Black Hammer

Black Hammer Jeff Lemire




Resenhas - Black Hummer


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Dastan 06/01/2019

Black Hammer: Origens Secretas é o primeiro volume a ser lançado pela editora Intrínseca no Brasil, trazendo as edições de 1 a 6 que foram lançados nos EUA pela Dark Horse.

A arte é de Dean Ormston, mais conhecido por seus grandes trabalhos em Sandman, Juíz Dredd, Lúcifer, Os Livros da Magia, entre outros. Portanto já dá para perceber que Black Hammer tem uma qualidade excepcional.

site: https://www.thunderwave.com.br/resenha-black-hammer-origens-secretas/
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rbrenno_ 24/12/2018

Um quadrinho incrível.
Um quadrinho incrível. A arte é fenomenal e ainda por cima, como o próprio autor fala no posfácio, é uma carta de amor aos quadrinhos, principalmente aos quadrinhos de super-herói, apesar de não se limitar apenas a estes. Temos homenagens também aos clássicos quadrinhos de terror e o Jeff Lemire ainda teve a audácia de se inspirar em H.P. Lovecraf. Amei as histórias e os dilemas de cada um dos personagens. Só me resta aguardar para a leitura da continuação.
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EstanteColoridadaIsis 16/11/2018

#ResenhadaColorida
📖"Black Hammer" conta a história de um grupo de heróis, que após uma grande batalha na metrópole Spiral City, se veem isolados em uma pequena fazenda agrícola, sem possibilidade de escapar. Nessa Graphic Novel conhecemos a origem de cada herói em flashbacks do passado e como eles adquiriram seus poderes, mas não explica muito bem o porque eles foram exilados. Há 10 anos, Abraham Slam, Menina de Ouro, Coronel Weird, Madame Libélula e Barbalien têm que disfarçar suas habilidades e viver uma vida medíocre, sonhando com o dia que irão conseguir se libertar dessa prisão. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
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. 🗨Black Hammer foi eleita em 2017 como a melhor série original pelo principal prêmio internacional de quadrinhos, o Eisner Awards. "Origens Secretas" reúne os 6 primeiros volumes originais dos quadrinhos, então estou contando com os próximos, pois a estória acabou em um momento crucial e me deixou bem curiosa com a continuação. Quando penso em super heróis, me vem à cabeça os jovens e fortes, mas o que temos na estória são heróis velhos, decadentes e perdidos em uma zona rural que nem fazem ideia de onde está localizada. Eles tentam se adaptar, formando uma família disfuncional e muito estranha. Eu adorei o enredo, porque o que mais gosto em histórias de heróis são as partes que abordam as origens de cada um. O único detalhe que não agradou foi o tamanho, a estória poderia ter sido bem mais explorada com uma quantidade maior de páginas. A leitura é fluida e as ilustrações são muito boas. Recomendo para fãs de HQ.

site: www.instagram.com/estantecoloridadaisis
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Felipe Duco Comics 13/11/2018

Uma história essencialmente de super heróis, mas com um olhar bem profundo no fator humano. Esse tipo de narrativa é a minha preferida, porque a gente só vai se importar de verdade com a vida dos nossos heróis (quando eles estiverem em combate e/ou entre a vida e a morte) se a conexão com o lado humano deles for forte e "Black Hammer" trabalha isso com muita competência e muita fluidez, é incrível de tão lindo. Ainda tô engatinhando na leitura de HQ's, não tenho parâmetro pra comparar, porém uma história bem contada, com personagens realistas e muito apaixonantes não precisa de muito pra ganhar nossos corações. Bom pra caramba!
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Tamirez | @resenhandosonhos 17/10/2018

BLACK HAMMER • VOL.1: ORIGENS SECRETAS
Numa época onde os super-heróis estão na cabeça de todo mundo e os fãs de quadrinhos nunca estiveram tão felizes com tamanho destaque ao universo e com tantas adaptações, Black Hammer vem como um sombrio sopro de novidade em meio ao tradicional. O que temos aqui são heróis exilados, que após travarem a batalha de suas vidas se sentem punidos por estarem afastados da sociedade e tendo que esconder sua real identidade e poderes.

