Assassinos da Lua das Flores

Assassinos da Lua das Flores David Grann




Resenhas - Assassinos Da Lua Das Flores


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Flávia Menezes 09/02/2024

Cobiçais e nada tendes;matais.Invejais, e nada podeis obter.
?Assassinos da Lua das Flores? é uma obra de arte do jornalismo histórico-investigativo, escrita pelas mãos do autor e jornalista americano, além de redator do The New Yorker, David Elliot Grann, que recebeu o prêmio Edgar Allan Poe. Finalista do National Book Award, Grann teve seu livro adaptado recentemente para o cinema pelas mãos de ninguém menos do que Martin Scorsese, em uma superprodução de mais de 3 horas de duração, que contou com a participação de atores renomados tais como Robert De Niro, Leornado DiCaprio e Lily Gladstone, recebendo 10 indicações para o Oscar 2024.

Se você nunca leu algo deste gênero, este é um bom livro para iniciar essa jornada, que confesso que desde quando li ?A Sangue Frio?, de Truman Capote, me fez ficar completamente apaixonada pelo gênero, porque apesar de se tratarem de obras que retratam a brutalidade de crimes aterradores, esses autores mergulharam com tanto comprometimento para conhecer cada detalhe, cada verdade por trás de documentos e entrevistas da época, que não há como não ser tocado por elas, especialmente por ver tamanho envolvimento do autor em passar a verdade dos fatos.

A escrita de Grann é envolvente ao ponto de você poder sentir a dor de cada personagem-real com tanta riqueza de sentimentos e emoções, quanto podemos perceber como a mente de um assassino age com tamanha frieza e ausência total (ou quase total) de qualquer sentimento de compaixão pela vida do próximo. Que de fato para ele não vale absolutamente nada.

A história é contada em três partes, com um mergulho profundo em cada etapa desde que os assassinatos iniciaram (ou pelo menos desde que foram identificados como assassinatos em série), até o momento em que o próprio Grann se vê reabrindo essa caixa de pandora para ir além do que o FBI foi nesta época. Afinal, a verdade é que por trás do que chegou ao conhecimento público, haviam muitos mais "esqueletos neste armário".


PRIMEIRA PARTE:

Toda essa brutalidade aconteceu quando a tribo dos Osage é persuadida pelo homem branco (vou usar esse termo apenas para que seja compreendido a questão da etnia envolvida aqui) a lhes vender suas produtivas terras, em troca de outras que acreditava o homem branco ser um terreno rochoso em Oklahoma sem qualquer possibilidade de prosperar qualquer coisa que ali fosse desejado ser cultivado.

Tamanha ganância não foi recompensada, e para surpresa desse homem branco, as terras de tão bom grado concedida aos Osage era um solo fecundo do ?ouro negro?, ou seja, rica em petróleo.

Nunca se viu um povo indígena enriquecer com tanta habilidade e agilidade quanto nesta época, e logo os Osage se tornaram o povo mais rico de todo o planeta, possuindo bens em abundância, enquanto ao homem branco era destinado ao relés lugar de lhes servir.

Mais uma vez a ganância, movida pelos olhos verdes da inveja, faz com que tanta opulência seja cobiçada, e se aproximando com ares de amigo, é assim que esta trágica história tem início.

Nesta primeira parte, Grann centra a sua narrativa na família de Mollie Bukhart, que vê sua família ser aniquilada durante o período que viria a ser conhecido como o ?Reinado do Terror?. As mortes são contadas com riqueza de detalhes, nos prendendo de tal forma que é quase impossível desgrudar do livro até saber a motivação desses assassinos para cometer tamanha atrocidade, e da nossa vontade de ver a justiça lhes sendo feita.


SEGUNDA PARTE:

Com foco no processo de investigação liderado por Tom White, um ex-Texas Rangers contratado pelo diretor do Bureau of Investigation, J. Edgar Hoover, assim tem início a essa verdadeira caçada humana.

