><'',º> 04/04/2019
Traz revelações bombásticas, que devem desagradar tanto aos militares quanto aos que cultuam uma imagem heroica dos integrantes da guerrilha do Araguaia – movimento armado que tentou promover uma revolução comunista no Brasil, entre 1967 e 1974, na fronteira entre os estados do Pará, Maranhão e Goiás, mas acabou sendo dizimado pelos militares.
Resultado de nove anos de pesquisa e do acesso a documentos secretos das Forças Armadas, o livro afirma, entre outras coisas, que:
Sete guerrilheiros dados como mortos na verdade negociaram sua liberdade com militares e sobreviveram, com identidades falsas;
uma guerrilheira se envolveu amorosamente com o sargento do Exército que a interrogou;
outra guerrilheira foi forçada a abortar pelos comandantes da guerrilha.
As revelações sobre os militares não são menos incômodas, incluindo episódios de barbárie, como o do guerrilheiro que teve o pescoço serrado enquanto ainda agonizava e o da guerrilheira que foi enterrada viva, sem falar na tortura e nas execuções sumárias de 22 prisioneiros.
Nesta entrevista, Hugo Studart lamenta que o Brasil ainda continue refém da mentalidade daquela época: “Boa parte das esquerdas se recusa a fazer autocrítica e radicaliza o discurso em torno de um líder messiânico condenado”, afirma. “De outro lado, parcela equivalente da sociedade alinha-se a um candidato radical de direita que tenta se fazer líder messiânico ou, pior, uma parcela que prega a volta da ditadura militar. Vejo esses dois fenômenos como as faces de uma mesma moeda.”
Fonte:
site: g1.globo.com/pop-arte/blog/luciano-trigo/post/2018/07/22/livro-reportagem-revela-segredos-incomodos-sobre-a-guerrilha-do-araguaia.ghtml