Inferno no Ártico

Inferno no Ártico Cláudia Lemes




Resenhas - Inferno no Ártico


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Rodrigo.Fonseca 11/03/2019

Original, envolvente e surpreendente
Que livro senhores, que livro! Eu devorei as páginas dessa obra prima do suspense policial em poucos dias. Os personagens são construídos e conduzidos com maestria, são tão humanos, reais e revelam tanto sobre nós. É um livro tão bem escrito que enche os olhos, dá prazer acompanhar essa história. E tem plot twist? Tem sim, senhor! Surpresas e reviravoltas não faltam em Inferno no Ártico. Já quero uma adaptação cinematográfica desse livro! Super recomendo!

site: https://vitaminalivros.blogspot.com/2019/03/resenha-inferno-no-artico.html
Cláudia 31/05/2019minha estante
Opa, obrigada pela resenha, Rodrigo!




Francis.Graciotto 25/02/2019

Ganhou um fã
Este foi o primeiro livro que li da autora, agora estou correndo atrás de todos os livros que ela publicou antes e certamente lerei o que ela lançar no futuro. Claudia Lemes ganhou mais um fã!

site: www.facebook.com/febrevermelha
Cláudia 31/05/2019minha estante
Muito obrigada, Francis :D




Nilda 20/02/2019

Inferno no Ártico, uma história perturbadora
Inferno no Ártico, de Cláudia Lemes, é perturbador. O leitor fica tenso, sem saber o que esperar dos próximos passos do assassino e imaginando o que a policia vai fazer para solucionar os crimes. O estilo narrativo da Cláudia contribui para o clima tenso. Acompanhamos o presente da vida dos personagens, mas o leitor sabe que algo aconteceu no passado e que acabou definindo o caráter e a personalidade deles. A tensão emerge das palavras. Cláudia é, com certeza, uma das maiores escritoras brasileira do gênero do Thriller. Eu virei fã mesmo, por isso acabo de apoiar o lançamento da duologia Eu vejo Kate. Aqui no blog tem resenha do livro 1 – Eu vejo Kate: o despertar de um serrial killer

Em Inferno no Ártico, a protagonista é Barbara Castelo, policial, filha de pai americano, também policial, e mãe brasileira. Ela nasceu nos Estados Unidos, mas viveu com a mãe e a avó, em Santos, SP. Barbara acaba de ser transferida, por interesse próprio, para o Alasca, mas precisamente para uma cidade chamada Barrow. A peculiaridade dessa cidade é que, além de minúscula, lá por 60 dias, aproximadamente, são noites, o que por si só já é solitário e hostil.

Em Barrow, Barbara tem trabalhado em crimes de menor gravidade, junto com o seu parceiro que não é nada amável. Mas ela também não está muito preocupada em fazer amizades. Neste cenário aterrador, um assassinato brutal, com características bizarras, desafia a perspicaz detetive Castelo e de seu parceiro.

Não sei vocês, mas quando eu penso em personagens serial killers o primeiro que me vem à mente é Hannibal Lecter. É um personagem referência no gênero, sem dúvida.

Em Inferno no Ártico, Cláudia Lemes dar vida um serial killer muito bem construído, com características únicas. Ele realmente acredita no que esta fazendo. É um extremista da causa de Lúcifer. Ele não quer fama, não quer holofotes, o que o torna extremamente perigoso e difícil de lidar.

Barbara Castelo já se tornou uma das minhas personagens favoritas. De inicio eu cheguei a pensar que ela seria mais um clichê da policial durona, meio masculinizada, mas ao longo da narrativa essa impressão vai sendo diluída. Barbara tem a medida certa entre a fragilidade e a dureza. É uma mulher cheia de conflitos e dores.

