O Homem de Lata

O Homem de Lata Sarah Winman




Resenhas - O Homem de Lata


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Marcela @ler_sim_ler_sempre 07/09/2018

Daqueles que nao se espera nada, mas ...
Uma história singela de amor e amizade. De perdas e preconceitos


Em O Homem de Lata conhecemos Ellis, Annie e Michael. As narrativas vão do presente à lembranças do passado.


Onde nosso primeiro narrador é Ellis. Um homem que hoje é sozinho e que tem como companhia apenas o trabalho. Mas que teve uma família, teve Annie. Teve um amigo. Teve Michael.


Confesso que fui arrastando a leitura até mais ou menos a página 75. Que é onde as partes nebulosas vão clareando e a autora vai revelando essa relação dos personagens.


E ao mudar o narrador para Michael a narrativa também muda. Como se a autora colocasse outra parte de sua alma na história. Parece até mesmo outro autor. Rsrsrs... E aquela narrativa melancólica e triste se transforma em algo mais selvagem e cheio de vida. Apesar dos problemas relatados.


Pela visão de Ellis eu vi um Michael cheio de si, com ar de invencível. Já na visão de Michael eu pude sentir sua essência, seus medos, sua paixão e necessidade de agradar o outro.


Houve fatos da vida de Michael que me fizeram embargar. Pode não acontecer com você, pois se trata de algo pessoal, que ja vivi em família. Mas que me ajudaram a me levar pra dentro da história. .


Um livro que você absorve aos poucos cada momento. Em que os personagens vão despindo sua alma e dores lentamente diante de seus olhos. Provando que você não precisa amar uma obra por completo, mas que um simples toque suave pode mudar totalmente sua percepção por aquilo que está lendo.


Aqui você não irá tirar grandes lições, pois ele tem uma narrativa mais poética e que ao meu ver deixou pontas soltas, mas terminará com o coração aquecido por esses personagens e suas dores. E o elo de amor que criaram.


Terminei com vontade de puxar Ellis para um abraço. Dizer que queria que tudo fosse diferente, mas que agora em diante espero que ele consiga fazer a diferença.


Enfim, leiam, conheçam e tratem com carinho Ellis, Michael e Annie.


site: https://www.instagram.com/p/BiiDxrunV08/
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Maria Santos 17/07/2018

O Homem de Lata <3
[...] Você é feliz, Ell?
Feliz?
Por Cristo! Você repete a palavra como se não soubesse o significado.
Eu...sou esperançoso.
Esperançoso... é um bom termo. Você tem um sorriso bonito, Ell”.
Olá, coisados do meu coração. Tudo bem com vocês?
Demorei um pouco para postar essa resenha, mas entendam... Estava absorvendo todo o conteúdo dessa história maravilhosa. Pode parecer de início a maior puxação de saco, mas não é. Homem de Lata é um livro tocante, profundo e cheio de amor para dar e vender.
De início conhecemos Ellis, um homem simples e de bom coração que nunca esqueceu o seu grande amor. Confesso que, ao ler o nome dele eu imaginei que seria “ela” e não conseguia compreender muito bem o ritmo da história. (além de ser meio lesada, a pessoa estereotipou o nome, me julguem). Ao mesmo tempo conhecemos a Annie que tem uma participação na história que, particularmente, achei bem compreensiva, além de linda. Em seguida conhecemos o Michael, um rapaz bonito, charmoso e inteligente. Gostei bastante dele e fiquei um pouco triste ao descobrir que... Bom. Não irei dar Spoiler.
Apostaria todas as minhas fichas, se possível, para que Ellis e Michael ficassem juntos (#alertaspoiler) até o fim. Mas coisas acontecem no decorrer da história e eles são separados pelo destino. Ell se casa com Annie e Michael encontra uma outra pessoa. Nada muito sério. Só que o rapaz fica doente e Michael se vê responsável por ele. Cuida dele até o fim e acho admirável como ele aguentou a barra. Porém, vale salientar que, como bem sabemos, não é fácil ver alguém definhar em nossa frente e não podermos fazer nada.
Durante a narrativa, entendemos os motivos pelo qual o Michael se afasta da Annie e do Ellis, o quanto eles o amava, o respeito que havia entre os três e a vontade que o Michael sentia em contar tudo que acontecia com ele. Mas ele sentia que não deveria, que era algo dele e não deveria aborrecer ninguém.
Enfim, não vou me prolongar mais, pois irei chorar mais uma vez ao lembrar dessa linda história da Sarah Winman, publicada pela Faro Editorial esse ano. Nós do Qualquer Coisa LTDA, recomendamos a leitura desse livro. E se fossemos dar uma nota: 5 estrelinhas lindas

site: www.facebook.com/qualquercoisaltda
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Luiz.Felipe 06/06/2018

