O arquipélago

O arquipélago Erico Verissimo




Resenhas -


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ClAudio 29/01/2023

Política atualíssima
O livro é longo (mas nem por isso ruim ou desinteressante) e tem excessivas divagações sócio-políticas e filosóficas. Especialmente aquelas vindas de Floriano Cambará, inegavelmente o personagem mais chato e covarde (em todos os sentidos) de toda a trilogia.

Este livro 3 da trilogia é o pior dos três (o primeiro é excelente e o segundo começa muito bom e termina bom), mas nos brinda com um resgate histórico da vida política rio-grandense e brasileira que até parece atual, atualíssima.

Nos mostrando que a história do Brasil anda em círculos. Que nossa democracia ainda é um arranjo que pode ser abalada quando parte da elite política se vê afastada do poder. Que eleição (sufrágil) pode ser desconsiderado quando não agrada. E que o recurso ao motim ou à guerra civil não é de todo absurdo. E nesses momentos brasileiro pode matar brasileiro. Ninguém é irmão de ninguém: são federalistas contra republicanos, maragatos contra chimangos, integralistas contra comunistas, eles contra nós, nós contra eles, o certo contra o errado e assim vai...

No final, certo estava Caetano Veloso quando diz: "será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da América católica que sempre precisará de ridículos tiranos" (Podres Poderes, 1984).
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Gislane Oberleitner 08/05/2021

Foram mais de 2200 páginas acompanhando a história da família Terra Cambará e também a nossa história, começando em 1745 é terminando em 1945. Não tem nenhum personagem perfeito, todos tinham seus defeitos, cometiam erros, se contradiziam...
Muitas mulheres fortes, como Ana Terra, Bibiana, Maria Valéria, Sílvia.
Minha melhor leitura deste ano até agora. Se puder, leia, não irá se arrepender de participar dessa família. ??????
? O tempo é como um barco a vela. Nos dias em que o vento sopra pela popa, o tempo anda depressa. Mas quando o barco navega contra o vento, então as horas parecem semanas e os meses, anos.? - Bibiana
... Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado...
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Bia 07/03/2019

Impressões sobre O Arquipélago e O tempo e o vento
Este texto não é uma resenha, é mais a confissão de uma leitora encantada que não tinha com quem conversar sobre o final de uma obra que a cativou completamente: O tempo e o vento, de Erico Verissimo. É uma confissão sobre o momento em que o leitor fecha o livro e exclama mais uma vez: como é maravilhosa a Literatura!

