Resenhas - A Mulher Desiludida

Mariana113 11/03/2022

Primeiro livro da Beauvoir que leio. Gostei bastante da escrita, achei fluida. Apesar de ser um livro antigo não possuí uma linguagem cheia de frescuras como o povo antigamente gostava.

Sobre a primeira história: super entendo a moça de se revoltar com o filho tolo que deixou de ser de esquerda

Sobre a segunda: não consigo nem imaginar a dor daquela mãe ao perder a filha

Sobre a terceira: odiei ver um monte de gente defendendo aquele calhorda, as filhas dela principalmente. Que bom que no fim ela se recupera de tudo isso.

Leo 08/03/2022

Sem dúvidas o livro é perfeito, a forma como Simone escreve Literatura faz com que sejamos sempre afetados a cada obra. O livro é dividido em três ensaios, e ambos manifestam experiências vivenciadas pela autora e por milhares de mulheres, questões sobre as inseguranças perante a velhice, relacionamento abusivos, perdas, reencontros consigo mesma. Ela nos faz mergulhar em seus próprio personagens, as angústias, as alegrias, o desespero, um redemoinho de sentimentos.

Letícia 26/02/2022

O ser feminino e suas questões
Foi meu primeiro contato com a escrita de Simone de Beauvoir.
Nessa obra, temos 3 histórias, sendo 2 contos e uma novela.
A temática que une essas 3 narrativas é a mesma: os conflitos, a angústia e a dor de mulheres que se encontram na maturidade.
Os papéis sociais de mãe e esposa são expostos de maneira direta e crua, de forma angustiante.
A primeira história que tem o título: A idade da discrição, nos coloca na vida de uma mulher intelectual e bem sucedida e que de repente
não se sente mais conectada à própria família. Vamos caminhando com ela por seus tormentos, questionamentos e uma nova realidade.
Na segunda história, acompanhamos uma mãe e esposa, que já passou por dois casamentos que não deram certo e por um evento traumático que
vai arrifecer seus sentimentos e sua condição como ser humano, mulher de mais de 60 anos e sem muitas perspectivas futuras.
E na última história, nossa personagem é Monique, que está com 44 anos e nos narra em forma de diário, o caminho que vai delineando quando ela
descobre que o seu marido tem uma amante. Que se torna um caso explícito e essa mulher vai definhando em vida por várias questões e dilemas nessa nova condição.
As histórias vão indo em um crescente de angústia, triste e revolta, de forma gradativa.
Beauvoir narra de forma sensacional os conflitos do ser feminino e toda a sua complexidade.
Recomendo a leitura e com certeza lerei outros textos ficcionais da autora.

Cris 25/02/2022

25.02.2022
Contém duas histórias contendo reflexões de duas mulheres, ambas casadas e na meia idade.

Uma está tendo problemas com o filho que sai de casa para casar, larga a faculdade e vai trabalhar no ministério da Cultura, cargo conseguido pelo sogro burguês. Ela acha que seu filho se desvirtuou de tudo que ela pensa ter transmitido a ele. Faz uma crítica à burguesia e à política.

A outra, depois que as filhas saem de casa seja por casamento ou por querer viver a própria vida, pensa que terá um tempo para ela e o marido, quando descobre que ele tem casos há dez anos. Fica arrasada, tenta salvar o casamento e se pergunta onde foi que errou.

Um pouco deprimente, mas nos faz ver que ainda nos dias de hoje, existem situações assim.

Marilda 16/02/2022

Opinião e Fragmentos
“(...) meu olhar não lhe reconhece idade.”
“(...) na verdade, é um campo imantado que o reconduzirá a mim como a seu lugar natural. Essa certeza me comove ainda mais que sua presença.”
“Descobri a doçura de ter atrás de mim um longo passado.”
“(...) os livros me salvaram do desespero: isso me convenceu de que a cultura é o mais alto valor, e eu não consigo encarar essa certeza com olho crítico.”
“Fui eu que dei contorno à sua vida. Agora, acompanho-a de fora, como testemunha distante. É o destino das mães! Mas quem é que se consola dizendo que seu destino é o destino de todos?”
“(...) me abandonou quando nasceu:”
“(...) numa solidão ao mesmo tempo escaldante e gelada.”
“Acreditava que fôssemos transparentes um para o outro, unidos, soldados como irmãos siameses.”
“É tão cansativo detestar alguém que se ama!”
“Compreendia que meu otimismo o irritasse frequentemente:”
“Na solidão, os projetos se formulam, os atos se sucedem sem premeditação, é repousante.”
“Estava quase certa do contrário, mas não quis contradizê-la. — Você é tão jovem! — acrescentou ela. Dizem-me isso com frequência e me sinto envaidecida.”
“Mas nós estamos tão habituados a nos falar amavelmente que nem os gestos nem os sorrisos significavam grande coisa.”
“Sempre fui zangada. Ia me tornar rabugenta?”
“Como chorei naquele primeiro encontro com a morte! Pouco a pouco, chorei cada vez menos: meus pais, meu cunhado, meu sogro, os amigos. Também é isso envelhecer. Tantos mortos atrás de si, lamentados, esquecidos.”
“Sempre olháramos muito longe. Seria necessário agora aprender a viver o dia a dia?”
"Depois de vinte, 22 anos de casamento, relega-se tudo ao silêncio, e isso é perigoso.”

