A Mulher Desiludida

A Mulher Desiludida Simone de Beauvoir




Resenhas - A Mulher Desiludida


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RayLima 22/08/2023

Mulheres perdidas
A Mulher Desiludida é um livro que reúne as história de três mulheres que estão passando por momentos difíceis. O que elas têm em comum além da desilusão? Todas estão lidando com o peso que é envelhecer, um processo difícil para todos, mas especialmente mais complexo para as mulheres, a quem a sociedade cobra uma eterna jovialidade de corpo e espírito. E esse peso de ir contra as leis naturais do tempo custa muito psicologicamente e emocionalmente.

?É na velhice que os fantasmas do arrependimento e da culpa costumam aparecer com mais frequência. Quando se chega a um tempo no qual o que ainda falta viver é muito menos do que o que já se viveu, o passado, as memórias e as escolhas que não foram feitas invadem o presente e exigem uma injusta prestação de contas para a qual dificilmente nos preparamos.?

Narrado em primeira pessoa o livro se divide em três partes: ?A idade da discrição?, ?Monólogo? e ?A mulher desiludida?. Cada parte é narrada por uma personagem diferente, as histórias são independentes. A primeira narradora é uma mulher com quase 60 anos de idade, bem sucedida academicamente, mãe de um filho único e casada com um cientista. Ela e o marido tem visões distintas sobre a velhice. Ela vai ter que aprender a assumir e aceitar as mudanças dessa fase após ser surpreendida com uma novidade que lhe foge do controle.

?No oceano do tempo, eu era um rochedo batido por ondas sempre novas e que não se move nem se gasta. E, de repente, o fluxo me arrasta e me arrastará até que eu encalhe na morte.?

A segunda narradora, que nos fala através de um monólogo, é uma mulher odiosa, amarga e ressentida pelos traumas causados pela mãe e pelos homens de sua vida. Agora ela vive solitária, remoendo seu passado e tendo que carregar o fardo pesado de seus erros, que acabaram lhe custando muito caro.

?Ninguém nunca pensa em mim. É como se eu tivesse sido apagada do mundo. Como se eu nunca tivesse existido. Será que eu existo??

A terceira narradora certamente foi a que mais mexeu comigo. Através de seu diário vamos acompanhar por alguns meses essa mulher, esposa e mãe zelosa, que sempre se doou tanto pelos outros (marido, filhas, amigos) descer ao fundo do poço após a descoberta de uma grande desilusão. Ela percebe então que não sabe mais quem é ela mesma e quase chega à loucura tentando juntar as peças que compõem seu passado em busca de uma saída pro futuro.

?Meu Deus, uma vida é tão plana, é clara, decorre naturalmente quando tudo vai bem. E basta um esbarrão. Descobre-se que é opaca, que não se sabe nada sobre as pessoas, nem sobre si próprio, nem sobre os outros: o que são, o que pensam, o que fazem, como nos veem.?

Obs.: Essa terceira narrativa me lembrou bastante o livro ?Dias de abandono? da Elena Ferrante, então se você já leu e gostou, provavelmente irá gostar desse livro também.

Obs.2: Eu só havia lido ?O segundo sexo? da Simone de Beauvoir, então esse é o primeiro livro de ficção dela que eu tenho o prazer de ler, com certeza foi um ótimo começo e me empolgou para ler mais obras da autora.
Fabio 22/08/2023minha estante
Que resenha hein?
Uma máquina de escrever!!!!!
Parabéns ,Ray!???


RayLima 22/08/2023minha estante
Obrigada, Fábio ?


Alê | @alexandrejjr 24/08/2023minha estante
Parabéns pelo belo texto, Ray, em especial pelo título! Gosto muito quando outras pessoas por aqui no Skoob colocam títulos em suas resenhas, apontamentos ou comentários. Pra mim é um item indispensável, pois confere uma digital, única e exclusiva, a cada texto. Assim como tu relatasse, também estou tendo minha primeira incursão à ficção da Beauvoir numa novelinha póstuma ? que, confesso, não sei se foi a melhor escolha. Até o momento tenho gostado do estilo refinado e, ao mesmo tempo, simples da prosa dela. Gosto dessa literatura que busca profundidade sem floreios.


