Sofia 08/10/2021
O que eu aprendi, o que ambas aprendemos ao longo dos anos, é que nada é tão permanente quanto parece a princípio.
Nesse livro, que se passa entre 1962 e 1963, uma época de Guerra Fria que os EUA estavam em constante conflito com a Rússia, na cidadezinha de Denver, vamos conhecer Kitty. Uma mulher solteira, que vive com o seu gato Aslan e trabalha com a sua melhor amiga na livraria de rua que possuem, conhecida como Sisters. A livraria passa por maus momentos e as amigas precisam encontrar uma forma de resgatar esse grande sonho das duas.
Tudo saí dos trilhos quando Kitty começa a sonhar com uma vida totalmente diferente. Uma vida em que ela é Katharyn, seu verdadeiro nome, é casada com o homem da sua vida, Lars, e eles possuem trigêmeos com 6 anos de idade. Kitty não reconhece aquela vida e aceita que tudo não passa de um sonho.
O problema é quando esse sonho passa a parecer mais real do que a própria vida que ela leva e, mais que isso, ela deseja que aquele sonho seja verdadeiramente real, que aquela seja sua vida e sua família. Porém, por mais que tudo pareça lindo, nem a vida dos sonhos é um verdadeiro conto de fadas e existem batalhas que precisam ser travadas.
Achei esse livro muito envolvente, muito inteligente. Adorei como a autora construiu a história da Kitty e essa forma de casar esses dois mundos tão diferentes, mas tão igualmente importantes para nossa personagem. Algumas coisas me incomodaram, principalmente ao tratar do autismo que um dos filhos da KItty tem, mas acho que a autora quis trazer realmente esse incômodo, que deve ter sido na época em que o livro foi desenvolvido, falar sobre ou aceitar pessoas autistas da forma que elas são.
É um livro simples, mas profundo, que além da guerra fria abordam temas como imigrantes, autismo e sobre como às vezes é difícil lidar com a nossa vida, com as nossas perdas, como tentamos fugir para um mundo perfeito que não existe, nunca vai existir. E no final de tudo, a nossa vida, a realidade sempre estará nos esperando para continuar vivendo e, por mais que não seja fácil, sempre tem os seus momentos doces.