O arquipélago

O arquipélago Erico Verissimo




Resenhas -


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Mr. Jonas 22/07/2023

O Final de uma saga
No ?Arquipélago? acompanhamos a desintegração das famílias originárias e das pessoas. Aos poucos a decadência dos estancieiros deixa lugar para os imigrantes.
Lemos o retorno de Rodrigo Cambará à cidade de Santa Fé após os longos anos passados no Rio de Janeiro junto do presidente da época e que era seu amigo e aliado, Getúlio Vargas, atuando na vida pública e política.
Rodrigo Cambará chegou a ser deputado federal republicano. Mais uma vez é forte a mistura de personagens reais com fictícios. Por exemplo, temos em ?O Arquiélago? a presença de Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha e Luís Carlos Prestes junto aos personagens fictícios da obra.
A família Terra Cambará até então somente tinha poder local. No entanto, neste terceiro livro a vemos adquirir influência em nível nacional. Com o fim do Estado Novo, Rodrigo doente e derrotado politicamente luta para não morrer na cama considerando que ?Cambará macho não morre na cama?.
A trilogia termina de forma metalinguística sendo encerrada da mesma forma que começou. Assim começou e assim terminou a narrativa das lutas e conquistas das famílias rio-grandenses.
?Sentou-se à máquina, ficou por alguns segundos a olhar para o papel, como que hipnotizado, e depois escreveu dum jato:

Era uma noite fria de lua cheia. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado.?
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Gigi 25/12/2023

Ótimas reflexões
Visão geral do livro

O Continente abre a mais famosa saga da literatura brasileira, O tempo e o vento. A trilogia ? formada por O Continente, O retrato e O arquipélago ? percorre um século e meio da história do Rio Grande do Sul e do Brasil, acompanhando a formação da família Terra Cambará. Num constante ir e vir entre o passado ? as Missões, a fundação do povoado de Santa Fé ? e o tempo do Sobrado sitiado pelas forças federalistas, em 1895, desfilam personagens fascinantes, eternamente vivos na imaginação dos leitores de Erico Verissimo.
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Elaine Messias 22/08/2022

Final da trilogia
Acompanhamos agora a vida adulta dos filhos de Rodrigo Cambará e Flora Quadros, pelas cartas entre Floriano e sua cunhada Silvia, e depois, pelo diário de Silvia.
A epopéia é daquelas que deixa a gente querendo saber mais. O que fizeram Bibi e Sandoval? Como nasceu o neto do dr. Rodrigo? Como viveu Maria Vitória? Mas a profundidade psicológica é imensa em vários momentos e as situações que parecem tão inusitadas aos citadinos, são corriqueiras ?às gentes do interior?!
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Dyeni 17/06/2023

Terminei esse livro sensacional. Confesso que demorei porque em alguns momentos o ranço que eu sentia do Rodrigo era grande. Mas, eu aconselho muito a leitura dessa obra magnífica.
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Gilda 12/05/2023

O tempo e o vento
A trilogia é uma epopeia que abrange desde os primeiros desbravamentos do sul do Brasil até o período da Revolução de 1930. O autor utiliza personagens marcantes e complexos para retratar as diferentes gerações da família Terra Cambará, explorando suas relações, conflitos e amores em meio aos eventos históricos que moldaram o país.

Um dos aspectos mais notáveis da trilogia é a habilidade de Veríssimo em entrelaçar a narrativa ficcional com a história real. Ele incorpora personagens históricos, como Getúlio Vargas e a Revolução Farroupilha, e retrata de forma vívida o contexto social e político do Brasil em cada época abordada. O autor utiliza uma linguagem fluída e poética, com descrições detalhadas e diálogos envolventes, transportando o leitor para o cenário gaúcho ao longo dos anos.

"O Tempo e o Vento" é uma obra-prima da literatura brasileira. Com uma trama envolvente, personagens cativantes e uma escrita habilidosa, Érico Veríssimo retrata com maestria a história e a alma do Rio Grande do Sul, oferecendo aos leitores uma experiência literária rica e memorável. É uma leitura indispensável para quem busca compreender a essência do Brasil e refletir sobre a condição humana em meio às adversidades do tempo e do destino.
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Araceli 05/04/2023