RayLima 24/08/2023minha estante
@alexandrejjr eu gostei muito da escrita dela nesse livro, me lembrou bastante o estilo da Elena Ferrante, que eu também sou fã! Elas escrevem sobre sentimentos bem específicos da perspectiva feminina, creio que para os homens deve ser difícil esse tipo de leitura.




Ladyce 26/05/2016

Meio caminho andado
Fui à luta pelos direitos da mulher quando ainda morava nos Estados Unidos, membro da NOW [National Organization for Women] por alguns anos, participei de passeatas e de outras formas de protestos que pediam a igualdade de direitos e de salários entre homens e mulheres. É surpreendente, portanto, até mesmo para mim, só agora vir a ler Simone de Beauvoir, a grande feminista francesa, que revolucionou o pensamento de milhares de mulheres do mundo inteiro, no período logo após a Segunda Guerra Mundial.

Não sei quem tomou a decisão inicial de traduzir pela primeira vez esta série de três contos de Beauvoir e batizá-la com o título insípido de “Mulher desiludida” no lugar de “Mulher destruída” [La femme rompue] do original. Quem quer que tenha sido cometeu um desserviço ao mundo literário e, sobretudo às leitoras brasileiras, diminuindo mais uma vez a mulher, a leitora, com a suavização da própria denúncia feita pela autora. Vale lembrar que os portugueses não fizeram isso em suas edições, lá manteve-se o poder conotativo da palavra ‘destruída’.

Quase cinquenta anos nos separam dessa publicação. É natural esperar que a realidade feminina tenha mudado, que alguns dos assuntos abordados nas histórias pareçam distantes da nossa realidade. É perturbador olhar à volta e constatar que ainda há um número desconcertante de comportamentos destrutivos no cotidiano feminino, semelhantes aos demonstrados nos contos de Beauvoir. Talvez pareçam mais atenuados, disfarçados por outros rótulos, com viés moderno, mas lá estão, vivos na maneira de pensar feminina.

A heroína de “A idade da discrição”, primeiro conto da obra, não consegue aceitar que seu filho adulto pense diferente dela. Ela perdeu o poder sobre o jovem profissional. Mas sua perda é muito maior e bem mais profunda. Seus medos são vários, o pior deles é o preconceito contra o envelhecimento. É uma intelectual que agora duvida de sua capacidade intelectual porque sua última publicação não tem o sucesso esperado. Também seu corpo, assim como o filho a trai, não é mais jovem: “um corpo de velho, apesar de tudo, é menos feio que um corpo de velha, disse a mim mesma… [49]. Tudo contribui para seu desequilíbrio.

O terceiro conto que dá título ao livro mostra o desequilíbrio emocional de uma mulher cujo marido, o centro de sua vida, tem um relacionamento extraconjugal. Mas a traição serve como alavanca para sua destruição. Subitamente Monique percebe que outros aspectos de sua vida não podem mais sustentá-la no mundo idealizado em que vivia. Há a perda da juventude e a realização do tempo que passa. Há o esvaziamento do ninho e a surpresa ao perceber que seu marido teria gostado que ela tivesse trabalhado, que ainda fosse uma profissional. “As mulheres que não fazem nada não suportam as que trabalham.”, ele diz [107]. A observação a fere. O fracasso do casamento ela chega a atribuir à maneira como educou as filhas. E ainda perpetua o sofrimento, pois àquela que segue seus passos, que se torna a dona de casa que ela foi, Monique não poupa: ela a vê com os mesmos filtro com que concebe sua própria imagem. É um momento revelador e profético sobre a perpetuação do preconceito na próxima geração.

