Adriana Scarpin 11/09/2018Na introdução desta obra a autora delineia os diversos sentidos e fontes do que veia a se designar empoderamento, especialmente porque muitos o significam erroneamente como uma espécie de autoestima, quando seu sentido sociológico original seria uma reivindicação social de poder por grupos de minorias.
Na parte seguinte temos Berth nos explicitando que o empoderamento além de coletivo deve ser antirracista, anticapitalista e antissexista, que os neoliberais vão querer cooptar o movimento negro através de empreendedorismo e black money, mas que sempre terão uma retórica assistencialista e não de verdadeiro empoderamento, este que deve mexer nas estruturas da sociedade racista e sexista e não fazer uso de métodos paliativos.
Na terceira parte a autora pontua o quando a resistência das mulheres já assumia a noção de empoderamento antes mesmo do termo ser cunhado sociologicamente, através de autoras como Angela Davis e bell hooks é exemplificada a necessidade de unificação entre as lutas por raça, gênero e classe.
Na última parte Berth trata da questão estética do empoderamento, a partir do momento que o mesmo não é sinônimo de autoestima, mas certamente a questão do belo da negritude é uma questão da coletividade em quebrar paradigmas estéticos do que o branco julgou ser belo por séculos, esse empoderar-se umas às outras das mulheres negras ao assumirem a própria beleza, não num sentido narcisista mas sim coletivo da raça negra é certamente um gesto de empoderamento.