Conhecer um pouco mais sobre Tom White, esse agente da lei ao velho estilo, com seus 1,93 metros de altura, ?tão religioso quanto os corajosos defensores do Álamo?, que havia dedicado a sua vida em cavalgar por terras selvagens do sudoeste dos Estados Unidos acompanhado pela sua carabina Winchester, ou de seu revólver de seis tiros com cabo de madrepérolas, perseguindo o rastro de fugitivos, assassinos e salteadores de estradas, nos faz perceber a magnitude de uma mente compromissada com a justiça, e não com a corrupção que impregnava o condado e que havia impedido as investigações de prosseguirem, antes do Bureau of Investigation assumir o caso.

Ao final desta parte, veremos onde os esforços de White chegaram, e como teve fim essa caçada ?aos Judas? da tribo Osage, bem como acompanhamos a vida de White até o seu final. E aqui eu preciso dizer, que cheguei a me emocionar em pensar em tudo o que esse homem fez e o quanto se esforçava para que a justiça fosse feita em uma terra onde tanto impera a ganância e o poder do dinheiro.


TERCEIRA PARTE:

Na última parte, acompanhamos o impacto que este livro teve na vida de Grann, que ao trabalhar com os descendentes das vítimas, percebe que o número de mortos durante o ?Reinado do Terror? é certamente muito superior à contagem oficial apontada pela investigação da época.

Suas novas descobertas também revelaram que os assassinatos remontam de uma década antes de 1920, e tiveram continuidade muito depois de William Hale em 1926, seguindo até a década de 1930.

Outra descoberta feita por Grann é de que haviam muitos outros vilões por trás desses assassinatos, muito embora seja impossível reconstruir todas as provas para explicar o que aconteceu com todas as vítimas, e tentar trazer um pouco de paz (se é que isso seja possível!) às suas famílias que tanto buscaram compreender por que seus entes queridos foram retirados de suas vidas de forma tão brutal.

Ao citar o ?Livro dos Gênesis?, de que ?a terra encharcada de sangue clama?, Grann encerra sua jornada com a promessa de continuar na luta para resolver esse mistério que tanto moldou a sua vida.


Assistir à adaptação de Martin Scorsese é transpor as páginas desse trabalho minucioso e primoroso feito por Grann, para as grandes telas das salas escuras, e sofrer com ela o impacto visual de todas as imagens, e todas as interpretações sublimes feitas pelos atores, que se comprometeram com tanto empenho em mostrar os principais nomes por trás de toda essa tragédia. Mas preciso confessar que por mais magnitude que tenha o filme, ele não substitui a narrativa de Grann.

No livro podemos nos aprofundar mais nas figuras por trás da criação do FBI, e tenho que dizer que me fez olhar para J. Edgar Hoover de uma forma diferente daquele homem prepotente que vivia atrás de qualquer deslize dos políticos da Casa Branca.

Sem contar que conhecer mais sobre a história de vida do White, é o contraponto para sentir que existiram pessoas nesta vida verdadeiramente comprometidas com a lei, e com a verdade. E é tocante (e muito merecida!) a homenagem que Grann faz a ele neste livro. Por isso, mesmo que tenha assistido ao filme, espero que não deixe de ler essa bela obra (embora lamentável!) assinada por David Grann.
Leo Moura 09/02/2024minha estante
Esse gênero é mesmo muito bom, Flávia! se merece uma comparação com "A sangue Frio", já vi que é bem escrito.
.
P. S.: suas resenhas são uma obra à parte!


Flávia Menezes 09/02/2024minha estante
Poxa, Leo! Obrigada! Fiquei sem palavras agora! ?
E pode acreditar: esse pode ser equiparado ao trabalho do Capote. Eu me emocionei de verdade com essa homenagem que ele fez ao Tom White. Porque a dedicação daquele homem foi impressionante, e o Hoover (pra variar! ?) não deu crédito algum a ele. Mas ele foi importante, porque foi o único que realmente ajudou os Osage. Que se comprometeu e foi atrás de quem quer que fosse. Belo esse livro. E o Grann ficou tão tocado que reabriu o caso ?extra-oficialmente?. Vale a pena a leitura. E eu vi o filme, mas o livro? ??