A primeira coisa que gostei aqui, depois da proposta em si, foi ver o tom sombrio que a trama trabalha. Não é algo cheio de esperança ou expectativa de que as coisas vão dar certo. Muito pelo contrário. É um cenário melancólico que, após 10 anos de “confinamento” cobra seu preço de formas diferentes em cada um dos personagens.

Para cada um deles vamos ter um capítulo que nos contará melhor sobre quem ele era antes de tudo isso acontecer, e o que mudou em sua perspectiva e visão de mundo depois de todo esse tempo. Alguns simplesmente não aceitam a situação e tentam dificultar as coisas ou pensar em formas de escapar, enquanto outros se afastam ou tentam se adaptar da forma como podem a vida que agora conhece como sua. O ponto em comum é que nenhum deles, verdadeiramente, gostaria de estar ali.

E são todos os sentimentos que vemos sendo retirados dos personagens, que nos proporcionam uma reflexão sobre todo o peso desse poder adquirido e do quanto possuir isso sem ter um propósito pode ser doloroso e prejudicial. Além de inúmeras outras questões que também são levantadas aqui, como a própria sociedade onde estão inseridos, as relações entre eles e as entrelinhas que pontuam cada uma das narrativas. E eles, mesmo unidos por esse fardo em comum, são extremamente diferentes, tanto em personalidade como na sua “formação” enquanto super-herói.

De forma geral, esse primeiro volume é bem introdutório e serve para inserir o leitor dentro do cenário da história. Já li HQs que me deram bem menos em um primeiro contato e senti que consegui receber de Black Hammer o necessário para que eu compreendesse o cerne central da trama e, ao mesmo tempo, tivesse a narrativa interrompida no ponto certo para que eu seguisse intrigada em seguir em frente.

Algo que também é muito válido é o posfácio e os extras que nos trazem um pouco da trajetória do autor na construção da história, do quando o quadrinho demorou para realmente “sair do papel” ou, nesse caso, entrar nele, e das mudanças que foram feitas ao longo caminho. Pra mim, em alguns casos, essa é uma das partes mais interessantes, pois mostra grande parte do processo criativo dos autores de uma forma muito diferente do que estamos acostumados em livros.

O traço do quadrinho é bem marcante e, de certa forma, rústico. E, enquanto temos uma aura sombria, também temos várias cores vivas sendo trabalhadas através das páginas exatamente para gerar esse contraste entre o vibrante e o que o momento atual representa. Isso também fica muito claro quando vamos ao passado conhecer um pouco mais sobre os personagens e nos deparamos com uma narrativa bem mais pulsante.

Acredito que, para quem gosta da temática ou até mesmo para quem é novo dentro do formato, Black Hammer apresenta uma proposta muito interessante, que brinca com as nossas emoções através da experimentação de vários aspectos da ficção científica, da aventura e até de uma pitadinha de terror. Vale a pena conferir e encontrar uma nova forma de olhar para aqueles que estamos tão acostumados a ver salvando o mundo, aqui, tendo que lidar com a impossibilidade disso.

site: http://resenhandosonhos.com/black-hammer-%E2%80%A2-vol-1-origens-secretas-jeff-lemire-dean-ormston-dave-stewart/
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Fábbio @omeninoquele 13/09/2018

Maravilhoso!
RESENHAOMENINOQUELE] + DETALHES
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Dez anos após a grande batalha contra o antideus e salvarem os humanos da cidade de Spiral City os cinco heróis conhecidos como Abraham Slam, Menina de ouro, Coronel Weird, Talk-Walky, Madame Libélula e Barbalien foram exilados numa cidadezinha e forçados a viverem uma vida pacata numa fazenda.
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E sem suas verdadeiras identidades de heróis que são, eles agora tentam levar uma vida normal, mas nunca perderam a vontade de sair dali. E tentam sobreviver como pessoas normais escondendo seus dons da população local.
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Acompanhamos nessa introdução, essa inusitada família que se formou e através de flash-backs descobrimos como cada um deles conseguiu seus poderes, como lutaram e o que abdicaram para vencer a Última Batalha.
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Esse primeiro volume termina de forma muito instigante e eu não vejo a hora de ter os próximos volumes para acompanhar essa família e seus dramas como pessoas normais. Se voce gosta de histórias de super heróis assim como eu, vai amar adentrar nesse mundo. Recomendo demais!!!
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O projeto gráfico está incrível, a arte dada à Hq bem como o colorido, fazem com que o livro seja muito lindo, e podemos contar também no final com esboço dos personagens e um posfácio do autor.
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#BlackHammer #intrinseca

site: https://www.instagram.com/p/BnpAwWGnXRX/?utm_source=ig_web_copy_link
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Gisele @abducaoliteraria 04/09/2018

