nos seus ensaios a mensagem principal foi a crítica à historiografia tradicional, que costuma criar heróis e vilões, enaltecidos ou culpabilizados pelos acontecimentos históricos, quando na verdade a relação “causa-efeito” estudada pela História se revela, senão falsa, ao menos bem nebulosa. Afinal, não fosse Napoleão, será que a guerra não teria acontecido de qualquer forma, com outro protagonista, considerando que as variáveis político-econômicas seriam iguais? E se mesmo com Napoleão, fossem as circunstâncias diferentes, será que a guerra teria acontecido?
Eu achei uma sacada muito pertinente para o nosso Brasil. Adoramos um mocinho e um vilão, certo? Uma forma bem “novelesca” de entender o nosso entorno.
Só que equivocada, parcial, simplista. Se pararmos de atribuir a culpa e os méritos pra uma pessoa, pode ser que passemos a resolver nossos problemas de maneira mais eficiente - reformando normas, refletindo sobre a política pública, independentemente de quem está a aplicando.
Outras passagens ensaísticas que marcaram foram as temáticas da liberdade. Em tempos de guerra, liberdade é um valor elevadíssimo, já que normalmente é um objetivo futuro e uma objeção presente. Em trechos inspirados, Tolstoi relaciona exercício de liberdade com os contornos defluentes da necessidade, parecendo por vezes que estava lendo Lobo Torres.
Da narrativa ficcional, eu lembrava de muita coisa, e os sentimentos de hoje foram parecidos com os de antes.

Não consegui me conectar de pronto com o romance entre Andrei e Natascha, por acha-lo pernóstico e imodesto e acha-la uma chata intrometida; pouco a pouco essas características vão sendo minimizadas pelas experiências que eles vivem e pelo aprofundamento do personagem; é aquela lição de vida que todos nós devíamos ter aprendido na adolescência: as pessoas são muito mais do que apenas aquilo que elas transparecem com atos e decisões; o julgamento alheio, embora inevitável, é injusto. Identifiquei-me com Mária desde o início, pela sua dedicação familiar, e senti tanta pena da sua trajetória, que a conferência do seu destino digno foi um alívio no final; bom para a gente refletir que cada um tem uma história para viver, e que a vida costuma premiar quem assume ônus com responsabilidade e dedicação. Pierre no início para mim era intragável, com aquela sua necessidade de pertencimento, mas os perrengues subsequentes ao longo da guerra ensinaram a ele e à gente que o que há de mais valioso é pertencer à gente mesmo; o caminho que ele percorreu foi o mais doloroso e, para mim, é representativo do valor da liberdade: nada importa se ela nos é podada.

Falando em Pierre, um personagem secundário que talvez seja o meu favorito é Karataiev: um pobre coitado que parece lecionar o comodismo, mas para mim ensina a procurar a felicidade naquilo que temos no momento; a gente fala muito de carreira por aqui, e nesses assuntos é fácil acumular um tipo de ansiedade que esmaga o contentamento que deveríamos estar sentindo; é bacana ser ambicioso (se eu falasse algo diferente estaria sendo super hipócrita), mas sempre contente. O Napoleão de Tolstoi é caricatamente soberba e vaidoso; importante caracterização que mostra o quão importante é verificar a premissa ideológica dos locutores, a fim de compreender os viéses da locução!
Por fim, quero comentar a descrição da guerra feita por Tolstói, que produz um visual enjoativo, cansativo, confuso e depressivo. Tem o mérito de desromantizar a organização, a solidez e as estratégias militares. A guerra é violência e ponto. Por outro lado, a paz é hipócrita, exclusivista e elitista, como os salões de festas que nunca pararam em São Petersburgo.
comentários(0)comente



380 encontrados | exibindo 196 a 211
14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR