Rhuan Maciel 24/05/2021
Este livro é uma parte da resposta que Engels deu a Karl Eugen Dühring, economista que pretendia desbancar autores do passado, inclusive Marx. Nele se fala de como o socialismo utópico tornou-se socialismo científico. Dividido em 3 partes, a primeira fala dos socialistas utópicos, Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen, e como suas ideias já estavam a frente de seu tempo, entendendo, de maneira embrionária, a sociedade capitalista. Na segunda parte, Engels demonstra a mudança do método utilizado para a análise da realidade, a passagem do método metafísico ao método dialético, o qual é uma ferramenta que considera o movimento da realidade, o nascer, mudar, e perecer das coisas, no devir heraclitiano. Além de sair do idealismo hegeliano em direção ao materialismo, mas não o materialismo do passado (em relação a natureza), e sim um materialismo histórico, que considera o ser como objetivo, independente da ideia, ao contrário do que pensava Hegel. Na última divisão do livro, é analisada a transição do feudalismo ao capitalismo, e como a produção na Idade Média era de caráter individual, para a subsistência da família ou do senhor feudal, e apenas o excedente era transformado em mercadoria, o que no capitalismo tornou-se uma regra, toda produção era destinada para mercadoria. Assim o produto torna-se dono dos produtores, e a mais-valia para na mão de poucos. Engels deixa claro as contradições do modo de produção capitalista, e identifica os agentes históricos que porão esse sistema abaixo. Esse texto é um ótimo resumo (e breve) do socialismo científico e de alguns conceitos basilares para a compreensão do pensamento de Marx e Engels.