Resenhas - Travessuras da Menina Má

Stella 25/08/2021

O tipo de livro que amo; contextualiza a trama de um amor cheio de idas e vindas com fatos históricos.

Virgínia 23/08/2021

História que te prende (pela raiva)
Uma verdadeira viagem pelo tempo e por várias localizações pelo mundo com os eventos históricos como plano de fundo. Uma história incrível! Mas me deixou com raiva do início ao fim dos personagens principais kkkkk vale a pena ler.

Linda 16/08/2021

Andanças
Comecei a leitura com um certo mal estar em função do autor. E li justamente por ser esse autor. Polêmico!

O primeiro terço desse livro, no Peru na década de 1950, foi devagar, cansativo, monótono.

Ao "chegarmos" em Paris, fiquei mais animada. O MIT, a revolução e os preparativos para Cuba me ajudaram a ganhar fôlego.

As idas para Londres, a intimidade com cada personagem que entra na composição do livro dividindo o protagonismo com Ricardo e a Menina Má foram me ganhando..... Fui dando o braço à torcer.

De Paris para Tókio, fiquei intrigada com os primeiros casos de AIDS na Europa..... Parece que ainda aconteceram na década de 1970. Preciso pesquisar. Mas em Tókio.....que susto passei.

De volta à Paris, à Rússia, depois Madri.... Uma viagem histórica por lugares, mudanças sociais e eu junto. Vivi com os protagonistas suas dores e angústias. Torci pelo amor e depois..... novamente dei o braço à torcer.

O amor não é para todos e é preciso uma mente minimamente saudável para vivencia-lo. Se o amor cura? Acho que não. Mas atenua!

Indico fortemente a leitura de A menina má, de Mário Vargas Lhosa.

Dora 02/08/2021

A escrita do Llosa é uma deliciosa surpresa e me sinto ansiosíssima para ler mais livros dele. A história do Ricardito e da Nina Mala, porém, não foi das minhas favoritas. Acho que chamar essa relação de "amor" é extremamente problemático e sinceramente gostaria de ter visto essa questão de forma mais aprofundada, ou pelo menos uma redenção do Ricardito de final sair das amarras dessa relação no mínimo abusiva. Acho que outra coisa que me incomodou foi a excessiva quantidade de coincidências. Uma coisa é rolar um reencontro depois de anos, duas vezes até no decorrer de uma vida, mas toda aquela história do pai da menina má foi um pouco forçada.
Apesar de tudo a leitura foi incrível e eu quero muito ler mais coisas do autor.

Isabella 01/08/2021

Sensacional!
Amei do início ao fim!!! Já terminei a leitura e comecei outro do Llosa na sequência, de tanto que adorei a escrita e o enredo narrado pelo autor!!A história de Ricardo e ?chilenita? me encantou e me emocionou demais!

Eric 31/07/2021

Uma narrativa espetacular
A literatura peruana de Mário Vargas Llosa sempre me encantou pelo poder do autor construir narrativas envolventes, com personagens complexos, humanizados e ambientadas em contextos históricos que dão aspectos concretos a todas as histórias. Os escritos latino-americanos, com os nacionais, são de longe os melhores textos que me acompanham desde que me entendo por leitor.

Em Travessuras da Menina Má, vamos conhecer a história de Ricardito, um intérprete e tradutor peruano, que trabalha acompanhando reuniões diplomáticas, levando uma vida sem muitas ambições, que consegue realizar seu sonho de menino, morar em Paris. O único desejo que move sua rotina é conquistar o amor da paixão de infância ? que perdura toda a vida ? de Lily, conhecida como chilenita. Ambos são separados pelo destino logo após a menina ser desmascarada pela elite peruana sobre suas origens, pobre e humilde, e resolve sumir do mapa para evitar maiores humilhações. Sendo assim, Ricardo acaba ficando desolado pelo ocorrido,  termina seus estudos, esquece  aquela paixonite de verão e se muda para França. Porém, ele não contava que tempos depois iria reencontrar seu grande amor várias vezes, em diversas circunstâncias aleatórias, em momentos históricos diferentes, casada com homens ricos e influentes e portando identidades distintas. Nessas idas e vindas, a chilenita será protagonista de um caos na vida amorosa do tradutor, fazendo uns dias de sua vida inesquecíveis e outros extremamente dolorosos.