Barbara é uma mulher comum, uma característica que me agradou muito. Claro, ela é inteligente, perspicaz, competente e muito comprometida com o trabalho, o que a torna uma mulher excepcional. Mas eu falo comum no sentido de aparência física. Eu estou tão acostumada com personagens “modelos”, com corpos esculturais. Então, quando temos uma personagem com o corpo real da maioria das mulheres precisamos ressaltar essa característica.

Outro ponto clichê, mas usado a favor da narrativa é o da dupla de policial que não se bica de início. Já vi muitos em séries policiais e em livros.

Essa conversa continua no blog


site: http://www.garagembluecult.com/2019/02/resenha-de-inferno-do-artico-claudia-lemas.html
Cláudia 31/05/2019minha estante
Muito obrigada!!




Azaxul 19/12/2018

Profissional!
(Escrevi a resenha e deletei pois havia repetido alguns parágrafos)

A escrita, profissionalismo e habilidades da escritora são os maiores destaques, quanto a história achei um pouco rasa.

Escrita primorosa, agradável e objetiva. A escrita e maneira de desenvolver situações, cenas, fatos e diálogos, de forma profissional e cirúrgica são os pontos que mais me impressionaram e agradaram.

Indico fortemente para quem não tem hábito de ler ou tem dificuldades de concluir uma leitura, ainda mais se for por conta de má escrita, enrolações e muitas páginas.

O enredo geral desse livro é bem inventivo e abordado com generosidade, ousadia, e realismo, nesse sentido o blurb do escritor César Bravo (Ultra Carnem) corresponde ao prometido.

A atmosfera presente é densa e as descrições são ''secas'', além do mais, a autora apresenta as coisas de uma forma que da oportunidade para o leitor(a) vivenciar as cenas e situações, e não somente ''ler o que está acontecendo''.

Cláudia Lemes não esconde o ouro, não esconde nada, e isso é muito legal, pois existem escritores que abordam alguns temas ''tabu'' ''polêmicos'' e criam um certo burburinho com suas obras, mas a abordagem no fim das contas se mostra tímida e cautelosa, em muitos casos as situações, cenas e diálogos que acabam não transmitindo nada, parecendo que o escritor apenas concebeu que situação X é impactante por si só, mas ''situações assim'' são vistas todos os dias nas redes sociais, no Datena e no submundo da internet.

Quanto ao desenvolver da história, achei razoável.
A história e os personagens não me agradaram. Inclusive para quem espera grande foco no desenrolar da investigação e aprofundamento no perfil do assassino e seus interesses pessoais, acredito que não terá as expectativas atendidas.

Já sobre os personagens, afirmo que gostei somente dos pais das crianças e do padre (sinistro), os dramas dos personagens são realistas e pesados, o comportamento humano de todos os personagens e os diálogos são verossímeis, mas achei que o desenvolvimento de alguns dramas foi bem enrolado, a escrita ágil, contribuiu positivamente nesse ponto.
Achei também, que a fobia da protagonista poderia ter sido mais pungente e palpável.

Gostei muito de algumas cenas, quase cinematográficas, aliás se tem algo que é difícil é inserir cenas ''cinematográficas'' em um livro, de modo assertivo, sem exageros e que cause algumas sensações e impacto no leitor.

Os momentos na estrada, no cemitério, na Igreja e na floresta são de arrepiar e ainda estão no meu imaginário.

O livro pretende servir como bom entretenimento, mas tem características que se encontram em bons clássicos, como não ter informações de mais ou exibicionismos, ser objetivo, inspirado, fluido e límpido.