Infelizmente, A mulher desiludida ainda é atual. À primeira vista parece que já atravessamos um longo caminho: temos maior liberdade sexual; grande número de mulheres é profissional. Muitas mantêm trabalho fora de casa, mesmo que, por vezes, só o façam por necessidade, mesmo que casadas. Mas basta aprofundar este olhar para perceber que ainda precisamos de uma variedade de mudanças na sociedade, sobretudo na maneira de encarar a vida. Os três contos de Beauvoir são histórias complexas e ambíguas, principalmente a segunda história, “Monologo”, que é um vômito verbal das frustrações de uma mulher contra tudo e contra todos. Mas todos os contos apontam para uma mudança de rumo para as mulheres, e do papel que os homens exercem em nossas vidas. De fato, os homens nos contos não são particularmente fortes. Há em todos um comportamento covarde, inábil, anêmico, vacilante. Para que uma mulher nova exista, há de haver também um novo parceiro mais preparado, eficaz e decisivo. Os dois precisam mudar. Talvez seja por isso que as mudanças não tenham sido mais radicais nos últimos cinquenta anos.

Esta não é uma leitura leve. Bastante deprimente. Revoltante muitas vezes. Mas importante: uma lembrança do caminho percorrido e uma perspectiva sobre aquele por vir. Ainda há muito trabalho pela frente.
Joice (Jojo) 26/05/2016minha estante
Adorei sua resenha!


Claire Scorzi 26/05/2016minha estante
De primeira linha, Ladyce! :)


Rafaela Bernardino 15/11/2016minha estante
Exatamente como me senti. Leitura pesada, deprimente e muito revoltante. É muito curioso perceber a diferença de gênero incrustado em todos os personagens. Inclusive na filha "mais moderna", Lucianne. Não há fôlego, é uma constante vigilância da personagem. Não há ninguém a se confiar. Nem mesmo no próprio passado. Leitura densa! Nada fácil. Não por isso ruim, excelente livro. Grande Simone!


larissa dowdney 26/05/2020minha estante
Embora não tenha gostado do livro, essa resenha é maravilhosa!




Rayssa 07/05/2020

Fundamental
O livro reúne narrativas cujo ponto central é a questão feminina disposta em uma sociedade dominada pelo masculino. O livro nos faz submergir na mente feminina, nos mostrando a decadência e os planos frustrados de vida. Baseada em confidências de mulheres feitas à própria autora, os temas são o casamento, a velhice, a maternidade e o relacionamento com os filhos. Por meio de uma escrita dura, porém sem perder a sensibilidade, as mulheres são descritas com extremo realismo e permanecem na nossa mente depois da leitura. São mulheres que vemos no nosso cotidiano, até mesmo dentro da nossa família, portanto é fácil criar um vínculo e empatia com cada uma delas. O livro suscita discussões atuais fundamentais sobre a visão da sociedade sobre a mulher.

site: https://www.instagram.com/abibliotecaoculta/
almeidalewis 09/05/2020minha estante
Um Semelhante a sua análise


almeidalewis 09/05/2020minha estante
Um semelhante a sua análise que eu gostei muito foi palavra de mulher de Anne Leclerc.amei quase impossível uma mulher não se identificar e ou / ter empatia pela obra descobri ela por uma nota de rodapé num livro de um psiquiatra suíço q escreveu a missão da mulher.demorei mais de 14 anos para conseguir a obra,mas consegui e amei mesmo.


Rayssa 09/05/2020minha estante
Interessante. Vou dar uma pesquisada.




0sabela 23/07/2023

A mulher desiludida
Ruim, o livro prometeu muito para não ser quase nada. Nos contos as personagens são INSUPORTÁVEIS, os contos são extremamente confusos e não são bem desenvolvidos.
Mas talvez só não seja meu tipo de livro.
Denise Ximenes 23/07/2023minha estante
Nossa, minha percepção foi diferente! Talvez seja o momento de ler, que não é propicio sempre!