Leo Moura 09/02/2024minha estante
Realmente é uma história e tanto! Acho que vou fazer o mesmo caminho: filme, livro. ?


Flávia Menezes 09/02/2024minha estante
Eu fiz o caminho livro e depois filme, Leo. Mas foi bem pessoal mesmo, por querer primeiro ter os detalhes do livro, que são mais minuciosos do que no filme. Mas depois me conta como foi o caminho oposto! ?


Cleber 09/02/2024minha estante
Tbm comecei a gostar do gênero lendo A Sangue Frio. Como sempre sua resenha ficou incrível, obrigado por compartilhar suas impressões.


Flávia Menezes 09/02/2024minha estante
Muito obrigada, Cleber! Eu que agradeço por ler minha resenha! Ainda mais essa de um livro que tem esse papel histórico tão significativo.
E sobre isso do gênero?nossa, como o Capote foi certeiro, não é mesmo? Que escrita! Mas o Grann não fica atrás não. Me emocionei várias vezes nesse aqui.


Elisabete 09/02/2024minha estante
Flávia, suas resenhas são excelentes!


Flávia Menezes 09/02/2024minha estante
Elis, amiga, muito obrigada! ??


Fabio.Nunes 10/02/2024minha estante
Tuas resenhas tinham que ser publicadas em jornais!


Flávia Menezes 10/02/2024minha estante
Aaah Fábio! Não fala assim que eu acredito! ?
Obrigada mesmo pelo elogio. Vindo de um leitor como você, me sinto lisonjeada! ???


AndrAa58 11/02/2024minha estante
Mas uma resenha maravilhosa, Flávia. Acho que antes de ler algum livro vou procurar a resenha no seu perfil ?
Mas uma indicação sua que terei que ler o antes possível. Obrigada, amiga ?


Flávia Menezes 11/02/2024minha estante
Amiga Andrea, como eu disse acima pro Fábio?não fala assim que eu acredito! ?
Obrigada amiga pelas palavras! Mas eu preciso dizer que esse vale à pena! Que obra prima do Grann!!! ?




Simone de Cássia 07/07/2020

Grande surpresa!!! Vi esse livro na lista dos recentes do Plus e o titulo me chamou a atenção. A sinopse me intrigou e arrisquei. Fantástico!!! Estou impressionada com essa história do passado dos Estados Unidos que eu NUNCA nunquinha tinha ouvido sequer uma menção... Foi muita sordidez, muita maldade, corrupção, politicagem, tudo isso perpetrando uma onda de assassinatos absurdos... meu Deus!!! Pra ser sincera mais parecia uma história do Brasil... rs rs Mas isso também é interessante: a trajetória absurdamente corrompida pelo dinheiro e pela desonestidade que vai cedendo lugar à justiça e à educação são provas de que , se um povo quiser, ele pode mudar o seu rumo. E todo o livro vem recheado de fotos permitindo dar vida aos personagens. Fico pensando porque essa história está tão escondida... ou será que sou só eu que não tinha conhecimento??Excelente livro!!
Riva 07/07/2020minha estante
Simone dando 5 estrelas é sinal de que o livro é realmente espetacular! Confesso, que assim como você, não tinha conhecimento desses fatos!


Simone de Cássia 07/07/2020minha estante
É muito bom, Riva!! Se quiser, vai junto com o outro ...


Riva 07/07/2020minha estante
Agradeço, mas o tema não me apetece!!!!


Camila 07/07/2020minha estante
Nossa, já leu? Que rápida! Hahahaha


Simone de Cássia 07/07/2020minha estante
Li e amei, Camila!! Agradeço a vc a troca tão boa! S2


Helder 18/05/2023minha estante
Esta história vai bombar. Vem filmão por ai. Estreia em outubro. Direção do Scorcese com o Leonardo de Caprio. Filme com cara de Oscar . Juntando com seu selo de aprovação, vou logo furar minha fila de leituras com ele.