Enfim, o resultado final é um livro bem acima da média, bem superior ao que a literatura nacional oferece. As vezes, me parece que alguns escritores(a) com os seus livros estão ''tentando alguma coisa'', Cláudia Lemes com ''Inferno no Ártico'' não está tentando nada, ela está exercendo o oficio da escrita, profissionalmente.
Cláudia 21/01/2019minha estante
Obrigada pela sua avaliação! :)




Marcos 26/11/2018

Um suspense consistente.
Ao pegar o livro em mãos eu pensei que seria mais um thriller cheio de reviravoltas. Estava enganado. Há algumas reviravoltas, sim. Mas nada que tenha sido chocante ou extremamente inesperado. Isso não diminui a qualidade do livro, muito pelo contrário, a história se apoia no desenvolvimento dos personagens e faz isso de modo natural, um diálogo aqui, um encontro no supermercado ali, uma troca de palavras no carro, camadas de acontecimentos que vão te levando ao interior das pessoas envolvidas. É um livro que te leva a querer mais da personagem, que te entrega momentos que se repetem na sua cabeça por vários dias após serem lidos. Eu não compararia esse livro a "Eu vejo Kate"e nem a algum suspense policial contemporâneo que li recentemente. "Inferno no Ártico" me trouxe a sensação de um livro policial um pouco mais antigo, talvez, como referência, usaria algum livro do Sheldon ou até "O chamado do cuco", que me trouxe sensação parecida.
Cláudia 21/01/2019minha estante
Obrigada pelo feedback, Marcos!




ClAudia 13/11/2018

Envolvente e surpreendente
Barbara Castelo decidiu encarar seus medos de frente escolhendo a cidade de Barrow, no Alaska, para começar sua carreira de detetive. Lá a escuridão da noite, que a assombra desde a infância, dura 65 dias. Em seu primeiro caso de homicídio, a crueldade e loucura da maldade humana aterrorizam a cidade, ao descobrirem que o assassino é um serial killer procurado há anos que retornou a ativa para finalizar seu plano demoníaco. Trabalhando com um parceiro de temperamento difícil, com ânsia de provar sua capacidade e lidando com seus próprios demônios, Barbara vai enfrentar momentos de terror para fazer justiça.

*

QUOTES

"Só quero paz, cara. Paz de espírito, se isso é possível. Eles vendem em blogs, livros com praias ensolaradas nas capas, cursos online de coaching pessoal, e eles parcelam, e eles aceitam cartões de crédito, e eles só podem conhecer algum segredo muito louco porque por mais que eu busque paz, só encontro trevas."

"Porque quando se perde alguém parece que os outros mortos... despertam."

"Sentiu o gosto amargo na boca, aquele de quando nos damos conta que não somos os mocinhos que sempre acreditávamos ser."

"― O que ele respondeu? Quando você perguntou como se sabe qual é a coisa certa?

― Sempre a mais difícil."

"E não há cura para a loucura, senhoras e senhores. Eu digo: solte o comprimido no vaso sanitário e dê a descarga. Dance com seu distúrbio, seu fetiche, sua neurose no belíssimo salão da insanidade."


"... acho que fui condenada essa noite. A ver o potencial para o mal em cada velho, homem, mulher ou criancinha que eu olhar."

"Inocência para mim é o direito de viver em liberdade e segurança, algo que criminosos não merecem."

*

Assim que iniciei o livro senti tanto nojo. Ele começa brutal e seco. Poucas coisas me revoltam tanto quanto violência infantil.

É um livro pesado por esse lado, com umas passagens que me obrigaram a fazer pausas. Mas é uma leitura fascinante, com reviravoltas tão inesperadas que me deixaram de boca aberta LITERALMENTE.
Gostei muito da protagonista e todo o contexto da vida dela, que acabou culminando na sua ida para um lugar que para ela era muito assustador. A fobia de Bárbara foi muito bem descrita, me deixando extremamente tensa. Bruce, o parceiro, é um personagem marcante, que me surpreendeu demais.
É, sobretudo, um livro sobre a maldade que habita em todos nós, e a força necessária para escolher o bem.


"...todos nós sabemos que falhamos, como espécie, e sabemos que há tanta escuridão nesse planeta que realmente desejamos, em alguns dias, que isso acabe. A diferença entre nós e ele é que ainda lutamos para que isso mude, Bruce."

