Guerra e Paz

Guerra e Paz Leon Tolstói




Resenhas - Guerra e Paz


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Karolline.Campos 16/02/2024

Fev/2024
É difícil ler um clássico e discorrer sobre ele quando já é unânime a sua inesgotável possibilidade de interpretação, de análise.

Essa é minha segunda/terceira obra do Tolstói e como muitos autores de meados do século XIX, a narrativa consegue ser simples e avassaladora ao mesmo tempo.

Mesmo com um número alto de personagens, nos sentimos instigados e completamente envolvidos a cada uma daquelas vidas em amadurecimento, em reflexão, em êxtase e em agonia.

Ainda não sei onde as histórias dos personagens vai nos levar ? ainda me restam alguns tomos para concluir a obra já que a Cia das Letras dividiu Guerra e Paz em dois livros.

Mas, sem dúvida, até aqui, o que mais chamou a minha atenção foi como Tolstói consegue expressar bem o funcionamento das amarras das convenções sociais.

É muito interessante conseguir perceber em escritos de outro tempo histórico permanências de experiências sociopsicologicas sobre como vemos a nós mesmos e sobre como queremos que os outros nos vejam.

Se aprende muito sobre qualquer coisa lendo. O meu conselho para a leitura desse livro é: preste muita atenção em cada personagem e no desenvolvimento da personalidade deles ao longo do tempo. Daí se tira muita coisa incrível.
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Oré 29/06/2020

Na dúvida, vamos de Anna Karenina...
Pegava o livro, olhava, deixava de lado. Ainda não, vai chegar a hora! Pensava comigo mesmo, me remoendo de ansiedade. E isso se repetiu inúmeras vezes, até que por fim sentindo-me apto, me rendi a epopéia russa de Tolstói. Fui com imensa sede ao pote. Esperava que a grandiosidade e fama da obra fosse diretamente proporcional ao prazer da leitura e me trouxesse um dos livros da vida! Não foi bem assim... O livro tem um enredo aceitável, com críticas pontuais a sociedade burguesa e aristocrática da época, a brutalidade das guerras e conflitos, às limitações dos governantes e os tidos "grandes homens". Ha o enaltecimento ao povo russo (acredito que o grande herói retratado nessa epopéia). Se faz presente a evolução moral e espiritual presente em boa parte dos personagens centrais, comungando com a proposta de universalidade e fraternidade entre os homens. Somos brindados com analises sociológicas e filosóficas levantando o ponto de vista do autor quanto a razão dos conflitos e das agruras retratados na obra (e sinceramente não gostei/concordei/me senti tocado/me levou a vontade de reflexão e-ou contemplação as teorias propostas). Tudo isso já vivi em outras maravilhosas obras, retratado em menos páginas e com enredo mais cativante...
O autor ainda tece sua posição sobre as questões militares, de razões a estratégias sobre as batalhas e o período de guerras retratado; Aqui gostei menos ainda de tudo que foi explanado. Fica chato, maçante, e o autor meio que quer desconstruir tudo relacionado a teoria militar como ciência, como se nada fizesse sentido e como se grandes estrategistas militares fossem apenas forjados pelo acaso e "marketing".
Tolstói é incrível na construção de cenas aqui, e eu via verdadeiras pinturas trazidas por suas palavras, queria que tivesse muito mais disso no livro. Quem dera que casamentos e funerais deixassem de ser descritos em 2 parágrafos e pudessem ocupar as 10 páginas que falam repetidas vezes que a tropa A seria melhor posicionada na estrada X...
Talvez o maior problema com o livro seja justamente sua extensão e sua propria grandiosidade. É fácil se perder em tantos nomes russos de fonetica aparente semelhante (para um leitor lusófono que não manja de russo, pelo menos). É fácil se perder e aborrecer nas divagações grandiloquentes do autor.
Esse é um livro que exige dedicação e comprometimento ímpares (que talvez eu mesmo não tenha tido). Se tiver tempo e esses pré-requisitos, recomendo que se conheça a obra. Só não vá esperando "o livro da sua vida", pra não se decepcionar!

