Tempo de migrar para o norte

Tempo de migrar para o norte Tayeb Salih




Resenhas - Tempo de migrar para o norte


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Bê. 10/05/2018

?
O livro começou muito bem, com uma história envolvente sobre um protagonista misterioso... Mas depois, talvez eu não tenha aproveitado a leitura como deveria, me senti confusa em alguns momentos em que o autor inverte as perspectivas da história.
Como o enredo é muito bom, fui seguindo o livro sem conseguir abandonar, no entanto, quando cheguei ao final a frustração foi bem grande, ficou a sensação de vazio. Confesso que até o penúltimo capítulo eu estava curtindo, esperava mais do final.
Tiago 15/05/2018minha estante
Senti a mesma sensação


Fábio Nogueira 16/05/2018minha estante
Comigo foi o contrário... Passei a entender melhor a narrativa do autor e mergulhei nessa intensidade.


Elisabete Bastos @betebooks 19/06/2018minha estante
É o vazio que existe na gente em face do conflito alheio tão latente e sofrido.




Pudima 08/07/2018

Sobre "Tempo de Migrar para o Norte"
Eu terminei essa história sem saber o que pensar. Fiquei confusa, e acho que não consegui entender muito bem.
Senti falta de sentir. Senti os personagens muito frios, distantes, sem expressão. Não consegui me envolver no enredo e acho que o livro impactou muito pouco em minha vida.
A leitura é fluida e achei bem fácil de ler, bem rápido. Mas parece que o livro passou por mim sem deixar marcas.
Não foi um livro que me cativou, ou que eu gostei, ou que mudou algo na minha vida. Achei riquíssimas as contribuições de quem leu e entendeu, mas não me senti atingida pelo livro. Talvez me falte compreensão, talvez eu não tenha (ainda) o conhecimento necessário para entender esse livro, mas confesso que o que vivi literariamente nessa história é tão vazio que ecoa.
Paz, amor e bem.
Drica 12/07/2018minha estante
Verdade, Érika!
Eu também me senti assim, perdida na história, os personagens bem distantes, uma sensação estranha de quem conta muitas histórias ao mesmo tempo e nenhuma, sabe como é? Estranho, apesar de não ter sido ruim. Fui até boazinha e dei 4 estrelas, mas acho que 3 é mais justo!


Hevellyn with an "H" 02/03/2020minha estante
Senti o mesmo que você ao terminar essa leitura.


Haida 27/06/2020minha estante
Me sinto representada pelo que você escreveu. Senti a mesma coisa!




Fábio Nogueira 16/05/2018

Interessante, intenso...
Leia, reflita, com a mesma intensidade que o autor te apresenta este romance ímpar. Sem lacunas ou brechas, Salih nos presenteia com essa estória densa e não cansativa com muita maestria. Cada um, no seu tempo para migrar para o norte... Experimente!
16/05/2018minha estante
Ainda vou começar


Fábio Nogueira 17/05/2018minha estante
Show! Vai gostar...




Gláucia 10/06/2018

Tempo de Migrar para o Norte - Tayeb Salih
Publicado em 1966 foi indicação de Milton Hatoun no mês de maio/18 da tag.
Traduzido direto do árabe de um autor sudanês traz como protagonista Mustafa Said cuja vida é contada por um narrador não nominado. Ambos tem em comum a origem sudanesa e o fato de terem vivido por alguns anos na Inglaterra, retornando ao seu país, cada um com sua trajetória e vivência com o país colonizador.
O narrador mostra um grande interesse em conhecer o passado misterioso de Said e gostei mais da primeira parte do livro que fala um pouco da relação do narrador com seus país, sua gente, seu passado. Quando o foco é a vida de Mustafa perdi um pouco o interesse. Achei forçada a comparação desse personagem a Otelo. Os dois são negros que se envolvem com mulheres brancas mas só isso é suficiente para serem comparados? O que motiva um é o ciúme doentio, o outro um sentimento de vingança contra seu colonizador que o inferioriza, utilizando a sedução como arma.
O livro é bem curtinho, dá pra ser lido em 1 ou 2 dias (o que daria mais de 55 páginas por dia), tem como mote principal essa relação entre dominador e dominado através de acontecimentos bem extremos. Interessante mas facilmente esquecível.
regifreitas 10/06/2018minha estante
nossa, conta aí pra gente o segredo para ler mais de 55 páginas por dia!! rsrsrs