Se busca uma leitura envolvente, surpreendente e com muita ação, já encontrou!


site: https://estanteinstantes.blogspot.com/2018/11/resenha-inferno-no-artico-claudia-lemes.html
Cláudia 20/11/2018minha estante
Obrigada pelo feedback :)




J.R. Valadares 04/11/2018

Arrebatador!!!!
Minha avó sempre foi uma mulher muito religiosa e desde pequeno eu aprendi que do mesmo jeito que existe o bem, também existe o mal. Nunca consegui compreender direito o que significava o “mal”, até hoje confesso ainda não compreender certos atos que o ser humano é capaz de fazer. Claro que não sou nenhum santo, não serei beatificado após deixar esse mundo, mas existem pessoas que em sua essência carregam um ódio pelo mundo que eu jamais serei capaz de compreender.
Esse livro trata sobre esse mal, do qual pessoas comuns são incapazes de compreender as razões e por isso nos gera tanta curiosidade e ao mesmo tempo tanto medo.
Cláudia Lemes está entre os melhores autores nacionais da atualidade, sua escrita é impecável, implacável e corajosa. Ela enfrenta os temos que propõe sem negligencia-los. Mergulha dentro da narrativa e nos leva junto com ela submersos e encantados com seus personagens, despertando sentimentos que vão da empatia ao desprezo, do ódio ao amor, de acordo com o que a personagem precisa nos entregar.
É notável dizer sobre a pesquisa realizada que me fez pensar se tratar de um autor que realmente tivesse conhecido o lugar onde se passa a história, Um gélido e escuro Alasca. Bem diferente do acalorado e abençoado Brasil.
A protagonista Bárbara sofre de Nictofobia (medo de escuro) e tem de enfrentar esse medo para prender o um serial killer (que representa o mal incompreensível que citei acima) antes que ele consiga cumprir uma missão macabra criada por ele mesmo.
Eu me identifiquei demais com a Bárbara no que se refere à fobia. Eu sofro de aicmofobia (medo de agulha) e por isso eu sabia exatamente o que ela estava sentindo estando em um lugar onde o sol não nasceria por três dias.
Muitas pessoas não entendem o que é ter fobia de alguma coisa. Acham se tratar de frescura, exagero, necessidade de chamar a atenção ou até mesmo fingimento. Mas quando você tem fobia de algo, é uma sensação terrível que não desejo nem ao meu pior inimigo.
Sinto um calor demasiado, o corpo sua, as mãos ficam geladas, a cabeça gira, o coração dispara, parece que você vai ter uma parada cardíaca. É difícil respirar, como se meu nariz estivesse fechado, eu só consigo respirar pela boca, sinto tontura, fico paralisado.
Por muitas vezes achei que morreria de tanto que meu coração disparava. Acho que deve ser como uma crise de ansiedade, isso tudo começa a acontecer antes mesmo da agulha perfurar meu corpo. Imaginem o tamanho do desespero que passo.
Então quando ela tinha que lidar com o escuro, sabendo de sua fobia, eu podia ver o quanto ela estava sofrendo e torcia para que ela conseguisse superar.
O final da história, como não poderia deixar de ser, sendo um livro da Cláudia, é surpreendente. Sabe quando você está na montanha russa em um parque diversões, você entra com um pouco de medo e quando ela começa a subir vagarosamente você sente que não era tão assustadora como imaginava e ai você relaxa. Justamente nesse momento ela atinge o ponto mais alto e começa a descer e ai você solta o grito gerado pela adrenalina.
Foi essa sensação que tive, no momento em que achava que já havia superado a surpresa e que tudo iria se resolver, a autora deu um looping e mostrou que eu não sabia de nada, que ainda havia segredos a descobrir.
E aí quando a adrenalina baixa, você desce do carro, a sensação é maravilhosa. A única coisa que você pensa é “Quero de novo”
Esse é o “efeito Cláudia Lemes” em seus leitores
Cláudia 20/11/2018minha estante
Muito obrigada por compartilhar sua opinião.