O Homem de Lata
Não foi fácil lê-lo, foram necessários alguns meses e duas tentativas, mas quem disse que histórias sobre sentimentos verdadeiros são fáceis e simples de digerir. Emocionante, melancólico e intenso, ele nos leva a uma reflexão imediata sobre a vida e as relações que nos permeiam. Tem por pano de fundo Oxford, Londres e França e traz em seu contexto a literalidade emotiva da arte de Van Gogh e seu amarelo único.
Como a crítica especializada do The Guardian muito bem descreve trata-se de "uma história sobre vidas alternativas que poderiam ter sido vividas se as circunstâncias fossem diferentes". É você, meu amigo galvanizado, quer um coração. Você não sabe o quão sortudo é por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem.
Obrigado Sarah Winman pela linda história e @douglasamorim21 pelo ótimo presente!
#superindico
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Beta Oliveira 16/05/2018

Tem livro que parece “fininho”, mas quando você percebe tem tanta história... Eu fiquei surpresa com a capacidade da autora em condensar tantos sentimentos, ausências, presenças e as entrelinhas que costuram a trama em tão poucas páginas. A autora se poupa – e nos poupa – de palavras e cenas desnecessárias. Ela não precisa escancarar as alegrias e dores dos personagens. A gente entende.
O texto completo está no Literatura de Mulherzinha.

site: http://livroaguacomacucar.blogspot.com.br/2018/05/cap-1470-o-homem-de-lata-sarah-winman.html
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Minha Velha Estante 10/05/2018

Resenha da Adriana Medeiros
O Homem de Lata começa, na verdade, contando um fato fascinante da história de Dora, mãe de Ellis, que será o nosso personagem principal. Leonard, marido de Dora, era um homem turrão, machista, beirando ao grosseiro. Em um ato de coragem e ousadia, Dora ganha um bingo e, na hora de escolher o prêmio, contraria seu marido e os amigos dele ao escolher uma cópia do quadro Os Girassóis, de Van Gogh, ao invés de uma garrafa de uísque. #goDora!!!!
"Foi o primeiro gesto desafiador em sua vida. Como cortar uma orelha. E ela fez isso em público."
Logo em seguida já encontramos Ellis, adulto, sozinho e solitário, em um emprego que não lhe dá prazer, afinal, seu sonho era ser desenhista. Vivendo apenas de suas lembranças.

Dividido em duas partes: Ellis e Michael, o livro trará visões e tons diferentes para esclarecer o leitor.

A primeira parta é absolutamente melancólica, e confesso que tive muita dificuldade pra levar a leitura adiante. Apesar da escrita sentimental e delicada da Sara Winnman que, com certeza absoluta, tem tudo para encantar aos amantes do gênero, essa não é muito a minha praia.

"A vida não era tão divertida sem Michael. Não tinha tanto colorido sem ele. A vida não era vida sem ele."

Vamos conhecer, através das memórias de Ellis, a sua amizade com Michael e a descoberta do amor pelos dois, e momentos difíceis da vida de Ellis que essa amizade seria capaz de ajudar a superar.

"Cores complementares são aquelas que fazem com que a outra se destaque [...]Como eu e Ellis, disse Michael.Sim, ela sorriu. Como vocês dois."

Mas Ellis e Michael se separam...

"Tive paixões, tive amantes, tive orgasmos. Minha trilogia do desejo, como eu gostava de dizer, mas nenhum grande amor depois dele, não pra valer. Amor e sexo foram separados por um grande rio, um rio que o barqueiro se recusava a atravessar."

A segunda parte do livro, narrada por Michael, vai trazer as respostas que tanto desejamos, vai trazer a sua visão sobre ele e Ellis, mas também vai falar de dor e amor.

Sarah Winman fala de preconceitos, homossexualidade, redenção, amizade, amor verdadeiro e da dor que todos esses sentimentos trazem de maneira intensa, quase visceral. Esse é um livro pra ser lido aos pouco, em doses homeopáticas, daqueles que você precisa parar para refletir de vez em quando, se colocar no lugar do personagem para sentir a sua dor.