Uma dica, vale comecar a leitura pelo prefácio 2 e caso seja a edição em dois volumes pela Companhia das Letras, ler antes o texto "O porco-espinho e a raposa" presente no livro 2. Eu acredito que teria aproveitado um pouco mais se assim tivesse feito. E o final da obra ficaria imensamente menos anticlimatico!
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anoca 31/07/2020

5 estrelas parecem pouco
sei que o tamanho assusta mas depois que se conhece a história o único defeito do livro é justamente parecer tão curto
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Lisa 21/01/2024

Mestre das palavras
Prokliatie voprossi foi uma expressão russa popular na Rússia do século XIX, significando "Malditas questões" e se refere as questões últimas, ou seja, as grandes perguntas que atormentam o ser. Como poucos, Tolstói se dedicou desde jovem a tentar compreender e buscar respostas para elas. Podemos ver ao longo de toda a sua prosa sua fome por saber, "A Morte de Ivan Ilitch" sendo, talvez, o exemplo mais nítido e compacto disso. Assim sendo, Guerra e Paz não foge à regra, levantando durante toda a história questionamentos sobre o sentido da vida, do homem na terra com o tão querido, por mim, Príncipe Andrei. Com o não saber eterno do atrapalhado Pierre em como agir, em discernir o moral e entender o mundo.

Uma característica marcante do Tolstói é sua busca e gosto pelo conhecimento. Aqui vemos toda sua capacidade de pesquisa em ação, Guerra e Paz não nasceu como inicialmente seu autor pretendia. Tolstói queria narrar sobre o movimento dos Decembristas em 1825, mas incapaz de ser enxuto, quanto mais estudava, mais tinha a dizer, retrocedeu a 1812 somente para concluir que maior recuo seria preciso, e é 1805 que decide iniciar sua história. Que o nosso condinho estranho é prolixo disso o sabemos, que o faz bem, o sabemos ainda melhor. Mas em nenhuma outra obra, teve tanto a dizer como nessa.

Dividida em 4 tomos e 2 volumes a obra se inicia com os eventos que levaram a derrota colossal do Império russo pelas mãos das tropas napoleônicas, a famosa batalha de Austerlitz. Nesse começo, é possível notar porque Tolstói é O Tolstói. Sua prosa leve, que flui como música encanta, a facilidade com que insere personagens (500 personagens) e a habilidade de descrição são de assombrar. Mas acima de tudo, seu humor cínico é o que mais me conquista sempre.

Tolstói foi um grande crítico da alta sociedade, de suas ambições e superficialidades, mas para fazê-lo não ofende, briga, ou discursa, ao invés nos insere no dia a dia da nata, descortina seus atos, revela e insinua a função daqueles comportamentos e nos deixa enxergar com a clareza cristalina do espelho d'água que criou, toda a incongruência desse mundo. Pierre é o maior responsável por isso nesse início. "Agora, o que quer que ele falasse, tudo se revelava charmant", ele que a dias atrás era o bastardo gordo e que se antes inadequado e tolerado, ao amanhecer herdeiro, torna-se belo e apropriado.

Nenhum autor que conheço, critica seus personagens como Tolstoi, nenhum passa pano para os mesmos também. Se Helene é belíssima, com "o sorriso de uma mulher bela em tudo", Maria em seu extremo possuía aquele "rosto feio e lamentável"; Anatolie belíssimo com seus "olhos grandes e lindos" mas que "mal chegava a pensar" de tão oco; Hippolyte, coitado, além de "uma feiura chocante" tinha "o rosto ensombrecido por um idiotismo". Confesso que essas descrições, que o autor não nos deixa esquecer, me diverte até os dias de hoje.

No Volume II, a experiência que tive mudou e muito. Se na primeira parte estamos descobrindo que rumo o livro tomará, conhecendo os personagens e seus desenlaces, enquanto acompanhamos as aulas de história bélica, na segunda, vamos nos fatigando ao sentir não chegar a lugar algum. Os soliloquios do autor se exarcebam em frequências absurdas, sua opiniões ácidas e críticas a ciência e a respeitabilidade da história vão nos cansando a medida que o romance é jogado para escanteio.