Patricia 26/09/2018

Instigante
Cláudia Lemes sempre surpreende e Inferno no Ártico não é diferente. Com cada soco no estômago que cada capítulo traz, é de ficar de boca aberta o quanto o livro é técnico e a escrita e amarração da história, impecáveis. Inferno no Ártico é um dos livros mais ricos que li, com descrições que te transportam para as cenas, sem precisar de muito esforço, e sem nos deixar entediados. Os fãs de serial killers e livros de suspense com plot twists não se decepcionarão!
Silvana 24/10/2018minha estante
Encomendei o meu hoje!! Agora é só aguardar... Gostei muito do "Eu Vejo Kate", certamente irei gostar desse tb. Comprei junto com esse exemplar um outro livro da autora, "Um Martini com o Diabo", pare ótimo!




Bruce 20/09/2018

I have a phobia that someone's always there
Juro que tento me distanciar da admiração que tenho da Cláudia Lemes ao ler mais um livro seu. Mas é tarefa árdua, o que impressiona é o compromisso dela com o leitor. Você se certifica que ela é minuciosa em suas pesquisas, em suas descrições e traz personagens maravilhosos. Por motivos óbvios meu personagem preferido é o Bruce.
Fiz uma playlist no Spotify das músicas mencionadas no livro.
https://open.spotify.com/user/troesch71/playlist/2XTWsX8P6a2FIE1xEzfnI1?si=9noOnqMLQMecdAdHq0KoSw
Cláudia 21/09/2018minha estante
Muito obrigada pela resenha, Bruce! :)




Priscila.Dias 19/09/2018

'Inferno no Ártico' aquele livro que você precisa ler hoje ainda.
Sabe aquele livro que você devora porque quer saber o final mas quando termina fica um vazio? Então é esse. História pesada, no melhor (ou pior) sentido da palavra, bem ambientada, personagens bem construídos. Um ambiente claustrofóbico, frio e escuro, crimes absurdos e um assassino sem escrúpulos ou remorsos. Uma protagonista tentando fugir dos próprios demônios e sendo obrigada a encara-los de frente. E que final! Terminou e eu pensei P-U-T-A Q-U-E P-A-R-I-U!!!!! Em resumo um Thriller da melhor qualidade.Tenho mais dois livros da Cláudia Lemes, vou lê-los com as luzes bem acesas, nunca sabemos o que nos espera na escuridão.
Cláudia 21/09/2018minha estante
Muito obrigada pela resenha, Priscila, sua opinião é muito importante para mim.