Fecho o livro com a sensação terna e, mais do que tudo, literária que vem com chegar ao fim de uma história, a qual ainda se seguiram cronologia da obra, breves biografias do autor, uma lista de suas obras, e ainda a última e derradeira página com todas as edições e reimpressões do livro e as informações sobre a diagramação, tipologia, impressão e sobre o papel certificado e produzido a partir de fontes responsáveis. Passei os olhos ainda marejados por todos essas formalidades pós-FIM até fechar, enfim, o calhamaço de 968 páginas sem orelhas, e olhar para sua capa já com saudades de sua presença. O tempo e o vento. Então é assim, no arquipélago, que termina uma das maiores obras da literatura brasileira.
Fico alguns momentos abraçada a ele, sentindo-me ainda envolta pela atmosfera da história. É cruel para o leitor o fim de um livro, principalmente quando é o fim de uma obra que cobre duzentos anos da história de uma família, de uma cidade fictícia, mas inspiradas e baseadas em famílias e cidades reais no espaço e no tempo da História com H maiúsculo do Rio Grande do Sul, do Brasil e da vida de Erico Verissimo. Depois de tudo, de ver os personagens nascerem, viverem, amarem, morrerem, de repente um ponto final corta toda a correspondência de gerações do leitor com essas “pessoas” em quem ele investiu horas, dias, semanas de seu tempo para conhecer, cujas histórias o próprio autor levou 27 anos para desenvolver. E o que lhe sobra é um futuro reencontro que não dirá nada do futuro e nada de novo sobre elas, uma releitura que talvez nem venha a ocorrer. E daqueles seres que ele sente que pegou no colo quando bebês sobra a memória que será comumente traduzida como uma boa leitura.
A Literatura é maravilhosa. Esse é um dos momentos que sou relembrada disso e agradeço por tudo o que me leva a essa conclusão, ter sido alfabetizada, ter sido apresentada aos livros e por ter crescido em meio deles, pela inteligência humana que levou à existência da arte das palavras e a sua acessibilidade.
Sou tão parecida com Floriano e Sílvia. Ela é espelho dele, que por sua vez é espelho do próprio autor. E eu, leitora de sua obra mais de cinquenta anos após ter sido publicada, vejo também meu reflexo neles todos. Sim, que coisa incrível é a Literatura. No diálogo entre Floriano e Rodrigo o próprio autor revela que há o encontro entre criador e criatura. E eu, como leitora sou ainda uma terceira pessoa-personagem em tudo isso. Afinal, a matéria-prima do escritor é o ser humano, esteja ele dentro ou fora da obra. Essas ilhas, como pensa Floriano, que precisam ser unidas num arquipélago.
Há muitas camadas de metalinguagem.
Amo a Literatura. Amo ter entre as minhas lembranças as lembranças de outras pessoas, narradores, personagens, autores, que são reais por terem sido incorporadas à minha experiência a despeito de sua não-existência. O tempo e o vento estão agora gravados em mim com as vozes de Ana Terra, Luzia, Bibiana, Licurgo, Maria Valéria, Rodrigo Cambará, Floriano, Sílvia, Neco Rosa, Liroca, Pepe García, Toríbio, e por aí vai... E o vento sopra nas janelas do Sobrado. Noite de vento, noite dos mortos. Ainda bem que sou leitora, e para mim ainda estão todos vivos e bem guardados dentro das páginas desses três volumes. Embora muitas vezes eu tenha me emocionado ao “presenciar” as mortes de tantos desses.
Hoje ainda é dia de deixar o livro por perto só para me desacostumar de sua presença silenciosa, de caçar os trechos cujas páginas anotei, de me habituar à ideia de que terminou, de lembrar e fixar esse terceiro volume junto com os outros dois em minha mente de forma que logo, logo não conseguirei diferenciar o fim de um e começo do outro. De escrever essas impressões de leitor que não tem com que conversar sobre a obra pela qual se apaixonou. Não conheço ninguém que já tenha lido a obra toda. Como eu queria! E alguém que ainda tivesse frescos na memória como tenho agora o nome dos personagens, seu trejeitos, enfim, sua quase que tridimensionalidade, realidade, fidelidade aos seres humanos reais... Alguém para dizer: sou como Floriano e Sílvia, como é maravilhosa a Literatura, é isso que quero fazer. Queria ter uma paixão assim pelas coisas da vida real, mas fui conquistada pelos livros, e pelos de ficção, tragada pelas palavras negras estampadas em fundo branco. E de certa forma é assim que amo mais os seres humanos, conhecido mais espécies deles por meio dos autores de diferentes partes e épocas do mundo do que eu poderia fazer ao longo de toda a minha vida. E o que estou escrevendo está mais no tom da narrativa do que no tom de quem sou plenamente, é um exagero, mas afinal, é parte de mim. De certa forma essa obra trouxe a Erico maior conhecimento de si e de seu povo, bem como traz a Floriano seu verdadeiro nascimento e reconciliação com sua terra, e extrapola criador e criação – mais uma vez -, fazendo-me entender como leitor, o que certamente ocorre com outros, mais sobre mim mesma, meu povo e o ser humano e a vida.

"- Estou chegando à conclusão de que um dos principais objetivos do romancista é o de criar, na medida de suas possibilidades, meios de comunicação entre as ilhas de seu arquipélago... construir pontes... inventar uma linguagem, tudo isto sem esquecer que é um artista, e não um propagandista político, um profeta religioso ou um mero amanuense..."
- Floriano em O arquipélago, pág. 218.

site: http://www.minhasleituras.com/2019/03/o-momento-em-que-o-leitor-fecha-o-livro.html
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Crixtina 15/11/2023

O tempo e o vento
Sem palavras para descrever ?. Só leiam!
Me sentindo órfã desta família !! Simplesmente amei !!
Só um dos diálogos maravilhoso
?- Tu sabes que não tenho nenhuma fé.
?- Como não? Vocês comunistas se sacrificam a ponto de estarem dispostos a morrer pela causa do proletariado, da fraternidade universal e quejandas besteiras. Por outro lado não acreditam em recompensas numa outra vida, e, se morrem, nada ganharão também nesta? Assim sendo, o que leva vocês a esses sacrifícios é inescapavelmente uma fé que transcende a dialética marxista. Logo, comunismo é religião.?
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Abduzindolivros 16/04/2024

Que desfecho excepcional para uma trilogia que é cara do Brasil e de todos os brasis que o compõem! Erico Veríssimo foi rei nesta obra!