Denise Ximenes 23/07/2023minha estante
Bela, fiz uma resenha. Se animar, fique à vontade para ler a minha percepção sobre o livro!




spoiler visualizar
Bia 08/04/2017minha estante
Me deixou com vontade de ler :)


thay 08/04/2017minha estante
Menina esse livro é maravilhoso!!! Não vai se arrepender




Alexandre Kovacs / Mundo de K 05/04/2013

Simone de Beauvoir - A Mulher Desiludida
Ao ler este clássico do movimento feminista, me ocorreu questionar por que ainda devemos ler "A Mulher Desiludida" de Simone de Beauvoir (1908 - 1986) mais de quarenta anos após o seu lançamento original. A resposta talvez passe pela constatação de que o feminismo ainda não atingiu o seu objetivo básico de libertação da mulher em muitas sociedades ou ainda simplesmente para conhecer o texto de uma das maiores pensadoras da filosofia existencialista e da política do século XX, mas acho que o livro deve ser lido mesmo pelo que ele tem de melhor e isto pode ser confirmado com o distanciamento crítico que só o tempo promove o fato de ser uma bela obra de literatura sobre a solidão.

A obra reúne três novelas curtas ou contos sobre mulheres maduras que enfrentam crises familiares, profissionais e de relacionamento, paralelamente ao processo de frustração pelo envelhecimento. A primeira narrativa, "A idade da discrição", é claramente autobiográfica e trata do cotidiano de um casal de intelectuais maduros, politicamente de esquerda (semelhantes à Simone de Beauvoir e Sartre) que se sentem traídos pela opção conservadora do filho, Filipe, que decide aceitar o convite do sogro para uma vantajosa posição no Ministério da Cultura em detrimento de sua tese e de uma carreira acadêmica. A sequência abaixo, destaca as reflexões da protagonista sobre a vida em casal e o envelhecimento.

"Sempre oháramos longe. Seria necessário aprender a viver o dia-a-dia? Estávamos sentados lado a lado sob as estrelas, tocados pelo aroma do cipreste, nossas mãos se encontravam; o tempo havia parado por um instante. Iria continuar a escorrer. E então? Sim ou não, poderia ainda trabalhar? Minha raiva contra Filipe se esfumaria? A angústia de envelhecer me retomaria? Não olhar muito longe. Longe seriam os horrores da morte e dos adeuses. Seria a dentadura, a ciática, as enfermidades, a esterilidade mental, a solidão em um mundo estranho que não compreenderíamos mais e que prosseguiria seu curso sem nós. Conseguiria não levantar os olhos para esses horizontes? Quando aprenderia a percebê-los sem pavor? Nós estamos juntos, é a nossa sorte. Nós nos auxiliaremos a viver essa derradeira aventura da qual não retornaremos. Isso no-la tornará tolerável? Não sei. Esperemos. Não temos escolha."

O segundo conto, "Monólogo", tem como matéria-prima o fluxo de consciência da protagonista, Murielle, e o seu sofrimento após duas separações e o suicídio da filha Sylvie. Trata-se de uma composição experimental, em estilo livre e sem pontuação que tenta representar o pensamento confuso e doloroso da personagem diante da solidão em que ela se encontra na noite de Ano Novo.

"Durante toda a minha vida serão sempre duas horas da tarde de uma terça-feira de junho. 'A senhorita dorme um sono profundo demais não consigo acordá-la.' Meu coração deu um pulo eu me precipitei gritando: 'Sylvie você está sentindo alguma coisa?' Ela parecia dormir ainda estava morna. Tinha morrido há algumas horas me disse o médico. Eu urrei rodei no quarto como uma louca. Sylvie Sylvie por que você fez isso comigo? Eu a a revejo serena tranquila e eu desnorteada e aquele bilhete para o pai não significava nada eu o rasguei ele fazia parte da encenação aquilo não passava de uma encenação eu estava certa eu estou certa uma mãe conhece sua filha de que ela não tinha querido morrer mas ela havia exagerado a dose ela estava morta que horror! É fácil demais com essas drogas que são conseguidas de todo jeito; essas garotas por um sim por um não elas brincam de suicídio; Sylvie seguiu a moda: não acordou mais."

