Resenhas - VARIAÇÕES ENIGMA

Niki6 06/04/2024

Perdido
Não entendi bem o lance da não monogamia, porque o protagonista não conseguiu ser fiel em nenhum relacionamento que se propôs. "Pare. Aprenda a aceitar as coisas como são. Você está sempre procurando por algo que não está ali." E suponho que no fim, esta frase seja um bom resumo do livro todo.
Os personagens são profundamente apaixonantes e André, como sempre, teve a capacidade de continuar fazendo protagonistas confusos e mimados, e isto não é uma reclamação.

Lucy 24/03/2024

Esse título resume a obra
Iniciamos o livro com Paul um préadolescente e seguimos com ele até sua idade madura, já mais pra lá que pra cá.
Esses elementos não se estabelecem em números exatos e as referencias ficam entre relações com as histórias das outras personagens e as histórias passadas, criando um retrato da passagem do tempo um pouco difusa, mais impressionista, porém distinguível.
Assim como nos livros anteriores a prosa tem essa coisa do fala do outro em terceira pessoa e a minha em primeira, para o leitor, causando essa imersão bastante propria e gostosa do autor.
Tendo como eixo o triangulo amoroso sempre, a mulher, aqui, é mais amada que nos livros anteriores, tem um papel mais fundamental, e por isso gostei muito, apesar de o lirismo ser bem menor.
Dá pra percer a cadencia da obra em relação ao tempo, parece que enquanto o 1 é mais de acordo com uma idealização de xvii, esta vai mais pra frente, ainda que a ideia do locus amenus, dos seres superiores, quase deuses, do sacrificio enquanto se ama, do amor erótico que se realiza apenas no fracasso (ou não se realiza pelo excesso de orgulho), levam à baila, propondo nuances que não ficam resolvidas e nem se sabe se são realmente propostas, visto que tal qual as mitologias em geral e conforme as obras anteriores, a questão da hereditariedade, do incesto, de o amor ser algo que se passa de pai pra filho estar permeado nesta obra também.
O final é de grande choque, por que faz com que aquele ser de tamanha inefabilidade se torne extremamente carnal em detrimento dessa vida um tanto divina que a narrativa constroi, ainda que seja muito mais comum do que se pense, tais escolhas e resultados da vida comum se levarem nesse passo.

Antonio566 22/03/2024

Apesar do protagonista não ser um dos melhores personagens da história, André Aciman consegue nos prender do início ao fim com sua escrita envolvente e carregada de poesia, encanto e sensibilidade. O livro conta as descobertas de Paolo através de seus relacionamentos, conhecendo e se desconhecendo através do tempo. Um livro de muito aprendizado e recomendado para maiores de idade.

Julia G. 10/03/2024

Merece 0 estrelas
Após ler Me chame pelo seu nome, fui correndo atrás de outras obras do autor e essa me decepcionou demais. A ordem cronológica dos acontecimentos não é informada corretamente, largando acontecimentos aleatórios na história, a escrita é boa mas não me prendeu além de termos um protagonista merda que nunca está satisfeito com suas relações, sempre procurando algo melhor, principalmente traindo sua parceira para ir atrás de suas "paixões" doentias. Claramente um protagonista feito para mostrar como há pessoas que nunca estão satisfeitas com o que tem, que não se importa com o que tem agora e sempre quer algo a mais, mesmo que para conseguir isso ele tenha que trair alguém. Esse livro é ridículo.

oMatheusFa 07/03/2024

Bom
O livro tem seus altos e baixos. Em alguns momentos fiquei bem entediado com a leitura. Já em outros, achava muito interessante ver o desenrolar nos romances.

Obviamente, sendo um livro do André Aciman, tem algumas coisas bem controvérsias. O primeiro capítulo é sem dúvida uma delas. Pensar em um homem adulto descrevendo aquelas cenas do ponto de vista de uma criança é bem estranho.

Nae. 17/01/2024

Sobre Variações de Enigmas:
Essa foi uma leitura que me dividiu bastante. Eu comecei adorando, fiquei super envolvida com a história e com o personagem principal, no caso, o Paul; Mas então veio o penúltimo capítulo e foi como receber um balde de água fria.

Vamos lá...

