Natalia Moura 12/10/2020
Zen não é apenas sobre religião, mas uma maneira de viver nesse mundo
Não sou budista. Conheci a monja Coen há uns quatro anos quando estudava sobre meditação. Comecei assistindo suas palestras. Logo percebi que ela não falava exclusivamente sobre o budismo e o zazen (a forma meditativa do zen-budismo). As palavras da monja são de humanidade, de espiritualidade, de busca, de conhecimento e crescimento, de fé (independente de qual seja sua crença). O que me ganhou foi seu bom humor, sua sagacidade em trazer paralelos com situações cotidianas e universos familiares de seu público, sua retórica rica em storytellings, a generosidade e humildade do seu jeito de falar e entender o mundo.
Enquanto as páginas fluíam a sensação era de estar ouvindo uma de suas palestras. Seus conselhos gentis, sábios, de quem já viu muito do mundo e que tem a ciência que suas palavras podem fazer apenas uma parte da transformação. Que elas podem indicar um caminho, contar as maravilhas e as dificuldades, mas que a decisão é sua, as dores, assim como as dádivas, da transformação e da iluminação (ou a plenitude como a nossa sociedade ocidental a chama) serão suas.
As palavras da monja foram uma companhia deliciosa, da qual resultaram muitos quotes, muitas reflexões e questionamentos sobre o viver - o meu viver em sociedade em especial.