Nesta premissa, Llosa nos conta uma história de amor que transcende continentes e engloba toxicidade com tons de beleza, e leva o leitor a questionar o tempo todo as atitudes abomináveis, principalmente de Ricardo, o qual resisti a todas as humilhações possíveis que a chilenita proporciona em sua rotina, substancialmente o desprezo por sua condição social e suas faltas de ambições, já que Lily almeja vida cheia de adrenalina, perigo, dinheiro e prestígio social. 

Mas, o que mais chama atenção nessa narrativa é a pureza do amor de Ricardo que derruba qualquer obstáculo para agradar sua paixão. Amor esse que o leva tomar decisões que influenciam até mesmo na sua segurança financeira da vida inteira, dado que seu emprego não possui salário fixo. Em contraste, Lily não abre mão dos seus luxos para conviver com o tradutor, bastando ele apenas para os prazeres do sexo e a adrenalina de vivenciar diversos adultérios. Mesmo assim, o leitor se encontrará torcendo pela felicidade do casal, o que levanta a seguinte questão: dá para encontrar beleza em amor tóxico?

Além da narrativa principal, outro ponto forte desse livro é sua contextualização histórica. Llosa transporta o leitor para momentos como: as influências da revolução cubana na Europa, transformações políticas no Peru, a era ?hippie? em Londres repleta de amor livre, drogas, sexo e o Japão dos gângster e fetiches sexuais. Tudo isso é brilhantemente construído e muito bem relacionado com as aventuras de Lily e Ricardo, tornando a leitura ainda mais enriquecedora.

Por fim, Travessuras da Menina Má é mais uma prova de como a literatura latino-americana consegue diferir de todas as outras. Um romance diferente, muito bem escrito, que além de nos entreter com os infortúnios dos protagonistas, consegue nos trazer uma visão mais crítica dos fatos históricos e enriquecer nossos intelectos. 

Rebecca.Valenca 29/07/2021

Interessantíssimo. Um enredo envolvente e sobretudo erótico, de um amor e seu curso no tempo. Livro com conteúdo adulto, para se imaginar novas possibilidades ou apenas provocar o seu parceiro, com passagens enviadas durante o dia. Dá p brincar bastante.

isabel 23/07/2021

o tipo de livro que eu pensei que ia abandonar mas o Llosa escreve tão bem e foi tão bem introduzido os conflitos românticos entre Ricardito e a menina má junto com a ambientação política e histórica que eu acabei me surpreendendo e gostando muito. o peruano com a chilenita/etc tendo um relacionamento caótico se não tóxico em que os dois passam a ser dependentes de cada um por questões diferentes...
o que eu achei legal foi perceber que os dois se unem pela mesma coisa só que de maneira oposta; enquanto a menina má vive a adrenalina de trocar de vida como se fosse roupa e se apoia na única coisa "fixa" da vida dela, o bom menino vive uma vida estável e encontra essa sensação de adrenalina de não saber o quanto ele pode aproveitar do amor que ele tem pela menina má até ela sumir de novo e de novo.

Debora 21/07/2021

A Menina Má quase me perdeu muitas vezes
Não há dúvidas de que Vargas Llosa escreve muito bem, é prazeroso ler seu texto. A Festa do Bode é um dos melhores livros que já li.
Contudo, neste livro, o enredo não me pegou... Acompanhar as peripécias de uma mulher perversa não é algo que me prenda. E, desculpem-me os sonhadores, eu não acredito no amor romântico que aguenta tudo... Meu sagitário com ascendente em gêmeos e vênus em capricórnio ri disso. O que Ricardito tem não é amor, mas uma doença.
Por outro lado, o cenário histórico retratado no livro me interessou e muito. Cada capítulo do livro é quase uma história a parte - um conto, talvez -, passando pela Paris dos anos 60, pela Londres hippie e das drogas, por Tóquio dos mafiosos e por Madri das transições políticas dos anos 90, além de nunca abandonar a história peruana, por meio das cartas do tio Ataúlfo para Ricardo.
É isso, ler um grande autor sempre vale a pena. Mas tenho certeza que ele tem livros melhores.

