O Corpo Dela e Outras Partes

O Corpo Dela e Outras Partes Carmen Maria Machado
Carmen Maria Machado




Resenhas - O corpo dela e outras farras


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Pablo Paz 25/10/2021

O corpo dela vale o preço
Comprei esse livro sem ler a sinopse, fui pela capa, achei-a bem bonita (às vezes faço isso), e por pensar que a autora era brasileira devido ao sobrenome. Mas ela é americana. No geral, são bons contos, exceto o mais longo deles "Especialmente Hediondas", cansativo por ser escrito como roteiro de um episódio de "Law & Order". Para mim, esse conto é um exemplo de como alguns autores socam numa obra aquelas coisas que estavam na gaveta por desconfiarem que não estavam tão bons e acham que os leitores não perceberão. Muitos não percebem mesmo, até gostam, mas leitores mais chatos e argutos hão de perceber. Foi o único que abandonei. Afora isso, o corpo dela vale o preço.
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Ana Sá 26/10/2021minha estante
Eu aqui passando meu pano pra pobre da escritora que precisou desovar um conto mais ou menos... ??


Pablo Paz 26/10/2021minha estante
Ana, sua corporativista ahahah.


Ana Sá 26/10/2021minha estante
hahahaha ri alto aqui!

Só digo que tem quem pense: "algum leitor vai desconfiar, não é possível que nenhum vá notar!" ?

Obs.: mas a parte do "Law & Order" dá uma curiosidade! rs




Maíra 03/10/2021

Um livro sobre o corpo feminino (e todas as violências que o atravessam)
Assim que comecei O corpo dela e outras farras, livro de contos da Carmen Maria Machado, já fui pega no susto por uma das epígrafes do livro: "deus devia ter feito as garotas letais quanto transformou homens em monstros" (Elisabeth Hewer). O primeiro conto, “O ponto do marido”, parece pegar a deixa da citação para abordar uma violência masculina que não se manifesta da forma como nós estamos acostumados a ver. Nele, conhecemos uma mulher que vive com uma fita no pescoço que, segundo ela, não pode ser tirada em hipótese alguma. Todos respeitam a existência dessa fita sem questionar, exceto seu marido, que constantemente demonstra a vontade de arrancá-la, apenas por curiosidade.

Nos contos seguintes, o corpo feminino segue ocupando o papel de protagonista. Atravessando e sendo atravessado por afetos, violências, metamorfoses, cirurgias, mutilações, desejos... Em "Oito bocados", uma mulher faz uma cirurgia para emagrecer e passa a receber a visita de uma criatura estranha em sua casa. Já em "Mulheres de verdade têm corpos", presenciamos uma epidemia inusitada: mulheres por todo o mundo estão começando a perder a materialidade e desaparecer, tornando-se corpos transparentes.

A violência a que estão sujeitos os corpos femininos aparece com força nos dois contos, seja na preocupação com o emagrecimento, na vontade de arrancar pedaços de si mesma para caber no molde da mulher ideal, seja na imagem de mulheres cada vez mais invisíveis, tão invisíveis que se tornam fantasmáticas, perdendo aos poucos a própria humanidade.

Em vários dos contos, também chama a atenção a incidência de mulheres que se relacionam com outras mulheres. Não apenas afetivamente. Temos casais de mulheres, mas também irmãs, filhas, amigas... São mulheres que tendo o próprio corpo atravessado por inúmeras demandas e agressões eventualmente vão buscar refúgio em outras mulheres - ou, em alguns casos, também reproduzem a violência sofrida em suas relações com outras.

O corpo dela e outras farras foi a leitura em que eu mergulhei depois de terminar As coisas que perdemos no fogo, de Mariana Enriquez, e é impossível não traçar um paralelo entre as duas (embora Mariana não se debruce completamente sobre a violência sofrida por corpos femininos). Carmen, ao contrário, parece fazer desse o eixo principal de seu livro, se utilizando de elementos fantásticos e eventuais acontecimentos insólitos para tratar de uma dor que é concreta e real. Afinal, ainda hoje o corpo da mulher é tratado como uma farra, embora poucas vezes nós sejamos convidadas para participar da festa.

site: https://www.mairaferreira.com.br/post/sobre-o-corpo-dela-e-outras-farras-carmen-maria-machado
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Mion 12/09/2021

Contos para um homem repensar suas relações e o que pensa "ser mulher".
Acredito valer para todos, todas, todes.

