A corneta

A corneta Leonora Carrington




Resenhas - The Hearing Trumpet


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Joanne.G.P. 28/06/2023

Um acontecimento
Esse livro é uma fusão de metáforas, exaltação ao feminino, à velhice, um tapa na cara de toda crítica da sociedade a respeito da mulher idosa. É um livro fantástico em sua essência, com influência grande do surrealismo e dos sonhos, do tipo que um pensamento leva a outro que leva a outro. Achei simplesmente encantador.
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Krishna.Nunes 01/02/2024

Eu consigo entender que a obra tem muitas metáforas e que faz críticas ao cristianismo e ao patriarcado. Que o livro é uma exaltação ao feminino e que zomba com ironia do etarismo, além de enaltecer temas que provavelmente são caros à autora, como a amizade, a família, o ambientalismo e o amor aos animais. Que a autora se utiliza do fantástico, do onírico e da sátira para contar sua história de maneira leve e divertida.

Mas, assim como as obras modernistas e cubistas, eu descobri que a literatura surrealista simplesmente não me agrada.

Consigo enxergar o valor da poesia e das plásticas modernistas, mas não do romance. Clarice Lispector que me perdoe.
Não consigo gostar do estilo, da forma, me parece tudo bobo, absurdo e sem propósito.

Honestamente, as únicas coisas de que gosto no livro são as ilustrações e o posfácio de Olga Tokarczuk.
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Diego Piu 22/10/2023

Dos (muitos e maravilhosos) que ganhei de aniversário esse ano, foi o primeiro que li e já comecei muito bem!

Conheci um pouco do trabalho da Leonora Carrington numa palestra maravilhosa da @rottamaga início desse ano, fiquei maravilhado na arte surrealista da Leonora e desde então fiquei super curioso nos livros escritos por ela (esse foi só o primeiro, tem mais dois na prateleira).

Divertido, fantástico e fluido com personagens excêntricos, cômicos e anarquistas.
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Vinder 01/10/2023

Ótimo livro de uma escritora pouca conhecida. A personagem ganha uma corneta auditiva e descobre que seus familiares têm planos de colocá-la num asilo. A partir daí inicia-se uma história surrealista, com questões etaristas, feministas, especistas e ambientais. Escrito numa época em que tais assuntos eram bem pouco discutidos.
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Yasmin O. 16/07/2023

Uma das melhores leituras do ano. Eu já conhecia a Leonora como pintora, de um catálogo de mulheres surrealistas no México (ela é inglesa, mas viveu grande parte da vida expatriada no México) que agarrei num sebo e trouxe pra casa, surtei quando soube da existência desse livro e que ela também era escritora.

É um livro excêntrico, onírico, zombeteiro, subversivo, feminista, com críticas mordazes ao cristianismo, ao patriarcado e à hipocrisia social, permeado pelo surrealismo da autora (sim, tem muita coisa esquisita rolando aqui, com muito significado, amo). Acontece tudo em todo lugar ao mesmo tempo nesse livro, partindo de uma premissa singela: uma senhorinha de 92 anos, vegetariana e com surdez, presenteada com uma corneta auditiva, narra os inusitados acontecimentos do livro em primeira pessoa.

E ainda tem um posfácio da Olga Tokarczuk, que é um espetáculo à parte (ela encontrou até um tempinho para debochar da escrotidão de Joseph Conrad em relação às mulheres 🗣️).

Amei muito esse livro, (quase) sem palavras!! E ainda conversou com outra leitura que tenho feito bem aos pouquinhos, o "Quando deus era mulher" da Merlin Stone.

"(...) tudo o que é excêntrico é como uma Deusa em espírito". - Do posfácio da Olga.
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Adriana1161 16/01/2024

Liberdade
"A corneta é uma obra totalmente surreal, escrita de forma onírica" escreveu Olga Tokarczuk, no posfácio do livro.
Uma história atemporal, cheia de referências, história de todos nós.
História dentro da história, metalinguagem.
Um mix de tudo, épocas, sentimentos.
Adorei as ilustrações, que no final do livro, vi que foram feitas pelo filho da autora.
“Não se pode confiar nas pessoas acima de sete e abaixo de setenta”
Personagens: Robert, Galahad, Marian, Carmella e outra pesonagens, a maioria mulheres
Local: México - século XX
@driperini
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Toni 18/04/2024