Aryana 19/07/2021

A sádica e o masoquista
Antes de mais nada preciso falar sobre a escrita do peruano Mario Vargas Llosa. Sua narrativa é muito envolvente e nos leva a devorar as páginas na tentativa de decifrar a menina má que dá título ao livro.
O autor é conhecido por se aventurar nos mais variados gêneros sem perder a maestria, em 2010 foi laureado com um Prêmio Nobel de Literatura, e em contato com As travessuras da menina má, só posso afirmar que qualquer prêmio é muito mais que merecido.

O livro narra a história de Ricardo Somocurcio, que no auge da adolescência, se "apaixona feito um bezerro" e a amará por toda sua vida a chilenita Lily. Em meio a passeios, sorveterias e juras de amor, todos descobrem que as histórias de Lily são falsas e que ela não é chilena. Lily some do mapa deixando o coração de Ricardo em pedaços.

No decorrer dos anos, Ricardito e La niña mala se encontrarão em diversas partes do mundo. Dando início a uma dança de encontros e desencontros, que vai passar pelos mais variados cenários e se dar em diferentes momentos da vida dos protagonistas.

Não pense que esse é um livro monótono ou enfadonho. A cada capítulo o autor vai revelando as nuances dos personagens, construindo-os de uma forma completamente bela, tornando-os incrivelmente verossímeis.

É uma leitura dolorosa, mas ainda assim, uma bela história de amor. É um exemplo de que o ser humano é a mais complexa das criaturas e que não nasceu para ser sozinho.

Esteja preparado, é uma narrativa detestavelmente linda, que destrói os conceitos clássicos do amor ao mesmo tempo que cria o amor real, humano, com todos os defeitos provenientes dessa humanidade.

Luiz Felipe 18/07/2021

Apenas um rapaz latino-americano e uma menina má
Eu não consigo ler autores latino-americanos e não me apaixonar quase que instantaneamente pela obra. Gabo, Isabel Allende, e agora, Mário Vargas Llosa, grandes contadores de histórias!

Comprei despretensiosamente esse livro por menos de 20 reais sem saber o que esperar, e entrou fácil pra algum top 5 ou top 10 de favoritos.

Nessa obra conhecemos a história de Ricardo Somocurcio, Ricardito, o bom menino do bairro Miraflores de Lima no Peru, e seu bagunçado amor pela menina má, a chilenita Lily, desde a adolescência até a velhice. O livro é estruturado em sete capítulos, nos quais Ricardo e a menina má se desencontram e se reencontram das maneiras mais inesperadas e tragicômicas possíveis. Ricardo, desde a infância, tinha o sonho de morar em Paris, então boa parte da narrativa se desenrola na França. A menina má, por sua vez, sempre sonhou em ser rica, então suas idas e vindas são sempre recheadas de novas identidades, novas cidades e histórias que bagunçam a vida do bom menino de classe média de Miraflores e, acima de tudo, a vida dela. Confesso que lendo essa premissa, me parece fácil a história ser óbvia demais ou bagunçada, mas não se enganem, é tudo muito coerente.