Tiago575 07/08/2023minha estante
Li recentemente e tive a mesma impressão. Vi que vai ter a adaptação com o Martin Scorcese e me interessei pelo livro


Alana 20/10/2023minha estante
Oi, Simone! O livro tem a narrativa na perspectiva dos Osage ou do FBI?




Amanda 04/09/2023

Importante registro
Assassinos da Lua das Flores, de David Grann, é um livro de jornalismo investigativo - basicamente um compilado de informações referentes aos crimes cometidos por volta da década de 20, nos Estados Unidos, no estado de Oklahoma, contra os indígenas osage.

Primeiramente, destaco que o trabalho de investigação do David Grann foi minucioso e merece todos os elogios, posto que esses crimes sofrem um grande apagamento histórico. Além das escassas provas, a investigação realizada à época provou-se não apenas frustrada pelas poucas evidências (e tecnologia forense disponível), mas também pela corrupção e preconceito arraigados na sociedade estadunidense.

Tais crimes ocorreram nas seguintes circunstâncias: após serem removidos na terra natal, os osage foram assentados em uma reserva no Oklahoma. O que aqueles políticos envolvidos na demarcação de terras não sabiam era que os osage estariam ocupando, então, uma mina de ouro negro: o petróleo. Especialmente antes da Crise de 1929, o barril de petróleo tinha um custo altíssimo, o que levou os simples osage, caçadores por tradição, a somas absurdas de dinheiro proveniente de concessões para perfuração e exploração desse recurso fóssil.

Estes novos magnatas do petróleo começaram a ser, desta vez, a caça. Muitos foram os brancos que se apropriaram, seja por casamento e herança, curatela ou ludibriação, dessas fortunas, exterminando os osage e assumindo montantes impensáveis de dólares. Hoje, segundo Grann, o território osage está "morto", revelando a enorme decadência a qual esses assassinatos relegaram aos indígenas. É nesse contexto, lá na década de 1920, que surge o FBI como conhecemos hoje: o Federal Bureau of Investigation. Então Grann vai tentar dar conta dessa história também.

Enquanto relato de fatos, o livro é excelente, mas não é incrível enquanto narrativa. A bem da verdade, a quantidade de informações, nomes, datas, citações, notas de rodapé, fontes de pesquisa etc. torna esta uma narrativa maçante. Inclusive, fiz a leitura pelo Kindle e não recomendo de forma alguma, pois é bem mais chato navegar por todas as informações desta forma.

Foi uma boa experiência com esse gênero, ao qual eu não estou muito habituada, mas senti em diversos momentos que o autor começou a divagar e embolou várias explicações e informações, uma dentro da outra, e não conseguiu reter minha atenção.

Recomendo a leitura pela importância de conhecer essa história da qual nunca ouvi falar e provavelmente nem mesmo os estadunidenses, em geral, conheçam.
Alê | @alexandrejjr 11/09/2023minha estante
Excelente resenha, Amanda! Agradeço pelos apontamentos da tua experiência, importante ter esse nível de detalhamento de uma leitura.


Amanda 11/09/2023minha estante
Obrigada pelo comentário! Fico feliz que tenha achado útil!


Bel Sanz 27/09/2023minha estante
Estou lendo esse livro e gostando muito da escrita e desenvolvimento dos fatos dado pelo autor. A história em si é muito triste e de suma importância que fosse mais divulgada para mostrar como foram tratados os indígenas nos EUA. Uma história bem diferente dos filmes.
Ótima resenha. Obrigada por compartilhar.


Amanda 02/10/2023minha estante
Obrigada, Bel! Realmente, é tão importante quanto é trágica. Precisamos ter mais acesso a essas histórias que nos são ocultadas.