Gláucia 10/06/2018minha estante
É difícil de acreditar que isso possível né? rss




Candido Neto 07/05/2018

Há destino?
Quem é Mustafa Said?
No fim do livro é possível fazer a biografia completa de Said, mas ninguém sabe quem ele é. O livro acaba e a história continua na sua cabeça.
Sexismo, violência, política, cultura, relação interpessoal e choque cultural fazem parte do livro, o autor lhe conduz vagarosamente para um ponto onde nada mais vai acontecer além do destino.
Há destino? Livre arbítrio? Mustafa Said escolheu seu destino ou o cumpriu?
Elisabete Bastos @betebooks 19/06/2018minha estante
Uma questão a pontuar é a relação entre o Estado-Colonizador e aqueles que foram subordinados/colonizados. Existe um estigma entre eles. O sentimento de inferioridade e a revolta da submissão permear em cada página. Mustafa Said sabia muito intelectualmente igual ao colonizador e emocionalmente? Todos estão marcados desta carência até o autor, que ficou no estrangeiro distante do Rio Nilo.....




Zelinha.Rossi 16/05/2018

A escrita é boa, fluida, bela. Os temas tratados são bastante interessantes. Mas para mim o final foi um tanto quanto abrupto. Virei a página e.... Fim? Ler o posfácio me fez entender mais sobre a importância da obra, sobre o sentido das ações de Mustafa Said. Mesmo assim, não sei se foi suficiente para melhorar minha impressão sobre a obra.
Anoca Freitas 22/05/2018minha estante
Estou na página 109 e devo terminar a leitura depois do almoço. O pior é que, até agora, sinto que minha impressão final será igual à sua.




Renata 25/05/2021

O livro conta a história da vida de Mustafa Said, um inteligente sudanês que vai para a Inglaterra e, após cumprir prisão por 7 anos, retorna ao seu país natal. Em seu retorno encontra o personagem que é o narrador da história e a ele relata a sua vida.

Muito bom. Nota 2.
Não gostei do livro. A história não tem propósito nenhum. O personagem principal é um ridículo.
Talvez eu tenha "lido errado" o livro, pq a nota dele no app da TAG é bem altinha e no pósfacio diz que ele teve um "sucesso assombroso".
Pra mim, a única coisa legal do livro foi conhecer um pouquinho da cultura do Sudão que, como é de se imaginar, é mega machista (haja vista que a mutilação feminina só passou a ser considerada crime lá no ano passado, em 2020).
Nati Sampaio 21/10/2021minha estante
tô terminando o livro, e pensando igualzinho a você!




Pati 26/05/2020

Ouroboros Literário
Terminada a leitura a única resenha possível, entre lágrimas de exaustão, de encerramento, triunfo e dor, é está: eu preciso reler essa obra gigante em algum momento adiante da minha vida, das minhas experiências, com mais bagagem. Esse livro me dominou, me domou e subjugou de um jeito quase físico. A princípio eu fiquei bastante incomodada por não entender a narrativa, ou conseguir me conectar com a história e personagens. Porém era impossível largá-lo. A vontade de compreender era muito maior que o desespero da ignorância. E assim seguiu-se a avidez da passagem das páginas até a última, que terminou junto com a última lasca possível da última unha do último dedo da minha mão que ainda estava intacta. Confrontada com o que eu desconheço de maneira tão provocativa, não consigo me manter alheia, mas no caso desse livro, creio ser senso comum essa profunda experiência de imersão na cultura árabe. Foram pincelados tantos aspectos políticos, econômicos, religiosos, sociais, de costumes, etc, desconhecidos para mim, que é impossível permanecer passiva diante desse universo denso e até então ignorado. O mérito fica por conta do enredamento causado pelo autor, que envolve o leitor gradativamente e entrega com parcimônia pistas que apontam para questões, maiores, que ultrapassam a história, saltam das páginas e se materilizam no plano da realidade. Pretendo revisitar a saga de Mustafa Said e suas muitas mulheres inglesas e a aldeia sudanesa das palmeiras hospitaleiras às margens Nilo um dia. Até lá, avançar em direção ao norte, ao sul, leste, oeste, mas não se deixar afogar simplesmente no curso do rio. E fluir.
Claudio.Simonetti 26/05/2020minha estante
Eu tenho, mas ainda não li.




