Ensaio sobre a lucidez

Ensaio sobre a lucidez José Saramago




Resenhas - Ensaio sobre a Lucidez


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Jora.Fernandes 14/06/2019

Ler Saramago é sempre uma experiência de imersão pra mim. Não consigo ler nada ao mesmo tempo, tenho alta identificação com os personagens, parece que estou ouvindo alguém contar uma história longa e interessante.
Por que ouvindo e não lendo? O estilo único dele escrever se destaca quase como a linguagem oral, é fluido e sem a entonação correta a gente acaba se perdendo. Mas até esse exercício de tentar decifrar que parte da história é aquela frase (um pensamento, uma fala interrogativa, uma afirmação, etc) é pra mim prazeroso. Os parágrafos longos e a economia na pontuação também exigem muita concentração do leitor. É um autor que eu sei que não dá pra ler com pressa, mas vale a pena cada minuto gasto.
Enfim, história maravilhosa sobre a lucidez refletida no voto em branco da maioria das pessoas de uma capital, capital esta do mesmo país que anos antes sofreu com a cegueira coletiva já narrada no outro livro que amo (afinal, os dois livros terem Ensaio no nome não é mera coincidência); a volta de personagens queridos do Ensaio sobre a Cegueira, a maneira cínica e tão real com que os políticos e a politicagem são retratados, tudo, tudo mesmo, é simplesmente envolvente.
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Gleidson 30/12/2022

O Pior que eu já li de Saramago
O livro é bem escrito (como se era de esperar de Saramago), eis a única qualidade desse livro. Primeiro: a questão dos votos brancos não causaria uma celeuma em país nenhum, basta contar só os votos válidos e pronto! Só isso enfraquece muito a narrativa desse livro. Segundo: A ligação que Saramago faz com Ensaio Sobre a Cegueira é ridícula e não faz o menor sentido. Saramago foi bom em mostrar as fragilidades da nossa sociedade em Ensaio Sobre a Cegueira mas nesse aqui ele forçou a barra e muito!
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wiz 11/12/2022

????
O livro é uma continuação de "Ensaio sobre a Cegueira", no entanto trazendo uma critica à fragilidade do sistema eleitoral/politico.
Lembrando que Saramago escreve sem algumas pontuações e poucos parágrafo e o livro é sem capítulos. Os personagens que acompanhamos vão mudando ao decorrer da história e mesmo os personagens não tendo nome, se entende o que se está a acontecer. Às vezes, não é uma cena real e sim uma hipótese na cabeça do personagem e deve-se atentar a isso.
O livro é muito bom, pois ao mesclar os dois livros e ao decorrer dos acontecimentos, as coisas vão se tornando melhores e a leitura mais confortável.
Prestem atenção no jeito metafórico de Saramago escrever as coisas. E pesquisem as traduções de algumas palavras, a leitura fica melhor.
É muito bom para sair da zona de conforto!!! E se desafiar ??
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Karinny 19/02/2020

Aí vem Ensaio Sobre a Lucidez, para coser o que Ensaio Sobre a Cegueira tinha alinhavado. Um livro que me deixou impaciente e angustiada, assim como seu antecessor; sentimentos que eu arrisco a achar bons, quando estou na experiência de uma história.
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Michaela 26/02/2020

Ensaio sobre a lucidez
Num país indeterminado decorre, com toda a normalidade, um processo eleitoral. No final do dia, contados os votos, verifica-se que na capital cerca de 70% dos eleitores votaram em branco. Repetidas as eleições no domingo seguinte, o número de votos brancos ultrapassa os 80%.
Receoso e desconfiado, o governo, em vez de se interrogar sobre os motivos que terão os eleitores para votar em branco, decide desencadear uma vasta operação policial para descobrir qual o foco infeccioso que está a minar a sua base política e eliminá-lo. E é assim que se desencadeia um processo de rutura violenta entre o poder político e o povo, cujos interesses aquele deve supostamente servir e não afrontar.
Mais uma vez Saramago surpreende na escrita e na história. Para que se interessar é necessário fazer a leitura do livro "Ensaio sobre a cegueira".
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Carlos 09/04/2020

Esteja pronto para tudo
Um dia de chuva, uma eleição. Vestígios de um passado arquivado num armário com palavras "SECRETO" em tons cor de sangue. Se me pedissem pra resumir Ensaio sobre a lucidez seria isso.

Continuação [in]direta de Ensaio sobre a cegueira, este livro nos trás a tona a pergunta "e se um raio cair duas vezes no mesmo lugar?". A cegueira branca retorna, mas talvez não seja tão ruim desta vez. Dizem que o poder emana do povo, então o ato de não votar, de não querer manter o sistema político é uma decisão do povo. Saramago não atribui a essa tomada de consciência a ninguém e nem a grupo politico algum.