Leituras de 2023

A corneta [1976]
Leonora Carrington (Inglaterra, 1917-2011)
Alfaguara, 2023, 215 p.
Trad. Fabiane Secches

Recebi com muito entusiasmo a notícia da publicação deste que é o único romance escrito pela artista plástica surrealista Leonora Carrington, autora de contos e de um livro de memórias. Conheci as pinturas de Carrington naquela que considero uma das melhores exposições que já visitei — “Frida Kahlo: Conexões entre Mulheres Surrealistas no México” — quando, entre outras artistas, descobri minha pintora favorita deste mundo: a Remedios Varo (há rumores de que uma das melhores personagens do romance, a Carmella, tenha sido inspirada em Varo). Mas retomando o fio inicial da conversa, o referido entusiasmo foi muito bem pago.

“A corneta” é uma leitura deliciosa, tanto por sua narradora protagonista nonagenária absolutamente cativante, quanto pelo tom mágico-apocalíptico de uma narrativa repleta de símbolos que não se deixam entrevar por qualquer expressão de rigidez formal. Tratada como um estorvo pela família, nossa protagonista é enviada para uma Casa de Recolhimento (a Fraternidade Poço de Luz — que nome!) onde entra em contato com uma galeria de personagens excêntricas que vivem em habitações bizarras (no quarto da narradora os móveis são desenhados nas paredes, apenas a cama é real). Mas para além do charlatanismo dos responsáveis pela instituição e de uma tentativa frustrada de homicídio que deixa as pacientes do asilo sob alerta, o romance ainda guarda outra história dentro da história, que acarretará o fim do mundo e o surgimento de uma nova ordem social.

Esta edição conta ainda com ilustrações do filho de Carrington e posfácio de Olga Tokarczuk, que cito: “A corneta é um texto hermético; refere-se a coisas que estão escondidas, deslocadas, esquecidas. [...] exige de seus leitores certa familiaridade com suas alusões, ao mesmo tempo em que zomba desse tipo de competência extraindo de seu baú maravilhas de todo tipo e histórias impressionantes e surpreendentes.” Partindo de um mundo desfeito, A corneta anuncia a possibilidade de se reimaginar a realidade após tantos séculos de uso da razão contra a razão. Deleite onírico sem igual.
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Nicole 23/04/2024

Doido
Particularmente não consegui gostar do livro e não me conectei com ele em momento algum. É uma proposta interessante e diferente mas perdeu tanto o fio da meada e entrou tanto na loucura que depois dos 40% eu só torcia pra acabar logo. Talvez só não seja pra mim, mas não consegui gostar de nenhum elemento da narrativa.
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Dumalis 21/08/2023

É muito bom
Um livro mttt bom, marquei ele quase todo, muitas questões pra se pensar. Sabe aquele livro que quando vc termina se sente mais inteligente? Esse é um deles.
Me perdi um pouquinho no final, mas só melhorou as coisas! Recomendo demaaaais!!
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carlineeeee 19/01/2024

Divertidissimo pelo fato de seguir uma protagonista de 92 anos, mas muita informação e por vezes enfadonho
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Pri 02/10/2023

Surreal
Não sei bem ainda o que dizer dessa leitura. Personagens excêntricos, uma idosa bem simpática, misturas de mitos e religião e um final apocalíptico, misturando tudo com 7 idosas protagonistas no final do mundo. A autora é pintora surrealista. Isso explica muita coisa! Uma leitura divertida, meio nonsense.
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Carla Verçoza 08/10/2023

Romance delicioso, sobre uma velhinha surda de mais de 90 anos, que vivia com o filho, nora e neto, e acaba sendo colocada em um asilo para senhoras senis.
Junto com sua melhor amiga, Carmela e suas novas amigas idosas da instituição, começa a se descortinar um tipo de conspiração nesse asilo, que é regido por um casal que são tipo uma seita cristã maluca.
Uma obra muito divertida e agradável de ler, com um pezinho no surrealismo, no absurdo. Uma ótima descoberta pra mim, essa autora, que também era pintora.
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Perigor 10/11/2023

"A felicidade é um espectro que nunca suportou muitas perguntas intrometidas"
De forma geral, minha recomendação é que quem se propor a ler "A corneta" o faça de uma tacada só; também que, ao fazê-lo, não se atenha ao fio narrativo em si, mas sim aos sentimentos evocados pela leitura.