liciahora 15/05/2018

Um personagem intenso, um romance intenso.
Há muitos relatos no romance - fatos que caminham e recuam - aventuras marcadas por paixões e ressentimentos, envoltas às questões culturais do mundo europeu e africano. Um personagem marcante, forte e intrigante. Particularmente fico tocada com alguns pontos da cultura africana no que diz respeito a mulher - é sofrido - é uma luta ainda constante, atual.
Vale a pena a leitura, o envolvimento, o conhecimento.
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Rai 17/05/2018

Tempo de migrar para o Norte
Romance árabe que aborda política, preconceito racial e de gênero e o eterno mal estar entre colonizados e colonizador. A estória prende o leitor e o faz vivenciar os fatos narrados do início ao fim.
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Paula1882 29/04/2024

Achei interessante ler sobre o Sudão pós colonial, porém achei toda a história do Said extremamente esquisita, então não consegui me envolver com o livro. Além de todo incômodo com a extrema misoginia dos diálogos (mas sei que isso faz sentido com o período em que se passa a história).
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Vivi 22/05/2018

Tempo de migrar para o norte - Tayeb Salih

Sabe aquele livro que começa os primeiros capítulos deliciosamente bem? Sim foi esse parecia uma leitura quase poética. Mas, capitulos bem mais a frente já perde todo aquele tcham ( minha opinião) .Aqui encontramos bastante coisa além de politica, imigrações, uma análise vasta do outro enquanto ser.Alguns pontos bem reflexivos. A estória incrível do famoso Mustafa Saíd da sua infância prodigiosa e todo seu sucesso acadêmico até se tornar o tipo de homem que as mulheres literalmente morrem por ele mas muitas coisas sobre suas atitudes só vai ser compreendida no posfácio . Gostei muito da parte da Hosna. O que dizer.... é um livro que dá pra ter os dois sentimentos, gostar e não gostar .Nunca pensei que escreveria isso.
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Adriana Scarpin 25/05/2018

O que mais salta aos olhos nessa obra nem é a questão alegórica entre ocidente e oriente de sua narrativa, mas sim o seu estilo, a forma que Salih vem e vai entre a atualidade do narrador e o misterioso passado de Said concatenados por frases de grande lirismo tornam este livro uma obra belíssima.
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Leituras do Sam 30/05/2018

São tantas as chave de leitura dessa obra que fico sem saber como começar. As análises aprofundadas ficaram para depois, por hora, digo que é uma excelente leitura, com personagens representativos e interssantes; bem escrito, o livro amplia muito o debate sobre colonialização, machismo (dentro da época à qual o livro faz referência) e qual deve ser a forma de enfrentamento dos resquícios da cultura colonizadora.
O que é bom e ruim em um processo colonizador? Essa é uma das perguntas que ficaram povoando a minha mente logo após a leitura.

@leiturasdosamm
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Tamires 20/06/2018

Tempo de migrar para o norte, de Tayeb Salih
Voltei para o clube TAG Curadoria em maio (depois de um longo hiato) e recebi o livro Tempo de migrar para o norte, de Tayeb Salih, indicação do escritor Milton Hatoum. Foi o meu primeiro contato com a literatura árabe e eu peguei para ler assim que a caixinha chegou. Eu sou do tipo que não pesquisa o livro na internet com base nas dicas que a TAG dá nas redes sociais. Gosto da surpresa, de conhecer o livro e o autor, caso nunca o tenha lido, como foi com Tayeb Salih.

Tempo de migrar para o norte lembra muito O Grande Gatsby na estrutura narrativa: aqui temos um narrador que não é o protagonista da história, apenas conta a história de um sujeito maior, extraordinário. Após sete anos fazendo um doutorado em literatura na Inglaterra, um sudanês — nosso narrador não nomeado — retorna a sua aldeia de origem. O retorno traz a ele sentimentos de pertencimento àquela paisagem às margens do Nilo, mas também há um certo desconforto com as tradições e costumes do lugar. É o que acontece com todo mundo que passa tempo demais longe de casa: é difícil se reconectar, voltar a pertencer inteiramente ao lugar de origem, pois a pessoa muda, já o lugar, na maioria das vezes, não.

De volta à aldeia o narrador percebe que existe um homem que também não pertence inteiramente àquela realidade: Mustafa Said. Descrito como um belo africano muito bem educado, inteligente e viajado, Mustafa Said logo chama a atenção do narrador e vê nele alguém com quem pode conversar abertamente e contar suas aventuras e desventuras na Londres de 1920.