Como não falar da perfeição que é a edição desse livro? Quando você acha que a Faro já fez de tudo nos livros anteriores que lançou, o pessoal vem e deixa você apaixonado. Sabe aquele livro que você faz questão de levar fora da bolsa pra todo mundo ver que você tem? O Homem de Lata é um desses!


site: http://www.minhavelhaestante.com.br/2018/04/o-homem-de-lata-sarah-winnman.html
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Naty__ 10/05/2018

Você está cansado e fecha os olhos para dormir, porém, suas decisões te fazem refletir o rumo que sua vida tomou, então você percebe que não consegue pegar no sono, por mais que queira, por mais que tente. Simplesmente não dá. Ontem você tinha algo para fazer, não fez. Hoje você poderia fazer outra coisa para diminuir a sua omissão de ontem, resolveu deixar pra lá. Então, amanhã será mais um arrependimento e mais uma omissão. Até quando?

Indignado com esse parágrafo anterior, você indaga: “Mas, Natalia, o que raios isso tem a ver com o livro?” Tudo, meus caros. É exatamente isso que ele trata. De forma oculta, ou bem clara, depende do ponto de vista de cada um. “E quem era Ellis? Quem era Michael?” – Essas perguntas são fáceis. Ellis é o amigo que ficou, Michael é o amigo que resolveu partir. “E ele foi para onde?” – Bom... Esse questionamento é mais complicado. Não necessariamente ele partiu do verbo ir, pode ser que ele tenha partido do verbo despedaçar alguém (e a si mesmo). Ou os dois: foi despedaçado e partiu, ao ser partido.

Em 1963, eles apenas eram garotos, amigos inseparáveis. Faziam tudo junto: nadar, ler, brincar e ser feliz. Desse fruto da amizade nasce algo maior. Depois disso, após uma década, encontramos as histórias separadas. Ellis, agora casado com Annie, e Michael não faz mais parte daquele ciclo, simplesmente sumiu. O que muitos não observam, até mesmo quem está ao seu lado, é o seu jeito complexo de ser. O medo desenfreado de Ellis impede de ter o que deseja, de dizer “sim” para as coisas. É isso que o torna tão real, tão nós.

É exatamente aí que entra o primeiro parágrafo dessa resenha. Fica impossível ler esse livro e não refletir. Sei que muitos mergulham em obras apenas por ler, por lazer, pouco se importando com as lições que elas proporcionam. Mas, essa, não dá. Quando lemos sentimos vontade de pegar cada um pelo pescoço e fazer as coisas tomarem o rumo que desejam. E quanto a nós... Temos tudo mastigado, tudo certo e garantido, mas muitos viram as costas e dificultam o que está tão... Perfeito!

Tantas coisas bonitas ditas aqui. E por que eu não gostei do livro? Não há segredo, gente. A sinopse já mostra que teremos um romance, daqueles conturbados e sem mistério. Não foi fácil, para mim, não gostar. Estava pronta e preparada para curtir e embarcar numa história diferente, com um sentimento por dentro. Mas senti embaraços no percurso. A essência perdeu-se na previsibilidade.

Não se deixem desanimar pelo meu gosto. Se você procurar no Skoob, vai encontrar muita gente que gostou. Faltou muito para me fazer chorar, mas outros derramaram lágrimas logo no início da obra – isso pode acontecer com você, basta sentir e não se preocupar com o que virá. Esqueçam a sinopse, esqueçam os detalhes. Se preocupem com as páginas. Por um instante, deixem a contracapa de lado. Vão por mim. Pode ser que, pelo menos assim, funcione.

Sobre a edição: A Faro capricha, esse é um comentário incontestável e desnecessário maiores detalhes. As folhas são amareladas, com desenhos de girassóis e casas. Os girassóis têm todo o sentido na história, faz parte de um dos personagens que preferi deixar para vocês descobrirem. A capa possui relevo no título, no nome da autora, assim como no desenho das casas e das árvores. A cor é bem chamativa, mas faz jus aos girassóis.

site: http://www.revelandosentimentos.com.br/2018/05/resenha-o-homem-de-lata.html
Angela Cunha 29/04/2020minha estante
Eu tenho tanta vontade ler este livro,mas acho que irei mudar de ideia..rs
Pelo jeito não é uma leitura que funcione da forma como deveria.
Só não dá para negar o trabalho impecável que a Faro faz. Sempre repito que é a editora que mais respeita os ceguetas como eu..rs
Beijo




