Dri - @oasisliterario 26/06/2018Se eu puder resumir a minha experiência de leitura em uma palavra, seria 'agridoce'.Durante as férias de verão, Antoine conhece Hélène e, consequentemente, o curioso universo feminino. O que seria apenas mais uma história de verão, se torna uma jornada de descoberta, emoções e transformações na vida de um adolescente que, aos poucos, passa conhecer um lado mais adulto da vida.
A graphic novel "Uma Irmã" apresenta ao leitor as descobertas de um adolescente e as emoções do primeiro amor través de uma representação visual simples, porém primorosa. Com traços leves e finos, o autor conseguiu tornar os quadrinhos expressivos, possibilitando a percepção da transição da ingenuidade de uma criança para a vivacidade adolescente em um único personagem.
Com um toque autobiográfico, Bastien Vivès transformou em história os desejos de um adolescente que anseia pelo afeto e demonstração de carinho, trazendo uma abordagem psicológica dos personagens e evitando que a história seja banal.
No entanto, a diferença de idade entre os personagens foi algo que me causou desconforto durante a leitura. Antoine tem apenas treze anos, enquanto Hélène já tem dezesseis. O jovem, que no início tinha aspectos mais infantis e se preocupava com brinquedos e jogos, é gradativamente introduzido por Hélène a descobertas como álcool, masturbação e sexo. Hélène gosta de fumar, ingerir bebidas alcoólicas e se insinuar para homens mais velhos e, aos poucos, incentiva Antoine a tomar atitudes iguais.
"Uma Irmã" apresenta traços sensíveis sobre os sentimentos contraditórios de quem está entrando na adolescência, mas erra em algumas cenas.
Eu, particularmente, achei algumas situações cruas demais pela questão da idade e, por mais que a intenção do autor seja uma representação mais realística possível, acaba tornando a história um tanto depreciativa.
Se eu puder resumir a minha experiência de leitura em uma palavra, seria 'agridoce'.