O marinheiro que perdeu as graças do mar

O marinheiro que perdeu as graças do mar Yukio Mishima




Resenhas - O Marinheiro Que Perdeu As Graças do Mar


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Felipe 13/02/2023

O medo. O amor. A glória
Yukio Mishima nos apresenta Noburo, Ryuji e Fusako
Uma criança, um marinheiro e uma mãe.

O marinheiro, em sua curta passagem por um pequeno porto japonês se apaixona por uma mãe solteira.
Esse marinheiro tem apenas um objetivo, encontrar a glória.

Já a Criança, quer desvendar os mistérios do mundo, e para isso, tomar para si a liberdade proibida a ele.

A mãe, procura intensamente o propósito de ser. E além de tudo, quem ela realmente é.


O Marinheiro que Perdeu As Graças do Mar é um livro sobre identidade, amor, papéis de gênero e os anseios da infância.
Não querendo entregar muito da história, deixarei essa resenha apenas com as seguintes considerações:
O livro lhe dispõe dezenas de alegorias e analogias sobre suas próprias mensagens, com um leque incrível de descrições e uma escrita suprema, Mishima não deixa nada a desejar nesse mérito.
Porém, como um fruto de seu tempo, as mensagens acabam ficando um pouco nebulosas, uma passagem pela história do Japão pós guerra ajudará bastante no entendimento de algumas mensagens.

Livro emocionante, com uma carga e conteúdo fantástico.
Altamente recomendado
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rafa 08/01/2023

A glória é amarga
Creio que Noboru semeia um ódio muito grande pelos adultos, para ele e seus companheiros a violência é de certa forma uma solução. Devo dizer, esse livro me conquistou com seu final aberto e sombrio.
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Igor.Banin 19/12/2022

Bom
Boa história curta versando sobre temas como propósito de vida, paternidade, morte e glória. Final aberto mas interessante. Hábil escritor.
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Marta 12/12/2022

“Como todos sabem amargo é o sabor da glória”
Nunca tinha ouvido falar desse autor, Yukio Mishima, recentemente fui numa segunda-feira fazer uma das coisas que mais gosto, ir numa livraria, no caso livraria mesmo, nada de uma livraria e papelaria, e passeando entre os livros me deparei com este, o atendente me disse que tinha lido e gostado e que o livro era bem forte, eu topei na hora, pesquisei sobre o autor e fiquei sabendo que em 1970 ele cometeu seppuku, tradicional suicídio ritualístico samurai, deixando perplexos seus milhões de leitores pelo Japão e no mundo, mas agora vou mesmo é falar do livro, ele é dividido em duas estações do ano, verão e inverno, a história em contada sob a ótica de três personagens, Noburu, um garoto introspectivo e que na verdade se sente superior aos adultos e suas regras, influenciado facilmente por falta da figura de um pai, Fusako é a viúva que sente falta de um companheiro e tem uma vida regular desde a morte do marido e Ryuji é um marinheiro solitário que finalmente encontra em Fusako um motivo para ficar em terra. A história num primeiro momento parece bem simples, o autor é muito descritivo, por vezes o livro parece tedioso, mas não se deixe enganar por isso. Eu considero esse livro bem difícil de recomendar, porque apesar de cansativo tem um final bem brutal.
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Francisco 16/11/2022

Realidade, identidade e poder social
Noboru Kuroda é um garoto de treze anos que mora em Yokohama com sua mãe, a viúva Fusako, que ainda jovem perdeu seu marido por um mal súbito. A jovem viúva cria seu filho enquanto administra uma empresa de importação de roupas europeias e as revende no mercado japonês. Quando Fusako começa um relacionamento amoroso com Ryuji Tsukazaki, um capitão da marinha, o jovem Noboru passa a ter ciúmes de sua mãe e procura alguma forma de evitar que Ryuji entre em suas vidas.

É importante ressaltar que Noboru faz parte de um grupo de amigos de escola que possuem ideias equivocadas para com o mundo adulto, o considerando hipócrita e ignorando-o com um certo grau de insensibilidade. Para eles, apenas o caos social é a solução.