Rodrigo Cambará retorna a Santa Fé após a renúncia do presidente Getúlio Vargas, seu amigo. Os mexericos que envolvem esse filho icônico do Rio Grande são fomentados com a presença de sua amante de vinte anos. Numa noite de amor com a jovem, Rodrigo sofre um infarto e, acamado, terá a oportunidade de se reconciliar com seu passado e, sobretudo, com o presente ? principalmente na figura do filho Floriano.

Essa leitura me despertou muitas emoções. Durante boa parte, lidei com o cansaço de ler as repetições das brigas políticas que os machos de Santa Fé se envolviam. Estava de saco cheio da instabilidade, das traições e da arrogância do Rodrigo. Tudo o que eu admirava no Capitão Rodrigo parecia ter se esvanecido só em defeitos no seu bisneto homônimo; mesmo as boas ações se perdiam na quantidade de cagadas que o homem fazia.

Contudo, os capítulos finais amarram o propósito de toda essa ?enrolação? envolvendo Rodrigo. Conforme o desfecho da história se aproximava, as divagações de Floriano Cambará se faziam mais presentes, e a partir do olhar crítico do filho mais parecido com os Terra e os Quadros, conheci melhor a figura do Rodrigo, pude compreendê-lo e aceitá-lo. A cena de acerto de contas entre pai e filho, na qual Floriano finalmente toma coragem para falar sobre como as atitudes de Rodrigo o afetaram durante a vida foi algo magnífico de ser. Foi um diálogo revelador, simples e muito hábil.

Naquelas páginas, o autor despertou tantas emoções em mim, como leitora e pessoa... Além disso, fiquei mais uma vez deslumbrada, enquanto escritora, com a capacidade do Erico Veríssimo em escrever dois personagens tão diferentes, profundos, cheios de peculiaridades, tendo um diálogo que se aproxima da realidade tanto quanto poderia se aproximar sem perder o valor literário. Sem dizer uma palavra que me apontasse nessa direção, o Erico me mostrou que toda a repetição das mesmas cenas, dúvidas e más decisões de Rodrigo serviram para que ali, naquela cena, eu também me reconciliasse com o personagem e pudesse aproveitar o tempo para observar algumas coisas em mim mesma.

É um ?mal? dos escritores, leitores e introvertidos se parecerem tanto com Floriano Cambará. Se você se enquadra nessa categoria, recomendo que leia este livro e preste atenção em cada nuance e observe a si mesmo. A identificação com o personagem foi forte; e imagino o quanto do Erico deve ter se soltado para compor esse escritor fictício...

Outra parte final que contribuiu muito com a história foram os diários de Silvia Cambará, esposa de Jango (um dos filhos de Rodrigo). Contudo, o rapaz que ela realmente amava era Floriano que, apesar de correspondê-la, por omissão permitiu que ela se casasse com outro. Além de ter sido uma parte muito significativa, foi uma delícia de ler e comprovou mais uma vez a habilidade do Erico em dar vozes diferentes para seus personagens.

A profundidade dos personagens é tão evidente que fica difícil de acreditar que não tenha existido, de fato, um Rodrigo Cambará na Câmara dos Deputados no Rio de Janeiro em meados das décadas de 30-40. Colocados ao lado de figuras históricas reais ? Getúlio Vargas, Borges de Medeiros, Luís Carlos Prestes, entre outros ? os personagens desse romance histórico saltam das páginas e ajudam a delinear melhor o que foi a história do Rio Grande do Sul e do Brasil sem a maquiagem que pinta esses heróis somente por umas poucas virtudes, além de ressaltar o papel de homens desconhecidos nesses momentos. O papel das mulheres nas revoluções foi afirmado diversas vezes neste livro. A desigualdade social gerada pelas decisões dos poderosos pensando somente nos seus interesses também foi enfatizada.

O Erico escreveu o retrato do nosso país, sem tirar nem pôr, inclusive considerando o cenário mundial da época. O último volume da trilogia ?O Tempo e o Vento? se passou durante a ascensão do nazismo e de outros regimes fascistas na Europa, e é claro que tal pensamento se propagou aqui no Brasil. Foi chocante ? porém não surpreendente ? ler este livro em 2024 e ver os mesmos pensamentos, a mesma lógica sendo reproduzida em discursos políticos tão recentes. Por isso eu afirmo que esse livro deveria ser lido, estudado e cobrado muito mais nas escolas. O Erico Veríssimo prestou um papel importantíssimo para nossa sociedade ao escrevê-lo, e é um desserviço que essa obra seja tão pouco conhecida, considerando a sua importância.