Nath 30/04/2018

Resenha do blog Pobre Leitora
Terminei esse livro a mais de uma semana e ainda é uma história que me deixa confusa. De fato, não sei nem mesmo afirmar com certeza a quantidade de estrelas que dei na avaliação. O Homem de Lata é um livro que promete muito e procurando resenhas por aí, cumpre o que promete. Menos pra mim. Me senti um peixinho fora d'água ao desgostar dessa história, mas sigo a filosofia de que nada nessa vida agrada a todos, então seguimos em frente.

Sarah Winman nos escreve a história de Ellis e Michael, dois garotos que se tornam amigos inseparáveis ainda na infância e vão se descobrindo juntos conforme crescem. Passam por momentos difíceis e tudo o mais que é de direito.
O livro foca mais em Ellis, o nosso "homem de lata", e separa os últimos capítulos para a visão de Michael. A história se intercala entre presente e passado, com os personagens relembrando acontecimentos e momentos que vão nos mostrando o que aconteceu com esses dois, o que fez com que chegassem até aqui. Confesso que só fui me sentir realmente interessada pela história na parte de Michael, que compõe bem o final do livro. Sinceramente era mais uma história que entraria para a lista de desistência, mas insisti por achar que alguma coisa grandiosa me aguardava no final e... nada. O final foi bem morno.

[...]

Leia a resenha completa no blog

site: https://pobreleitora.blogspot.com.br/2018/03/resenha-o-homem-de-lata-sarah-winman.html
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Lina DC 23/04/2018

Surpreendente!
Em "O homem de lata" o leitor é apresentado a família Judd: Dora, a mãe; Len, o pai e Ellis, o filho. Dora é uma mulher que se recusa a matar os próprios sonhos. Mesmo na década de 50, quando a esposa deveria ser um modelo de obediência ao cônjuge, Dora tem suas vitórias em pequenas rebeliões, como escolher um quadro ao ganhar uma rifa do centro comunitário. Parece pouco, mas para essa dona de casa o quadro representa algo muito maior. E é assim que ela enxerga sua gravidez e o nascimento do seu filho Ellis. Ellis é um jovem sensível e até mesmo artístico que encontra na mãe o incentivo e no pai a repressão e a exigência de se tornar um "homem".

Aos 12 anos de idade Ellis conhece Michael, neto da Mabel, dona de uma quitanda na vizinhança. Os dois tornam-se inseparáveis e a amizade com o passar dos anos, torna-se uma possibilidade para algo a mais.

Depois disso observamos um Ellis solitário, dedicado ao trabalho na oficina de pintura da fábrica de automóveis. E começamos a nos questionar o que aconteceu entre sua infância e a vida adulta. Durante essa jornada em que o leitor é levado pelas memórias do protagonista, observamos o momento em que ele perdeu a sua "essência" e como isso o afastou de tudo e de todos.

Ellis é um personagem complexo e totalmente humano. Seus medos, receios, erros e acertos o tornam palpável e fácil para o leitor se identificar. Quando analisamos a época em que ele nasceu e a dinâmica familiar podemos entender os motivos de algumas de suas decisões, apesar de não concordarmos com elas. A sua solidão é palpável e nos deparamos com um homem que teve o mundo em suas mãos, mas que o perdeu em questão de segundos.

"E Ellis se lembrava de ter pensado que jamais conheceria outra pessoa como ele, e esse reconhecimento, ele sabia, era amor." (p. 73)

O livro também conta a jornada de outros personagens, como Michael. Michael foi um homem que viveu sua vida ao máximo e sua narrativa em primeira pessoa reforça isso.

"Ela sorri para mim e tem olhos inquisitivos, e eu sei que terei problemas com esses olhos, um dia. Não quero que a música pare. Quero continuar cantando e dançando, porque preciso de tempo pra saber o que dizer, porque sei que ELA é a tal, e eu só preciso de tempo." (p. 110)

Sarah Winman escreveu uma obra repleta de significado e lições valiosas. É um testemunho sobre a resiliência do ser humano, sobre a fé e esperança por um dia melhor.

A Faro Editorial realizou um trabalho espetacular. A revisão está muito bem feita, internamente o livro é cheio de detalhes e a capa chama a atenção em sua simplicidade.