Para quem aprecia histórias com uma boa construção de personagens, essa HQ é um prato cheio. Escrita por Jeff Lemire e com ilustrações de Dean Ormston, acompanhamos a vida pacata de ex-herois exilados em uma fazenda fora dos limites do tempo.

Não se sabe o porquê eles foram exilados, nem como. Só o que sabemos é que já fazem 84 anos 10 anos que eles salvaram o mundo em Spiral City do temível Antideus, e desde então estão confinados nesta cidade-prisão tendo que disfarçar seus poderes, esconder suas identidades de heróis e agirem como uma família. Para alguns, como Abraham, a vida na fazenda faz sentido. Ele se acostumou à função de fazendeiro e chefe da família, encontrou alguém que gosta e aceitou bem essa nova realidade tranquila.

Em contrapartida para Gail, tudo se torna cada vez mais insuportável. Conhecida como A Menina de Ouro, sempre que dizia ama palavra chave ela voltava a se transformar numa garotinha poderosa, independentemente da idade que possuía. Só que no momento em que a catástrofe cósmica ocorreu, Gail, que era praticamente uma idosa, ficou presa para sempre na forma de uma garota. Então se adaptar a essa realidade não é tão fácil para ela, que é forçada a viver e agir de acordo com a sua aparência de criança. O que ela não o faz, é claro. Diante do teatrinho familiar perante a cidade, Gail nada mais é do que a pré-adolescente problemática neta de Abraham.

Black Hammer: Origens Secretas exibe os seis primeiros fascículos originais que apresenta particularmente cada um dos personagens exilados, que são os já mencionados, Abraham Slam e Gail, a Menina de Ouro, e também Barbalien, Coronel Weird e Madame Libélula. Para quem gosta de super-heróis, com toda certeza captará inúmeras referências a personagens muito conhecidos dos quadrinhos, e esta é claramente uma homenagem do autor, que também é muito fã. Mesmo que você fique com o sentimento de que já viu aquilo em algum lugar, não incomoda, porque o autor logo acrescenta algo que impressiona e muda a perspectiva.

Coronel Weird foi o personagem que mais me surpreendeu. A princípio, ele aparenta ser um dos mais desestabilizados e desconexos da fazenda. Parece ser maluco, porque não diz coisa com coisa. A verdade é que ele teve uma experiência peculiar quando adentrou um portal interdimensional conhecido como Parazona e adquiriu habilidades extrassensoriais. Desde então, ele vive viajando entre o tempo e espaço, então perde um pouco a noção da realidade. Porém, é impossível dizer que ele é o meu personagem favorito, já que todos conseguiram me cativar muito. Outra coisa interessante é que a cada fascículo os quadrinhos ganham elementos que se moldam ao personagem apresentado, reforçando a sua identidade.

Como vocês puderam perceber, aqui temos uma história sobre super-heróis. Não sobre seus feitos, vilões ou missões impossíveis. Mas a respeito deles mesmo. Sobre quem eles são, como funciona a estranha relação familiar e de amizade que se formou. As nuances dessa convivência são tratadas de forma sutil, enquanto visualizamos como essa estranha realidade afeta cada um deles de forma diferente.

O quadrinho possui um tom melancólico e sombrio, mas em determinados momentos também somos agraciados com situações muito divertidas. Os traços de Dean Ormston e a paleta de cores utilizada por Dave Stewart, o colorista, são incríveis e se conectam muito bem com a história, reforçando o seu tom deprimido.

Li e me diverti muito com Black Hammer. Foi uma leitura rápida, extremamente agradável e que me deixou imersa com muita facilidade. Você devora as páginas querendo conhecer mais a fundo cada um desses personagens e entender o porquê eles residem e vivem nessa espécie de limbo. Esse mistério move a trama e te deixa ansioso para descobrir se há uma forma de desvendar e reverter essa situação. Porém, como eu disse antes, esse primeiro volume funciona apenas como uma apresentação.

