Borboletas e Lobisomens

Borboletas e Lobisomens Hugo Studart




Resenhas - Borboletas e Lobisomens


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thales.gaspari 13/11/2020

Trabalho de pesquisa muito bem realizado e escrito. Leitura densa, não somente por se tratar de texto com caráter mais acadêmico, onde proliferam as notas e referências, mas também por conta de seu tema trágico. O autor conseguiu dar ao tratamento uma fatura literária que, ao mesmo tempo em que não descuida do rigor técnico necessário a uma obra de história, agrada o leitor com o bom uso de figuras de linguagem e demonstração de erudição (como fica evidente em inúmeras citações a outras obras). Algo que me impressionou foi a ausência de maniqueísmos - esperava encontrar um texto francamente favorável aos guerrilheiros e carregado de tinta nas passagens antimilitares, mas o que encontrei foram ponderações imparciais e amplamente sustentadas em fatos - apontando equívocos de ambas as partes. Em realidade, deixa até mesmo um gosto amargo quando expõe os erros e desmandos dos responsáveis pela ala guerrilheira do conflito. Em que pese certo arrasto de redação em paragráfos e capítulos próximos com muitas informações repetidas (sua única falha e falha que suponho devida às exigências de um texto mais acadêmico), é notável a habilidade do autor em conseguir não descuidar do terrível drama humano exposto ao mesmo tempo em que lida com clareza e simplicidade com volumosos dados e referências. Leitura altamente recomendada (para quem tiver estômago).
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><'',º> 04/04/2019

Traz revelações bombásticas, que devem desagradar tanto aos militares quanto aos que cultuam uma imagem heroica dos integrantes da guerrilha do Araguaia – movimento armado que tentou promover uma revolução comunista no Brasil, entre 1967 e 1974, na fronteira entre os estados do Pará, Maranhão e Goiás, mas acabou sendo dizimado pelos militares.

Resultado de nove anos de pesquisa e do acesso a documentos secretos das Forças Armadas, o livro afirma, entre outras coisas, que:

Sete guerrilheiros dados como mortos na verdade negociaram sua liberdade com militares e sobreviveram, com identidades falsas;
uma guerrilheira se envolveu amorosamente com o sargento do Exército que a interrogou;
outra guerrilheira foi forçada a abortar pelos comandantes da guerrilha.

As revelações sobre os militares não são menos incômodas, incluindo episódios de barbárie, como o do guerrilheiro que teve o pescoço serrado enquanto ainda agonizava e o da guerrilheira que foi enterrada viva, sem falar na tortura e nas execuções sumárias de 22 prisioneiros.

Nesta entrevista, Hugo Studart lamenta que o Brasil ainda continue refém da mentalidade daquela época: “Boa parte das esquerdas se recusa a fazer autocrítica e radicaliza o discurso em torno de um líder messiânico condenado”, afirma. “De outro lado, parcela equivalente da sociedade alinha-se a um candidato radical de direita que tenta se fazer líder messiânico ou, pior, uma parcela que prega a volta da ditadura militar. Vejo esses dois fenômenos como as faces de uma mesma moeda.”

Fonte:


site: g1.globo.com/pop-arte/blog/luciano-trigo/post/2018/07/22/livro-reportagem-revela-segredos-incomodos-sobre-a-guerrilha-do-araguaia.ghtml
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