No último conto, Monique, típica dona de casa, vive uma situação humilhante ao descobrir que o marido Maurice tem uma amante; abandonada e desprezada ela conta em seu diário a degradação progressiva do relacionamento que ela procura manter de todas as formas, mesmo sabendo que é traída. O apego ao casamento, mesmo com o consentimento da vida dupla do marido com Noelli, a "outra", passa a ser uma obsessão e o único sentido da vida de Monique. Certamente, todos já ouvimos falar de algum caso assim.

"E esta noite, imagino que Maurice pode estar contando nossa conversa a Noellie. Como não tinha ainda pensado? Eles falam deles, portanto também de mim. Entre eles existem conivências como entre Maurice e eu. Noelli não é somente um estorvo em nossa vida: no idílio deles, eu sou um problema, um obstáculo. Para ela não se trata de um passatempo. Pretende manter com Maurice uma ligação séria e é esperta. Meu primeiro impulso fora o certo. Deveria ter dado logo um basta na história, dizer a Maurice: ou ela ou eu. Ele ficaria de mal comigo um certo tempo mas depois sem dúvida me teria agradecido. Não fui capaz."

Sobre o feminismo, agora me ocorre uma ótima citação de Mary Shelley (1797 - 1851), autora de Frankenstein que, já no século XIX, afirmava o seguinte: "Não desejo que as mulheres tenham mais poder que os homens, mas sim que tenham mais poder sobre si mesmas."
isabellamolkoli 18/12/2021minha estante
O feminismo não "libertou" mulheres porque não é interessante pro capitalismo e muito menos aos homens.


Pedro murangu 14/03/2024minha estante
Muito pelo contrário, não libertará por completo, pois vivemos no capitalismo e é super interessante existir um ser dominante nas nossas relações sociais




Samara 19/12/2022

Uma narrativa parada
Segundo livro da Simone que leio, é um livro de contos que conta a história de três mulheres de formas diferentes. É uma narrativa parada sem muita profundidade
Thaty.Abbondanza 19/12/2022minha estante
A escrita dela geralmente é assim ? Mais parada




Nay 10/10/2019

Desiludida estou eu em ter lido esse livro.

No primeiro conto temos uma mulher (tirânica) que quer impor a sua vontade e verdade sobre tudo e todos, quem pensa diferente dela esta errado. Uma mãe que vira as costas para o filho pelo simples fato de que ele quer uma vida diferente daquilo que ELA esperava.

O ultimo é o pior. Monique é um espelho de uma mulher que abriu mão de si própria em prol da família e quando seu marido admite que já não a ama e vem mantendo uma relação dupla a mais de uma ano com outra mulher ela ainda insiste em dar ouvidos às pessoas ao seu redor de que ELA é a culpada ou que as decisões dele são "normais e aceitáveis".

Gosto é gosto, cada um tem o seu, mas depois de ver tantos elogios a essa obra eu me questiono:
"O problema sou eu que não entendi o objetivo da autora, ou, as pessoas preferem fingir gostar e admirar a obra só pq foi escrita por um grande nome da literatura?"

Essa obra foi a forma que uma ativista feminista encontrou de mostrar como a mulher é desvalorizada? Tendo em vista que esse é um livro que foi lançado inicialmente na década de 60, essa foi a forma que ela encontrou de expor seu descontentamento sobre como as mulheres eram vistas?

Eu não sei, o que sei é que não gostei. Simples assim!
Ohanis 09/04/2020minha estante
Acredito que a intenção do livro e causar justamente esse desconforto e promover o movimento contrário em quem lê. Olhando de fora essa situação, você se torna capaz de identificar os pontos culturais que culminaram pra produção do movimento nessas mulheres. Atualmente muitas ainda se encontram em movimentos similares a essas mulheres. O livro fica um convite para análise dessas subjetividades e produção de desfechos e movimentos diferentes em nossa própria vida ?