Uma saga em muitos aspectos
Hoje terminei "O Tempo e Vento", finalizei com a sensação de missão cumprida. E que missão.
Personagens fortes e muito bem construídos, que vc ama e odeia.
Momentos de história e política que tanto gosto, mas que em dados momento cansou.
Achei que no último volume é o maior de todos, perdi um pouco o ritmo, mas a estória e querer tanto saber o desfecho me fascinaram mais que o cansaço.
Se valeu a pena? Muito!!!
Uma grande obra.
Mas agora preciso ler algo leve.
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Vanessa.Mariano 28/11/2022

Perfeito
Érico Veríssimo se tornou sem dúvida meu autor brasileiro favorito . Esse livro vem pra fechar a saga o Tempo e o vento de forma maravilhosa. Acompanhar o destino do Rodrigo Cambará e seus filhos , as discussões e os cenários políticos do Brasil e do exterior e a formação do nosso povo , principalmente do Rio Grande do Sul, é uma obra completa e perfeita .
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Kérolin 05/08/2022

Sempre serei grata ao Erico Veríssimo por essa obra prima
Em um ano em que li guerra e paz, o som e a fúria, David Copperfield, e tantos outros gigantes da literatura mundial, Erico Veríssimo se tornou minha melhor leitura de 2022 até aqui. Dizer isso é uma tentativa de tentar mostrar o quanto essa leitura foi impactante para mim, porque todos os livros que eu citei ali em cima se tornaram meus preferidos da vida.

Terminei o último volume do Arquipélago faz dois dias. Não consegui pegar outro livro, porque ainda estou pensando no tempo e o vento, ainda estou admirando essa obra prima. Esse é o poder da literatura, um livro não termina de verdade quando o fechamos.

Que experiência maravilhosa foi acompanhar a história do Rio Grande do Sul e do Brasil junto com gerações da família Terra Cambará. Personagens fictícios, mas que eu sinto como se tivesse conhecido pessoalmente, de tão bem construídos. As discussões sobre política, filosofia, religião e princípios morais foram minha partes preferidas.

Eu estou admirada com a capacidade literária do Erico Veríssimo. Foi uma das melhores experiências como leitora que já tive ?
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Jhon 23/02/2021

uma história incrível que deixa saudades
Só posso dizer a leitura dessa saga é uma experiência incrível! É uma imersão absurda e os livros são difíceis de parar de ler (virei madrugadas sem sono), pois a fluidez com que Érico Veríssimo conduziu essa história é impressionante. Não são todos os escritores que conseguem prender a atenção de um leitor por quase 3000 páginas meus amigos kk.

A conclusão que o autor criou para essa narrativa pra mim foi excelente e acredito que cada uma das três partes dessa saga tem sua especificidade. Falando do Arquipélago, sinto que aqui as discussões filosóficas, existenciais e políticas estão mais evidentes. Foi muito interessante o jeito como Érico incluiu diferentes posições e perspectivas em certos diálogos, dando espaço para pensar muitos achismos e opiniões referentes à religião, comunismo, masculinidades, morte e diversos outros temas que foram levantados e que mexeram comigo. As conversas entre Tio Bicho e Floriano, principalmente, são ricas fontes de análise. Você entra em parafuso várias vezes.

Também achei muito interessante a maneira como o autor caracterizou o ser-masculino e o ser-feminino tendo em vista suas transformações ao longo da história. Me pareceu que nessa longa jornada de duzentos anos marcados pelas guerras e pelo patriarcalismo, os dispositivos de gênero produziram masculinidades caracterizadas por serem violentas e esporádicas, e feminilidades fincadas em personalidades mais estáveis e sólidas. Enquanto os homens agiam segundo um caráter prático mais evidente (e na história oficial acabaram escolhidos como os heróis), acabou-se por ocultar um papel que foi de suma importância para o rumo da história, pois na verdade, foram as mulheres a rocha, a rígida terra, sob a qual as famílias estavam ancoradas. Foram elas que, em seus atos de heroísmos diários, silenciosamente garantiram a perpetuação das gerações, através de sua resistência e força diante do sofrimento em "chorar e esperar". É um contraste presente em todos os livros. Afinal, trata-se do tempo e do vento, dos terra e dos cambará, da fixidez e da volatilidade, da parcimônia e da impulsividade, da austeridade e do fortuito. Todos esses traços que fazem parte da nossa construção histórica, psicológica e social, mas que não estão isolados, pois são forças que se chocam e entrecruzam a todo momento e que continuam interferindo nas formas como agimos até hoje.