Tem três ingredientes que me fizeram amar e favoritar esse livro, e, ainda, entender porque o Llosa ganhou o nobel de literatura:

1) construção de personagens - os personagens que acompanham o casal central nesses sete capítulos são um presente do autor para os protagonistas e para os leitores, pois são complexos e apresentados de modo ágil, participando da narrativa na medida necessária pra se tornarem inesquecíveis e ficar um gostinho de quero mais; Ricardo, de início, me pareceu um trouxão bobalhão, mas com o crescimento da narrativa foi apresentando camadas e eu de fato fiquei com vontade de sentar com esse cara num bar pra ouvir os desabafos de amor dele; já a menina má é uma cidadã do mundo, peculiar e interessantíssima; quando eu li na orelha da capa que a narrativa se passaria em várias cidades (Londres, Paris, Tóquio e Madrid) pensei que essa doida ia ficar sumindo e voltando só pra fazer o cara de trouxa, e FELIZMENTE me enganei, o livro vai muito além disso;

2) ação e reação - os personagens são efetivamente confrontados com as consequências de terem se escolhido, e de terem escolhido viver da forma como vivem, e isso muito antes do final;

3) panorama histórico e social geral do Peru dos anos 50 até os anos 80 - porque todo bom livro latino-americano tem que tocar nas feridas, ainda que os personagens tenham escolhido viver na Europa.

Isso tudo em 300 páginas. LEIAM.

Felipe 10/07/2021

Ao longo das páginas, acompanhamos o narrador Ricardo e suas aventuras com a menina má (que tem diversos nomes em várias fases da vida), e como a relação dos dois se desenvolve durante determinado período.

Não recomendo esse livro pra quem tem trauma de relacionamento tóxico, porque a relação dos dois é muito tóxica sim. Mas em geral, gostei da escrita em si, mas em alguns momentos a história se tornou um pouco previsível, até pra mim que sou péssimo nesse tipo de coisa.

ArthurAlves 06/07/2021

Qual antônimo de amor?
O amor é sinônimo de loucura? É antônimo de ódio? Desse segundo já discordo.

Quanta dor um homem pode aguentar por amor? Quantas vezes suportará humilhações, desprezo, maus tratos... Mas isso é que é amor? Realmente não sei.

Lendo esse livro senti raiva, tristeza, alegrias, êxtases e ... Ódio? Amor? Um pouco de loucura?

De forma despretensiosa li esse romance que posso dizer, é denso, é complexo, é uma vida contada nessas páginas.

O pobre peruano Ricardo que possui dois grandes sonhos. 1- morar em Paris! 2- conquistar a mulher que ama! Não almeja mais que isso.

Surpreendente. Uma literatura riquíssima de conhecimento e vivências.

Correndo por fora desse romance é contado todo o drama da crise política no Peru após os anos 50.

Apenas leia ;)

Kaike 04/07/2021

Ao mesmo tempo em que conta a história de um amor arrebatador, Travessuras da menina má traça um quadro vigoroso das transformações sociais européias e das convulsões políticas da América Latina. Muitas das experiências de vida de Vargas Llosa aparecem aqui, através de seus personagens: os tempos de penúria em Paris; seu trabalho como tradutor; sua simpatia, quando jovem, pela revolução cubana; e a relação permanente com seu país de origem, o Peru.

A história começa nos anos 50, em Lima. No bairro aristocrático de Miraflores, o jovem Ricardo se apaixona pela estonteante e misteriosa "chilena" Lily. Depois de descobrir que, na verdade, ela é peruana e de origem humilde, ele a perde de vista, mas não consegue esquecê-la.

Os dois personagens vêem seus caminhos se cruzarem ao longo dos anos, em cidades efervescentes como Londres, Paris, Tóquio e Madri, à medida que esse amor cresce e se transforma - como a menina má, que faz travessuras, troca de nome, aparece sem aviso, mas sempre perturba a vida organizada e pacata de Ricardo Somocurcio.

Romance do casal cheio de reviravoltas com um final incrível, até quando o amor dura quando é real, diante de tantas reviravoltas...

As partes que não me agradaram foram as partes histórico-sociais e políticas, que foram muitas e tornou cansativa a minha leitura.

Nascimento 23/06/2021

Saudade.
Esse é dos livros que mais sinto saudade da época que estava lendo. Escrevo essa "resenha" depois de quase 1 ano lido ainda sentindo a nostalgia e a saudade de acompanhar as travessuras da menina má e seu menino bom seja em Lima, Paris, Japão... Não importa. Menina má dava um jeito de entrar em "travessuras" em qualquer lugar.