“Este romance denso e evocativo, com lances da lírica árabe, narra as viagens e visões de Mustafa Said, dilacerado entre dois continentes. Trata-se de uma complexa sondagem na alma humana, que é também uma reflexão sobre o colonialismo britânico na África e uma crítica implacável aos governantes do Sudão pós-colonial.” (Milton Hatoun, curador da TAG Experiências Literárias – maio/2018)

Mustafa Said representa a ruptura, o colonizado que não foi assimilado, mas também não pertence ao passado, como os anciãos do vilarejo em que escolheu repousar. É um homem perdido entre dois mundos, misterioso, e com um grande currículo de mortes em seu nome. O personagem usava de sua aparência exótica aos olhos das mulheres inglesas e extrapolava os estereótipos atribuídos ao seu povo para caçar suas vítimas. Ele seduziu essas mulheres e as levou à loucura, a ponto de algumas delas cometerem suicídio.

O texto de Tayeb Salih é muito rico, com construções bastante poéticas, muito gostoso de ler, até quando toca em temas desagradáveis. Em cerca de 200 páginas ele conseguiu falar de colonialismo, religião, política e costumes, de forma magistral. Não à toa o livro foi proibido no Sudão, principalmente por seu conteúdo sexual.

O que mais me tocou nesta publicação foi um diálogo sobre os tipos de mulheres, no caso as mutiladas e as não mutiladas, que reproduzo abaixo:

“‘As mulheres cristãs’, comentou Bint-Majthub, ‘não entendem da coisa como as mulheres daqui. Não são circuncidadas e tratam a coisa como se fosse um gole de água. As mulheres daqui se untam em óleos, usam perfumes, queimam incenso, vestem camisolas de seda e, quando deitam na esteira vermelha após a oração da noite e abrem as pernas, o homem se sente como Abu-Zaid Alhilali e se, por acaso, estiver sem vigor, logo se revigora.’

Meu avô e Bakri riram.

‘Basta de falar das mulheres da aldeia, Bint-Majthub!’, protestou Wad-Irrayis. ‘As de fora, essas, sim, são mulheres de verdade!’

‘Você é quem está por fora!’, comentou Bint-Majthub.

‘Wad-Irrayis gosta das mulheres não circuncidadas’, comentou meu avô.

‘Juro, Hajj Ahmad, se experimentasse as mulheres etíopes e nigerianas, largaria a masbaha e as orações na hora. O que elas têm entre as pernas é um prato cheio, intato, com todo o seu bem e seu mal. Aqui, cortam-no e deixam-no como uma terra devastada.’

‘A circuncisão é uma das normas do islã’, disse Bakri.

‘Que islã é esse?’, perguntou Wad-Irrayis. ‘Deve ser o seu islã e o de Hajj Ahmad, que não sabem distinguir entre o que lhes faz bem e o que lhes faz mal. Por acaso, os nigerianos, os egípcios e os árabes da Síria não são muçulmanos como nós? Mas eles fazem as coisas direito, deixam as mulheres como Deus as criou, enquanto nós as mutilamos feito animais.’” (p. 81)

N.T.: Abu-Zaid Alhilali é o herói de uma epopeia popular que narra a invasão das tribos árabes de Banu-Hilal ao Magreb.

É importante ler esse tipo de coisa escrita por um escritor árabe, pois dito por alguém de fora, dependendo de como se fala, é tido como preconceito cultural. Eu não me importo com esse tipo de julgamento, porque o que acontece com essas mulheres, ainda meninas, é de uma crueldade sem tamanho, em nome de um aprisionamento misógino que algumas pessoas chamam de religião. No livro há ainda outras passagens que mostram o desrespeito com as mulheres e como isso é contemporizado inclusive entre aqueles que teriam o poder de reverter essa situação, homens modernos, usando como desculpa o aspecto cultural da situação.

Tempo de migrar para o norte foi uma leitura muito rica, gostei bastante, e foi verdadeiramente uma descoberta para mim, pois eu não conhecia o autor e nunca havia lido algo da literatura árabe. Essa, talvez, seja a maior vantagem de participar de um clube de assinaturas: mais que a surpresa em torno do título, existe a surpresa com a leitura, expande nosso horizonte para algo novo e bom.

site: http://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-tempo-de-migrar-para-o-norte-de-tayeb-salih/
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