Carol @solemgemeos15 01/04/2020
“Garotas Mortas”: nomeando a misoginia do dia a dia #LeiaComASubjetiva
Desafio da Subjetiva #LeiaComASubjetiva
Afim de estimular a leitura, a Revista Subjetiva lançou o desafio da #LeiaComASubjetiva e nos meses de março e abril, o tema selecionado é Literatura latino-americana.
No caso, Selva Almada é uma escritora argentina e o livro Garotas Mortas se passa na Argentina, em especial com os crimes investigados ocorrendo na Argentina pós-ditadura.
Informações do Livro
Escrito por Selva Almada e publicado em 2018, Garotas Mortas conta a investigação da autora enquanto ela traça os pontos entre violência doméstica, feminicídio, subjugação feminina, exploração sexual de meninas e mulheres e a exposição do risco de vida das mulheres na recém democrática Argentina enquanto a mesma busca por mais informações sobre três feminicídios, tidos como “crimes pequenos” na época que acontecera.
Através de histórias pessoais e as três investigações que a autora realiza, Garotas Mortas mostra a misoginia cotidiana.
Temas abordados: Misoginia e Feminicídios
Comentando sobre a insegurança que sentiu enquanto nova, a autora estabelece a relação de três casos não resolvidos com a mesma — perceber que sua própria casa não era segura para meninas e mulheres.
A mesma fala:
“Não me lembro de nenhuma conversa específica sobre violência de gênero, nem que minha mãe fizesse alguma advertência expressa sobre o tema. Mas ele sempre estava presente: quando falávamos de Marta, a vizinha espancada pelo marido (…)”
Ou seja, embora não existia o processo de nomeação do problema em voga, o assunto não tinha escapatória, pois o era norma. A misoginia afetava suas vizinhas, suas mães, amigas, conhecidas e desconhecidas.
E a misoginia afetou as três mulheres que foram assassinadas por serem mulheres descritas em Garotas Mortas. Os três casos de feminicídios não resolvidos que não receberam grandes alarmes pela mídia e pela população e que ainda não encontraram resolução.
Andrea Danne, 19, assassinada com uma punhalada no coração enquanto dormia em sua casa.
María Luisa Quevedo, 15, estuprada, estrangulada e abandonada em local baldio.
Sarita Mundín, 20, desaparecida por meses até seus ossos aparecerem presos em galhos perto de um rio.
Considerações finais
Com uma escrita rápida e jornalística, o livro descreve como a misoginia é cotidiana e como três feminicídios exemplificam como mulheres são vistas e tratadas.
Uma boa leitura para quem deseja refletir sobre feminismo e violência contra mulheres.
site: https://medium.com/revista-subjetiva/garotas-mortas-nomeando-a-misoginia-do-dia-a-dia-leiacomasubjetiva-e23c4d7fd84d