Apesar de Mishima ter sido indicado a um Nobel de Literatura, tenho certeza de que essa não é sua melhor obra. Faltou um toque mais real em sua narrativa, já que as crianças foram apresentadas com um elevado grau de erudição e os adultos como bobos e inocentes. No entanto, pode ser que essa tenha sido a intenção real de Mishima ao escrever a obra e trazer alguns tópicos como identidade social e a busca de poder na sociedade. Prova disso é que os personagens estão sempre preocupando-se em perguntar-se a si mesmos quem são e o que virão a ser em um futuro próximo. Logo, é uma obra imprescindível aos amantes de clássicos modernos da literatura mundial.
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vivi 13/10/2022

Afinal, pra quem ele foi escrito?
Me interessei por esse livro em razão do título e da fama do Mishima de ser um Ás de seu tempo, um dos maiores nomes da literatura japonesa moderna, mas confesso que fiquei decepcionada.
De certa forma, lendo sobre a história de vida do autor, essa história se torna muito característica dele e faz mais sentido do que lê-la sem saber nada sobre quem foi Mishima e o que ele acreditava. Mas ao mesmo tempo, foi também isso que tirou o brilho da leitura pra mim.
A escrita é prepotente, existe uma necessidade do Mishima de florear/elaborar cada descrição e cada sentimento pra formar uma escrita erudita que se torna cansativo pro leitor, percebe-se que não é natural, mas que ele se esforça pra parecer erudito. O linguajar e as ideias do grupo de meninos de 13 anos também é de uma inteligência forçada um pouco descolada da realidade de crianças tão jovens.

Mas principalmente, o que mais me incomodou nesse livro, e veja bem, literatura incomodar, em si, não é um defeito. Certas obras existem apenas para esse propósito. ENTRETANTO, pra quem esse livro foi escrito é que me deixa em conflito sobre minha opinião final sobre ele. Sabendo da índole do autor, não me admiraria se o propósito dele fosse na verdade algo bem mais cru e direto que as interpretações que posso fazer das relações entre os personagens com a vida. Não entendo qual a mensagem que ele quis passar com esse livro e pra ser sincera tenho medo de descobrir, sendo ele extremista como era.

Eu gostei da leitura e sei que é bem mais complexa que parece, então eu posso até mudar minha opinião com o tempo. Mas que a "mensagem" que esse livro passa é meio deturpada, ah, isso é sim. 3 estrelas.
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 17/07/2022

Yukio Mishima - O marinheiro que perdeu as graças do mar
Editora Estação Liberdade - 176 Páginas - Tradução de Jefferson José Teixeira - Capa: Mika Matsuzake - Lançamento: 2022.

Apesar da condução da narrativa em terceira pessoa, Yukio Mishima (1925-1970) soube alternar com habilidade o ponto de vista dos três personagens principais a partir de suas diferentes perspectivas – e de como interpretam o mundo que os cerca – neste romance que lida com alguns dos temas recorrentes na extensa bibliografia do autor: paixão glória e morte. Fusako Kuroda é uma viúva, proprietária de uma refinada loja de artigos masculinos e que vive com seu filho único Noboru de 13 anos. Após cinco anos da morte do marido, Fusako conhece Ryuji Tsukazaki, oficial da marinha mercante, ao levar o filho, apaixonado por navios, em uma visita ao porto de Yokohama no cargueiro Rakuyo, no qual Ryuji estava embarcado, iniciando um relacionamento amoroso.

O livro tem início com a descoberta por Noboru de um furo no interior de uma grande cômoda, junto à parede divisória entre o seu quarto e o da mãe. Através deste furo o menino observa secretamente a intimidade do comportamento de Fusako Kuroda, inclusive durante a primeira noite que ela passa com Ryuji Tsukazaki. A perda da inocência de Noboru é compartilhada com um grupo de amigos da mesma idade que, liderados por um chefe cruel, discute ideias bizarras sobre a moral e as convenções da sociedade, a necessidade de preencher o vazio do mundo por meio de assassinatos: "Se deixarmos passar este momento, pelo resto da vida não poderemos mais roubar, matar ou praticar qualquer outro ato que testemunhe a liberdade humana."