Eu entendo que a proposta do livro é justamente conhecermos os grandes amores da vida do personagem, grandes amores que de certa forma não deram muito certo, e eu realmente adorei cada personagem pelo qual ele se apaixona, talvez só não tenha gostado tanto da Chloe porque... sei lá, digamos que a personagem me irritou um pouquinho... mas eu realmente acho que o André Aciman ordenou esse livro de forma errada porque do jeito que está fez a leitura ficar extremamente confusa para mim no final, tipo pelo amor de deus, era só ele ter seguido a ordem de acontecimentos, primeiro a infância, depois a faculdade, depois a maud, depois o manfred, depois volta para a chloe e por último a personagem escritora que eu acho que esqueci o nome ao mesmo tempo que acho que o nome dela nem chega a ser citado no último capítulo. Teria ficado bem melhor, teria feito o entendimento da história ficar bem mais fácil e, principalmente, iria dar destaque para relações que acabaram ficando rasas demais sendo que no contexto histórico são tudo menos isso. Eu gostaria de ter lido mais sobre o Paul e a Maud, eu gostaria de ter lido mais sobre como foi a vida do Paul com o Manfred, eu gostaria de ter lido sobre como essas duas relações acabaram, eu gostaria de ter lido sobre o que aconteceu com a Chloe. A impressão que eu tenho nesse livro é que o autor só foi contando meias histórias, sem nunca dar um encerramento de fato (tirando no primeiro capítulo que foi bem completo) e talvez isso até tenha sido proposital, mas se foi ainda sim não me agradou muito.

E o final...

Minha mente explodiu quando é revelado que ele está casado com a Claire, eu tive que reler umas três vezes para que finalmente a minha ficha caísse. Mas enfim, mesmo com críticas eu gostei do livro, foi uma história muito interessante de ler e o final me fez esquecer toda minha chateação pelo resto ao mesmo tempo que me deixou meio frustrada porque infelizmente o Paul acabou vivendo uma vida qualquer e não ao lado de um grande amor como merecia, foi quase o que senti no final de Me chame pelo seu nome.

Thatyane Jardim 26/11/2023

Poético e entediante
A escrita do autor é altamente poética, porém esse mix de tentativa de ser altamente culto com palavras de baixo escalão, a obessessão sexual do protagonista e seus delírios, tornam a leitura chata e irritante.
O primeiro capítulo ainda vai, mas o resto piora a cada capítulo.

Gabi 01/10/2023

O livro tem uma ótima escrita, mas as vezes me peguei perdida nos diálogos. O livro nas primeiras histórias é muito boas, a leitura flui, mas chegando pro final eu senti uma dificuldade pra terminar. Achei razoável.

Ewerton 25/09/2023

Variações enigma
Eu fiquei com o pé atrás para ler outro livro do Aciman depois de ler (e não ter gostado) "Me chame pelo seu nome". Mas o fato é que esse livro me surpreendeu até que positivamente. O André é um excelente escritor, descreve como poesia e prosa as cenas e diálogos e isso traz uma beleza pro seu texto.

A história é sobre um cara que encontra variações do amor ao longo de sua vida, ao passo que descobre sua própria sexualidade e liberdade.

O primeiro capítulo é muito interessante, porém toca num ponto bastante sensível que é a de interações sexuais (ainda que indireta) entre uma criança de 12 anos e um adulto. Ainda que o capítulo seja narrado pela criança, me senti um tanto incomodado com ele fantasiar coisas com o marceneiro etc. Sei lá. Isso também me fez lembrar do livro "me chame pelo seu nome" e até a suspeitar das intenções pessoais do autor de estar sempre andando nessa linha polêmica como algo que ele mesmo possa "normalizar".

O segundo e terceiro capítulos, pra mim, são o auge do livro. Gosto muito das histórias contadas ali. Gosto do jeito que ele se aproxima do Manfred, as voltas que ambos fazem antes de finalmente se encontrarem.

O quarto capítulo jogou um balde de água em cima das minhas expectativas, quando o autor decide mudar totalmente o rumo amoroso do Paul com a justificativa de um amor inesquecível de outrora. Amor esse que não é citado em nenhum momento antes desse capítulo, mas que durante esse ato faz parecer que era isso o tempo todo que o Paul esperava.

Daí para o capítulo final foi desnecessário. A Última parte só mostra que o Paul é uma pessoal perdida dentro dos seus próprios sentimentos.

Outros problemas que eu senti foi com a dificuldade em se posicionar no tempo em que a narrativa está. Você não consegue distinguir bem se ele está falando com 30 ou 40 ou 50 anos nos 3 capítulos finais.

Fora que é tanta citação de coisas secundárias e personagens irrelevantes que por vezes me perdi quando o narrador citava um ou outro que já nem lembrava mais.

Eu recomendo a leitura. Até daria uma nota melhor, mas não foi dessa vez.

Bruna 14/09/2023

Variações Enigma
Esse foi meu primeiro contato com a escrita desse autor e eu gostei bastante. Achei bem poético e fluído... amei que o personagem era o maior emocionado do mundo.

Tamires P. 12/09/2023

Bom, mas perdi o feeling?
Eu gostei bastante do livro, adorei os plots no final de alguns capítulos (achei bem diferente pra escrita do André e me surpreendeu positivamente). Mas eu sinto que eu algum momento - lá pros 60% do livro - eu perdi o feeling do autor? Quem já leu André Aciman sabe como seus livros são densos e intensos, e se você não estiver na mesma vibe, começa a cansar. Não acho mesmo que foi algum problema com o livro, eu só perdi a vibe mais ou menos nesse ponto e aí foi difícil terminar.