Janise Martins 16/01/2024

Assassinos da Lua das Flores

É pesquisa, história, investigação… junto com a leitura vem um misto de emoção e sentimentos. É interessante a formação do FBI, mas é desesperador a quantidade de assassinatos e corrupção. O que a ganância faz com o ser humano sem caráter, é inominável.

Quando Tom White assumiu as investigações dos assassinatos de índios da tribo Osage, ele e sua equipe disfarçada e infiltrada, começaram praticamente do zero, e o trabalho foi difícil em todas as etapas, porque muitos eram comprados para que a verdade não viesse à tona.

A quantidade de morte é tão assustadora quanto a quantidade de gente corrupta. A injustiça praticada é vergonhosa e dolorosa. É uma história cruel com uma pesquisa é excelente.

E foi isso.

Bjoo.



site: https://janiselendo.blogspot.com/2024/01/assassinos-da-lua-das-flores.html
Andrezinho2 19/01/2024minha estante
comecei a ler ontem e não consigo parar, mt bem escrito. e o filme também é extremamente desconfortável, cada morte q vai aparecendo a gnt sabe q vai ter mais e mais


Janise Martins 20/01/2024minha estante
O pior de tudo é saber que é baseado em fatos. Mexe muito por dentro com a gente.




Vini 13/01/2024

Se você gosta de conhecer sobre a história ou crime real, o livro vale a pena.
David Grann entrega um relato meticulosamente pesquisado de uma terrível conspiração generalizada contra a nação indígena Osage em Oklahoma. O autor centra a história do livro em uma família Osage, que teve seus membros familiares mortos covardemente de causas que vão desde as estranhas e ambíguas até às obviamente violentas.

Os Osage apareceram muito nos noticiários na época. Na década de 1870, eles foram expulsos de terras ancestrais para uma reserva em Oklahoma considerada imprópria para cultivo ou qualquer outra coisa. Décadas mais tarde, os Osage descobriram que a reserva ficava no topo de alguns dos maiores depósitos de petróleo dos EUA, um acaso que, na década de 1920, teria rendido mais dinheiro do petróleo do que o valor combinado de todas as corridas do ouro do Velho Oeste. Os Osage estampavam os noticiários como sendo as pessoas mais ricas dos EUA.

A ganância bateu na porta do primeiro povo norte americano. É aqui que a terrível história do pecado original dos EUA, a opressão sistemática e o assassinato do seu primeiro povo, se torna sombria. Pois se os brancos esperassem herdar os direitos de terra, eles teriam que se casar com alguém da tribo e depois desejar que seu cônjuge rico morresse. Ou fazer com que morram, muitas vezes depois de terem vivido durante anos com o marido ou a esposa Osage. Os Osage começaram a morrer envenenados, assassinados cruelmente, mortos misteriosamente e suas casas foram explodidas do nada. Os noticiários da época começaram a pingar sangue, o extermínio ao primeiro povo norte americano estava descontrolado.

Quando um petroleiro branco, Barney McBride, foi recrutado por Osage para pedir às autoridades federais que investigassem essas mortes, ele também foi morto: esfaqueado e espancado, depois despido. Em 1925, nenhum dos assassinatos havia sido resolvido e o número de mortos estava subindo o suficiente para que o resto da América começasse a prestar atenção. Jornais nacionais relataram o que foi chamado de “Reinado do Terror”, a “Maldição Negra” dos Osage.

“Assassinos da Lua das Flores” traz um recorte da história estadunidense muito importante, mas extremamente forte. Ao ler o livro, eu fiquei chocado com a falta de limite que a ganância e o quanto a nação Osage foi usurpada com tudo isso. O livro entrega uma leitura quase que o thriller policial, em vários momentos eu esqueci que o livro era sobre uma história real. Toda a trama da investigação se mistura com a história da família Osage de Mollie Burkhart. A leitura do livro foi magnética, eu não conseguia parar de ler.

O livro soa como o enredo de um romance policial, graças ao brilhantismo de David Grann. O autor soube entregar um mistério real cheio de camadas. Como repórter, ele é obstinado e exigente, com uma capacidade singular de descobrir e incorporar diários, depoimentos e livros obscuros, sem nunca deixar a trama afundar. Como escritor, ele é generoso de espírito, disposto a dar até mesmo aos personagens mais obscuros o benefício da dúvida.