"Tsukazaki desabotoou devagar os botões da camisa e em seguida despiu as roupas sem dificuldade. Apesar de regular em idade com a mãe de Noboru, tinha um corpo mais jovem e sólido do que um homem em terra, como se a matriz tivesse sido fundida no mar. Os ombros largos apresentavam o formato quadrangular do telhado de um templo; o peito, coberto por uma profusão de pelos, sobressaía com distinção; e por todo seu corpo surgiam músculos nodosos semelhantes à torcedura sólida das cordas de sisal, como se vestisse uma armadura de carne que pudesse despir quando quisesse. E Noboru se surpreendeu ao ver, rasgando os pelos profundos do baixo ventre, a triunfante torre lustrosa de um templo erguida, ereta. / Sob a luz débil e oblíqua, os pelos espalhavam sobre seu torso largo uma sombra delicada a cada respiração. O perigoso brilho dos olhos se encontrava fixo sobre a mulher que se despia. O reflexo da lua às suas costas imprimia uma linha áurica em seus ombros espadaúdos e dourava a veia grossa sobressaindo de seu pescoço. Era o verdadeiro ouro da carne produzido pela luminosidade do luar e do suor." (pp. 20-1)

Fusako Kuroda é uma mulher sofisticada e independente, simbolizando a associação dos padrões tradicionais japoneses de feminilidade com as influências da cultura ocidental no período de pós-guerra. No seu ponto de vista, apesar dos sentimentos, ela tem medo de comprometer a sua liberdade e posição social em um relacionamento com um marinheiro: "Sem que ela própria percebesse, sua fúria a colocava em uma posição incompatível com a repentina paixão avassaladora do final de verão do ano anterior. No fundo estava furiosa não tanto por causa de Ryuji, mas pela família sólida que criara desde a morte do marido, contituída por ela e pelo filho."

"Os dois viram-se mergulhados em sentimentos. Fusako anteviu no beijo apenas a dolorosa separação do dia subsequente. Acariciando a face, tocando as marcas acetinadas e tépidas do rosto escanhoado, aspirando o aroma de carne que exalava do selvagem peito masculino, Fusako sentiu seu coração se despedir de cada parte do corpo de Ryuji. Compreendeu que através do forte e arrebatado abraço ele procurava confirmar a real existência dela naquele momoento. / Para Ryuji, o beijo era a morte, a morte na paixão como sempre havia imaginado. A inexprimível doçura dos lábios da mulher, a infinita umidade da boca cujo vermelho podia perceber na escuridão mesmo de olhos cerrados o mar tépido de corais, a língua que se agitava sem repouso como uma alga marinha... No sombrio êxtase causado por tudo isso, havia algo subjacente ligado à morte. Estava totalmente ciente de que no dia seguinte se separariam e teve a sensação de que poderia morrer por ela. A morte o fascinava." (p. 80)

Já Ryuji Tsukazaki, o "marinheiro" do título, é um homem solitário que, antes de conhecer Fusako Kuroda, perseguia os ideais de uma morte gloriosa no mar: "Ignorava por completo o tipo de glória que desejava ou que lhe seria adequado. Sabia apenas haver um ponto luminoso na profunda escuridão do mundo que fora preparado só para ele e que um dia se aproximaria para iluminá-lo e a mais ninguém." Para Noboru, Ryuji inicialmente representava o auge da masculinidade japonesa, pois levava uma vida de aventuras. Contudo, esta perspectiva muda radicalmente quando Ryuji fica com Fusako e começa a tratar Noboru como seu filho.

Yukio Mishima é considerado, juntamente com Yasunari Kawabata (prêmio Nobel de 1968) e Junichiro Tanizaki, um dos grandes nomes da literatura japonesa moderna. O marinheiro que perdeu as graças do mar, lançado originalmente em 1963, ainda surpreende pela originalidade e complexidade, com um final surpreendente que é compatível com o estilo do autor.