Para diminuir a minha angústia de ter chegado no final, fui agraciada com um extra muito legal, onde o autor conta algumas curiosidades sobre a criação do quadrinho de forma geral. É um posfácio que vale muito a pena e te deixa ainda mais animado para acompanhar a continuação. Black Hammer é altamente recomendado a fãs de super-heróis e a quem está começando a se aventurar no mundo dos quadrinhos, como eu.

site: http://abducaoliteraria.com.br/
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Leitor Noturno 01/09/2018

Resenha @leitor_noturno
Autor: @jefflemire
Editora: @intrinseca
Estilo: HQ de Terror
Resumo: Os 6 primeiros fascículos da aclamada série de Jeff Lemire, contando tudo sobre a origem de cada um dos 6 super heróis. Personagens com poderes originais, que não fazem parte da DC ou da Marvel, mas que nesse primeiro volume ainda não deu para ver a ideia principal do enredo. Com algumas polêmicas e questões psicológicas, a HQ trás um terror monstruoso e cenas de ação muito bem desenhadas, pecando apenas em não explicar 100% nenhuma das histórias.
Capa: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Edição: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Ilustrações: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Enredo: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Desenvolvimento: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Ação: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Diálogos: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Terror: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Monstros: ⭐️⭐️⭐️
Polêmicas: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Psicológico: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Personagens: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Extras: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
História Principal: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Coerência da Cenas: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
Preparação Para Próximo Volume: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Encerramento do Volume: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Fluidez da Leitura: ⭐️⭐️⭐️⭐️
Quem Pode Gostar: Fãs de HQS, fãs de DC e Marvel, quem gosta de histórias com grande teor psicológico, e quem curte acompanhar histórias desde o início, sem perder nenhum detalhe.
Nota Final: ⭐️⭐️⭐️⭐️

site: https://www.instagram.com/leitor_noturno/
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Eraldo 01/09/2018

Excelente
Jeff Lemire faz sua homenagem à era de ouro com um bom uso dos clichês e desdobramentos muito inteligentes. A arte dialoga perfeitamente com o texto, tornando a leitura agradável e prendendo o leitor da primeira à última página.
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Natasha 20/08/2018

Gostei Muito ?
Mal posso esperar pelo Vol.2 ??
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Joao.Vitor 01/08/2018

Desvendando os mistérios de Black Hammer
Black Hammer é uma HQ escrita por Jeff Lemire e desenhada por Dean Ormstrong que conta a história de um grupo de heróis que após uma grande batalha se vêem presos em uma cidadezinha pequena da qual não podem sair e eles não fazem ideia do porquê, dez anos se passam sem achar uma solução.Com o tempo que passa também cresce a falta de esperança de voltar. Bom, eu acho que para entender porque essa história é especial, é preciso analisar o contexto no qual ela foi criada e conhecer um pouco da história do autor que a idealizou.

Jeff Lemire é um escritor bastante versátil que sempre foi um apaixonado por histórias de super-heróis mas que aparentemente também ansiava por contar histórias sobre os sentimentos mundanos que nos cercam; no campo dos super heróis, Lemire escreveu personagens como Wolverine, Arqueiro Verde, Cavaleiro da Lua e muitos outros; e entre suas obras autorais figuram Soldador Subaquático, Condado de Essex e Nada A Perder; no entanto essas vertentes distintas sempre se mantiveram separadas.

Então chegamos finalmente em Black Hammer, essa é a obra onde esses dois mundos de Lemire colidem, onde temos uma história recheada com diversas homenagens aos quadrinhos clássicos de super-heróis, mas onde sua abordagem convencional é desconstruida. Na trama os personagens acabam tendo de viver juntos numa fazenda afastada da cidade, mas há um detalhe importante, nos seus dias de combatentes do crime eles eram completos estranhos uns aos outros, daí nasce um dos melhores momentos da HQ, o desenvolvimento desses personagens e as relações entre eles. Ao longo da trama vemos como cada personagem lida com o fato de estar preso nesse lugar, alguns já se acostumaram com a nova vida e não tem expectativas de voltar, outros não se adaptam de forma alguma e mantém viva a esperança de se libertar dessa prisão; em meio a isso eles tem que cumprir seus respectivos papéis como família para não levantar suspeitas de quem são para a população, nesses momentos Lemire mistura doses de bom humor e melancolia como poucos fazem.