Essa cidade portuguesa já foi palco da barbárie humana quando os homens agiram como animais e só uma mulher pode guiá-los. Agora, quando os animais restituíram sua condição humana, a mulher deve pagar pelo "crime" que cometeu.

O final do livro para mim foi uma das coisas mais espantosas que já li, é direto no ponto, cirúrgico, o leitor não tem tempo de sentir piedade, já está virando a página para saber o que acontecerá em seguida e o livro acabou.

Saramago fez um verdadeiro ensaio sobre o que é ser ser humano, um ensaio sobre a condição humana e suas relações sociais em situações extremas. Um leve toque no tecido da realidade pode destruir pessoas, famílias, uma nação. Quando o povo abstêm do voto, uma revolução, mesmo silenciosa tem inicio, contudo o sistema não pode parar e deve voltar aos trilhos do "progresso".
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Alineígena Alien 22/04/2020

Este é um livro difícil. Acredito ser importante se interessar bastante por política para conseguir fluir na leitura.
Saramago, como sempre, é genial. Esta obra se situa como uma espécie de continuação de Ensaio sobre a Cegueira. Lê-lo de forma independente pode funcionar, mas não trará toda experiência possível de desfrutar. Foi um livro que acabei demorando mais que o normal para terminar de ler, mas me trouxe muitas reflexões e uns tapas na cara. Tem muitos diálogos, e muitos deles imaginários, e daquele jeito típico de Saramago: todos no mesmo parágrafo, separados apenas por vírgulas, com perguntas sem pontos de interrogação e misturados à narração. Para quem nunca leu Saramago, recomendo começar por outro livro, para acostumar com a escrita. Ensaio sobre a Cegueira seria perfeito para se ter uma boa base e contexto para Ensaio sobre a Lucidez. Para os que se sentirem confusos durante a leitura, recomendo insistência e paciência. No fim das contas, é um livro que vale muito a pena, mas reafirmo que para a maioria dos mortais, como eu, é um livro difícil.
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Juliana JRS 05/06/2020

Obra importantíssima
Sou suspeita pra falar das obras de Saramago pois sou completamente apaixonada por ele. Leiam.
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Vini 17/09/2020

Lucidez
Que livro! Essencial inclusive para a nossa realidade de hoje. História intrigante como a de seu prequel.
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Marcela.Alessandra 11/10/2020

Continuação do impactante Ensaio sobre a Cegueira chama a atenção para o paralelo entre a cegueira branca do livro anterior e discute sobre as consequências de que se os eleitores de uma determinada cidade não fossem votar e os que fossem, votassem em branco, tema que deveria ser melhor debatido e discutido melhor e mais nos dias de hoje, onde vivemos numa democracia onde o governo se reúne para conspirar e pensar o que fazer para resolver a situação do país sem ter que cortar na própria carne. O poder corrompe mesmo, ainda mais aqui no Brasil onde o povo utiliza do famoso ?jeitinho brasileiro? para resolver problema, custe o que custar e haja o que houver.
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Monica 27/12/2020

Um uivo de lamento
Quatro anos após uma epidemia de cegueira branca, um país vê-se tomado por uma onde de votos brancos e abstenções que abalam o setor político da nação.
O livro passa então a relatar os esforços dos governantes em retomar à confortável previsibilidade do estado democrático até então.

Em um livro que talvez seja muito mais sobre o discurso do que sobre os fatos, Saramago domina o ?politiquês? tão bem quanto o português para nos mostrar o ?democratiquês? como o é.
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Alguma Resenha 04/01/2021

Neste romance, José Saramago aponta as fragilidades da democracia
Antes do lançamento de Ensaio sobre a lucidez, em 2004, José Saramago afirmou que o seu novo livro causaria tanta polêmica quanto O evangelho segundo Jesus Cristo, sua obra-prima lançada em 1990. Apesar de o título remeter a Ensaio sobre a cegueira e o autor ter feito comparação com o Evangelho segundo Jesus Cristo, Ensaio sobre a lucidez fica longe de alcançar o nível de qualidade dessas duas obras do genial escritor português.

Este livro continua os eventos de Ensaio sobre a cegueira: quatro anos após a epidemia de cegueira branca ter assolado a capital de um país fictício. Agora, a cidade enfrenta uma nova epidemia, o do voto em branco. Nas eleições municipais, 83% do eleitorado anulam seus votos e o restante são divididos entre os três partidos que disputam a eleição, o partido da direita, o do meio e da esquerda. Governado pelo partido da direita, o governo do país enxerga o resultado do pleito como ato de anarquia e uma ameaça à democracia. A partir de então, acompanhamos os líderes políticos elaborando ações para descobrir as razões por trás do resultado e medidas para frear esse movimento revolucionário.