Não afirmarei que é um livro lento porque talvez isso se deva ao meu ritmo de leitura neste mês, mas é fato que o Erico produziu um calhamaço com muitas cenas que parecem repetidas. Só que, como eu já disse, tudo o que ele escreveu tem seu propósito e ficou muito bem amarrado no final. Foi sublime, lindo, delicioso de ler, uma obra-prima que é incompreensível que não seja mais reverenciada, lida, estudada, porque ?O Tempo e o Vento? é tudo: é história, é psicologia, língua portuguesa, escrita criativa, um prato cheio para várias áreas!

Recomendo fortemente, e com certeza irei reler mais vezes durante a minha vida. Espero viver o bastante para revisitar Santa Fé até decorar suas ruas e nomes ilustres, amei!!!
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Patricia Pietro 16/10/2022

Esse volume exigiu um pouco de paciência e esforço, e destoou bastante do que eu esperava. Achei que o foco seria no personagem de Floriano, mas não. Aqui nós temos, novamente, páginas e páginas do intragável Dr. Rodrigo Cambará.

Ele é um personagem que não consegui gostar de acompanhar. Me incomodou, principalmente, sua hipocrisia, os incontáveis assédios e traições, e seu autoritarismo (tanto na vida familiar, quanta na vida pública). O detestável deputado já tinha sido suficientemente explorado no segundo volume, de modo que sua aparição neste poderia ter sido mitigada, sem grandes prejuízos, exceto talvez para a trama psicológica de Floriano.

Mas, de todo modo, a obra é compensada pela narrativa dos demais personagens. Quanto ao meu favorito, não há concorrentes: é o Tio Bicho. E não só desse volume. É o meu favorito dentre todos que figuram em O Tempo e o Vento. Seus pitacos são ora engraçados, ora profundos, mas sempre muito perspicazes. É um crítico e um cético: as únicas qualidades que ele tem, mas também as únicas de que ele precisa.

Outro personagem que entrou para a minha lista de favoritos foi Sílvia, que me conquistou nas últimas páginas, com o melhor capítulo desse volume ("Do Diário de Sílvia"). É um capítulo que surpreende, porque revela uma faceta de Sílvia que ela havia deixado, durante todo o livro, muito bem escondida.

Comparando os três volumes, esse foi o que menos gostei. Inclusive, acho que a qualidade geral da obra foi se perdendo ao longo dos volumes. O Continente é absolutamente impecável. O Retrato é maravilhoso. Mas O Arquipélago, infelizmente, não consegue manter o nível de seus antecessores. É um volume em que há muitos excessos (em especial de páginas e de diálogos políticos).

Apesar disso, O Tempo e o Vento é uma saga formidável e primorosa. A história do nosso país, e especificamente do Estado do Rio Grande do Sul, é abordada brilhantemente, com riqueza de detalhes, e há muitos personagens marcantes. Veríssimo compôs uma obra de ficção histórica dotada de uma originalidade ímpar e admirável. Recomendo a leitura.
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Marina 14/09/2022

Simplesmente o melhor livro de ficção que li em toda a minha vida! Não é à toa que Gabriel García Márquez o teve como inspiração para sua obra "Cem anos de solidão".
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profa_ana_paula 07/12/2023

Arquipélago
Não sei como fazer a resenha desse livro incrível. Li a edição que são os três livros juntos, eu até o final vamos nos surpreendendo com os personagens. Esse livro conta mais sobre Floriano e o fim da vida de Rodrigo.
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Mr. Jonas 22/07/2023

O Final de uma saga
No ?Arquipélago? acompanhamos a desintegração das famílias originárias e das pessoas. Aos poucos a decadência dos estancieiros deixa lugar para os imigrantes.
Lemos o retorno de Rodrigo Cambará à cidade de Santa Fé após os longos anos passados no Rio de Janeiro junto do presidente da época e que era seu amigo e aliado, Getúlio Vargas, atuando na vida pública e política.
Rodrigo Cambará chegou a ser deputado federal republicano. Mais uma vez é forte a mistura de personagens reais com fictícios. Por exemplo, temos em ?O Arquiélago? a presença de Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha e Luís Carlos Prestes junto aos personagens fictícios da obra.
A família Terra Cambará até então somente tinha poder local. No entanto, neste terceiro livro a vemos adquirir influência em nível nacional. Com o fim do Estado Novo, Rodrigo doente e derrotado politicamente luta para não morrer na cama considerando que ?Cambará macho não morre na cama?.
A trilogia termina de forma metalinguística sendo encerrada da mesma forma que começou. Assim começou e assim terminou a narrativa das lutas e conquistas das famílias rio-grandenses.
?Sentou-se à máquina, ficou por alguns segundos a olhar para o papel, como que hipnotizado, e depois escreveu dum jato:

Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado.?
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Dani 14/12/2022

O arquipélago é um conjunto de ilhas e é assim que Floriano vê sua família, cada membro como uma ilha, distante uns dos outros, divergindo em questões existenciais, políticas, religiosas e de valores.
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Babih Bolseiro 03/04/2024

Praticamente o fim de uma era
Foi como acompanhar a criação de um mundo e agora vem aquele sentimento: "que vou fazer da vida agora?" rsrsrs. Gostei do desfecho de O tempo e o vento e já estou com saudades do pessoal todo (quase todo?). Com certeza pretendo reler. A escrita do Érico é simplesmente fantástica!
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Isadora1250 10/11/2022

diz a Dinda que o Vento e o Tempo têm uma briga antiga...
enfim, o fim.

como eu tinha posto antes na resenha da primeira parte, o mais fantástico desses livros são a identificação com os trejeitos e falas dos personagens por serem do mesmo estado que eu. porém, na medida em que a família e a saga evoluem e as gerações acompanham a modernização da sociedade ? mesmo que lenta na cidadezinha de Santa Fé ? eu fui perdendo um pouco do ímpeto pela história.

não dá de negar que é muito bem escrito, que a maioria dos personagens atrai a atenção, mas acho que poderia ser uma história (principalmente a partir do 2° volume de O Retrato) que focasse em mais personagens ou que fosse uma história "menor", mas isso são opiniões pessoais.

muito bom acabar um clássico com a sensação de ter lido a obra por diversão e não por pressão/obrigação.
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Euller 31/08/2022

?????
Foi com muita dificuldade que cheguei ao fim desse livro, ao fim de toda essa história. Uma dificuldade enfrentada por não querer se afastar de Santa Fé, por não querer estar longe da família Cambará e de todos em sua volta.
É muito complicado sequer tentar descrever o que eu estou sentindo. É um sentimento de satisfação muito grande por ter me dedicado a essa história, ao mesmo tempo que eu sinto um vazio gigantesco.
Pude perceber que a minha necessidade de não querer me afastar dos personagens foi tão grande que ao entender que estava chegando ao fim do livro eu diminui drasticamente a velocidade de leitura. Eu tentava não ler o livro o tempo todo, o que pode parecer muito estranho pois em muitos casos isso ocorre quando eu não me conecto com o livro que estou lendo, mas nesse caso foi o oposto.
Eu estou extremamente emocionado, Érico Veríssimo conseguiu criar uma história com personagens palpáveis, eu já não me sentia em casa, me sentia em Santa Fé durante todos os dias que eu li, eu aprendi a respeitar profundamente os personagens, aprendi a não julgar as pessoas, a tentar vê-las além do que demonstram.
Eu queria destacar aqui uma passagem para mostrar minha total admiração por todo o cuidado na crianção das personagens femininas. Sempre que uma delas estava no ambiente, sempre que falavam algo era para se destacarem por sua simplicidade de ver o mundo:
(..) mas sem mulheres como a velha Ana Terra, a velha Bibiana e a velha Maria Valéria (isso para citar só gente de casa) não existiria também o Rio Grande. Elas eram o chão firme que os heróis pisavam. A casa que os abrigam quando eles voltavam da guerra. O fogo que os aquecia. As mãos que lhes davam de comer e de beber. Elas eram o elemento vertical e permanente da raça."
Sobre Rodrigo Terra Cambará. Sentir um pouco de ranço foi inevitável, mas ao mesmo tempo entra os diálogos incríveis do Floriano com o Tio Bicho (que são verdadeiramente enriquecedores) e me fazem ver tanto o Rodrigo quanto qualquer outro personagem sem pré julgamentos elaborados por padrões que a gente cria internamente ou mesmo que nos são ensinados durante a vida.
Eu estou triste, aquela tristeza por imaginar os personagens andando por Santa Fé a muito tempo atrás e não hoje, tristeza por ter que estar longe deles, mas ao mesmo tempo com a certeza que logo logo eu vou reencontrar todos eles novamente, e será uma nova experiência.


"- Mas não te esqueças, rapaz, de vez em quando solta o Cambará!"
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Tiago Fachiano 09/07/2022

Levar p sempre
Já sinto saudade das histórias de Rodrigo Cambará. Esses livros ficarão eternamente no meu coração. Foi fantástico ler quase 3000 páginas de histórias, amores, aventuras e filosofias sobre a vida. Serei para sempre grande admirador de Érico.
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