"Noboru até então nunca recebera dos adultos um tratamento tão cordial, tampouco tinha visto demonstrarem diante dele tamanha hesitação. Parecia um rito particular dos adultos. Sabia o que iriam lhe dizer e isso o entediava. Do outro lado da mesa, Ryuji e a mãe constituíam uma visão espetacular, zelando por ele como se fosse um pequeno pássaro que pudesse se machucar e espantar com facilidade, vulnerável e delicado. Sobre um prato, tinham colocado esse passarinho de penugem ainda eriçada, frágil como se prestes a desmoronar, e agora pareciam pensar em uma maneira de devorar seu coração sem lhe causar mágoa. / Noboru não fazia objeção à imagem simpática de si criada por Ryuji e a mãe. Precisava se passar por vítima. [...] Noboru sabia que, ao mesmo tempo que era tratado com muito carinho, também era temido. Essa doce intimidação o inebriava. Ao dirigir a eles a frieza de seu coração, percebia-se um leve sorriso no canto de seus lábios. O sorriso minúsculo visto no rosto de um aluno que foi à aula sem ter feito o dever de casa, mas com o orgulho de alguém que se atira de um penhasco." (pp. 141-3)

Sobre o autor: Yukio Mishima (1925-1970), nascido Kimitake Hiraoka em Tóquio em 1925, estreou na literatura aos dezenove anos. Somente anos mais tarde, com Confissões de uma máscara (1949) e Cores proibidas (1951), firma-se como o grande talento artístico de sua geração. Mesclando influências ocidentais e orientais, explorando tabus temáticos, como a homossexualidade e o culto ao corpo masculino, e produzindo excessivamente, a arte é, para Mishima, indissociável de suas ações. Cada vez mais crítico da ocidentalização do país no pós-guerra, ele leva seu nacionalismo ao extremo em 1970. À frente de seu grupo paramilitar Tate no kai, invade um quartel do exército japonês em Tóquio buscando incitar um golpe de Estado que devolveria os poderes divinos ao Imperador. Sem obter a acolhida esperada, termina seu discurso e comete seppuku, o tradicional suicídio ritualístico samurai, deixando perplexos seus milhões de leitores no Japão e no mundo.
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Matheus 23/06/2022

Permanências e partidas
O marinheiro chama-se Ryuji Tsukazaki, a quem parece estar predestinado algum tipo de glória. Ele faz parte da tripulação do Rakuyo, navio cargueiro que o transporta ao porto de Santos, aqui no Brasil, e às sombrias aspirações que o atormentam. Mas não só ondulante é Ryuji: ele também aporta e é atraído pela terra firme, onde se lhe oferece uma vida muito diferente da marítima.

Um livro cheio de contrastes e dualidades que tornam as relações entre as personagens ainda mais potentes, pois há um desejo do leitor de saber o que vai acontecer. Essa vontade de tornar o efêmero permanente é um sentimento que atravessa a narrativa dessa história e que transforma o livro em uma obra tão cativante.
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fantanauser 22/12/2020

não é um livro fácil de ler, apesar de simples, é muito descritivo e em diversos momentos me perguntei sobre para quem esse livro seria direcionado.
a história parte da visão de três personagens, cada um com seus pensamentos e desejos, mas eu não consegui empatizar muito com nenhum.
achei interessante, mas se fosse um pouco menos detalhista me prenderia mais.
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Peleteiro 03/07/2020

Apesar de possuir um dos títulos que considero dos mais bonitos da literatura, o livro não me conquistou tanto quanto ele. Talvez porque a expectativa se tornou alta, rs. O eruditismo torpe das crianças é o ponto forte, mas também afeta a verossimilhança da obra. As descrições das decepções do marinheiro são poucas, porém, encantam quando aparecem. A surpresa maior ficou por conta do tom sombrio da obra. Uma atmosfera nefasta e incomoda se instala logo nas primeiras páginas.
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Renan 24/01/2019

O livro por si só não se destaca, mas conhecendo mais sobre a interessantíssima vida do autor Yukio Mishima tudo fará sentido, e fará a leitura valer a pena.
Elizeu.Gerlach 24/12/2022minha estante
Realmente conhecer um pouco sobre o autor faz a leitura ficar muito melhor.




Flávia 15/07/2017

Sobre afogar-se em 156 páginas
A história começa um tanto perturbadora mas com a leitura, logo nos vemos com água até a cintura. O final é digno de um afogamento - dramático.
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