Os líderes políticos, no caso, são o primeiro-ministro, o ministro do interior e o presidente da nação. Na primeira parte do livro, os três assumem o protagonismo da narrativa e se metem numa disputa para ver quem toma a decisão mais estúpida e autoritária para resolver o problema. Já na segunda parte, as personagens de Ensaio sobre a cegueira retornam e matam curiosidade do leitor acerca do destino delas após eventos narrados no livro.
Aliás, esse é o grande problema do romance. Na primeira metade, a leitura não engrena. São narrados diversas reuniões do conjunto de ministros que compõe o governo e os efeitos das decisões tomadas por eles. As três personagens principais – o primeiro-ministro, o ministro do interior e o presidente – são pouco desenvolvidos e quando o autor opta narrar diferentes eventos dentro da capital, ele escolhe personagens ocasionais. Tais escolhas dificulta a conexão emocional do leitor com a obra, o que mantém os níveis de tensão com a narrativa em patamares baixos.

Quando os protagonistas do Ensaio sobre a cegueira aparecem, a narrativa torna-se fluida, porque agora temos um protagonista bem desenvolvida pelo narrador para acompanhar na parte final do livro, o comissário de polícia: um enviado para investigar uma possível ligação entre o fato da mulher do médico não ter cegado, durante a epidemia branca, com a esmagadora maioria dos votos em branco.

Em relação ao tema, o romance de Saramago traz questões importantes sobre a fragilidade dos regimes democráticos. Sob o pretexto da massa dos votos em branco serem uma ameaça à estabilidade democrática do país, o ministério, composto por membros do partido da direita, elaboram uma série de medidas que suprimem os direitos da população, cerceiam a liberdade de imprensa. Nenhuma delas, no entanto, dão resultado, ao contrário, tornam mais grave a situação.

O primeiro-ministro, seduzido por pensamentos tirânicos, se aproveita da situação para buscar centralizar o poder em suas mãos. Enquanto o ministro do interior, procura crescer dentro do partido, encontrando no chefe de governo um obstáculo. Já o presidente, frustrado por não possuir tantos poderes, busca alguma relevância política.
Embora lembre em alguns momentos a situação política brasileira, a obra se diferencia justamente na sensatez do ministro da justiça apresentado no livro: inconformado com as atitudes autoritárias tomadas por seus colegas, o ministro clássica o ato dos cidadãos como uma manifestação de lucidez.


site: algumaresenha.wordpress.com
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Eric Vinicius 26/01/2021

"É como a vida, minha filha..."
O "Ensaio sobre a cegueira" não precisava de um spin-off ou uma continuação. Penso que foi a paixão política de Saramago que o impeliu, desajuizadamente, a correr o risco de enfear uma de suas obras mais belas. Mas, para minha inteira sorte de admirador, senti que a emenda ficou tão boa quanto o soneto. Com o mesmo estilo distópico do ensaio que o antecede, este romance é carregado por uma angústia sufocante, se não escura e claustrofóbica como a de Franz Kafka, certamente desconfortável pela denúncia de uma realidade fugidia, como reconhece ao português a Academia Sueca. Tecido tipicamente com variações de ritmo e fluxos de consciência, o enredo demora a se desenrolar com fluidez; quando o leitor se liberta da aversão à escrita heterodoxa, marcada por parágrafos extensos e sem economia de apostos e inversões, onde afinal se revela de modo inimitável a ironia sagaz e nada rabugenta do autor, enfim consegue desfrutar de uma história intrigante contada como que oralmente (onde mora a minha paixão pelo escritor, ao me remeter a Gabo e sua solidão). A alva capital de "Ensaio sobre a lucidez" nada tem a ver com a multicolorida Macondo, entretanto: ao mergulhar nela para acompanhar os desdobramentos de uma conspiração criada - esta sim - pelo governo, não nos deparamos com apaixonados Coronéis Aurelianos Buendía, mas com políticos pragmáticos cuja inépcia dos primeiros capítulos é aos poucos ofuscada por uma maldade perturbadora, que oxalá reproduzisse apenas um cenário fictício e não atual. O fim trágico e abrupto é um choque de realidade que deixa aberta uma ferida que parecia ter se fechado no primeiro romance: "É como a vida, minha filha, começa não se sabe para quê e termina não se sabe porquê".
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Bianca674 19/02/2021

Sempre um prazer ler Saramago mas entre esse e Ensaio sobre a Cegueira gostei mais do último.
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Mari 05/09/2021

Extremamente atual, Saramago critica e satiriza as ações de um governo que não tem apoio popular e é capaz de tudo para enquadrar a população e forjar uma narrativa que justifique os votos brancos de mais de 80% da população.

Embora seja um pouco cansativo, é uma sequência interessante de ?Ensaio sobre a cegueira?. Tem doses de reflexão e humor características do autor que tornam a leitura agradável.
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