"Eu sempre disse, quando ele se comportar de maneira diferente, poderei parar de me preocupar. É difícil para quem nasceu aqui, respirando este ar. Acaba fazendo parte de você, quer você queira ou não. Essas luzes se tornam o amanhecer e o anoitecer." (p. 62)
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Emily 20/04/2018

Arrebatou meu coração...
O Homem de Lata

Em O Homem de Lata encontramos uma narrativa da desconstrução da vida de Ellis, desde antes de seu nascimento até conhecer Michael e depois, Annie, os alicerces de sua vida. Uma história onde aos poucos acompanhamos a série de escolhas influenciáveis que ele fez na vida, que o fez perder não só todos que amava, mas a si mesmo, chegando ao ponto de não de se reconhecer em sua essência, se é que um dia ela existiu.

Perdido e sem rumo, um baque em sua vida o faz acordar para a realidade atual ao mesmo tempo que revive todos os passos de sua trajetória, descobrindo assim o que o fez perder uma parte importante de si no meio do caminho, para que talvez enfim, tenha uma chance de se redimir consigo mesmo, com o passado e aqueles que tanto amou.
?
Começamos aqui com minhas considerações sobre um livro que arrematou meu coração. A narrativa, a princípio, não foi nada fácil absorver. Tudo pode ser bem confuso, pois intercala entre momentos do presente que se relacionam com lembranças do passado, então não é fácil compreender de cara. Foi preciso ir passo por passo para me render à história que Sarah quis me entregar.

Não foi exatamente uma leitura fluída, confesso, acredito por ter essa escrita mais poética e delicada, que faz com que o leitor tenha que prestar atenção em cada detalhe dessas histórias entrelaçadas ao longo dos anos. Porém, ainda assim, com o passar dos capítulos - também alternados entre variações de tempo e personagens -, me adequei bem à ele e pude perceber quão belo esse livro consegue ser.

Todas suas peculiaridades, o torna além de uma simples história de amor. Encontramos aqui um enredo simples, porém repleto de uma tocante melancolia e tristeza que nos envolve até a alma. Um livro sobre perdas, coragem, aceitação pessoal, amizade, mas principalmente, nos falando sempre sobre amores e como seus desdobramentos ao longo de uma vida feita de irreversíveis escolhas pode nos levar à um futuro inesperado. A segunda parte do livro é feita de momentos tão pesados e angustiantes, que realmente não sei como terminei sem morrer de chorar.

Não estava preparada para o baque que esse livro tão pequeno poderia me dar e sinceramente, foi uma das melhores coisas que poderia ter acontecido. Acho que não sentiria as emoções tão fortemente se não tivesse sido pega de surpresa por cada pequena coisa que molda o passado de Ellis, Michael e Annie. Até por isso, não quis dar muitos detalhes na sinopse. O importante é entrar de cabeça na história e ir revivendo cada pedaço dela junto com os personagens, absorvendo todos os detalhes, e assim, você entenderá que a mensagem final é definitivamente uma das coisas mais lindas que ele poderia nos passar.
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Orlando 14/04/2018

O LIVRO É | O HOMEM DE LATA, DE SARAH WINMAN

O Homem de Lata (Tin Man no original), da autora Sarah Winman está disponível no catálogo da Faro Editorial desde janeiro de 2018 (veja AQUI o anúncio do lançamento) e é um daqueles livros cuja história simples e sem grandes pretensões acaba por nos mergulhar completamente na mistura de boa escrita, narrativa imersiva e personagens tão humanos que poderiam ser qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo.

Poderia ser a história de qualquer pessoa no mundo, por isso mesmo simples, por isso mesmo um eco de todo ser humano que ama e sofre com a perda de seus amores. O livro de Winman contém aspectos de escrita e narrativa que me remeteram duas grandes autoras: Clarice Lispector e Virginia Woolf.

Winman sabe extrair do cotidiano humano e de suas pequenas tragédias aquela fatia de realidade particular e ao mesmo tão universal, misto de Literatura e Filosofia comum ao que escreveram Lispector e Woolf que citei acima.

Justamente por essa similaridade com as duas gigantes da Literatura Universal que Winman consegue cativar seu leitor. Um texto objetivo, praticamente seco e desprovido de excessos, O Homem de Lata ainda assim carrega em si uma fortíssima carga emocional e subjetiva contida na sequência dos fatos e na percepção sensível do que acontece com os personagens da autora que, economicamente, trabalha com basicamente dois deles durante as aproximadamente 150 páginas de narrativa.

