Ludy @emalgumlugarnoslivros 24/03/2020
O diário de Myriam - Myriam Rawick
320 páginas/Darkside
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"A guerra era minha infância destruída sob essas ruínas e fechada em uma caixinha."
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Todos, em algum momento, já ouviram falar da Guerra na Síria.
Porém, conhecer essa destruição através do olhar de uma criança é ainda mais doloroso.
Myriam nos relata anos de angústia e esperança.
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Não sei explicar, mas tenho muito interesse em livros que se passam nos períodos de guerra. As histórias me comovem e me ensinam, e não foi diferente ao conhecer a história de Myriam.
Ela inicia seu diário em 2011, aos 6 anos de idade; desde então ela relata momentos do seu dia a dia, e aos poucos vão surgindo relatos dos conflitos que há na Síria.
O diário vai de 2011 até 2017. São trechos simples, mas que acabam impactando.
É doloroso encarar essa realidade; ver cidades se destruindo, ruindo e acabando com sonhos.
E se torna ainda mais difícil por ser o olhar de uma menina - e que representa todas as outras crianças.
Uma coisa que me tocou foi o desejo das crianças em retornar para a escola.
E no início há crianças brasileiras que fizeram campanha para que esse livro fosse publicado.
Admiro essas crianças.
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Me encantei pela maneira como Myriam contou sua história. Apesar de ser algo pesado e devastador, o olhar dela de criança tornou a leitura leve e simples. Mas em momento algum deixa de tocar o coração.
No final do diário há fotos de Yan Boechat, e as fotos são extremamente fortes.
A tristeza é que o diário se encerra em 2017, mas a guerra ainda permanece.
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O diário de Myriam é uma leitura rápida e simples, mas que comove do início ao fim.
A leitura nos traz uma outra realidade; uma realidade atual e que causa revolta.
Acredito que seja uma leitura importante para todos, até porque o posfácio explica melhor sobre a questão política, geográfica e religiosa.
É sobre a guerra e os efeitos que ela causa, mas também é sobre união e sobrevivência.
E mesmo distante, posso orar para que todos esses conflitos cheguem ao fim. Para que não exista mais diários desse teor de Anne, Myriam, Helga e tantas outras crianças que são obrigadas a presenciar esse horror.
Myriam tem esperança, e eu também.
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