ju 26/05/2021
King of Scars é o primeiro livro da última duologia do Universo Grisha. Os grishas são humanos com capacidades especiais, as quais eles chamam de Pequena Ciência, que os permite manipular os elementos da natureza. Os grishas são divididos em três ordens: os Corporalnik - capazes de manipular o corpo em si, usando os poderes tanto para curar quanto para matar - os Etherealki - capazes de manipular elementos como água, fogo, ar, luz e sombras - e os Materialki - capazes de manipular matérias primas e elementos químicos. Ambientado três anos depois dos eventos da trilogia Sombra e Ossos e a duologia de Six of Crows, King of Scars segue a jornada de Nikolai Lantsov, o mais novo rei de Ravka, Zoya Nazyalenski, sua general de guerra e a grisha mais poderosa viva e Nina Zenik, uma grisha em uma missão de infiltração em Fjerda, um dos maiores inimigos de Ravka.? Após o final da guerra que ocorre em Sombra e Ossos, Nikolai assume o trono, lutando para reconstruir seu país e ao mesmo tempo lutando contra o demônio que o possuiu durante o período em que foi torturado pelo Darkling, o antigo governador de Ravka. Apesar de ter ficado dormente durante grande parte desses três anos, o demônio passa a tomar controle do corpo do rei quando este dorme, o que se torna cada vez mais difícil de esconder do povo, e faz com que ele e Zoya partam em uma viajem para o antigo local da Dobra das Sombras - uma criação do Darkling, que em um experimento falho dividiu a terra em duas, deixando um rasgo no mapa, em que não havia nada além de escuridão e monstros - para tentar encontrar uma forma de expulsar o demônio.? Enquanto isso, Nina teve seu rosto completamente modificado por um Corporalnik, para que pudesse se infiltrar em Fjerda e ajudar grishas refugiados a fugir do país preconceituoso e famoso por caçar e executar grishas, para que tivessem uma chance de uma vida melhor em Ravka.? O livro é extremamente bem escrito, e dá pra perceber o quanto a escrita da Leigh evoluiu desde o primeiro livro do universo. Nikolai sempre foi meu personagem preferido, o mais carismático e inteligente, sempre com um plano e que faz de tudo para proteger seu país e aqueles que ama, então eu estava muito empolgada pra começar a ler esse livro. A evolução que a Zoya teve desde o primeiro livro até agora é incrível, e ela acabou se tornando uma das minhas personagens preferida, sempre forte e que não se preocupa com o que os outros vão pensar dela, que pode até ser fria, dura e arrogante, mas que também faria de tudo para proteger sua nação. Por fim, é tocante ver como Nina amadurece com os acontecimentos do último ano, retratados na duologia de Six of Crows, como ela lida com seu luto, tenta se adaptar à vida após seu vício e descobre um novo propósito em Fjerda, sempre sem perder seu carisma e intensidade, que são as características que fizeram com que se tornasse uma personagem tão querida.? Por mais que não seja o foco do livro, eu senti falta de menções aos personagens dos outros livros, nem que fosse apenas para sabermos vagamente o que aconteceu com eles. Além disso, por mais que dê uma história interessante, acredito que a Nina ficou irresponsável com seu luto, o que faz com que tome muitas decisões que colocam a missão e todos ao seu redor em risco.? O livro, assim como todo o universo, além de ser super envolvente e fluido, trata de questões extremamente importantes, como estresse pós-traumático e preconceito, além de ter uma grande quantidade de representação, tanto de diferentes raças quanto de personagens gordos, deficientes e LGBT. A leitura vale muito a pena, mas eu recomento ler os livros de Sombra e Ossos e Six of Crows antes, senão o universo e os personagens não farão sentido. Além disso, é um universo extremamente complexo, com diversas menções a países diferentes, termos nas línguas nativas como fjerdano, shu e zemeni e costumes de cada nação que só podem ser compreendidos com ambientação apropriada, o que não é o foco do livro.