Enfim, a história conseguiu me prender do começo ao fim e espero ansioso pelas próximas edições de Black Hammer porque muitos mistérios continuam sem resposta e eu preciso muito saber como tudo isso vai se concluir. ;)
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Paulo 29/07/2018

Depois de muito tempo, finalmente li algo do Jeff Lemire. Todos falando que ele tem uma escrita sensacional, que todos devem ler alguma coisa dele algum dia. Então fui com grandes expectativas para ler este trabalho dele. Não me decepcionei. Encontrei uma desconstrução do mito do herói. Uma história intimista sobre pessoas com super poderes. A cada capítulo da narrativa somos envolvidos por aquelas pessoas com seus problemas. Lemire é, sim, um autor que sabe trabalhar com emoções, com os sentimentos das pessoas e com as relações entre elas.

Falando um pouco da edição da Intrínseca, achei-a muito boa. No aspecto estético ela segue o estilo da capa cartonada da Dark Horse mantendo a capa e o melhor: deixando-a limpa para que possamos apreciar a arte do capista. O símbolo da editora está bem discreto, só isso já ganha muitos pontos. O papel é bacana e de boa gramatura, não sendo um daqueles mega luxuosos como o Couché nem nada. Mas, para uma HQ que pretende atender a todos os públicos, a escolha do papel foi ótima sob uma perspectiva de custo e benefício. Ao final tem uns extras bem legais como um texto do Lemire sobre as origens da história e artes conceituais dos personagens.

O roteiro é simples, porém muito eficiente. A partir dessa premissa simples, o autor vai trabalhando individualmente os personagens neste primeiro volume. Cada um dos capítulos daqui se foca em um personagem sem se esquecer do todo. Aliás, se você está procurando uma HQ de super-heróis combatendo ameaças espaciais, saia fora. Não é um quadrinho para você. Lemire nos apresenta um roteiro mais realista apesar dos super poderes estarem ali. É uma menina que não aceita estar presa em um corpo de menina, é um alienígena que lida com sua sexualidade, uma mulher que perdeu aquilo que havia de mais importante em seu coração, um homem tentando resgatar sua sanidade. Ou seja, é uma história com os dois pés fincados no chão. O curioso é que Lemire brinca em alguns capítulos alterando o paradigma de suas histórias. No trecho dedicado ao coronel Weird, temos uma narrativa mais psicodélica onde até o letramento e a quadrinização diferem do resto ou no último capítulo da Madame Libélula onde adota aquela vibe das histórias publicadas na Creepy com doses de terror. O autor não limita o seu enredo e não o descaracteriza: Black Hammer é uma grande homenagem às histórias de super-heróis.

Se Lemire é um dos grandes roteiristas atuais, Dean Ormston é um artista muito renomado com enorme experiência. Tendo passado por HQs como Sandman, Lúcifer e até Judge Dredd, possui uma arte muito versátil que podemos visualizar nesse primeiro volume. Um arista expressivo como ele combina com um roteirista que explora as emoções dos personagens. Algumas cenas criadas pelo artista são lindas como Barbalien e Gail sentados no telhado conversando sobre seus sentimentos ou Abe se lembrando de sua época de ouro. Mesmo quando precisa atender aos experimentalismos de Lemire, Ormston mostra o quanto sua arte é fora do padrão. Ele consegue impor o ritmo dos comics americanos, mas com aquela pegada mais indie. Os cenários também são eficientes para aquilo que se propõe ser. Ele nos coloca diante de uma cidade bucólica do interior dos EUA. Tudo ali respira o sul dos EUA: a pequena Igreja, o bar de Tammy, a fazenda. Porém, quando requisitado ele pode nos entregar cenários completamente estranhos como a metrópole onde os heróis viviam ou a cabana estranha de Libélula.