Bruna 27/01/2022

Quando pego um livro escrito pela Simone para ler, vou cheia de expectativas, e felizmente, todas realizáveis.

Essa mulher entende a alma feminina, ela desbrava com sabedoria cada recôndito que não é explicitado, que não é revelado pelo enquadramento antiquado dessa sociedade machista.

Nesse livro temos três contos de mulheres maduras que tem suas vidas e convicções viradas do avesso após os 40 anos.

Conseguimos sentir a angústia das personagens, a mulher, mãe, com seu prazo de validade expirado, a mulher madura, trocada por uma mais nova, a descoberta e apropriação de si mesma, o acostumar com as mudanças que não esperavam, a ruptura abrupta dos laços matrimoniais, abrindo um vazio existencial, são questões prementes em todo o livro.

“O desolador, quando se envelhece, não está nas coisas, mas em nós mesmos.”

Raquel 16/01/2022

Doloroso
De cortar o coração! Você não sabe se estapeia as personagens ou se fica com pena!
Mulheres com dificuldade de aceitar que o tempo passou, que as coisas mudaram, as opiniões, a maneira de viver, o modo de agir das pessoas, principalmente das pessoas que amam.
Mulheres que pararam no tempo e se vêem perdidas sem conseguirem dar um passo a diante sem dar mais dois pra trás.
Mulheres com medo de mudança, com medo do novo.
Quem nunca conheceu alguém assim?
Triste, mas acontece e muitas vezes o mundo não é muito gentil com pessoas assim.
É assustador, às vezes, lidar com o novo! A gente tem uma identidade antiga, fora dos padrões atuais e não se vê se encaixando em lugar algum, nem a ninguém.
Doloroso esse livro. Minha primeira experiência com a autora.
Não precisa ter violência alguma pra causar dor ao leitor.

Carol Bazanini 14/01/2022

Uma boa experiência
Confesso que criei expectativas muito altas em relação a essa leitura, o que nunca é bom. Quando li a sinopse pensei que o livro trataria de histórias cotidianas mas com um viés filosófico, suscitando algumas reflexões sobre a nossa sociedade e como as mulheres eram tratadas no século XXI. O que não foi o que aconteceu? mas tampouco o livro não deixou de ser bom por isso.

Odiei o primeiro conto em um primeiro momento, passei tanta raiva que pensei seriamente em abandonar a leitura - não gostei da forma como ele foi escrito, a personagem tomava decisões muito extremista e tinha reações muito contraditórias, tanto que achei que a autora não escrevia bem. Mas, ao finalizar o livro entendi que isso retratava a personalidade DELA, seus sentimentos e o modo como ELA via o mundo, e passei a ter uma visão diferente sobre o enredo.

O segundo conto foi um pouco melhor. Por mais que tenha tido um pouco de dificuldade com o fluxo de consciência e a pontuação, entendi que esse estilo foi necessário para representar a mente da personagem, que se encontrava extremamente conturbada e ?fora do eixo?.

E, por fim, o último conto. Sem dúvidas o meu favorito, não conseguia parar de lê-lo e a estória me despistou vários sentimentos. Aqui vamos acompanhar o diário de uma mulher que descobre estar sendo traída pelo marido e de certa forma aceita isso. Eu fiquei desconcertada em vários momentos, queria pegar na mãozinha dela e falar ?senta aqui, vamos conversar - seu marido é um lixo humano?. É horripilante perceber o quanto ela se humilhava por ele e se diminuía como mulher, não reconhecendo seu valor e a homens como deveria ser tratada.

Veredito final: apesar de alguns percalços, vale muito a pena a leitura. Principalmente o último conto, ele é realmente maravilhoso e, infelizmente, muito real.