Ray 27/06/2023

Angústia
Um dos livros que mais demorei para ler, foram uns seis meses de angústia! A leitura era procrastinada muitas e muitas vezes, pois não queria me deparar com a angústia das personagens dos contos. O último foi o mais sofrido e difícil, teve um momento que fiquei tão irada com a obsessão e repetição da personagem que até gritei com o livro. E ainda assim, mesmo angustiante, é uma obra prima. Virou tema de terapia. Leiam Simone.
Milena.Paco 26/07/2023minha estante
Eu achei que era única com essa angústia de ler o que Monique passava.
Eu estou muito nervosa com tudo isso e esperando um final onde ela saia disso kkkkk




Nádia C. 15/02/2016

Resenha Simploria
Gostaria de falar muito mais, mas vou falar só da última novela
A Mulher Desiludida de Simone de Beauvoir me fez ver que antes de querer gritar pra mulher "sai dessa, sua trouxa" precisamos ser cautelosos e entender o que é estar em uma prisão sentimental, em relacionamentos abusivos, tentar entender porque uma mulher passa tanto tempo vivendo das migalhas de "amor" de relacionamentos já destruídos, ou da falta de amor disfarçada de pena, ou da falta de amor disfarçado de ego do "parceiro", entre outros. Simone nos faz refletir, aflora nossa empatia com o outro, nos coloca de frente com a angústia do outro, para que o julgamento (que nem deveria haver) venha depois.
Ela vai tecendo em forma de diário e com muita sensibilidade o olhar de uma mulher que sofre tudo isso e não consegue sair - "mas tá nisso ai porque quer" - e nos faz pensar; será?
Ygor Gouvêa 20/02/2016minha estante
Livraço!




Carla Valle 25/01/2009

Toda mulher deveria ler esse livro! Uma leitura de doer na pele e na alma, reconhecemos nossas mães, tias e as vezes um pouco de nós mesmas. Maravilhoso! Mudou minha vida!
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Dani 18/10/2009

Livro belíssimo, com algumas histórias bem tristes. Tive a oportunidade de assistir a uma peça sobre o livro há alguns anos, em São Paulo.
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rosangela 20/11/2009

A mulher desiludida - Simone de Beauvoir



Simone de Beauvoir dividiu a obra: A mulher desiludida, ricamente, em três contos:

Primeiro conto:

A idade da discrição. Uma autobiografia, uma mãe, uma escritora existencialista e André um esposo intelectual e ético. Pais que educam Felipe para uma vida como a deles: íntegra, educada e ética, porém Felipe aparece, após algum tempo fora da vida depois de casado, como funcionário do Ministério da Cultura cargo indicado pelo sogro, situação expressamente inaceitável por seus pais, mas é a mãe que o enfrenta com mais rigidez, ao ponto de romper relações com o filho por um tempo. Entre muitas tentativas, mais tarde, Filipe amolece o coração da intelectual -mãe escritora-, afinal sua mãe é uma crítica, que estuda profundamente Rousseau e Montesquieu. Nela tudo é meticuloso, é destrinchado, descritivo e crítico, que aliás é o que mais enriquece o conto. Toda essa descrição e posicionamento nesse conflito de geração e de mudanças rápidas. Um filho conservador e os pais esquerdistas.

Sua mãe, uma existencialista, que não quer aceitar as mudanças do mundo e das pessoas, como se fosse possível viver como somos, sem ser afetado pelo que vem do mundo e de suas reais mudanças, sem muitos sentimentos, mas muito realismo e praticidade;

Segundo conto:

Um Monólogo sobre Murielle, uma mulher de 43 anos, que analisa e critica cada gesto alheio. Com a morte da filha, que aparenta ser suicídio, sentiu-se morrer junto à filha e jamais conseguiu recuperar esse tempo. Para aumentar, ainda mais, sua excessiva capacidade de julgar, teve que abrir mão de seu filho para o marido em troca de uma pensão e um lugar para morar.