Uma mistura fantastica de ficção, terror, reflexões, relações e nao apenas quem sou eu,mas quem é o outro.

Só nao entendi direito o cap "Law and Order". Se alguem quiser me dar ideias....
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ClAudia 08/09/2021

Um chute na cara doeria menos
É um livro que usa metáforas e elementos surreais pra falar de algo que as mulheres sofrem todos os dias mundo afora: violências de todos os tipos.
Tem contos mais diretos, outros que levarão dias pra serem digeridos. Fiquei encantada com a escrita da autora, em como sua mente funciona.
Apesar de ser um livro curto levei um mês lendo, por não conseguir ler de uma sentada. Algumas histórias causam inquietação, provocam reflexões e aí leva um tempo pra conseguir continuar.

Não sei nem me expressar sobre o que sinto sobre esse livro de uma forma que me deixe satisfeita. Só sei que me marcou demais e recomendo muito!
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Maíra 22/08/2021

Decepção
Esse é aquele tipo de livro aclamado apenas pela bolha dos especialistas literários, me desculpe a sinceridade mas eu como leitora leiga achei um porre.
Todos os contos eu comecei com uma expectativa alta, mas fiquei rapidamente entediada com a forma minuciosa que a autora escreve.
Eu só não dei a pior nota pq o primeiro conto e o último foi um pouco melhor.


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sareja 24/06/2021

Gostei muito da escrita da autora, mesmo às vezes ela sendo um pouco confusa por misturar vários elementos da realidade com o sobrenatural, mas no fim isso não foi um problema, me fez refletir sobre a questão da opressão da mulher e do corpo dela no dia a dia, acho que "OITO BOCADOS" é um bom exemplo disso.
Minhas histórias favoritas com toda certeza foram "ESPECIALMENTE HEDIONDAS" e "DIFÍCIL EM FESTAS".
"ESPECIALMENTE HEDIONDAS" usa os personagens e 120 episódios da série "Law & Order: SVU" (que eu nunca assisti) para contar sobre meninas com sinos nos lugares dos olhos, doppelgangers, assassinatos de prostitutas e, até, abdução alienígena.
Já em "DIFÍCIL EM FESTAS", a história foca na vida de uma mulher depois de uma violência sexual, como ela tenta superar o seu trauma, sem realmente lidar com ele, vendo filmes pornô pelo seu namorado querer que ela seja como ela era antes de tudo. Ela consegue ler os pensamentos dos atores durante as cenas e vai relembrando do que aconteceu com ela aos poucos. Esse conto em especial mexeu muito comigo, a escrita e a paranoia da personagem com câmeras e com as fechaduras foram coisas que ficaram comigo depois de terminar o livro.
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isabela 22/06/2021

nunca li nada parecido.
Que livro intenso, hein? A autora não brinca em serviço.

O primeiro e o último contos ("O ponto do marido" e "Difícil em festas") são definitivamente meus favoritos. Adorei essa abordagem da autora de trazer elementos de fantasia e terror pra tratar as diversas dinâmicas da feminilidade. Algumas ideias são pouco claras ou pouco resolvidas, mas essa coletânea tem uma voz muito uniforme e muito própria, sem vergonha ou medo de trazer à tona aspectos negativos das experiências pessoais e coletivas do que é ser mulher neste mundo.

Recomendo pra todas as mulheres que têm relações conturbadas com a feminilidade e com os seus próprios corpos. Pra mulheres que já se sentiram meio alienadas, meio monstruosas e meio doidas (acho que no caso são todas, né).

Mais um para o cânone de Livros com Mulheres Meio Loucas, meu gênero favorito.
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Rafiza 09/05/2021

black miro versão mulheres protagonistas
nao sei explicar pq nao dei 5 estrelas mas possivelmente pq nao gostei tanto assim mesmo. tem um potencial caôtico nesse livro que é delicioso de ler, também ficaria muito bom numa adaptação televisiva. as metáforas dao um tom particular pro livro, parece ser a marca da autora, sao geniais de verdade. a lesbianidade TAO natural, genuina e feita por uma mulher que gosta de mulheres é uma parte crucial do livro, deu um tom que me marcou muito. as protagonistas dos contos sao autenticas a sua maneira também, é versátil. enfim, quero ler mais da autora e reler esse livro posteriormente.
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Janaina 28/02/2021