Os personagens são incríveis. Neste primeiro volume Abe, Gail e Barbalien são os que possuem maior espaço e são os que eu quero comentar neste momento. Abe é o típico herói da Era de Prata. Aquela mescla entre um patriota e um combatente do crime veterano. Neste momento da história, Abe parece ter encontrado o seu refúgio após muito tempo nas ruas. Ele buscava um lugar para si e conseguiu esse espaço na fazenda. Por essa razão, voltar ao seu mundo natal não é uma opção para ele. A paz de espírito que ele conseguiu não é compartilhada pelos seus companheiros. Se podemos falar de alguém deslocado entre deslocados é o Abe. Ao mesmo tempo ele se preocupa com os seus companheiros porque entende o quanto eles sofreram ao perderem seus pontos de referência.

Já Gail está em uma situação diferente de Abe. Estar presa a um corpo de 9 anos tendo 55 deve ser frustrante para ela. O sofrimento é palpável. É a síndrome de Peter Pan só que entendida por uma outra perspectiva. Gail deseja amar, deseja beber, deseja viver. No entanto, sua aparência acaba sendo o parâmetro para como as outras pessoas a enxergam. Ela é o estereótipo de ser julgada pela aparência. Como os heróis exilados precisam fingir ser normais, Gail se vê obrigada a tarefas banais como frequentar a escola, usar roupas de criança e se portar como uma. Tudo isso é enfadonho demais para. As coisas pioram ainda mais quando ela descobre que a pessoa que ela ama e que a entende na verdade ama outra pessoa. A cena que mais parte o nosso coração neste volume é quando ela incentiva o seu amor a perseguir a pessoa que ele ama. Dá para ouvir o barulho de seu coração se partindo.

Se posso falar de algo ousado é o que é feito com Barbalien. Um marciano homossexual. Uau. Lemire surpreende a gente com essa revelação logo no segundo capítulo. O personagem sofre de um duplo preconceito: o de não fazer parte da Terra e o de ser homossexual. Não consigo ser capaz de entender todas as nuances disso. Mesmo me colocar no lugar de alguém que sofre preconceito de gênero já é difícil. No entanto, o autor consegue colocar esse dilema de uma forma tão doce e doída ao mesmo tempo que a gente passa a se importar com o personagem. O dilema de Barbalien nos é colocado de uma forma que o personagem precisa encontrar forças e coragem para voltar a perseguir aquilo que ele deseja. Mesmo que o seu desejo possa colocar de alguma forma seus companheiros em risco.

Black Hammer é uma enorme homenagem ao universo dos super heróis. Lemire consegue com maestria passar por todas as fases dos comics, nos apresentando uma narrativa intimista ao mesmo tempo em que ele desmonta o mito do herói. É como se ele pegasse um relógio de corda e nos expusesse as peças e mostrasse de que maneira essas engrenagens trabalham juntas. Com uma arte eficiente e que trabalha muito bem em equipe com o roteirista, Black Hammer mantém o interesse do leitor do início ao fim.

site: www.ficcoeshumanas.com
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Fernando Lafaiete 17/07/2018

Black Hammer: Um exemplo incrível de como homenagear os super-heróis!!
*****************************NÃO possui Spoiler******************************

Se vocês assim como eu são fãs de super-heróis, precisam ler esta maravilha que é Black Hammer. Se leram e gostaram da trilogia Executores do Brandon Sanderson, precisam ler esta preciosidade criada por Jeff Lemire.

Black Hammer é uma tremenda homenagem ao universo heroico e é leitura obrigatória para os fãs do gênero. Acompanhamos a história de uma “família” de super-heróis que após combaterem um super-vilão denominado Anti-Deus, são teletransportados (sem explicação aparente) para uma pequena cidade, mais precisamente para uma fazenda. Se veem diante de uma situação inimaginável; estão presos neste ambiente desconhecido e não sabem o que fazer para reverter esta situação.

O autor cria uma narrativa repleta de referências que fizeram meu cérebro explodir e me deixaram muito animado com a leitura. Os 6 protagonistas desta trama, foram heróis e agiam de maneira independente. Uniram-se apenas para derrotar um inimigo em comum, que sozinhos não seriam capazes de derrotar. Esta união acabou culminando na tragédia mencionada anteriormente e fez com que eles acabassem se tornando, graças às circunstâncias, uma família muito da esquisita.

Jeff Lemire homenageia heróis como Capitão Marvel (Shazam), Capitão América, Caçador de Marte (Membro da Liga da Justiça), Ravena (membra dos Titãs) e homenageia até o mestre do terror cósmico H. P. Lovecraft. Sem contar o visual do grande vilão que é claramente uma homenagem à Darkseid, o grande antagonista da Liga da Justiça, possuindo também características de Galactus, um dos grandes vilões da Marvel.