David Grann ilumina um capítulo esquecido da história americana, e com a ajuda de membros contemporâneos da tribo Osage, traz na páginas de seu livro uma conspiração doentia que vai muito mais fundo do que aqueles quatro anos de horror.

“Assassinos da Lua das Flores” é uma assustadora história real de ganância e racismo no desenvolvimento do oeste americano. Aqui tem uma daquelas verdades difíceis de ler e aceitar. É difícil explicar a profundidade dessa leitura, senti muita raiva e incrível injustiça. Se você gosta de conhecer sobre a história ou crime real, o livro vale a pena.

site: https://www.estantedovini.com.br/post/assassinos-da-lua-das-flores-resenha
Eduardo1685 13/01/2024minha estante
Resenha incrível! Quero muito ler esse livro.
Você viu o filme e tem uma opinião sobre a adaptação?


Vini 13/01/2024minha estante
Obrigado! Leia o livro, pois ele é muito interessante. O filme é muito bom também, assista. Obviamente, o livro é mais completo e preciso do que o filme, mas os dois merecem o tempo investido.




romulocinetic 11/04/2024

Facada
Minha primeira experiência tão voltada pro gênero de reportagem, na qual me aventurei em busca de abranger meu arcabouço literário. Certamente um desafio, mas que recompensou muito.

Se trata de um relato embasado em fatos da realidade, numa narrativa que o autor David Grann constrói minuciosamente ao redor de referências e registros dos assassinatos da comunidade Osage nos EUA.

É uma história de horror. Fui consumido e por vezes nem sabia se realmente estava gostando da experiência. E realmente, não estava. Não tinha muito o que se aproveitar. É uma sucessão de desastres que foram dignos de um estudo muito pleno desse recorte de tempo, que assombra pela crueza e por, do inicio ao fim desse contato, apresentar o pior da humanidade.

Depois disso aqui, certamente vou partir pra um climinha mais leve?
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Vinny Britto 23/09/2018

Um Caso Quase Surreal
Me pergunto como que um caso escabroso como esse, uma grande mancha na história americana passou todas essas décadas quase que despercebido?

Por várias vezes durante a leitura batia uma dúvida se o que eu estava lendo na verdade não se tratava de ficção, tamanho absurdo que se mostrava a cada capítulo.

O que os Osaje sofreram não foi brincadeira. Escrito como uma grande reportagem, vamos acompanhar todos os fatos em ordem cronológica, o que facilita o entendimento, mas não facilita sua digestão.

É uma leitura indispensável pra quem é fã de romance policial, pois apesar de ser de narrativa diferente, o caso é muito interessante e como bônus, fala da criação do FBI, que teve neste episódio o seu primeiro grande caso. Daria uma boa adaptação cinematográfica ou uma season na série American Crime Story.

RECOMENDO!!!
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Hester1 13/01/2019

Excelente livro sobre um massacre de indígenas e a formação do FBI justamente para buscar o autor dos assassinatos dos indígenas da tribo dos osages. Muito bom.
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arlete.augusto.1 17/08/2019

Extraordinário!
David Grann fez um trabalho de pesquisa profundo e detalhado e com uma prodigiosa habilidade narrativa conta o período de terror com inúmeros assassinatos dos índios Osages nos EUA, nos anos 20. São fatos reais de assassinatos cruéis para se apossarem do dinheiro do petróleo, pertencente aos Osages, a corrupção generalizada nas várias esferas que investigaram os casos, até a criação do FBI, que conseguiu colocar alguns responsáveis na cadeia.
É perturbador ver a indiferença, o preconceito, a ganância que permitiram que fatos como esses acontecessem. Pior, muitos assassinos saíram impunes.
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jota 28/09/2019