É um fato que sou apaixonada pelo condinho, mas não sofre de amores cegos. Me vi concordando com a ruma de críticas que o romance recebeu por todos os lados, de seus colegas como o Turgueniev e Flaubert, a Bielinski e Botkin até especialistas e heróis de guerra. Apesar da vasta pesquisa, Tolstói é inexato, deturpa e altera fatos históricos, não por não compreender, ou por licença artística, mas sim, por puro proselitismo, por ideologia própria. Em sua própria concepção de certo e errado, falsifica detalhes históricos para fundamentar sua visão. Confesso que essa foi a minha maior decepção.

Nessa sede, deixa de desenvolver os arcos criados, deixando personagens mal aproveitados, acontecimentos importantes mencionados quase como notinhas de rodapé pelo caminho. Tolstói escreveu uma revisão histórica tendenciosa e enviesada, a escondendo ao criar arcos de personagens, chamando-o de Romance.
Por fim, como diz Botkin, o elemento intelectual é fraco, a filosofia é trivial e superficial, a negação é um amontoado de sutilezas místicas, "mas, afora isso, o dote artístico do autor é inquestionável." No fim, o
Tolstói sempre será O Tolstói, esse gigante da literatura, mestre dançarino da palavras, deleite de nossos olhos.
Fabio 26/01/2024minha estante
LIsa, que resenha imecavél!
Adorei!
Um da delicia poder ler sua resenha e relembrar um pouco dessa historia, que pra mim é minha favorita da vida!!!!


Lisa 26/01/2024minha estante
Ó sempre lisonjeada com seus elogios. Obrigado, Fabio. Quem bom que gostou mesmo com as críticas que teci ja que esse é o seu favorito. ??


Fabio 26/01/2024minha estante
Todas as críticas agregam, inclusive as negativas, e você foi bem ponderada ao relatar o que não gostou. Adorei a resenha!


Vagner.Trovo 11/03/2024minha estante
Olá, parabéns pela esplanação, e pela coragem de criticar. Parece que Tostoi é tão bajulado, que é proibido fazer uma leitura como essa desse livro. Concordo totalmente com seu ponto de vista. Também me incomodou não apresentar o que aconteceu com personagens relevantes como Anna Mikhailovna e Boris, Berg e Vera, Hippolyte e tantos outros.




Nati 05/09/2020

Um romance com pitadas de História
Confesso que achei difícil acompanhar tudo o que acontece neste livro, pois a quantidade de personagens é muito extensa. No momento, não gostei muito. Tentarei outra vez daqui a alguns anos.
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lareS2 16/02/2023

Devo admitir que demorei mais do que o normal para completar a leitura, que às vezes se tornava maçante. Entretanto, a prática emprega por Tolstói na construção da história é incrível, realmente se percebe o limiar entre a guerra e a paz, contornada pelo horrores da guerra, e reforçada pela vida, que se pode dizer comum à época, das personagens principais, que são envoltas por questões e preocupações humanas.
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Mari 10/03/2024

Clássico é classico
Pq demorei tanto??? Livro ótimo! Estranhei um pouco os nomes, apelidos e o fato de todo mundo ser príncipe.
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Marcio 26/10/2020

Um antigo tesouro só agora descoberto
Livro excelente, história empolgante e emocionante. Possui todos os elementos de uma grande obra: tensão, amor, traição, ódio, heroísmo, vergonha, enfim todos os sentimentos humanos estão presentes na obra. Não sou especialista, mas acredito que a tradução seja ótima pois foi de fácil entendimento.
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joana 04/04/2022

Fui capaz de ler este livro...demorei mas consegui
Poderia escrever resenha sobre como esse livro foi importante, principalmente em uma época de guerra que o mundo está assistindo, mas não. Esse livro foi uma meta minha. Queria ser capaz de ler este livro. Foram muitos meses mas consegui e estou muito orgulhosa de mim porque Tolstói é bem difícil de ler por ser muita informação.
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Priscila Bennati Santana 28/03/2021