Uma feliz descoberta
Ganhei esse livro de presente de aniversário, em 2020, da minha amiga Lívia. Tiro certeiro! Amei.
Os contos são envolventes, cada um a sua maneira, e mto bem escritos. Cada um traz um olhar sobre um tipo diferente de opressão feminina, como por exemplo, a opressão estética, de gênero, entre outras.
Ansiosa por outras obras da autora.
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Danielle 07/02/2021

Esperava mais
Um bom livro de contos sobre feminismo e tal mas sei lá não me pegou. Achei uns contos doidos demais.
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Danilo Barbosa Escritor 25/01/2021

O Urso leu: O corpo dela e outras farras

Homens não são feministas, e aqueles que alegam isso estão completamente equivocados. Não temos voz de fala nesse quesito, pois não sentimos os preconceitos, as dores e as sujeições que muitas vezes a sociedade tentam impor a elas… Mas podemos ser solidários, empáticos e aprender com a causa das mulheres por um mundo mais equalitário… O deveria ser regra, e não exceção.
E ao terminar a leitura de O corpo dela e outras farras, da americana Carmen Maria Machado, penso que este seria um bom livro para muitos homens utilizarem como ponto inicial nesse entendimento. Através dos contos, a autora utiliza os mais diversos gêneros literários e alegorias para construir um panorama da mulher moderna, da objetificação dos corpos e como a sociedade machista insiste em tentar quebrar aquelas que tentam quebrar o seu próprio espaço e personalidade.
Dos oito contos, apenas um eu não gostei – o que por sinal é o mais longo do livro. Os destaques vão para “O ponto do marido”, onde as mulheres nascem com uma fita, nos mais diversos lugares do corpo, que é a única coisa intrínseca e natural delas, falando sobre corpo e identidade; e “Difícil em festas”, onde a personagem, após sofrer um abuso, começa a ouvir as vozes interiores das atrizes e atores filmados em vídeos pornográficos.
Ah, uma menção mais que honrosa vai para “Inventário”, onde a mulher vai discorrendo sobre suas aventuras sexuais e busca por afeto em um mundo que colapsa após uma pandemia.
Ouse e leia de coração aberto. Coloque-se no lugar do outro e permita-se, através da ficção, por mais fantasiosa que seja, descobrir a cruel realidade. Repito aos homens: sintam nessas páginas e tentem compreender aquilo que suas – nossas, na verdade – posições nos impedem de ver. Mudem.

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joaoderstand 11/01/2021

MUITO mais do que parece
Carmen Maria Machado possui todo o potencial de não apenas se destacar no mar de autores contemporâneos, como de ser a queridinha de muitos. Sua escrita exala frescor e, de palavra em palavra, é capaz de cativar a ponto de chegar ao final com vontade de imediatamente colocá-la no rol pessoal de autores favoritos (entrou no meu).
O Corpo Dela e Outras Farras e um livro com uma série de contos não relacionados entre si, mas que em comum possuem uma natureza que mescla o cotidiano ordinário ao fantástico (e o fantástico aqui que pende ao terror, mais construção de suspense e menos aventura), fortemente galgado no fluxo de consciência das protagonistas e na forma como essas personagens lidam coma realidade que as oprime ao seu redor, questionando a propria sanidade mental de dentro pra fora em face aos próprios padrões de normalidade que se lhe impõem e fomentam esse dilema. E no meio de todos os conflitos, como se fosse mais uma camada, quase banal, é que entram os elementos fantásticos de forma extremamente sutil.
É importante o destaque às protagonistas, às personagens visto que a grande força do livro, e mesmo da marcante literatura da Autora como um todo, é dar a perspectiva feminina. É um mundo feminino que necessariamente é visto da perspectiva da mulher, e a forma como ela o faz é precisamente o que a destaca. Enquanto leitor homem e heterossexual que sou, pra mim é aí que reside toda a riqueza da literatura de Carmem Maria Machado e que se traduz brilhantemente em cada um dos contos.
Dois paralelos que consigo traçar ao terminar o livro são os filmes do Jordan Peele, que sendo clássicas construções extremamente bem feitas de terror cinematográfica, o cerne é sempre a questão racial e o verdadeiro terror é o racismo, o horror que se estende ao apagar da tela. É este tipo de genialidade que a Autora me transporta com o livro.
O segundo paralelo é musical, uma vez que ela é grande influência artística para muitas cantoras em proeminência atualmente, dentre elas a minha favorita é certamente a Phoebe Bridgers, o tom do livro transmite muito fortemente a impressão de um universo expandido das letras da cantora-compositora, cujas letras e forma de composição é justamente seu grande forte e foi o que me levou à Autora antes de mais nada.
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Renata 05/12/2020