É interessante notar que uma obra tão pequena em número de páginas seja tão forte em lirismo, narrativa e sensações; outro ponto que mais uma vez me remete ao trabalho de Lispector cuja grande parte das obras é composta por livros relativamente curtos (em torno das cento e poucas até trezentas e poucas páginas).

Mais que uma bela construção narrativa, O Homem de Lata é uma obra sinestésica e estética. Cores, formas, sabores, cheiros, o clima.

Tudo na obra de Winman ecoa algum prazer sensível ao leitor, seja físico ou mental, sempre somos arremessados de encontro a alguma sensação vivida pelos personagens da obra diante de alguma situação: um bom vinho, uma boa música, uma dança, a apreciação de uma obra de arte…

Na história singela criada pela autora, acompanhamos Ellis e seu amigo Michael pelo longo trajeto da infância, adolescência e idade adulta num misto de reflexão, memória e descobertas que vão gradativamente construindo uma história que, como disse no começo do texto, é simples e poderia ser a de qualquer pessoa.

A descoberta da amizade, do primeiro amor, a desilusão dos sonhos criados e desfeitos, a chegada de um novo amor, a lembrança do que foi e a angustia do que poderia ter sido. Esses são alguns dos anseios e momentos na vida do personagens de Winman.

Ellis e Michael ainda jovens descobrem um no outro um amor quase infantil erguido na transição da infância para o começo da adolescência na pequena cidade de Oxford ao lado de familiares e amigos, mas com a total e completa ausência da figura materna de ambos.
Uma ausência pesada e sentida pelos jovens, uma ausência que marcará a história dos dois garotos e fundamental para o elo que se formará ainda tão cedo.

Num livro onde o amor entre dois jovens garotos que se descobrem acaba sendo de total e fundamental importância a figura feminina, ora na figura de Dora, mãe de Ellis, ora na figura de Anne, futura – ou atual esposa de Ellis, dependendo do ponto narrativo da obra –, ora na figura de Mabel, avó de Michael que o recebeu após a morte do pai; as três principais mulheres da vida desses dois homens estão ali mesmo quando não estão…

O HOMEM DE LATA: NARRATIVA, ESCRITA, EMOÇÃO E VIAGENS PELO TEMPO
Ao longo do livro somos conduzidos por uma narrativa limpa, bonita, delicada e que vai se alternando entre vários momentos no tempo através das lembranças de Ellis sobre os fatos do passado enquanto conduz uma vida presente pesada, melancolia e solitária enquanto a autora vai gradativamente nos revelando o que houve com a amizade entre Ellis e Michael, como foi a chegada de Anne na vida de Ellis e como tudo deu errado de tantas maneiras diferentes.

O segundo foco narrativo da obra migra para o ponto de vista de Michael também rememorando o passando e refletindo sobre o presente. Mais uma vez Winman mostra versatilidade e maestria não só como escritora, mas também como narradora ao mudar o foco da terceira pessoa de Ellis para a primeira pessoa na carta de Michael.

Tanto na terceira quanto na primeira pessoa narrativa a autora mostra total domínio de sua técnica e mantém o leitor fisgado no texto limpo, elegante, focado e ao mesmo tempo cheio de sensações de toda ordem; e ainda mais cheio de uma emotividade mista de alegria, melancolia e nostalgia.

O Homem de Lata integra a seleta categoria de obras excessivamente intimistas que ao mesmo tempo são capazes de falar a qualquer pessoa em qualquer canto; o tipo de obra que só mesmo a visão ampla e detalhada de uma mulher é capaz de produzir de maneira tão bonita, simbólica e honesta.

Somo a isso o fato de que a história emotiva e melancolia que permeia o livro é algo diferente do padrão de livros melosos feitos na “linha de produção” dos Best-sellers que há por aí cheios de clichês, pieguice e apelando constantemente para excessivamente artificial.

Não que Winman não recorra a algum clichê ou situação artificial, a autora faz isso, porém quando o faz, faz com o já citado bom texto e a boa condução narrativa através da aliança entre forma e conteúdo de seu texto econômico em quantidade, mas rico em subjetividade e sentido.