Gostei muito da primeira parte do livro, vários trechos me encantaram. Já a narrativa dentro da narrativa é emocionante, e por fim, a última parte da obra culmina em surrealismo.

"A corneta" tem personagens cativantes e acontecimentos que vão do divertido ao trágico, em um universo dotado de leis próprias que, para nós, adquirem tons oníricos e fantásticos. Não se trata de uma obra para ser compreendida e sim sentida. Contudo, para quem busca razões em meio aos símbolos, o posfácio de Olga Tokarczuk será de grande valia.
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cajuleituras 14/11/2023

O livro é fluido e não foi custoso de ler, apesar de me incomodar um pouco a falta de divisão de capítulos, porque quando eu largava de ler o livro pra fazer outra coisa e voltava me sentia muito perdida, mas é uma situação totalmente contornável. A história tem uma crítica feminista bem construída e é elaborada de maneira engajada com a primeira protagonista de 92 anos que eu já li (teve Sobre os ossos dos mortos, mas a personagem não chegava a ser tão velha assim). Me fez pensar em coisas como: às mulheres velhas é permitida a loucura, mas até onde é socialmente aceitável que elas sejam, de fato, loucas? O que vai ser da rede de apoio feminino ao envelhecer? Ao mesmo tempo que me fez gargalhar genuinamente, me deixou triste, consternada, ansiosa e pensativa na mesma medida.
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CinMeireles 09/01/2024

Imagine estar mergulhado num sonho - um sonho que começa razoavelmente comum, mas que, pouco a pouco, vai tomando rumos cada vez mais absurdos, até não se ater mais a qualquer limite da lógica ou da racionalidade. Esse é o caminho percorrido por A Corneta, único romance da artista surrealista Leonora Carrington.
Ouvi falar desse livro pela primeira vez ano passado (2023), logo após seu lançamento pela Alfaguara. Sendo particularmente admiradora da arte surrealista, fiquei bastante intrigada quando li que a história se enquadraria nessa definição. Já havia me deparado com alguns contos surrealistas, mas não conseguia conceber um romance que se sustentasse por inteiro seguindo essa linha. Muito curiosa - e, confesso, com altas expectativas - acabei comprando o livro e o elegendo como a minha primeira leitura de 2024.
E fico feliz em dizer que o livro não só atendeu minhas expectativas, como as superou.
A história de A Corneta parte de uma situação trivial e mundana: uma idosa surda de 92 anos ganha de presente da melhor amiga uma corneta acústica (um tubo em forma de funil usado antigamente para ajudar a audição). Com o auxílio da corneta, ela consegue ouvir seu filho conspirando com a família para mandá-la para um asilo de idosos - e é nessa instituição que a trama seguirá por rumos inesperados, para dizer o mínimo.
O elemento surreal se insere com naturalidade na trama. O fato de os personagens serem em sua maioria idosos dispensa a necessidade de justificar comportamentos excêntricos ou incoerentes, já que tal excentricidade é esperada (como muito bem apontado no maravilhoso posfácio de Olga Tokarczuk). As peculiaridades arquitetônicas do Instituto são reconhecidas pelos personagens como peculiares - validando a estranheza dentro da trama, a autora facilita a aceitação do elemento absurdo pelo leitor. O auge do elemento surreal é prenunciado em um texto de terceiros lido pela protagonista, o que ajuda a suavizar o impacto e preparar o leitor para o que está por vir. E quando por fim a trama abandona todas as (poucas) barreiras e mergulha por completo no absurdo, somos levados a uma sensação de euforia, de libertação, que nos imerge ainda mais na história ao invés de nos arrancar dela.
Me ative até aqui somente ao aspecto artístico de A Corneta; mas igualmente importante é o aspecto político e social. Carrington consegue, em apenas 200 páginas, tecer críticas poderosas a uma sociedade etarista e misógina, ao cristianismo e àqueles que se aproveitam dele para manipular os outros, às superstições, ao capitalismo, à luta pelo poder - enfim, a todos os alicerces sobre os quais nossa sociedade foi construída. E o livro não se limita a apontar os problemas sociais; ele de fato os soluciona - de uma forma magnífica, devo dizer.
A Corneta definitivamente não é um livro para todos os públicos; mas leitores mais experientes e mais abertos a experiências fora do comum certamente terão condições de apreciá-lo em toda a sua perfeição. 2024 mal começou, e já me deu um novo favorito.

site: https://www.instagram.com/p/C176xNGrz0A/
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