Violência é uma quarta-feira na vida de mulheres e minorias sexuais. Sendo parte do normal, logicamente muito do nosso trabalho tem como foco mostrar como essa rotina é violenta. Criamos e incentivamos o uso de categorias, termos e conceitos pra isso: feminicídio, mansplaining, gaslighting, machismo, silenciamento, invisibilização. Precisamos dessas palavras vivas e incorporadas ao vocabulário do debate público porque isso é basilar pra elaboração das nossas experiências. Precisamos diferenciar sexo de estupro. Precisamos diferenciar flerte de assédio. Essas coisas têm que existir em separado pra que nós possamos ter uma vida sexual comum, pra que possamos flertar e viver sem medo. Pra superar o medo, temos que forçar mudanças no caminho de eliminar as origens dessas violências. É por isso que linguagem e política muitas vezes se tornam sinônimos.
O efeito colateral do uso amplo desses termos é sua banalização. Não só por misoginia, mas porque as vidas das mulheres são tão amplamente perpassadas por isso que é comum ser difícil de apreender o tamanho disso. Naturalmente é impossível que tanta violência aconteça o tempo todo, né? Há exagero em algum lugar.
Essa dessensibilização é como um retorno ao status quo, ao equilíbrio, após um impacto. No caso, sempre se acha um jeito de naturalizar a violência contra mulheres: ou não existe, ou não existe tanto assim.
Como, então, fazer com que essas violências não percam seu efeito desestabilizante? Como falar de estupro, de misoginia, de machismo, enquanto limites duros à existência das mulheres sem perder a dimensão de sofrimento individual de cada mulher que sofre cada ato desse tipo?
Para mim, ficção realista encontra os seus limites aqui. É aqui que a literatura como esta da Carmen Maria Machado brilha. Existe um quê rastejante e intangível quando seu namorado te diz que você é fácil. Existe uma floresta estranha em torno de um lago inexplorado quando você leva dois tapas. Existe uma fita que você usa desde sempre que é puxada de você quando você é publicamente atacada por um insulto machista.
Este livro brilha, pra mim, por isso. Você pode ler como discussão feminista densa e/ou como histórias estranhas e é incrível das duas formas.
E, como sempre, ele me relembra outra coisa: é extremamente refrescante ler histórias de pontos de vista de mulheres tratados como natural. É uma mulher escrevendo e narrando, ponto. Não há a sensação de que a autora está vendendo isso, logo, fazendo de maneira superficial; é uma mulher escrevendo e ponto. O ponto de vista masculino não é universal.
P.S.: Essa edição da Editora Planeta que tenho é linda demais. Capa dura, cores lindas, com as laterais das folhas negras. Fica lindo na estante e pra ler no transporte público.
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Jaciara44 22/09/2020

Falavam tão bem do livro e não achei tudo, Realmente nada do que esperava
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Sooda 24/06/2020

Um livro que incomoda por ser tão próximo da nossa realidade
Apesar do nome não indicar, Carmen Maria Machado é americana, ensaísta e crítica literária. Uma das vozes proeminentes da literatura americana. Convidada da Festa Literária de Paraty 2019 (Flip), Carmen teve seu primeiro livro publicado no Brasil em 2018, pela editora Planeta, trata-se de “O corpo dela e outras farras”, uma reunião de oito contos protagonizados por mulheres e que transitam entre a ficção científica, o drama e o terror. Sem surpresa, o livro foi considerado um Black Mirror feminista, em referência à série distópica da Netflix.

[...]
No conto “Mães”, temos um casal lésbico aprendendo a lidar com a maternidade. Esse conto é brilhante pois consegue mostrar, no caso de uma das mulheres, como é tornar-se mãe de forma repentina, ter que aprender as coisas mais básicas e como lidar com necessidades que até então nem existiam no cotidiano. Um conto bonito, necessário e que soma na discussão da pluralidade de famílias existentes na sociedade.

[...]
Eu acho muito justa a comparação com a série Black Mirror, da Netflix, pois os contos no livro mesclam a dureza da realidade com alguns elementos de ficção que seguem a mesma linha de pensamento proposta pela série: Não é uma realidade tão distante da nossa. E no caso específico do livro, são realidades que já estão entre nós.

Confira a resenha completa em nosso site :)

site: https://www.soodablog.com.br/2020/03/resenha-o-corpo-dela-e-outras-farras-carmen-maria-machado.html
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