Outra coisa que eu gostei nesses livros foi observar as mudanças dos costumes e valores morais. O próprio Rodrigo que no Retrato era a figura do progresso e modernização, nessa última parte é o símbolo da decadência de uma forma de vida já ruída pelo tempo. Deu pra perceber como o que um dia é tão importante, com o tempo vai perdendo sua força para novos modos de experienciar a vida. Então foi bem legal acompanhar as passagens das gerações e ir percebendo nas atitudes dos personagens essas transformações.

E apesar de ter ficado com saudades das personagens do Continente, eu achei legal a construção que foi feita da última geração retratada nesses três tomos finais. Floriano, com quem divide o protagonismo com Rodrigo, é bastante complexo, e embora me irritasse às vezes, achei ele muito fácil de se identificar pelo espaço de incoerência e contradição que ele habitava. Sylvia foi outra personagem que me chamou atenção. Fiquei bem triste com a trajetória dela e seu diário foi um soco violento no estômago! Eduardo também foi interessante de acompanhar pelas implicações políticas que envolvem ele, e eu ria e pensava demais com as tretas que rolavam quando ele se juntava com Floriano, Tio Bicho, Zeca e Rodrigo pra conversar.

E acho que embora essa seja uma saga de caráter regionalista, sua história vai além de qualquer delimitação territorial. E digo isso não apenas do sentido de abarcar eventos históricos de tamanho nacional e amplos, mas também pelas personagens que compõem muito da história brasileira. A família Terra-Cambará e várias outras figuras que aparecem nos livros dizem respeito às tradições históricas espalhadas por todo o Brasil. Tirando as especificidades e características rio-grandenses, acho que, em geral, a ancestralidade de nosso país está marcada pelas suas ferozes Anas, seus impulsivos Rodrigos e suas tenazes Bibianas (todos eles com suas marcas regionais e estórias singulares).

Enfim, essa série é uma das melhores que já li e tenho certeza que ainda vou reler muito esses livros. Acho que até dos personagens que eu tive ranço vou sentir saudades. É difícil não se apegar ao povo de santa fé e ficar indiferente diante dessa história foi impossível pra mim.
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Tina 30/09/2019

Um adeus ao sopro do minuano nas coxilhas do Rio Grande
Muito difícil colocar em palavras o que a trilogia de "O Tempo e o Vento" causou em mim. Se pudesse escolher, diria que a palavra que mais descreve este clássico da literatura é sensibilidade. E em "O Arquipélago" muito mais que nos dois volumes anteriores. Confesso que chorei enquanto lia as últimas páginas. Um misto de tristeza, saudade, alegria. Na terceira parte da saga, conhecemos os filhos de Rodrigo Cambará, o clã que ele construiu e que cresceu ouvindo as badaladas do relógio do Sobrado. Temos Maria Valéria, a Dinda, que mesmo com a catarata conhece melhor que ninguém todos os cantos da casa. Temos Toríbio, Neco, Chiru, Tio Bicho, Florêncio, Arão, Zeca. Temos Floriano, o primogênito de Rodrigo, que protagoniza alguns dos melhores trechos da obra, além do restante dos irmãos: Alicinha, Jango, Eduardo e Bibi. Temos Sílvia e temos Flora, mulheres de fibra do Rio Grande. E se em "O Retrato" conhecemos o jovem Rodrigo, arruaceiro e brincalhão, aqui temos o Rodrigo mais maduro, político do Estado Novo, amigo íntimo de Vargas e morador ilustre de Copacabana. Passamos pelas revoluções de 23 e 30, pela Coluna Prestes e por todos os amores, desamores e pulos de cerca de um certo Rodrigo Cambará, cuja índole não nega parentesco com o falecido bisavô, seu xará Cap. Rodrigo Cambará. Somos presenteados com capítulos que tocam no fundo do coração de tão lindos. Um presente de Erico para o mundo, para sempre, eternamente. E eu me pergunto: agora, com este término, o que fazer? Floriano me responde: [...] Depois, continuar a dança com máscaras até encontrar minha face verdadeira. Não me angustiar demais com minhas imperfeições e contradições e procurar, na medida de minhas possibilidades, mas sempre cum grano salis, construir pontes de comunicação entre as ilhas do arquipélago...bom, e esperar que um dia me seja dada a graça de poder amar, mas amar de verdade, com esse amor que nos permite tocar o coração mesmo da vida"...
E assim, enfim, cessa o sopro do Minuano nas verdes coxilhas do Rio Grande.
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