Se é necessário algum motivo além desses todos para se aventurar no universo humano e singelo de O Homem de Lata, eu arriscaria acrescentar então o prazer de descobrir uma nova escritora que abre um imenso leque de possibilidades de novas obras.
Aguardo curioso o que vier a autora, merece mais que atenção, merece um lugar reservado na estante…

O HOMEM DE LATA | SOBRE A AUTORA
SARAH WINMAN nasceu em 1964 na Inglaterra e é atriz e escritora. Em 2011, seu romance de estreia tornou-se um bestseller internacional e ganhou vários prêmios, incluindo New Writer of the Year no Galaxy National Book Awards.

O Homem de Lata também está concorrendo a diversos prêmios, e segue como finalista do Costa Novel of the Year do ano de 2017.

O Homem de Lata | Ficha técnica
• Título: O Homem de Lata
• Autora: Sarah Winman
• Gênero: Ficção
• Seção: Romance
• Formato: 15,7 x 23 cm
• Páginas: 160
• ISBN: 9788595810112
• Editora: Faro Editorial



site: http://www.pontozero.net.br/2018/03/26/livro-o-homem-de-lata-sarah-winman/
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Mari Siqueira 12/04/2018

Uma história comovente e sensível ao extremo, O Homem de Lata fala sobre amor, amizade, aceitação e coragem. Como tantas outras vezes, tive meu coração partido durante esta leitura e invejei o homem de lata de O Mágico de Oz por não ter um coração. Chorei e demorei semanas para organizar meus sentimentos em linhas. Temo ter falhado miseravelmente, mas espero que vocês compreendam que existem coisas que não podem ser ditas, apenas sentidas.

Sarah Winman constrói uma narrativa que vai se revelando aos poucos e nos leva a conhecer a vida de um homem que perdeu tudo. Desde sua identidade até sua família, Ellis busca uma razão para continuar. Esse propósito talvez esteja em seu próprio passado, nas lembranças de tempos felizes e nas recordações das pessoas a quem amamos.

Narrado em parte por Ellis e em parte por Michael, O Homem de Lata vai nos levar às memórias da juventude desses dois homens e mostrar porque tudo mudou. As vidas deles tomaram rumos diferentes e os sentimentos dessa amizade se perderam com o tempo, como tudo se perde um dia. Deixar algo ir é difícil mas conviver com a saudade é cruel, essa dor nostálgica permeia o livro todo e aperta o nosso coração com a mesma força que desejamos apertar os que partiram num abraço.

O tempo, a vida e o destino podem ficar no caminho dos nossos sonhos, mas nunca poderão nos fazer deixar de sonhar. Existem tantas possibilidades e vidas alternativas que poderíamos estar vivendo mas só uma podemos, de fato, viver. Nessa vida, nos foi dado um coração, uma relíquia pela qual o homem de lata daria qualquer coisa. O que ele não imagina é que esse coração quando partido não se conserta com metal e nunca mais volta a ser igual.

"E você, meu amigo galvanizado, quer um coração. Você não sabe o quão sortudo é por não ter um. Corações nunca serão práticos enquanto não forem feitos para não se partirem." (p. 7)

site: http://instagram.com/sobreamorelivros
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Blog Stalker Literária 06/04/2018

“Eu sabia que estava perdendo o controle do meu coração. Estava apaixonado. E era o homem mais feliz da terra.” O Mágico de Oz




Leio esse livro num momento bem reflexivo da minha vida. um livro que me fez pensar nas escolhas que fazemos e nos rumos que nossa vida toma de acordo com elas. O Homem de Lata vai contar a história de Ellis e seu amigo Michael. Vamos acompanhar suas memorias e como tudo tomou o rumo diferente dos planos dos dois.

Não existe nada de excepcional na rotina de Ellis, desde cedo obrigado pelo pai a trabalhar numa fábrica de carros, ele é o "martelinho de ouro", e sua vida é vazia agora, aos 45 anos, viúvo, passa as noites na fábrica e o resto do dia na companhia de uísque. O vazio que a perda da felicidade deixou para trás, faz com que sua melhor companhia sejam as memórias da esposa Annie e do amigo Michael.

"Mas era minha humanidade que me levava a procurar, só isso. Que nos leva a todos. A simples necessidade de pertencer a algum lugar."