Geth 08/01/2022

Perfeito ?
Meu primeiro livro de Simone de Beauvoir e estou impressionada. Temos 3 contos que relatam a condição da mulher numa sociedade patriarcal e os questionamentos que elas fazem sobre si próprias, desejos, anseios e qual o verdadeiro papel delas nessa sociedade tão preconceituosa e cheia de determinações que são usadas para oprimir e isolar as que resolvem romper com esse ciclo.

anna 08/01/2022

Peguei esse livro emprestado sem saber nada sobre ele, me interessei só porque era da Simone (nunca tinha lido nada dela e queria muito ler) e porque certamente falava sobre mulheres. Foi uma surpresa muito boa. De cara achei a primeira história bem intensa, gostei muito; a segunda conseguiu ser mais angustiante, um soco no estômago; a terceira foi ainda pior, me arrebatou por completo. Em suma, os temas tratados foram simples, o ponto chave é a forma como foram abordados. Além disso, adorei a escrita da Simone e o ritmo que ela adotou pra cada história.
Acho que esse tipo de enredos é o meu favorito, é meio reconfortante ler sobre mulheres passando por situações pelas quais eu facilmente também posso passar.

Nilson 15/12/2021

LEITURA PARA MULHERES DE MEIA IDADE.
Fui levado a leitura deste livro pela curiosidade. Os dramas existenciais de quem já viveu 70% da vida. Dramas meio autobiográficos. O último bem cansativo e irritante, pela complacência da esposa em aceitar a convivência do marido e sua amante. Acredito que seria uma leitura bem útil para mulheres de meia idade.

gislele 13/12/2021

achei uma ótima introdução a Simone, os contos são ótimos e abordam assuntos pertinentes como a idade, e o papel da mulher na sociedade, com personagens reais e complexas.

Monique | @moniqueeoslivros 01/12/2021

A mulher desiludida
{Leitura 34 - 2021}
A mulher desiludida - Simone de Beauvoir

Esse livro tem três baita histórias. Mas peço licença aqui porque quero falar sobre a história que dá nome ao livro: a mulher desiludida.

Sempre quis ler Simone de Beauvoir. Por ser mulher, ser feminista, ser francesa, ser companheira de Sartre... enfim, por ser A Simone de Beauvoir. Mas eis que ela ainda me dá um mimo extra: a personagem se chama Monique.

E eis que acontece uma coisa engraçada: a gente se relaciona diferente com o livro quando a personagem tem o nome da gente (Psicólogos: Freud explica isso também?). E eis que a Monique me "deu nos nervos".

Casada há muitos anos, o marido responde a ela que, sim, ele tem outra mulher. E ela a conhece. E nada vai mudar entre eles. ? Ela então vai tentando, página após página, se moldar a essa situação, e isso fica cada vez mais complicado. E sim, ela fica cada dia mais iludida.

É daquelas histórias onde o machismo é colocado nu e cru, e isso nos irrita, nos fere, e até nos imobiliza. E tendo o mesmo nome da personagem, foi como se uma parte acontecesse comigo também.

Indico muito essa leitura, e com um aviso: se você não sentir raiva, asco ou algum outro sentimento exasperado assim, você está do lado errado. ?

Oliveira208 26/11/2021

Será que o amor resiste mesmo ao tempo?
Segundo este livro da Simone, creio que deve ser algo raro e trabalhoso. Entendi que depositar a felicidade no outro é uma insanidade. Recomendo demais a leitura.

Gabriela Gramas 28/10/2021

Nesta obra, Beauvoir escreveu três contos sobre a vida de três mulheres distintas.
Na primeira história temos uma mãe, escritora que teme a velhice. Por ser escritora
tem medo da idade ir avançando muito rápido e que isso possa atrapalhar na sua
escrita. Ela também possui uma desavença com seu filho, que após se casar decide
mudar de profissão, é como não foi algo que seus pais sonharam com ele, acabam
tendo uma desavença.

A segunda história é de uma mulher em luto, que após sua filha se suicidar ela se
vê perdida. Esse conto é um monólogo, que é basicamente uma conversa interior
da mulher com ela mesma.

No último conto conhecemos a história de uma mulher que acreditava que seu
casamento funcionava. Mas que na verdade ela acaba descobrindo uma traição de
seu marido, e seu mundo desaba após descobrir esse e mais alguns segredos. A
personagem ainda tenta levar sua vida após descobrir que seu marido tinha uma
amante, e manter seu casamento.

Os contos são sobre as mulheres que tiveram grandes rupturas em sua vida, e o
conto que mais me chamou atenção foi o último. Mesmo a personagem descobrindo
tantas coisas sobre seu marido, ela continua crendo fielmente que seu casamento
poderia dar certo. Ela estava muito cega naquela história toda.

A escrita da Beauvoir é super fluida e bem descritiva, fazendo a leitura ser rápida e
prazerosa. Minha primeira leitura dela é posso dizer que me encantei com sua
escrita. Ela envolve muito rápido o leitor na história nos permitindo absorver toda a
trama do livro.