Lugar esse desprezível e vazio e solitário. Uma marca interessante desse conto é a ausência de vírgulas, talvez para não interromper seu modo de vomitar tudo que pensa e julga sem interrupções durante toda a narrativa. Julga a preferência de sua família pelo marido, que a trocou por outra, julga as pessoas que só sabem parir, julga o excesso de pessoas no mundo, julga a filha que a abandonou, julga o mundo cheio de gente - ela detesta - gente que pari gente - sem pensar no futuro do mundo.

Uma mulher e um monólogo denso é o segundo conto desse livro, construído com tantos julgamentos, em sua maioria com procedência. Um deles, é quando fala, que a civilização é capaz de sujar a lua, mas não pode aquecer um apartamento - seu aquecedor - no quarto, estava quebrado. Era frio seu apartamento, como tantos outros malconstruídos;

Terceiro

Último conto - a mulher desiludida - também denso e detalhado, relata a vida de uma mulher, que vive cuidando do lar, e de repente perde o marido e é desprezada pelas filhas, sendo obrigada a conviver em um lar desfeito, na solidão de seus pensamentos e do seu pavoroso medo de encarar o futuro tão sozinha, mas todas portas que foram fechadas, irão se abrir.

Toda a obra de Simone de Beauvoir revela um feminismo disfarçado vivido de acordo com a época que a autora vivenciou. Os três contos destacam três mulheres, que ultrapassando seus limites e os que foram impostos pela classe dominante em tantos anos, abstraindo-lhes mais e mais espaços, lutam para sobreviverem em um mundo que as ignoram. Esta escritora brilhante denuncia como era o mundo das mulheres, que ainda não haviam conquistado sua liberdade.
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Gabriel 24/02/2011

Angustia
Através de três romances Simone de Beauvoir deixa evidente algumas angustias que teve ao longo de sua vida. Pelas historias tornam-se bastante claras as semelhanças entre suas personagens e ela e Sartre. eh visivel se desejo de ter tido filho, o qual ela realiza nos livros e sua possivel infelicidade de dividir seu esposo com outras mulheres.
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Li 13/05/2011

Resenha emocional
Não se passa incólume às histórias das três mulheres retratadas pela mulher de Jean-Paul Sartre. O cenário é desesperador. Ler as angústias que assolam o imaginário feminino desola; é como receber leves golpes à boca do estômago durante toda a leitura. Quando se é mulher e se é ciente da veracidade das narrativas a experiência se torna mais consistente e, por vezes, mais dolorosa.

A primeira história é a da mulher que se depara com o auge de sua velhice, chegada sorrateiramente nos últimos anos. Revê sua relação com o marido e com o filho recém-casado, o qual demonstra claramente não ter mais a incontestável influência materna. A segunda, um monólogo, é terrivelmente angustiante. O monólogo quando escrito é libertador, mas talvez seu criador não o releia tamanha a agonia que o açoitou durante o processo. No entanto é bem interessante acompanhar os pensamentos depreciativos de uma mulher à beira de um ataque de nervos após o suicídio de sua filha. Por fim, as memórias contadas num diário e que dão nome ao livro, trazem o cenário assolador de uma mulher que descobre mentiras por trás de verdades interpretadas pelas pessoas que julgava mais confiáveis. O que é interessante nesta última história é que o leitor se encontra na personagem de uma forma simbiótica e muito densa, o que esmaga-o. Eu particularmente precisei cessar a leitura por algumas horas, desolada, mas confesso que a digeri de um só golpe.

Todas são acompanhadas da beleza melancólica de Paris, aos olhos da depressão feminina. Só há uma ressalva: é importante ter preparo emocional.
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