Guerra e Paz conta a história da Rússia, em meio a períodos de guerra e paz contra Napoleão. Utilizando um núcleo de personagens principais, como a família Rostov, Pierre, o príncipe Andrei e vários outros, que acompanhamos ao longo dos anos, temos uma perspectiva completa dos mais diversos pensamentos e sentimentos que assomavam a população russa da época. É uma delícia acompanhar os passos de cada personagem, ver suas mudanças (que não poderiam deixar de ocorrer, frente aos fatos) e ler sobre fatos históricos tão importantes, como o incêndio de Moscou, de uma perspectiva tão próxima.
Apesar de ser uma leitura extensa, a escrita de Tolstói é tão fluida, tão bem desenhada e a história te prende tanto, que quando você menos espera, já é hora de se despedir de uma das melhores leituras da vida!???
O que posso dizer? Indicação máxima! ?????
Stefany Santos 28/03/2021minha estante
Esse é um doa livros que quero comprar. Só vou ler quando tiver ele no físico.




marcosm 23/04/2022

Guerra e Paz
Gostei do livro, até mais do que esperava.
No começo, estava meio cético e demorei um pouco para 'sentir' o livro. A quantidade de personagens e com nomes meio parecidos me deixou um pouco confuso também. Todo mundo é príncipe, conde aparentemente rsrsrs. No segundo volume estava mais envolto no ambiente do livro e entendendo um pouco melhor a proposta do Tolstoy.
As análises da guerra são interessantíssimas e alguns momentos divertidas. O pessoal que lê fantasia costuma brincar com alguns autores que matam seus personagens (Martin e Steven Erikson) e cheguei a conclusão que o Tolstoy pode ter sido a inspiração deles.
O epílogo é bem filosófico e tenho que reler porque gostei muito da discussão proposta mas tem que ser digerido com calma.
Enfim, não é à toa que tem a fama que tem.
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Vanessa.Vtknas 27/03/2021

Clássico
Mais um boleto pago. Digno do lugar que ocupa na prateleira dos clássicos do pensamento.
Se puder leia já. Se não estiver com tempo para enfrentar as 1.500 páginas, leia pelo menos o Epílogo- segunda parte (sim, tem dois Epílogos) e o artigo "algumas palavras sobre o livro" escrito pelo autor alguns anos depois e que acompanha esta edição.
Não trazem nenhum spolier da história que poderá ser lida sem comprometimento depois, e apresentam inquietante ensaio sobre os conceitos de poder e liberdade.
"A ligação mais forte, indissolúvel, opressiva e constante com outras pessoas é o chamado poder sobre os outros, o qual, em seu verdadeiro sentido, não é nada mais do que a máxima dependência em relação a outrem."
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Lucas.Valentim 26/07/2021

Personagens tão vivos como nós
O foco do livro é totalmente diferente do que eu esperava ( guerra francorussa),e tive até um certo preconceito em acompanhar a vida com todos os seus problemas dos personagens. Mas depois de finalizado esse primeiro livro,me encontro numa expectativa absurda de como os personagens vão lidar com o resultado das suas ações, e se o segundo livro ignorar a guerra por completo, não vou achar isso um problema. Um clássico obrigatório para quem quer uma história com personagens tão reais como nós leitores.
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Tauan4 14/07/2021

Conhecimento e entretenimento
Conhecia muito pouco das guerras napoleônicas, e ter uma visão de um russo foi bem interessante.
Outra coisa que se destacou para mim foi a similaridade da sociedade russa e a sociedade francesa (que conheci com Proust), e que se deve, imagino, a influência enorme da França em outros países europeus da época.
Dei 4,5 devido ao final deste primeiro livro, a história de uma das personagens foi meio maçante pra mim.

Enfim, uma pequena e divertida aula de história.
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José Cláudio 08/07/2021

Muita coisa já foi dita sobre essa obra, mas o que posso afirmar como opinião pessoal é que essa é uma obra incontornável da literatura universal, com uma qualidade comparável ao número de páginas e temas abarcados nos seus dois volumes.
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