Leonardo.Amorim 19/09/2018

Um dos melhores lançamentos nacionais do gênero em 2018.
Inferno no Ártico já começa arrebatador: com o assassinato de uma criança. Violência contra crianças é um tema que me incomoda MUITO, mas aqui foi feito com bastante cuidado. Não é exagerada, gratuita ou de mau gosto (se é que existe violência de “bom gosto”), como já vi em alguns textos com o simples intuito de “chocar”. Ela é o começo de uma jornada da personagem principal, a detetive Barbara Castelo, à escuridão. Literal e figurativa.
Barbara, uma detetive da divisão de homicídios da cidade de Barrow, no Alasca, é filha de uma brasileira e um americano. Ela seguiu os passos do pai e entrou para a força policial, trabalhando para a polícia de São Francisco, na Califórnia. Após alguns acontecimentos, que não descreverei aqui para evitar spoilers, ela se muda para Barrow. Uma cidade que, em determinada época do ano, tem uma noite que dura semanas. O problema, aqui, é que Barbara sofre de nictofobia. Medo irracional do escuro. A partir daí, Barbara precisa superar as diferenças com o parceiro, Bruce, e os próprios demônios (que não se resumem só à fobia) para pegar o assassino que está aterrorizando a pequena cidade.
O nível de pesquisa feito pela autora para esta obra é perceptível em cada detalhe. O trabalho para a polícia, a relação da Barbara com sua fobia, a ambientação, tudo foi muito bem descrito e não há espaço para duvidar que a autora passou dezenas de horas estudando para retratar cada aspecto com o máximo de fidelidade possível. Ela chegou, inclusive, a se trancar num banheiro completamente escuro por dias para sentir na pele o medo do escuro que a Barbara tem.
A trama é construída com maestria, sempre nos dando informações novas, mas também cedendo oportunidades para respirar de vez em quando. Nenhuma pista é inútil. Até quando os detetives seguem uma pista que se prova infrutífera, eles aprendem algo que os ajuda, mesmo que indiretamente, na investigação. Os plot twists são ótimos (nem desconfiei, apesar das pistas) e muito bem colocados, e mostram que a autora sabe muito bem o que está fazendo. Além de uma excelente leitura, Inferno no Ártico também funciona como uma ótima propaganda para outro livro dela: o Santa Adrenalina – um guia para quem quer escrever Thrillers (que eu já li e também recomendo).
A construção das personagens foi feita com muito cuidado, deixando-os com várias camadas. Barbara não é só uma detetive, a relação dela com os pais e o padrinho é muito bem explorada. A fobia dela não foi algo simplesmente jogado no background da personagem, é resultado de um trauma de infância. Bruce, o parceiro de Barbara, não é só um detetive durão. Ele também é um pai que ama muito a sua filha e um marido que luta para salvar seu casamento. E esses são só dois exemplos rápidos, há muito mais.
A escrita da autora é muito gostosa de se ler. As descrições desenham um rascunho na mente do leitor, deixando espaço para que o próprio preencha o resto. Ela escolheu cada palavra do texto cuidadosamente, extraindo o máximo de cada trecho.
A parte gráfica também é excelente. O livro (que é uma publicação independente) é tão bem feito que, como disse o amigo Victor F. Miranda, está de dar inveja em muitas editoras grandes.
Inferno no Ártico é, sem sombra de dúvida, um dos grandes lançamentos nacionais do gênero no ano. Vai te fazer rir, chorar, ficar sem ar, ter medo de virar a página, mas, ao mesmo tempo, não conseguir parar. E desejar por mais quando fechá-lo pela última vez.
Cláudia 19/09/2018minha estante
Muito obrigada pela resenha, Leonardo :)




Everaldo Rodrigues - Estante Etérea 17/09/2018

Inferno no Ártico é de gelar a alma
Até que ponto você é capaz de enfrentar seus medos e sua insegurança para fazer o que é certo?

Esse é com certeza o questionamento central da protagonista Barbara Castelo em "Inferno no Ártico", livro no qual a escritora Cláudia Lemes finca os dois pés na estética do thriller, construindo o que pra mim é uma das melhores obras do gênero no Brasil (não por acaso, algumas das outras melhores também são dela).
Na história, encontramos nossa protagonista, uma detetive de homicídios, brasileira, numa situação por si só ameaçadora. Ela trabalha em Barrow, cidade do Alasca onde, em determinada época do ano, a noite dura vários dias. Detalhe: ela tem nictofobia, o famoso medo do escuro. No caso dela, o medo vem de um trauma infantil, coisa que vamos descobrindo no decorrer do livro, e que não pode ser resumido como um "medinho". É um pavor que imobiliza, que pode matá-la. Junto a isso, um assassinato horrível de uma criança abala a confiança do povoado na polícia, e joga Barbara e seu instável parceiro, Bruce, numa investigação que vai correr contra o tempo e contra um serial killer com uma missão demoníaca.

