Julhaodobem 10/04/2022
Tipica Literatura Europeia
Red River ou Rio Vermelho em tradução para o português é um nome interessante para um romance policial e criminal como alguns leitores o chamam, escrito por Amy Lloyd foi um grande livro premiado com o Dialy Mall, uma competição de literatura do Reino Unido. Por fazer parte da literatura contemporânea esta obra se foca em assuntos que estão conectados com a mídia e uma geração mais jovem,o crime. Na história acompanhamos Samantha uma mulher inglesa, professora, solitária e solteira que fica fascinada no caso de Denis Johnson um jovem que foi preso injustamente aos 18 anos ao ser acusado de matar jovens garotas em sua cidade. Assim acompanhamos a pesquisa de Samantha pelo caso e com isso acaba se apaixonando por este homem desconhecido e inocente que se prepara para lançar um novo documentário para provar a sua inocência e quem sabe sair do corredor da morte. Somente a sinospe deste livro é uma típica produção audiovisual, uma técnica atual de transformar histórias escritas em sensações e sentimentos que grudam o leitor, assim este livro já no começo é perfeito para amantes de crimes nos Estados Unidos.
Com este conteúdo midiático que faz a narrativa se construir em torno da produção deste documentário é possível observar uma crítica a este sistema que é mais vendido atualmente. A adoração de serial killers hoje é tratada como uma forma fantasiosa de influencers digitais onde existem projetos para soltar o indivíduo da prisão, contas de fãs nas redes sociais, doações por meio de propagandas e cada vez mais documentários ultra sensacionalistas contando os crimes e a vida do assassino. Mas tudo isso é levantado por uma grande massa de pessoas que se ligam tanto emocionalmente a um criminoso que vemos mulheres que se apaixonarem, pessoas como homens e mulheres que começam a tratar estas pessoas como irmãos e um ser humano injustiçado pela democracia atual. Em Rio Vermelho é sintetizado este pensamento como um reflexo da nossa sociedade totalmente conectada com a mídia facilmente manipulada, porque hoje qualquer pessoa pode criar uma história e um movimento, não importa a verdade mas sim o quanto de notória e emoção irá possuir este conteúdo tornando este livro um exemplo perfeito para explicar a alienação das pessoas quando usam apenas seus sentimentos sem a razão.
O uso da pós-verdade neste livro é usado de uma forma perfeita que reflete o quanto esta ideia de verdade misturada com a emoção é prejudicial para a sociedade contemporânea. O uso da palavra e as tecnologias de comunicação que temos atualmente propiciam para algo maior e perigoso, as pessoas menos vulneráveis sofrem com a alienação prolongada e aqueles que ficam famosos no uso da lábia se encontram em um padrão social em adquirir o poder de controle da massa que os amam. Rio Vermelho explpra esta ideia em algo que vemos a todo momento nas redes sociais O que é real muitas vezes não é possível saber e a cada capítulo o próprio leitor entra em uma histeria coletiva em começar entender este grupo de pessoas fanáticas pela liberdade mas é emoção e o irracional que controlam estas pessoas com a fraqueza na beleza de um homem branco, ser bonito, bem com as palavras e estranhamente de fácil acesso as mídias que tanto levam e tanto lucram com tudo isso durante os anos. Assim a linha tênue entre a verdade e a mentira se perde em um limbo de injustiças no sistema penal em todo o mundo, enquanto pessoas inocentes continuam presas os verdadeiros criminosos são soltos com muita festa, voz, imagem e muito dinheiro de empresas
Por fim é óbvio a ser comentado novamente é o fanatismo das pessoas por este tipo de literatura, Rio Vermelho explora este tema aos poucos para grudar as pessoas que amam saber sobre assassinos serial killers e psicopatas. A psicologia e a psicanálise estudam esse fascínio de observar o grotesco e o limite primitivo que o ser humano pode chegar e isto não é apenas nos livros, estão nos filmes, séries, HQs e nas redes sociais. Amamos ver a nossa espécie fazer o mal Isso fascina as pessoas de formas interessantes, a maioria que observa nunca fara o mesmo mas algo dentro de nós tem uma vontade de criar sua própria dor, como já disseram vários psicanalistas, todos nós somos um psicopata em potencial então talvez com este conteúdo seja o mais próximo que muitas pessoas irão conseguir para se tornar um psicopata somente usando a imaginação. Rio Vermelho desta forma se transforma em uma ótima literatura europeia que invade cada vez mais a vida de jovens brasileiros com uma boa história mesmo que seja clichê e cheia de estereótipos no fim nos faz nos perguntarmos, será que a pessoa do meu lado está mentindo?, só lendo este livro para descobrir a verdade ou a pós-verdade escondida entre a sociedade contemporânea e controlada por falsas informações explicadas com a emoção e o fanatismo.