Siga o petróleo e o dinheiro...
Z, a Cidade Perdida, de David Grann, foi uma das grandes leituras que fiz em 2016. E Assassinos da Lua das Flores, do mesmo Grann, já faz parte de minha lista final dos melhores livros lidos neste ano. Em ambos os casos o conteúdo não é ficção, mas sim pesquisas, entrevistas e reportagens efetuadas com bastante vigor sobre fatos reais, que se tornaram depois obras interessantíssimas publicadas aqui pela Companhia das Letras. Z... tinha como subtítulo A Obsessão Mortal do Coronel Fawcett em Busca do Eldorado Brasileiro e em 2016 virou um filme apenas mediano. Assassinos... trata de Petróleo, Morte e a Criação do FBI: este é o complemento do título da obra.

Ela prende a atenção do leitor desde as primeiras linhas: tem mistério, muitos crimes violentos, suspense e reviravoltas numa história com grande potencial para o cinema. Tanto que leio, nesta data, no IMDb, que o renomado diretor Martin Scorsese já está preparando a pré-produção do filme homônimo (com adaptação de David Grann e outro roteirista) e nos papeis principais deverão estar conhecidos atores como Robert de Niro e Leonardo DiCaprio. Tem muito petróleo e dinheiro na história, o que motiva os crimes, então vai ser curioso acompanhar também o filme, mesmo conhecendo toda essa história, que se desenrolou há quase cem anos, quando nos EUA ainda imperava em muitas comunidades pequenas um clima de Velho Oeste.

A sinopse do livro postada aqui no Skoob é muito boa, bastante fiel àquilo que Grann escreveu, então, resumindo tudo muito rapidamente, Assassinos... trata de uma grande investigação sobre o assassinato misterioso de membros da tribo osage nos EUA na década de 1920, um caso tão complexo, amplo e chocante que acabou levando à criação do Federal Bureau of Investigation, ou FBI, por J. Edgar Hoover, uma das mais importantes personalidades americanas do século XX. Esses fatos são quase desconhecidos fora dos EUA mas mesmo lá andavam um tanto esquecidos e algumas coisas só foram esclarecidas depois da profunda pesquisa de Grann.

Achei toda a história ótima, não conseguia parar de ler, pois o livro parece fazer, de tanta coisa incrível que narra a cada capítulo, que você tem em mãos um daqueles livros policiais que somente grandes escritores conseguem nos oferecer, em que sobram mistérios e corpos e nada (fatos ou pessoas) é exatamente aquilo que aparenta ser de início. De comum com os nossos tempos, é que a corrupção envolvendo o Estado e a sociedade nos EUA era bastante forte então e precisou de pessoas dedicadas para ser drasticamente reduzida: eram os tempos dos gangsters e da lei seca. O FBI teve de empenhar enormes esforços para elucidar os assassinatos dos índios osage, prender os culpados, excluir agentes suspeitos de suas fileiras, mudar procedimentos para atingir seus objetivos etc.

Nada era fácil para os homens da lei porque sempre havia algum poderoso envolvido ou um ou mais indivíduos comprados para desviar a atenção, colocar empecilhos nas investigações ou tentar acabar com elas. Ou, pior ainda, matar as pessoas que as levavam a cabo, não apenas os índios, o que aconteceu mais de uma vez. Numa breve comparação, enquanto a corrupção no Brasil cobre praticamente todo o território nacional, está presente em todas as áreas, lá a coisa parece que ocorreu de forma mais restrita, mas é porque Grann focou basicamente os crimes contra a nação osage, nas suas terras ricas em petróleo que os brancos cobiçavam e não mediam esforços para tomá-las, muitas vezes contando a seu favor com leis arbitrárias e agentes públicos corrompidos. Outros indivíduos, tutores dos índios (que então não eram considerados cidadãos plenos pelo governo) agiam como pretensos amigos ou protetores deles; na verdade eram astutos e cruéis criminosos, como vamos descobrindo aos poucos.