Os ingredientes do thriller de Cláudia Lemes são apenas um corte na superfície do problema. O que a autora faz aqui, além da investigação e das constantes descobertas e reviravoltas, é esmiuçar o psicológico de suas personagens. Expondo traumas, complexos e convicções, a autora constrói personagens com maestria. E é essa construção que nos coloca na história. Os medos das personagens, especialmente de Barbara, são mais do que empecilhos para pegar um assassino, mas também sua trilha para a própria superação e aceitação. Ao se ver obrigada a vencer seus traumas, a personagem se dá conta não só de suas fraquezas, mas também do seu tamanho em todo um universo de maldade e indiferença.

Além de toda ambientação, descrita de um jeito que quase nos faz crer que a autora visitou a cidade no Alasca; além de todo o conhecimento técnico acerca da investigação, das dificuldades policiais, dos tabus e problemas ao buscar um serial killer; e além de todo o debate sobre a violência e suas principais vítimas, "Inferno no Ártico" é também uma obra que entretêm, que diverte na medida do possível, que choca e prende. Um livro feito, pensado e desenvolvido para fazer o leitor devorá-lo.

Arrebatador, envolvente, intenso, cruel, calculista. "Inferno no Ártico" é um mergulho no pior do ser humano, e no que podemos fazer para transformar esse pior em algo aproveitável.
Cláudia 19/09/2018minha estante
Muito obrigada pela resenha, Everaldo.




Vinny Britto 17/09/2018

Mais Um Bom Thriller
Quem leu Eu Vejo Kate e gostou, certamente vai gostar desse aqui também. EVK tinha uma pegada sobrenatural e InA é um policial mais clássico apesar de ter um seral killer nada convencional.

Confesso que até esperava algo mais impactante, em parte por causa do tema abordado que é pouco comum em romance policial, mas em grande parte também devido ao feedback dos primeiros leitores que soaram um tanto quanto exagerados se assim posso dizer.

Mas calma lá, não estou dizendo que o livro é ruim, pelo contrario. O livro é bom, a leitura flui pra caramba e os personagens são muito bem trabalhados. O foco dele não é o gore mas tem umas descrições bem pesadas e tem uma cena em especial que é bem perturbadora envolvendo uma criança e deve causar muito desconforto.

O tempo todo me senti como se estivesse vendo um filme. Me lembrou muito ''30 dias de Noite'' tirando a parte dos vampiros claro. O final achei bem coerente com tudo o que aconteceu.

RECOMENDO!!!

Cláudia 17/09/2018minha estante
Muito obrigada pela resenha!




Kris Monneska - Conversas de Alcova 14/09/2018

Um Thriler surpreendente e arrebatador *** Tô toda me tremendo Rosana ***
A história começa nos mostrando um crime aterrorizante, nesse momento conhecemos o antagonista da história - O Execultor e essa cena se inicia preparando o caminho, mas não os nossos corações para tudo o que a trama nos reserva.

Na sequência, somos apresentando a uma protagonista extremamente forte e decidida, a detetive Barbara Castelo. Uma jovem filha de um americano com uma brasileira, que passou parte de sua vida no Brasil e que voltou para os EUA para morar com o pai, após a morte de sua mãe. Barbara é uma personagem extremamente completa e complexa, ela carrega uma forte carga dramática e também fortes conflitos, como traumas da infância, problemas familiares e a descoberta de que a vida dos seus país não era bem como ela imaginava. Esse ultimo torna-se o motivo dela decidir se afastar da vida que estava acostumada e partir para a cidade de Barrow, no Alasca. Lugar muito diferente do que ela está habituada, pois além do frio glacial, em determinados momentos do ano o sol se esconde durante cerca de 30 dias.

Surpreendentemente, para uma cidade pequena, após pouco tempo de sua chegada um crime brutal é cometido e seu modus operandi apresenta uma ritualística estranha, que leva barbara a desconfiar de que aquele assassinato tenha uma mensagem ainda pior do que a policia imagina. Suas suspeitas podem não ser muito bem recebidas pelo seu novo chefe e sendo assim ela passa então a investigar por conta própria, em partes com a ajuda do seu novo parceiro de quem ela não gosta muito e a cada nova descoberta, eles percebem que o inferno está próximo.