No passado amigos inseparáveis, Ellis e Michael sonhavam e faziam planos para uma vida longe de onde moravam, uma área industrial no subúrbio de Oxford. Vamos vendo as memorias da infância com a mãe de Ellis, Dora, uma mulher apagada pelo casamento com um homem insensível e abusivo, que encontra alegria nos meninos e na sua replica de Os Girassóis de Van Gogh, ela se enxerga na delicadeza do quadro e tenta passar os meninos toda ternura que consegue. E como ela teve influência em suas vidas.

Michael definitivamente foi o personagem que amei, enquanto que Ellis é mais calado, introspectivo, um sonhador. Michael é alegria, eferverscência, o que traz a luz as coisas. .Engraçado como a autora me fez sentir quando lia as memorias de Ellis e Michael, sentia que com Ellis tudo era muito cinza, nublado enquanto as de Michael, apesar de tudo era como se o sol estivesse o tempo todo com ele, sob sua ótica as coisas são mais leves, mesmo quando tudo é tão pesado. Apesar de pouco se falar sobre Annie, a esposa de Ellis, você sentia que ela era generosa, alegre e amável. No pouco que se mostrou sobre ela bastou pouco para sentir isso.

"Ellis se lembrava de ter pensado que jamais conheceria outra pessoa como ele, e esse conhecimento, ele sabia, era amor."



O livro aborda de maneira sutil o homossexualismo, a autora não fez alarde e grandes questionamentos e tornou uma história que podia ser pesado em algo mais leve, mesmo que melancólica. Foi uma leitura rápida, além de ser curtinho, ele tem 156, você se envolve nas memorias e reflexões de Ellis na primeira parte do livro e depois, na segunda parte com as memorias de Michael.

Minha dificuldade maior na leitura é que a história não segue de forma linear, ele vai e volta nas memórias do passado e tive que ficar atenta pois não existe uma separação, ele está no presente e do nada se você não estiver ligado pode se perder um pouco, mas passado algumas páginas eu consegui me situar e me acostumar com a proposta da autora.
Não posso deixar de elogiar a edição do livro. A capa, a espessura das páginas, a diagramação, foi feita com muito cuidado e tornou o livro um produto final lindo e faz você sentir a conexão com a história. A editora Faro caprichou e não decepcionou. Nota 10.

"E me pergunto qual poderá ser o som de um coração partido. E acho que deve ser baixo, quase imperceptível, sem nenhuma dramaticidade. Como o som de uma andorinha esgotada caindo suavemente na terra."

Um livro que fala de escolhas, amor e ternura, as verdadeiras amizades e as inseguranças tão típicas da juventude. O medo, o preconceito velado, os tantos "se" que mudam os rumos de uma história. As palavras não ditas. O que se deixou para trás. O que ignoramos. Que me fez perguntar quando amores perdidos por incertezas e medos, criados pelo preconceito e falta de aceitação, não foram perdidos, desperdiçados, quantos corações perdidos ficam pelo caminho por conta dos ''se". E se eu tivesse coragem? E se eu não tivesse pego aquele trem? O quão frágil nos somos. Mais fácil explicar esse livro com sentimentos.

site: http://www.stalker-literaria.com/2018/04/resenha-o-homem-de-lata-sarah-winman.html
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chayaleluia 03/04/2018

O Homem de Lata - Sarah Winman, @faroeditorial | #ResenhasChay

"Eu sabia que estava perdendo o controle do meu coração. Estava apaixonado. E era o homem mais feliz da terra." - O Mágico de Oz

Em 1963, Ellis e Michael eram dois garotos de doze anos que se tornaram grandes amigos durante muito tempo. Até que um dia algo muito maior que uma grande amizade cresce entre eles, mas então, avançamos cerca de uma década nesta história e encontramos Ellis, agora casado com Annie, e Michael não está mais presente em sua vida. O que aconteceu nos anos que se seguiram?
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O Homem de Lata é uma história de amor que não pode ser resumida em apenas isso, delicada, reflexiva e com personagens cativantes, Sarah Winman nos presenteia com uma aventura incrível.

O livro me pegou mesmo na primeira parte, eu me apaixonei de cara quando comecei a ler, não tem como não sentir empatia pelos personagens.

O livro infelizmente é pequeno, porém com um conteúdo completo. Em certas ocasiões tive dificuldade com a escrita da Sarah que achei lenta e a falta de divisão dos capítulos me deixou confusa, contudo, o livro passa uma mensagem para nós leitores de ternura, compaixão e amor.

Recomendo a leitura para todos!

#OHomemdeLata #FaroEditorial #SarahWinman
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