A HQ publicada pela editora Intrínseca, possui as 6 primeiras histórias, além de alguns extras sobre a criação deste fabuloso universo. Eu amei a maneira pela qual Lemire apresenta os backgrounds dos personagens e como ele desenvolve os relacionamentos interpessoais entre eles. Dei muita risada com a personagem Golden Gail (a minha favorita), uma adulta de 55 anos presa no corpo de uma criança de 11. A mesma tem que encarar situações como ir para a escola e mostra sem pudor estar de saco cheio de tudo. Fuma, fala palavrões e muitas vezes se comporta de maneira rebelde, demonstrando sua insatisfação com a vida. O autor também insere representatividade e aparentemente irá abordar a homossexualidade de maneira meio polêmica.

O autor brinca com os nomes de alguns personagens, ligando tais denominações às suas personalidades e isso é muito legal. O quadrinista também insere plot-twists e deixa o leitor intrigado.... Em quem devemos / podemos confiar?

Jeff Lemire já se tornou um dos meus quadrinistas favorito e eu certamente irei conferir o máximo de coisas que eu puder as quais ele esteve envolvido. Já iniciei a leitura da série da DC Comics “Os Incríveis” e já a indico. Quando me fizerem a seguinte pergunta: Quais HQs você me indica para ler imediatamente? Black Hammer estará na lista ao lado das aclamadas “A Piada Mortal” e “Palestina: Uma Nação Ocupada”. Excepcional e uma excelente aposta da Editora Intrínseca.
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Jessica599 06/07/2018

Uma das melhores que já li.
Que surpresa maravilhosa que foi essa HQ! Trazendo a temática de super heróis já velhos e “aposentados”, vivendo numa fazenda em algum lugar do universo, Black Hammer evoca os grandes clássicos dos quadrinhos, fazendo referência à personagens como Capitão América, e também figuras marcantes como Cthulhu (Lovecraft) e Thomas Newton (O Homem que Caiu do Céu).
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Pois bem, há dez anos nossos heróis salvaram a cidade de Spiral City e, como mencionei anteriormente, foram parar numa fazenda que mais parece uma prisão, já que não conseguem sair de lá. Para piorar a situação, há outras pessoas morando nos arredores e por causa disso, eles não podem revelar suas verdadeiras identidades. Eles fingem dia após dia que são uma família normal mas, vejam bem, estamos falando de um alienígena, uma bruxa, um astronauta que já não bate bem da cabeça, uma criança com hábitos peculiares e... Bom, vou parar por aqui rs.
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Fingir ser quem não é pode funcionar durante algum tempo, mas uma hora é preciso parar de empurrar as coisas com a barriga. Nem todos estão contentes com a situação e quando os conflitos começam a surgir, a história vai ganhando força, prende a gente até o fim, nos coloca junto aos personagens e nos faz querer ajudá-los.
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Black Hammer é uma HQ curtinha que eu li em apenas um dia e gostaria muito de já ter a continuação em mãos. Nesse primeiro volume já fui cativada pelos personagens e fazia tempo que eu não me sentia assim. Que os filmes da Marvel e da DC Comics me perdoem, mas pela primeira vez eu quis ser uma super heroína! Apesar de tudo, eu senti vontade de morar na fazenda...
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Com influências dos anos 50 e da cultura pop, Black Hammer é um quadrinho que vai agradar muitos fãs desse universo, mas também pode despertar o interesse por aqueles que estão começando agora. No final da obra, contém informações super interessantes, como posfácio do autor, perfis da construção dos personagens e esboços originais!
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Leitura mega recomendada!

site: www.literalivro.blogspot.com.br
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Lucas Canabarro 24/06/2018

Eu sempre fui fã do Lemire por enxergar a qualidade em seu texto. Por mais que o extraordinário seja o foco, é no simplório que sua história desenrola e encanta.
Black Hammer é exatamente sobre isso. O que importa é a história de vida dos personagens. Os outros detalhes - aqueles detalhes chamativos de final de capítulo - são grandiosos, mas apenas um pedaço de algo em si espetacular.
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