Inferno no Ártico é um thriller maravilhoso que nos prende do início ao fim da leitura. Tudo na trama é intenso, desde a apresentação das personagens, até a maneira que elas interagem entre si.
Para a Cláudia não é suficiente escrever sobre um assassino macabro e cruel, ela precisa criar a trama mais completa e profunda possível, com uma protagonista tão intensa quanto o serial killer, talvez até mais. Como sempre a Cláudia se sobressai na criação de personagens, intensos, e fodidamente reais, não houve como não me conectar com eles e a dinâmica da parceria que os envolve.
O enredo de Inferno no Ártico é extremamente rico, ao optar por protagonizar a sua história com uma mulher a autora, não se abstém de apresentar na trama as batalhas contra o machismo, que uma mulher em posição de poder precisa enfrentar todos os dias durante a sua vida, como assédio, mansplaning, perseguição e etc. E tudo isso enriquece o enredo e nos aproxima mais ainda dessa personagem.

Outro fato que pra mim é uma característica forte da escrita da Cláudia Lemes, é o minucioso processo de pesquisa pelo qual suas obras passam, não só em termos que envolvem a investigação do caso, mas também do local onde a trama se passa. Tanto é que a trama se desenvolve numa cidade afastada do EUA, mas é tão bem descrita e ambientada em detalhes que podemos praticamente visualizar as ruas de Barrow. Vale salientar que a trama não se desenvolve no exterior por mero capricho da autora, o lugar tem importância direta com o desenvolvimento da história.
Eu devorei o livro e só não o fiz mais rápido porque estive bastante envolvida com a eleição (e tive que parar um pouco a leitura pra tretar no Facebook), mas completei a leitura em cerca de três dias. E nossa cheguei ao final do livro com várias interjeições na cabeça, em forma de palavrões, que tentavam exprimir a minha surpresa e excitação com a conclusão da leitura.

Inferno no ártico é Cláudia Lemes, sendo Cláudia Lemes. A trama é intensa e brutal, daquelas que bota o dedo na ferida e gira, variadas vezes. Não é uma história fácil, pelo contrário, toca em pontos extremamente delicados, envolve tabus e é permeada de gatilhos.
Porém aborda pontos que devem ser pensados, questionados e debatidos. É um livro que nos faz pensar na vida e na loucura do mundo.

A Escrita da obra é limpa e de precisão quase cirúrgica do tipo que te empurra pra próxima página, e para a próxima consecutivamente até o fim. Se não fossem as tretas politicas eu teria o lido de um só fôlego. Mesmo assim terminei leitura sedenta por mais. E com vontade de abraçar a Cláudia e dizer: "Obrigada por me deixar ler esse livro, foi por finais assim que me tornei leitora".

Inferno no Ártico marca o retorno da Cláudia Lemes ao mercado independente e olha não há maneira melhor de definir esse retorno do que dizendo que ela voltou metendo o pé na porta. O livro está incrível, desde o trabalho gráfico, que não deixa em nada a desejar pra nenhuma editora, até o seu conteúdo fabuloso. A matéria prima do livr é de primeira qualidade, a capa ficou deslumbrante, a impressão do livro está impecável e a revisão deixa no chinelo muita editora grande por ai. A obra sem dúvida valeu cada centavo que as pessoas que a compraram em pré-venda pelo projeto do Cartase empregaram e sem sombra de dúvidas mostrou que vale a pena investir e apoiar os próximos projetos da autora, pois a gente não vai se arrepender.


site: http://www.conversasdealcova.tk/2018/11/resenha-inferno-no-artico-claudia-lemes.html#ixzz5W6w6KONu
Cláudia 17/09/2018minha estante
Muito obrigada pela resenha, Kris




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