Há pontos em que a ação se torna eletrizante, mas Grann nunca deixa nosso interesse cair nem mesmo quando se vê obrigado a avançar ou voltar na história ou interromper uma sequência de fatos para o esclarecimento de algum ponto necessário para o completo entendimento do drama todo. Seu trabalho de pesquisa e reconstituição impressiona tanto quanto os acontecimentos que traz ao nosso conhecimento, alguns estarrecedores, como os crimes praticados em família ou a forma violenta como eram praticados. Eles mostram que a cobiça humana por dinheiro e poder não tem limites, nem mesmo quando está em jogo a vida de seres humanos que acreditam piamente em outros seres próximos, que se revelam completamente desumanos no final, verdadeiros monstros. Um grande livro este de David Grann, que pode ser lido também como uma ótima história policial.

Lido entre 22 e 27/09/2019.



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Ghuyer 12/03/2021

Uma Narrativa Intrigante e Revoltante
Vocês sabiam que por volta da década de 1920, uma tribo de nativos norte-americanos era a população mais rica do mundo? Haviam mais milionários per capita entre índios osages no estado de Oklahoma do que em qualquer outra parte do planeta. O que talvez não seja tão surpreendente é a quantidade de preconceito que aquela população sofria (e ainda sofre). Porém, por mais que hoje seja lugar comum ter consciência da injustiça que os nativos-americanos tiveram de aturar, nada poderia ter me preparado para as revelações trazidas por David Grann neste fabuloso estudo histórico sobre a onda de assassinatos que assolou os osage por mais de duas décadas. O nível de ganância que pode mover não uma pessoa isolada, mas quase uma cidade toda a conspirar para matar seus habitantes de modo sistemático é assustador. O Governo dos Estados Unidos, embora tivesse concordado em ceder aos nativos os diretos pelos royalties do petróleo descoberto na reserva indígena, de modo monstruosamente cínico determinava que os índios não eram competentes para gastar o próprio dinheiro, de modo que cara índio tinha um homem branco como curador de sua fortuna. Aí está estabelecido o cenário perfeito para uma desgraça, que foi exatamente o que aconteceu. A história desvendada por David Grann é incrível (no pior sentido do termo), e seu talento como escritor o permitiu transformar esse atentado moral da História dos EUA em uma narrativa tão intrigante quanto revoltante. Uma leitura difícil de largar não só pelos mistérios muito bem estruturados e resolvidos gradualmente, como pelo fascínio mórbido pelas atrocidades cada vez mais chocantes sofridas pela população osage. Na construção do texto, Grann começa sempre sugerindo hipóteses negativas para diferentes aspectos dos casos, e depois vai gradualmente mostrando que a realidade era ainda pior. De forma que, por mais absurdo que fosse uma situação, a cada virada de página surgia uma crescente tensão devido à certeza de que o que viria a seguir poderia ser ainda pior.
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Lucas 03/02/2022

Uma história real, triste e cheia de reviravoltas, e que demonstra como a realidade pode se sobrepor à ficção. Dentro de todo o espetáculo midiático que David Grann conta sobre a história osage, ainda temos um triste desfecho para figuras chave da história, como o investigador que descobriu a trama e o destino do próprio povo osage, que viu seu dinheiro secar com a queda da exploração petrolífera.

É importante notar ainda que o período de terror, aqui narrado, escondeu uma história ainda mais aterradora, que só foi revelada pelo livro, muitos anos depois. A obra é um belo trabalho de jornalismo investigativo, e por ela vemos uma das várias facetas de maldade que o homem "civilizado" cometeu contra os povos nativos. Um excelente trabalho do autor, e que agora vai virar filme pelas mãos de Martin Scorsese.
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Luiz.Filipe 22/08/2022

Uma mistura de literatura ficcional com uma documentação histórica de um trágico acontecimento, intrigante demais
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Fernanda2407 16/10/2022

Jornalismo literário em sua melhor forma. Esse livro é sensacional! Como é interessante descobrir esses pedaços da história tão esquecidos, mesmo que sejam extremamente tristes.
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