De qualquer forma, gostei do formato do livro, com pequenos contos da mesma personagem, e amei como, no final, o Paul parece terminar como começou: paranoico e imaginando que alguém está correspondendo a paixão dele. Aliás, o Paul é um baita de um paranoico que vive muito mais na sua cabeça do que no mundo real.

O meu capítulo favorito foi ?Amor Estelar?, com a Chloe. Amei o amor dos dois, e como a conexão nunca se partiu, independente de tudo mais que viveram.

Enfim, resumindo em ordem do autor: Me Chame Pelo Seu Nome > Variações Enigma > Me Encontre

Thiago Silva 26/08/2023

O que presta aqui é a escrita
É inegável o fato do autor escrever incrivelmente bem. A forma como ele escreve não é para qualquer um.

Porém, não sei o que pensar desse livro, ele não é bom.

Você não consegue traçar uma linearidade com os acontecimentos de fato, as coisas
simplesmente acontecem sem nenhuma explicação.

Essa transição de parceiros que o protagonista vai fazendo dá apenas a sensação que ele fica buscando constantemente a sensação da paixão.

Além de, a parceira final, ser uma completa surpresa. Como eles acabaram assim? Não sabemos, simplesmente aconteceu - isso me incomodou demais. Para esse livro ser bom mesmo, o autor deveria ter feito ele com mais páginas e entrelaçado os acontecimentos.

Talvez assim, entraríamos melhor o protagonista, bem como o processo de término e troca de companheiros.

belabasouza 12/04/2023

Empurrei a leitura desde 2019. Achei muito parado, você não entende boa parte do livro até chegar nas últimas páginas: onde percebe o que o personagem quis passar.

No final adorei o livro, mas pra quem gosta de algo mais emocionante esse deixa um pouco a desejar, é uma leitura parada e calma.

@vcdisselivros 06/03/2023

De galho em galho
O QUE VOCÊ PRECISA SABER

° Desde novo Paul pode ser considerado como alguém de sentimentos intensos, com uma vida amorosa repleta de altos e baixos.

° Ainda jovem, se apaixonou por um homem muito mais velho. Na juventude, acreditou que era traído pela namorada, ao mesmo tempo que se interessava por seu parceiro de tênis. A mulher que sempre encontrou nas festas fim do ano também se torna uma paixão.

° Não importa onde, com quem ou quando, as relações de Paul sempre são caóticas, transitórias e guiadas pela força do desejo.

° No fim, quem será o verdadeiro amor dele? Existe alguém capaz de entender sua psique e permanecer nesse balaio?

POR FIM

Quem leu ?Me chame pelo seu nome? sente que o autor tenta replicar na obra a fórmula que fez sucesso: Paixões proibidas, descobertas, reflexões e um toque a mais. Outro fato é que mesmo de modo indireto, Variações enigma também faz gancho com o antecessor, mas para evitar spoilers, isso é assunto para direct.

Assim como no anterior, André Aciman apresenta diálogos que chegam a ser poéticos, profundos, belos, mas como estamos falando dele, é preciso ressaltar que uma determinada abordagem pode ser problemática!

A partir do momento que temos um Paul de apenas doze anos subindo pelas paredes por alguém que já tem lá seus quarenta, é duvidoso, repulsivo. Acredito que todo mundo já teve um primeiro amor, mas pessoalmente, não consegui ver com bons olhos essa interação sexualizada do garoto com o coroa?

Como o livro é dividido por capítulos ele tem seus altos e baixos, mas chega uma hora que Paul pula tanto de galho em galho que cansa, a sensação que fica é de que ele só quer algo quando não pode ter, então quando ele consegue parte para o próximo.

Por outro lado, isso também pode ser uma crítica do ator ao ser humano, que é egoísta e prioriza os próprios desejos a ponto de seguir com a bagagem da experiência, mas seguir sem olhar para trás.

A verdade é que para aproveitar a leitura é preciso ser paciente, ter uma atenção a mais e saber que se mesmo assim não der certo, seguir em frente.

lelecamposc 24/02/2023

A complexidade das relações humanas
Gostei do livro, de fato é um ótimo exemplo do cubismo na literatura contemporânea. André Aciman narra em primeira pessoa a vida de Paul, mas principalmente suas relações pessoais. Paul é um amante nato, não teme em amar quem aparece em sua vida. De fato, é triste observar que o protagonista nunca se satisfaz 100% com seus relacionamentos, o que se encaixa perfeitamente na modernidade líquida de Zygmunt Bauman. Mas, ao mesmo tempo, percebemos o amadurecimento de Pauly e de seus sentimentos ao longo dos capítulos, algo que é muito bem trabalhado pelo autor. Indico muito para quem é intenso e excêntrico. Também vale ressaltar que é uma obra bem diferente de "Me Chame Pelo Seu Nome", por isso leia com outra mentalidade. Penso que "Variações Enigma" é o irmão mais velho de "Me Chame Pelo Seu Nome".